SEXTA-FEIRA, 17 DE MAIO
5 ANOS ATRÁS
Você está na escola e é hora do intervalo quando sua professora a chama para conversar.
Nos corredores vazios, você consegue ouvir as vozes das crianças que brincavam do lado de fora do prédio.
— Querida, será que você poderia me fazer um favor?
— É claro, professora.
— Ah, eu sabia que podia contar com você! — A mulher de cabelos castanhos sorri aliviada, juntando as mãos em frente ao peito. — Você sabe quem é Kageyama Shigeo, certo?
— Sim! É o garoto quieto que senta ao meu lado, não é?
— Esse mesmo! Eu gostaria que você ficasse amiga dele. — Você fica surpresa e confusa com o pedido da professora. — Ele sempre é excluído pelas outras crianças, e mesmo quando tento enturmá-lo ele sempre acaba virando alvo de piadas.
— Eu entendo a sua tristeza, professora, mas… Por que está pedindo isso para mim?
— Bom… Você conversa com boa parte da turma, e além disso senta ao lado dele, acho que você conseguiria com certeza animá-lo!
Você fica receosa sobre aquele estranho plano da sua professora, porém os olhos castanhos cheios de expectativas enviados em sua direção a pressionaram para dizer sim.
A professora fica obviamente feliz com sua resposta, a mandando rapidamente de volta para o pátio, onde as outras crianças brincavam.
Agora seu objetivo era encontrar Kageyama Shigeo, algo fácil, já que ele sempre fica sentado na sombra das árvores observando os outros brincarem.
Você rapidamente o avista, e mesmo tímida decide se aproximar do garoto.
— Olá, Kageyama.
Você o cumprimenta com um sorriso, obviamente surpreendendo o menino que a olha nervoso.
— O-Olá...
Mesmo nervoso ele a responde, mas logo em seguida fica em silêncio novamente, observando você de maneira curiosa.
— Posso sentar com você? — Você pergunta.
Ele acena para você, que agradece ao sentar no gramado verde ao lado dele. O silêncio dura alguns minutos, tempo suficiente para você notar o suor que escorria pelo rosto do garoto. Ele parecia constrangido com você ali.
Procurando algum assunto, você avista os garotos que riam enquanto se divertiam com bolinhas de Gude, e é quando uma ideia surge em sua mente.
— Por que não brinca com eles?
Ele também olha para os garotos que você apontava com o olhar.
— Não acho que eles irão gostar…
Você fica surpresa.
— Por que pensa assim?
De início ele parece receoso em respondê-la, porém aos poucos ele acaba soltando as palavras.
— Eles não gostam de mim porque não consigo expressar minhas emoções…
— Não consegue? — Você o olha com uma das sobrancelhas levantadas. — Você tá querendo dizer como se… Não tivesse emoções?
— E-Eu não tenho certeza…
Você percebe que aquele garoto poderia ser mais complexo do que imaginava. Você já havia prometido para sua professora que iria ser amiga dele e que conseguiria fazê-lo se enturmar com as outras crianças, e você com certeza cumpriria aquela promessa, não importasse o quão estranho aquele garoto pudesse ser.
— Eu vou te ajudar nisso! — Uma animação repentina te preenche, a fazendo se levantar em um pulo que surpreende Shigeo.
— Me ajudar?
— Sim! Vou te ajudar a encontrar as suas emoções!
Ele fica obviamente espantado.
— E como vai fazer isso?
— Bem… — Você coloca a mão no queixo pensativa, percebendo que não tinha ideia de como faria isso. — Por enquanto eu ainda não sei, mas até lá vamos fazer você se enturmar com o pessoal! Talvez isso ajude!
Sem deixá-lo responder, você o pega pela mão, o arrastando até os garotos que brincavam com as bolinhas de Gude.
Graças a você os meninos aceitaram que ele brincasse, dês que você ficasse também.
Pela primeira vez você via Shigeo brincar com os garotos da sala, e isto a animava bastante. A sua professora com certeza ficaria feliz em ver que você estava conseguindo anima-lo.
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