Natsu se levantou de sua cadeira e andou até a garota – Vem comigo – pegou o braço da mesma e a puxou para fora da sala.
Lucy – Namorada? Não... Não é possível... Os dois? – percebeu como a sala havia ficado em silêncio, para que assim pudessem ouvir a conversa de Natsu e Levy, pelo menos parte dela.
Natsu – O que pensa que está fazendo? – perguntou seriamente, a sós com a pequena no corredor.
Levy – Eu? Nada... Por quê? – se fingiu de desentendida.
Natsu – Eu lhe pedi! – exclamou em um tom mais elevado – Você disse que iria se manter afastada!
Levy – Não precisa gritar – suspirou, o respondendo em um tom mais baixo – Eu ouvi dos outros alunos, que você é... Amaldiçoado – fez o rosado ficar cabisbaixo, mas logo segurou a risada, chamando a atenção do garoto –... Você acha mesmo que eu acredito em coisas desse tipo?
Natsu – E-Eu sei que parece... Idiotice, mas... – foi interrompido.
Levy – Por que você não diz logo, “Eu não quero ser seu amigo!”? – indagou em um tom mais sério.
Natsu – Não é isso! – exclamou – Eu só não quero... Que você se machuque por minha causa – comentou em um tom muito baixo, perto de um murmúrio, mas que não escapou dos ouvidos da garota.
Levy – Então... – se aproximou ainda mais do rosado – Você só está preocupado comigo? – abriu um sorriso gentil – Se começar a tratar a mim, a filha da empregada que lhe serve, dessa forma é capaz de eu acabar gostando de você – fez Natsu corar.
Natsu – A-Até parece! – exclamou – Você mal me conhece!
Levy – Para isso, tempo é que o não nos falta – continuou a sorrir, fazendo o rosado corar ainda mais.
Natsu – Você... – foi interrompido.
Levy – É claro que é só brincadeira – segurou a risada.
O rosado queria poder enfiar o rosto em um buraco, devido à vergonha que estava sentindo por pensar que a garota poderia estar interessada nele.
Levy – Vamos voltar pra sala, senão vamos perder a aula – informou já andando em direção à porta.
Natsu então suspirou, seguindo a pequena – O que vou fazer? Não posso deixar esse mal entendido, essa brincadeira continuar – pensou seriamente – Eles cercaram o Gray e o espancaram, mas a Levy... Além de ser mais frágil, ainda disse ser minha namorada, o que pode ser pior por parecer que é ainda mais próxima a mim...
O pessoal de dentro da sala, pouco pode ouvir sobre o que os dois haviam conversado, mas ao verem os mesmos passarem pela porta, os encararam surpresos.
Natsu então percebeu o olhar frio e sem brilho com que a loira o encarava –... Também terei que resolver isso mais tarde...
Gildarts – Agora que já resolveram seus problemas de casal, sentem-se, pois quero começar a aula.
Natsu rapidamente voltou a seu lugar, sentindo a raiva no olhar de Gray.
Gray – Por que não me disse que tinha uma namorada? – sussurrou indignado.
Natsu – Mas eu não tenho! – exclamou no mesmo tom.
Gray viu Levy se sentar do lado direito de Natsu – Ei, você! – chamou a atenção da pequena – Levy, certo? – viu a mesma confirmar com a cabeça – Você é mesmo namorada do Natsu? – perguntou em um tom baixo.
Levy – Sim, eu sou – abriu um sorriso de canto, fazendo Gray voltar a olhar indignado para Natsu.
Os murmúrios percorriam por toda sala de aula, enquanto os olhares pairavam sobre Levy.
Gildarts – O que está acontecendo? – se perguntou enquanto copiava a lição do dia no quadro – Esse rapaz de cabelos rosados é tão popular assim? Não, não é isso... Então o que? – ainda não sabia sobre a tal maldição.
Algumas horas depois, na hora do intervalo, Levy andava pelo refeitório com aquilo que seria a sua refeição em mãos.
Levy – Ele não está aqui... – não avistou Natsu – A Wendy também não... – murmurou, até avistar uma mesa com alguns colegas de sala.
Ao andar até a mesma, resolveu perguntar.
Levy – Com licença, vocês sabem onde o Natsu está? – perguntou calmamente.
–... Levy, certo? – perguntou, fazendo a menina confirmar com a cabeça – Ele não passa o intervalo aqui... Ele se isola no terraço – informou.
Levy – Entendi... Obrigada, é... – não sabia o nome da garota que havia lhe respondido aquilo.
– Me chamo Erza – sorriu – Aquela é a Juvia – apontou para a menina de cabelos azuis – O rapaz com a marca no olho é o Jellal, meu primo... A albina de cabelos longos é a Mira, e a de cabelos curtos é a Lisanna, irmã mais nova de Mira... Assim como você, ela é nova nessa escola.
Todos – Prazer Levy – sorriram.
Levy – Prazer – retribuiu o sorriso – Me desculpem por sair assim, mas agora eu vou... – foi interrompida.
Juvia – Você está realmente namorando o Natsu? – perguntou seriamente.
Levy –... Por que a pergunta? – se fingiu de desentendida.
Mirajane – Você não ouviu o que falam sobre ele? – perguntou.
Levy – Sobre ele ser amaldiçoado? – viu a albina confirmar – Bem... Isso é o que mais me atrai nele – sorriu, surpreendendo a todos – Esse lado sombrio que ele tem...
Erza – Sério? – perguntou surpresa.
Lisanna –... Que maldição é essa afinal de contas? – não entendia – Mira-nee nunca me falou sobre isso.
Mirajane – Todos que se aproximam dele são atacados... Dizem que é um grupo de pessoas que lhe agride tanto fisicamente, quanto psicologicamente – explicou – E isso é desde o fundamental, uns cinco a seis anos atrás eu acho... Por isso dizem que é uma maldição.
Jellal – Laxus se transferiu por causa disso... Tentou fazer amizade com o Natsu, mas acabou sendo pego por essa “maldição” – suspirou.
Juvia – Por isso é meio difícil de acreditar que você seja... A namorada dele – explicou um pouco sem graça – Pra não ter acontecido nada com você ainda...
Mirajane – Sim, até aquele menino, o nerd que anda com ele, já foi atacado – informou.
Levy – Entendo... Bom, preciso ir – voltou a sorrir.
Juvia – Você vai mesmo assim? – perguntou surpresa.
Levy apenas confirmou com a cabeça, deixando o local.
O silêncio tomou conta daquele pequeno grupo.
Erza – Ela é interessante... – abriu um sorriso de canto.
Enquanto isso, Natsu lanchava junto a Gray no terraço.
Gray – Por que você continua negando que aquela garota é sua namorada? – perguntava completamente revoltado.
Natsu – Por que ela realmente não é minha namorada – suspirou.
Gray – Não consigo aceitar... – chamou a atenção do rosado – Você ainda é mais fracassado que eu, e tem uma namorada bonita como aquela... – se corroía de inveja.
Natsu – Já disse que ela não é minha namorada! – exclamou em um tom mais elevado.
Gray – Mudando de assunto... – respirou profundamente – Quem é essa? – apontou para a menina sentada ao lado deles.
Natsu – Wendy... – encarou a garota com uma gota na cabeça enquanto a mesma apenas mastigava seu pão.
Gray – Quem? – não entendeu.
Natsu – É a irmã mais nova da Levy – explicou.
Gray – Entendi... É sua cunhada – comentou calmamente.
Natsu – JÁ DISSE QUE NÃO! – se irritou.
Wendy – Sim, eu sou a cunhada dele – respondeu calmamente.
Natsu – Você também vai entrar nessa? – se espantou, mas apenas pode ver a pequena fazer um sinal de positivo.
Levy – Aqui estão vocês! – exclamou ao aparecer no local.
Gray –... Acho que agora eu posso voltar pra sala de aula, não curto muito ficar segurando vela, sabe? – estreitou os olhos ao comentar.
Levy – Pode ficar... – se sentou ao lado dos dois, ficando de frente para Wendy, fechando o pequeno circulo – Eu e o Natsu não namoramos de verdade – surpreendeu Gray.
Natsu – Viu? – se sentiu mais aliviado.
Gray – Qual a relação de vocês então? – indagou um pouco curioso – Amigos eu sei que não são, pois EU sou o único amigo que esse pobre coitado tem.
Natsu – O mesmo vale para você, não? – rebateu com uma pergunta.
Levy – Eu estou entre amiga e namorada, acredito eu – respondeu calmamente a Gray, voltando a surpreender o rosado.
Natsu – Você... – parou ao ver o olhar sério da garota – Qual o problema dela? Não nos conhecemos nem há um mês... Ela não sabe as consequências de se aproximar de mim? E qual é a dela com isso de namorada? – não conseguia entender o que se passava pela cabeça da azulada.
Levy – Eu realmente não sinto nada de mais por ele, mas... Pelo pouco que o conheço, sei quão gentil ele é, quão excelente ele é como ser humano... – pensava seriamente – Não é justo uma pessoa assim passar por tudo isso que ele está passando... Se eu conseguir fazê-lo se abrir para os outros, então...
Wendy – Essa Levy-nee... – encarou a irmã – Ela ouviu a mamãe conversando com a Virgo-san, onde ela acabou ouvindo tudo sobre o passado do Natsu-nii... Levy-nee... Quer consola-lo? – se perguntou calmamente.
Natsu – De qualquer forma, agora que você fez toda essa besteira, eu preciso de um favor seu – chamou a atenção de Levy.
Levy – Que tipo de favor? – estranhou.
Natsu – Continue fingindo ser minha namorada – surpreendeu a garota – Pelo menos até amanhã à noite.
Levy – Por quê? – perguntou ainda surpresa.
Natsu – Devido a um pequeno problema com a Lucy, tive que mentir ao meu pai dizendo que eu tinha uma namorada... – explicou – Então ele resolveu fazer um jantar para conhecer nossos parceiros, tanto a minha “namorada” quanto o namorado da Lucy.
Gray – O namorado da Lucy... O Sting? – estreitou os olhos, vendo o rosado confirmar com a cabeça – Isso não é perigoso?
Natsu – Eu não o queria em casa, mas... – não concluiu – A Levy já se expôs, então quero “aproveitar” isso para não ter que envolver outra garota – explicou.
Wendy – Mas Jude-san não vai se importar da sua “namorada” ser a filha da empregada? – indagou.
Natsu –... Acredito que não, apesar de tudo, ele... – foi interrompido.
Lucy – ESPERE AÍ! – abriu a porta com toda a força, assustando os outros quatro – Você vai leva-la ao jantar como sua namorada mesmo? De verdade? – perguntou indignada ao se aproximar do grupo.
Natsu – Lucy... Estava ouvindo a conversa dos outros escondida atrás da porta? – fingiu tom de espanto, fazendo a loira corar de vergonha.
Lucy – N-Não mude de assunto! – exclamou.
Natsu – Vou sim... Você também vai levar o Sting, certo? – viu a garota confirmar – Então...
Gray – Natsu... – chamou a atenção do rosado – Por que parece que sua irmã está com ciúmes de vocês dois? – apontou para Levy.
Natsu – Ciúmes? – se fingiu de desentendido – Você está com ciúmes Lucy? – voltou a encarar a loira.
Lucy não respondeu, fazendo com que o silêncio tomasse conta do local.
Levy então se agarrou ao braço de Natsu –... Mesmo que ela esteja com ciúmes, vocês são irmãos... Então ela não pode ser sua mulher – provocou a loira –... Provavelmente minhas chances de ficar com você são maiores que a dela – surpreendeu o rosado.
Gray, mesmo surpreso, não estava conseguindo entender muita coisa do que estava acontecendo ali – Sobre o que eles estão discutindo afinal de contas?
Lucy – Essa infeliz! – viu como Natsu estava um pouco corado com a aproximação de Levy – Isso não pode estar acontecendo, uma garota ficando mais próxima do Natsu do que eu... E ainda por cima na frente dos outros... Na escola!
Levy abriu um sorriso de canto ao ver quão enciumada Lucy havia ficado.
Lucy – Eu... Eu também posso... Eu também posso abraçar o Natsu... – se aproximou do rosado – Eu... – antes que pudesse tocar o garoto que estava logo a sua frente, pode ouvir uma voz mais grossa lhe chamar da porta.
Sting – Lucy... O que está fazendo? – perguntou em um tom mais frio, fazendo a loira gelar – Achei ter ouvido você dizer que iria tomar água... Por acaso tem algum bebedouro aqui no terraço?
Lucy – E-Eu só vim ver se meu irmão estava precisando de alguma coisa – forçou um sorriso.
Sting – Entendo... – não acreditou – Então agora podemos voltar... – fez a loira andar em sua direção – Você estava dizendo algo sobre um jantar antes...
O pequeno grupo apenas viu Lucy deixar o local ao lado do loiro.
Horas depois, após o fim das aulas, Natsu, Wendy e Levy já estavam no portão de saída, prontos para irem embora, quando um carro parou ao lado deles na rua.
Jude – Natsu, vamos? – perguntou de dentro do veiculo, surpreendendo o rosado.
Natsu – Eu tinha me esquecido... – murmurou consigo mesmo.
Jude – Vamos, entre... Já estamos atrasados – o apressou.
Natsu olhou para o lado, vendo as duas garotas de cabelos azulados –... P-Pai, será que não podemos deixar isso para outro dia?
Jude – Scarlet não visitará a empresa outro dia Natsu – o respondeu.
Natsu – E-Então eu não... – foi interrompido.
Levy – Pode ir – sorriu – Wendy e eu sabemos o caminho.
Natsu – Não, mas... – novamente não pode concluir sua frase.
Levy – Nós vamos ficar bem – continuou a sorrir.
Natsu continuou a hesitar por alguns instantes, mas logo entrou no carro como Jude havia pedido.
Enquanto o carro se afastava, Natsu via as duas ficarem cada vez mais distantes.
Levy – Vamos indo – pegou na mão de Wendy.
Após alguns minutos, Levy e Wendy andavam tranquilamente, quando puderam perceber.
Levy – Essa rua é mais deserta... Apesar de ainda ter mais algumas pessoas, seria o ponto ideal para atacar os outros – pensou –... Como na maldição do Natsu... – sentiu uma mão pousar sobre seu ombro no mesmo instante, se virando completamente assustada.
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