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História O Mendigo e a Princesa - Desejo


Escrita por: Vinilu

Notas do Autor


Eu ia postar mais dois capitulos, mas como o tempo está corrido, resolvi fazer dois em um, por isso saiu maior...

Espero que gostem, qualquer erro ou contradição me avisem!


Boa leitura a todos ^^

Capítulo 32 - Desejo


Após os minutos se passarem lentamente, Levy e Lucy apenas se encaravam uma hora ou outra enquanto sentadas cada uma em um sofá. O som da Tv ligada ecoava pela casa vazia, até que as duas jovens ouviram todas as janelas e portas da casa serem fechadas.

— O que você está fazendo Natsu? – Lucy indagou ao ver que o irmão fechava toda a casa.

— Se trancar com sua irmã ainda aqui dentro não vai te manter mais seguro, então qual o motivo disso? – Levy comentou calmamente, alfinetando a outra garota de certa forma.

Mas antes que as duas começassem uma nova discussão, o rosado respondeu à duvida de ambas.

—... Odeio o calor, mas como Erza é rica, é óbvio que a casa tinha que ter ar-condicionado – o garoto explicou calmamente, fazendo com que Levy e Lucy entendessem ao verem o mesmo ligar o aparelho e abaixar a temperatura.

A loira e a pequena ainda estavam meio perdidas, sem saberem o que fazer, mas logo viram Natsu voltar já vestido com uma calça de moletom e uma camisa de manga comprida, carregando um cobertor em baixo dos braços.

Por que ele parece mais contente com isso que está fazendo?”, as duas garotas tiveram o mesmo pensamento, onde a dúvida ficou estampada na face de ambas.

— Lucy, me ajuda a tirar essa mesa aqui do centro da sala – Natsu pediu um pouco animado, parando ao lado da mobília mencionada.

Sem perguntar o porquê, a loira retirou os objetos de cima da mobília e logo ajudou o irmão a movê-la para um canto.

— O que você vai fazer Natsu? – Levy indagou ainda mais curiosa.

Um sorriso de canto brotou sobre a face do garoto, que apenas encarou a pequena por alguns instantes antes de respondê-la.

—... Vou assistir filmes e séries até todos voltarem! – por fim comentou, fazendo com que as duas garotas o encarassem com uma gota na cabeça – Tem coisa melhor do que ver um filme de baixo de uma coberta em meio ao frio? Por falar nisso, talvez eu deva estourar uma pipoca?

Após alguns segundos, os olhos de Levy miraram a loira atrás do rosado.

—... Está vendo o que fez a ele? – a pequena comentou como se culpasse Lucy por algo.

— Isso é algo do qual ele gosta! Então não me culpe! – a loira respondeu em um tom mais elevado.

Ainda assim, Natsu pareceu não se importar muito com aquilo. Desistindo da pipoca, já que dentro de poucas horas teria que preparar algo para os três almoçarem, o rosado espalhou algumas almofadas sobre o enorme tapete que ficava entre os sofás, onde se deitou e se cobriu ao sentir quão frio o local já estava devido à temperatura em que havia colocado no ar-condicionado.

Lucy e Levy, ainda de pé, ficaram encarando o rosado deitado no chão completamente tampado pela coberta. Mas logo ambas tiveram suas faces tomadas por um leve rubor ao perceberem como, de certa forma, Natsu estava feliz. Só aquilo já as fazia se alegrarem, sendo que raramente viam tal expressão do garoto.

—... Que filme você pretende assistir primeiro? – a pequena indagou se sentando no sofá onde a cabeça de Natsu estava apoiada com algumas almofadas.

—... Ainda não sei, vou procurar algo aqui – o rosado a respondeu sem nem mesmo desgrudar os olhos da Tv.

— Você não pretende voltar para onde os outros estão? Nadar no mar, se divertir com eles... – sentada em uma das poltronas, Lucy perguntou mais como se estivesse apenas puxando algum assunto.

— Não é como se todos fossem me aceitar... E não quero que a Erza e o Gray fiquem divididos entre eu e eles – Natsu explicou em um tom um pouco mais baixo – Então prefiro ficar aqui na casa mesmo...

— E você Levy? Vai voltar para a praia? – um sorriso brotou nos lábios da loira ao perguntar, mas logo recebeu a resposta que desfez o mesmo.

— Não, eu vou ficar com meu namorado hoje – a pequena comentou pousando a mão sobre os cabelos de Natsu, afagando os mesmos gentilmente – E você? Por que não vai ficar com os outros?

— Pois como eu disse, eu só vim nessa viagem para ficar mais perto do meu irmão.

No mesmo instante Lucy se levantou da poltrona e se sentou do lado direito de Natsu, ficando bem próxima do mesmo. Em resposta a isso, Levy apenas escorregou pra baixo, ficando sentada do lado esquerdo do rosado.

Já Natsu apenas fingia não estar acontecendo nada ao seu redor, continuando a procurar pelo filme que assistiria.

O que está acontecendo ultimamente? Elas dizem que não, mas sempre estão brigando por minha causa, tanto essas duas quanto a Erza... Não sou nenhum homem espetacular, pelo contrário, chego a ser até patético... Será que estou no “cio”? Seria o meu cheiro?”, o rosado pensou consigo mesmo enquanto tentava entender tudo que acontecia ao seu redor ultimamente.

Logo Natsu encontrou aquilo que queria assistir, passando a se entreter com o mesmo. Com o passar do tempo, tanto Levy quanto Lucy começaram a sentir frio devido ao ar-condicionado, o que fez com que o rosado fosse obrigado a dividir a coberta com as mesmas.

Com todo o conforto que Natsu sentira fazendo aquilo que queria, o garoto acabou por pegar no sono antes mesmo da metade do filme. Mas o rosado despertou algumas horas depois, já no tempo certo de iniciar o preparo do almoço. Nisso, os olhos do garoto se abriram enquanto o mesmo não conseguia sentir seus dois braços. Ao olhar para os lados viu que tanto Lucy quanto Levy dormiam praticamente abraçadas ao seu corpo, com a cabeça deitada sobre seu peito.

Eu queria ser um traste, um canalha... Com certeza aproveitaria muito mais a tudo isso...”, Natsu pensou com sua face levemente corada, alternando o olhar entre as duas garotas, até que sentiu Lucy se mexer, percebendo os seios da mesma pressionados contra suas costelas.

—... Os grandes são mesmo os melhores – o rosado murmurou consigo mesmo, corando ainda mais enquanto sentia toda aquela maciez contra seu corpo, vendo também a face calma e bela da loira, que parecia dormir profundamente.

Mas no mesmo instante a pele de Natsu empalideceu. O garoto acabou por sentir a mão de sua pequena amiga enrugar a camisa que o mesmo vestia sobre os arranhados que ela havia causado. Ao se virar para Levy, viu a mesma o encarar com aquele olhar frio e condenador.

—... Bom saber que você realmente prefere os maiores... – a pequena sussurrou ao apoiar a mão sobre o peito de Natsu, para que assim pudesse se levantar.

No mesmo segundo os olhos de Natsu desceram, como se tivessem sido atraídos em direção à gola da camisa da garota. Aquele pequeno vão entre o pano e o pescoço de Levy foi o suficiente para fazer com que a face de Natsu fosse tomada por uma forte vermelhidão.

Aquilo, obviamente, não passou despercebido pela pequena de cabelos azuis, que logo percebeu o que o garoto tanto encarava. Então foi a vez de Levy corar violentamente, levando a mão até a camisa e a pressionando contra seu pescoço.

—... P-Por que... E-Está sem...? – o rosado indagou ainda sem graça, vendo a amiga se sentar sobre o tapete sem conseguir responde-lo.

— E-E o que isso te importa? Por que você corou? Eles não são nada atraentes, sem falar que não fazem o seu tipo, então por que ficou tão sem graça? – Levy indagou em um tom mais elevado, demonstrando certa indignação em meio a tanta vergonha.

Natsu demorou a responder aquilo, mas o mesmo tirou Lucy de cima de seu corpo gentilmente, não querendo acordar a mesma, já que a garota parecia dormir ainda, mesmo com o tom elevado de Levy. O rosado então se sentou em frente a amiga, encarando a mesma com um olhar sério.

—... Quantas vezes mais terei que lhe dizer, o fato de você ser uma mulher, uma bela mulher, não muda... Grandes ou pequenos, eles são sim atraentes... – o rosado acabou por ser interrompido.

— Você só está dizendo isso por pena! Ainda mais para quem até mesmo chupou os peitos enormes da irmã! – Levy comentou ainda envergonhada.

— E como posso te provar que não estou dizendo isso apenas por pena? – Natsu indagou ficando apenas sobre os joelhos e se inclinando para mais perto da pequena –... Talvez eu deva fazer o mesmo que fiz com a Lucy? Se eu chupar os seus você se convencerá do quão atraentes eles possam ser? –  o rosado concluiu a pergunta levando a mão direita até um dos seios da amiga, ficando a poucos centímetros da mesma.

Mas bastou pouco mais de um segundo para que Natsu sentisse sua face arder enquanto o estalo do tapa que a pequena ecoava pelo local. O rosado apenas permaneceu com o rosto virado enquanto Levy se afastava um pouco.

—... Quem você pensa que eu sou? Não lhe dei toda essa liberdade... – ao falar tais palavras, ficou evidente que a vergonha havia cedido lugar à raiva na entonação da pequena.

Natsu não teve tempo nem mesmo de responder, onde sentiu Lucy se apoiar sobre suas costas ao abraça-lo por trás.

— Qual o problema de vocês dois? Estão brigando por acaso? – a loira indagou com um sorriso de alegria estampado em sua face.

Mas Levy nem mesmo ousou responder, apenas se levantou e saiu do local, seguindo em direção ao seu quarto.

—... Não foi muito atrevimento da sua parte tentar apertar os seios de outra garota? – Lucy murmurou no ouvido do irmão, surpreendendo o mesmo.

Ela estava acordada esse tempo todo?”, o rosado se perguntou ainda surpreso.

— Eu te amo... E devido a minha situação, quero sempre estar o mais próximo de ti, mesmo que isso nos leve a coisas pervertidas... Mas não são todas as garotas que aceitam isso tão facilmente, então, mesmo se ela for sua namorada, vá com calma... Há lugar e há hora para isso – a garota continuou a murmurar, não recebendo nenhuma resposta do irmão –... Mas se sua namorada continuar a rejeita-lo assim, lembre-se que estarei sempre aqui para ama-lo... – concluiu apertando ainda mais o abraço, como se tentasse confortar o garoto enquanto sentia o cheiro bom que emanava do corpo do mesmo, sendo que não fazia tanto tempo que ele havia tomado banho.

—... Eu... Eu vou esquentar o almoço – o rosado falou se levantando rapidamente, fazendo com que a loira saísse de cima de seu corpo

Após os três almoçarem, Levy voltou ao quarto, enquanto Lucy se deitou sobre o sofá e se cobriu com o cobertor. Natsu estava na cozinha lavando os pratos, pensando no que havia feito à amiga, quando finalmente terminou de deixar tudo limpo. O rosado então caminhou até o quarto em que a pequena se localizava, parando em frente a porta do mesmo.

Três batidas sobre a madeira ecoaram pelo local, até que o garoto pôde ouvir a amiga o mandar entrar. Ao abrir a porta, Natsu viu a pequena sentada sobre a cama e com um livro em mãos, o encarando com aquele olhar ainda irritado. Assim que entrou, o garoto fechou a porta para que assim Lucy não pudesse ouvir o que os dois viriam a conversar

— O que você quer? – Levy indagou com certa rispidez.

— Pedir perdão! – o rosado foi direto em sua resposta.

— As coisas não são tão simples assim! Você faz o que não deve e acha que só pedir perdão irá mudar as coisas? – a pequena fechou o livro com certa força, como se tentasse passar alguma mensagem com aquilo.

— Não há mais nada que eu possa fazer, eu reconheço que errei com você e por isso estou aqui pedindo pelo seu perdão, mas é escolha sua aceita-lo ou não – Natsu então se aproximou ainda mais, se sentando na cama da amiga de frente para a mesma –... Você é uma amiga importante que está me ajudando em algo egoísta da minha parte... E mesmo que estejamos apenas fingindo namorar, eu não deveria ter lhe apalpado daquela forma... Eu apenas... – o garoto desviou os olhos com as bochechas já coradas, não conseguindo encarar a amiga – Eu apenas... Não resisti...

— Eu não sabia que você era tão pervertido assim! – Levy exclamou completamente sem graça.

— Tu me pegou chupando os peitos da minha irmã e achou que eu era algum tipo de santo? Ainda assim, isso não tem nada a ver com perversão... Foi você quem me estimulou! – o rosado a respondeu como se jogasse parte da culpa na mesma.

— Não fale como se a culpa fosse minha!

— Acordo com você praticamente deitada em cima de mim, logo depois você me dá aquela visão, mostrando que não estava usando nada por baixo... – o garoto corou ainda mais ao se lembrar – E então... Então você fez aquela cara... Eu não resisti, aí... – Natsu concluiu enquanto olhava para a mão que usara para apalpar o peito da amiga, fazendo com que a mesma também corasse ainda mais com aquilo.

 — M-Mesmo assim... – Levy murmurou tomada pela vergonha, só que logo foi interrompida por uma pergunta que lhe chamou a atenção.

— Você realmente não sente nada por mim? – a voz do rosado ecoou em um tom mais sério.

— Eu já disse que não... – novamente a pequena foi interrompida.

— Eu sei que nos conhecemos a pouco tempo, sei que não sou seu tipo, mas... Você realmente não sente nada, ou não quer sentir? O que você sente não é medo de que venha a acontecer o mesmo que aconteceu com seu ex? – tais perguntas fizeram com que o silêncio se instalasse entre os dois, mas logo Natsu teve sua resposta.

—... Quero que entenda, você é meu amigo e isso não vai mudar... Mas o que eu sinto ou deixo de sentir realmente não lhe interessa, por isso não precisa mencionar o meu passado para sanar suas dúvidas... E se por acaso eu estivesse sim gostando de você? Esqueceria a Lucy para ficar comigo? Certeza que não, já que você a ama tanto, mesmo ela não valendo nada... Então realmente não entendo o porquê de tal pergunta – a seriedade ecoou junto às palavras que saíram da boca da pequena de cabelos azulados.

— Lucy e eu somos irmãos... O fato de eu ama-la não mudará isso... Para ficarmos juntos, primeiro ela precisaria explicar o motivo de não terminar com o Sting, precisaríamos enfrentar toda a dor que nossa relação poderia vir a causar a nosso pai... E não acho que Lucy tenha coragem para isso... Por todos esses anos ela simplesmente permaneceu como namorada do Sting, mesmo dizendo que me amava, então não vejo como isso irá mudar de repente... – o rosado acabou por ser interrompido.

— Você já disse isso dezenas de vezes, mesmo que com outras palavras, ainda assim aqui estamos, fingindo um namoro apenas para causar ciúmes a ela... Como você disse, você a ama, mesmo que sua situação não venha a mudar... Então lhe digo mais uma vez, qual o motivo de tal pergunta? – a insistência de Levy fez com que o silêncio tornasse a se instalar entre os dois, onde apenas seus olhares se cruzavam na tentativa de ambos em encontrar palavras que quebrassem aquela situação incômoda.

Os olhos de Natsu então miraram o colchão abaixo de seus corpos, e logo, com uma voz sincera, o rosado resolveu se abrir.

—... Eu já lhe disse o quão importante você, Gray e Erza são em minha vida... Mesmo sofrendo com a “maldição”, ainda assim não se afastaste de mim, pelo contrário, se aproximou ainda mais... Até mais do que deveria na verdade... Então fui pego pela curiosidade... “Por que ela faz isso por mim?”... Você diz que alguém como eu não deveria passar pelo que passo, mas ainda assim esse é um motivo muito simples... Seria realmente só por isso? Eu não lhe conheço, e isso em você é o que me fascina... Eu quero poder saber mais sobre você... O que gostas de comer? O que gosta de ler? Quais suas roupas preferidas? E o seu passado antes de seu ex? Não teve outros relacionamentos? Quem são seus ídolos? Quais suas músicas preferidas? Quais seus sonhos mais estranhos? O que mais odeia? O que mais ama? O que tornaria seu dia especial? O que quer para o seu futuro? E por que se incomodar tanto com alguém que conheceu há apenas alguns meses? – Natsu se explicou em meio a perguntas, entregando à pequena tudo o que pensava sobre ela –... Você é incrível, é gentil, pervertida as vezes, inteligente... Você é tudo aquilo... Tudo aquilo que deveria ser... E isso... Isso me faz ter esse sentimento... Esse sentimento de “a quero ter por perto para sempre”... – o rosado concluiu voltando a ficar completamente corado.

Nesse momento as palavras faltaram à boca de Levy, tudo aquilo dito fez com que seu coração parecesse disputar uma corrida de cem metros, onde a cada dez metros ele tropeçava e saltava uma batida. A pequena podia sentir seu rosto queimar enquanto via que Natsu não ousava nem mesmo a encarar, permanecendo de cabeça baixa.

— O-O-O que quer dizer com isso? – Levy indagou já temendo pela resposta, mas sendo tomada pela confusão já que o garoto dissera minutos antes o quanto amava a própria irmã.

— Eu... Eu também não sei! Que eu amo a Lucy isso é óbvio para qualquer um que nos conhece... Mas... Eu já não te vejo da mesma forma que vejo Gray e Erza... – o rosado explicou ainda sem graça.

O silêncio voltou a ficar entre os dois, mas ainda assim seus olhares não se cruzavam, enquanto o rubor insistia em estampar suas faces. Até que Levy não aguentou mais.

— POR QUE VOCÊ VEIO ME DIZER ISSO? NÃO É JUSTO! – a pequena bradou completamente indignada, surpreendendo Natsu.

— O que? Eu só estou dizendo o que sinto... Por que está brigando comigo por isso? – o rosado levantou o rosto sem entender nada.

— VOCÊ ESTÁ PRATICAMENTE DIZENDO QUE GOSTA DE MIM, MAS QUE TAMBÉM AINDA AMA A LUCY! O QUE ESPERA DISSO? EU JÁ VOU LOGO DIZENDO QUE NÃO SEREI NENHUMA SUBSTITUTA! – Levy continuou a falar em um tom mais elevado.

— Fale mais baixo, a Lucy vai acabar nos ouvindo! – Natsu exclamou assustado, temendo que a loira viesse a descobrir tudo.

— É ISSO O QUE EU QUERO! CHEGA! PARA MIM NÃO DA MAIS, NÃO QUERO MAIS PARTICIPAR DESSA FARSA, IREI CONTAR A ELA AGORA MESMO! – a pequena então se levantou rapidamente e caminhou apressadamente em direção à porta.

Mas o rosado não ficou parado, logo correu atrás da amiga. Assim que Levy levou a mão à maçaneta e abriu apenas uma pequena fresta da porta, Natsu chegou e bateu a mesma, impedindo que a pequena saísse do quarto.

— O que está fazendo? – Levy se virou rapidamente, mas logo toda aquela coragem se desfez ao se ver presa e encurralada contra a própria porta pelo rosado.

A pequena se sentia como um pequeno coelho preso dentro das más intenções de um leão feroz e faminto. Assim, a mesma não conseguia dizer nada, somente temia o que poderia vir a acontecer.

Com os olhos se enchendo de lágrimas, Levy abaixou a cabeça enquanto sentia Natsu diminuir a distância entre eles.

—... Por que? Por que está fazendo isso? – a garota indagou com sua voz já saindo em tom de choro.

—... Eu também não sei... É só uma vontade... Um desejo... – Natsu a respondeu em um tom mais baixo.

— D-Desejo? Pelo que? Eu sou diferente de tudo aquilo que você prefere – Levy comentou ainda de cabeça baixa.

—... Talvez seja isso... Desejo pelo diferente... Desejo em descobrir algo novo... E pare de usar o fato de eu “preferir” seios grandes como desculpa... Você é mais do que isso, você é melhor do que isso... – o rosado então levou sua mão direita até o queixo da amiga, erguendo a cabeça da mesma gentilmente, vendo as lágrimas escorrerem lentamente por sua face delicada.

— O que você... Quer de mim? Era só para fazermos ciúmes na Lucy... No cinema você se excedeu, na piscina você queria mais mesmo a Lucy já não estando mais lá... E agora... O que você realmente quer? Quer que eu me apaixone por você, para que depois vá correndo ficar com a garota que realmente ama? Quer me fazer sofrer da mesma forma que Gajeel o fez? – Levy indagou em meio àquele choro leve, choro de medo devido ao que tudo aquilo estava se tornando.

—... Não quero isso... Nunca que eu a faria sentir aquilo que também não quero sentir... – o rosado a respondeu já se aproximando de seus lábios – Eu só quero saber... Como você me beijaria se não fosse apenas para me calar? Como me beijaria se não fosse para “treinar”? Como me beijaria se não fosse somente para causar ciúmes na Lucy? O que você me faria sentir com isso? O que VOCÊ sentiria com isso? É errado da minha parte querer sanar essas dúvidas? – ao concluir suas perguntas, Natsu viu a pequena negar com a cabeça timidamente.

Em seguida Levy pôde sentir seus lábios serem tocados suavemente pelos do rosado. Natsu começou com selinhos lentos e demorados, apenas tocando a boca da amiga, mas logo transformou aquilo em um beijo normal, tomando o lábio inferior da mesma para si.

Sentindo sua cintura receber as duas mãos do garoto, Levy levou as suas até o pescoço do mesmo enquanto tentava se equilibrar nas pontas dos pés em meio ao beijo. Mas logo Natsu se separou de tal ato e então ergueu a amiga, fazendo com que a mesma se surpreendesse e se prendesse à sua cintura com as pernas. Dessa forma a pequena não teria que pensar em mais nada além do beijo. Apoiando as costas de Levy na porta, tanto os olhos de Natsu quanto os de Levy apenas permaneciam fixados um no outro, até que os mesmos se fecharam para que o protagonista daquela cena fossem apenas seus lábios.

Mas aquilo não durou muito, logo o beijo se intensificou e seus corpos entraram em ação. Os dedos da mão direita de Levy passaram a explorar os cabelos de Natsu, enquanto os da mão esquerda foram para as costas do mesmo. O rosado pressionava a pequena ainda mais contra a porta, deslizando sua mão direita para a coxa esquerda da mesma.

Só que não demorou muito e os dois puderam ouvir o som de três batidas ecoarem nas costas de Levy.

—... Natsu, você está aí? – Lucy indagou do lado de fora do quarto, fazendo com que a pequena e o rosado despertassem do transe no qual haviam entrado.

Levy e Natsu então se encararam como se pensassem no que dizer, mas nenhuma palavra saiu de suas bocas. A garota de cabelos azulados então se aproximou do amigo novamente, mas dessa vez acabou por morder levemente o lábio inferior do mesmo, puxando-o como se o chamasse de volta para o beijo.

O rosado entendeu a mensagem e não a rejeitou, retornou para aquilo que desejara há pouco tempo.


Notas Finais


Até o próximo!


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