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História O meu professor de química - Detenção


Escrita por: Bizzlerauhl

Notas do Autor


Como prometido, aqui está o capítulo! Boa leitura!

Capítulo 4 - Detenção


- Boa tarde, Will - Louis cumprimentou o porteiro com um sorriso amigável.

- Boa tarde, Louis - o homem respondeu. O cumprimentei com um simples aceno de cabeça.

Fomos para o elevador e Louis apertou no sexto andar. Enquanto subia eu presenciei o pior momento de silêncio que me lembro. No que eu estava pensando quando concordei em vir para a casa do meu professor de química?

- Que meias são essas? - Ouvi ele perguntar com curiosidade.

Minhas meias tinham ETs verdes neon desenhados em contraste com o preto e o comprimento dela ia até o meio da panturrilha.

- São de ETs. Gostou? - Perguntei animada e ele sorriu para mim.

- Gostei!

- Eu adoro meias.

- Sério? - Ele parecia não acreditar.

- Uh hum. Eu tenho várias! Tenho de unicórnio... - O elevador parou no quinto andar. - Tenho de bolo - as portas se abriram-, e tenho de - uma senhora de idade entrou no elevador - maconha.

Ela me encarou assustada, os olhos arregalados. Louis se engasgou com o ar e eu olhei para eles sem entender. Só então me toquei que a senhora entrou bem na hora em que eu dizia maconha.

Arregalei meus olhos, avançando para segurar o braço dela e dizer que eu não puxo fumo.

- Na verdade eu não fumo maconha - falei sem graça. - Eu não fumo nem uso drogas.

A porta do elevador abriu no sexto andar e Louis me puxou apressadamente para fora. 

Ele me puxou até uma porta, que indicava ser  apartamento 627 e me encarou, não aguentando e caindo na gargalhada.

- Você viu a cara dela de assustada? - Ele perguntou e eu gargalhei junto, mais ainda sem graça. Ele girou a chave na fechadura. - Bem vinda ao meu apartamento.

Ele me deu passagem e eu entrei.

- Obrigada.

Rodei os olhos pelo local, discretamente, e fiquei surpresa. Estava tudo tão arrumado, diferente do meu quarto. Não sabia que Louis era do tipo que não bagunçava.

- É lindo - elogiei.

O piso é porcelanato e as paredes são claras, tendo uma pintada mais escuro para contraste. É enorme. Logo na entrada damos de cara com a sala. Tinha um sofá - que parece ser extremamente bom para dormir - e na frente do sofá uma televisão enorme. Tinha um raque abaixo da TV com algumas fotos e coisas espalhados. No outro canto da sala, tinha a mesa de jantar. Tinha um pequeno corredor para a direita, imagino que se seguir encontre a cozinha. E um maior um pouco depois de alguns metros do sofá. E lá deve ter o quarto e banheiro.

- Obrigado. Fique a vontade, Malia. Quer beber alguma coisa? - Ele perguntou, jogando as chaves na mesa e estalando os dedos.

Só se for a sua saliva, pensei comigo mesma e em seguida reprimi a vontade de fazer uma careta. Isso foi nojento.

- Não, obrigada.

- Se quiser, pode ir lá na cozinha - apontou para o local onde eu supus ser. - Vou tomar um banho rapidinho e quando sair eu faço o almoço.

Assenti, sem graça. Eu o vi desaparecer no corredor. Suspirei, me jogando no sofá.

Que merda eu fiz. Eu sei, eu sei. Estou reclamando mas vim mesmo assim. Entretanto eu não tinha para onde ir. Lily está sabe deus aonde com a mãe, a minha mãe está em reunião, Niall e os garotos estão num treino maldito, e meu pai está em outro continente. Eu sei que não é tão ruim assim, mas eu não deveria estar no apartamento de um professor meu. Eu nunca fui na casa do Cameron, e nós somos amigos.

Devo ter pensado nisso por muito tempo, porquê fui acordada dos meus pensamentos por Louis.

- Você deveria tomar um banho - ele falou.

Me virei para olhá-lo e quase babei. Ele estava com os cabelos molhados, calça de moletom e uma camisa branca. Seus olhos azuis me olhavam com intensidade e em seus lábios, que tanto desejo, tinha um sorriso mínimo.

- Não quero incomodar - sorri sem graça.

- Se solta, Malia. Deixei uma roupa minha para você lá no banheiro. Acho que deve caber, é a menor que eu tenho - ele disse e eu ri -, além disso, é desnecessário ficar de uniforme o dia inteiro. - Argumentou.

O olhei com as sobrancelhas arqueadas.

- Tudo bem. Onde fica o banheiro?

- Primeira porta à esquerda - apontou para o corredor.

Caminhei até lá e assim que entrei, fechei a porta e me encarei no espelho. A verdade é que eu estou assustada. Quer saber, dane-se. Eu vou comer de graça e de sobremesa ainda vou ter a maravilhosa companhia do gostoso do meu professor de química. Muitas garotas da escola matariam para estar no meu lugar.

Tirei minha roupa e embolei-a no formato de uma bola. Entrei no box e tomei um banho rápido mas relaxante.

Me sequei ainda dentro do box e peguei a calça do moletom de Louis. Quando ia vestir, um estalo me vem à cabeça. Eu não tenho calcinha limpa. Dei de ombros, vestindo sem calcinha mesmo. Peguei meu sutiã e a blusa, vestindo. A calça é cinza e ficou um pouco larga em mim, nada que desse para notar. Já a blusa, branca com as mangas vermelhas, ficou um pouco mais folgada. Me olhei no espelho. Fiz uma pose. Fiz um bico. Sorri satisfeita. Fiquei legal com essas roupas. Agarrei o bolo de tecido que fiz e sai do banheiro. Guardei o bolo na mochila e segui para a cozinha.

- Que cheiro bom - falei ao ver Louis mexendo a colher de pau em uma panela.

- Ficou legal - ele disse observando suas roupas em meu corpo.

Fiz uma pose para ele, que soltou um risinho.

- Estou bonita?

- Sem dúvidas!

E então ele desligou o fogo e colocou a panela na mesa de vidro. Logo ele se sentou e eu me sentei junto a ele. Nos servimos e eu provei, curiosa para saber se ele cozinha bem. Senti um pedaço do paraíso em minha boca. Eu gemi em aprovação.

- Que gostoso, senhor Tomlinson! - Eu elogiei, abrindo os olhos para encará-lo.

Vi Louis piscar repetidamentes, como se espantasse pensamentos e então sorriu amarelo para mim.

- Receita secreta da família Tomlinson.

Eu olhei animada.

- Sério? Que legal! Minha família não tem nenhuma receita secreta.

- Não. Na verdade eu peguei no Google - ele disse e eu gargalhei. - O que mais você gosta além de meias?

Eu levei uma garfada a boca, mastigando pensativa.

- Eu gosto de foca-sereia. Se eu pudesse eu seria uma.

Ele me olhou sem acreditar, com um sorriso nos lábios.

- Sério? Nunca vi uma foca-sereia.

- Elas são muito lindas e fofas. Depois você pesquisa.

- Com certeza irei. Do que mais você gosta? De unicórnios?

Eu arregalei os olhos, engolindo em seco e sorrindo sem graça.

- Ah, eu não gosto de unicórnio.

- O que? Por que?

- Eu tenho medo.

- Você tem medo de unicórnio?

Eu assenti, risonha, mas na verdade eu estava envergonhada por revelar esse meu medo.

- Ano passado, quando o Cameron descobriu, ele colocou um unicórnio como papel de parede no computador dele e quando eu vi, eu chorei - não sabia ao certo porque contei a ele, mas contei.

Ele gargalhou.

- Eu pensei que você gostasse de unicórnios.

- Não, eu gosto de focas-sereias.

Ele riu outra vez. Levantamos da mesa e deixamos o prato na pia.

- Não precisa se preocupar, Cassie, a moça que me ajuda na limpeza, vem amanhã.

Eu assenti, agradecendo mentalmente por não precisar lavar louça. 

Fomos para a sala e Louis se sentou em um sofá e eu em outro. Me esparramei pelo sofá do meu professor, que me encarou divertido.

- Você quer que eu corrija a sua prova?

Minhas respostas ridículas vieram em minha mente e eu arregalei os olhos, disfarcei com um sorriso amarelo.

- Não precisa. Vamos conversar sobre filmes.

E então nós engatamos em uma conversa em que o assunto não seja prova.

Quando deu cinco horas da tarde meu celular apitou. Peguei e vi que Lily me mandou mensagem.

"Acabei de chegar em casa. Quero sair para comer; vamos?"

"Sim. Podemos ir no shopping? O perto do centro"

"Sim. Tô indo para lá agora"

Me virei para Louis, que procurava fotos de focas-sereias em seu computador.

- Senhor Tomlinson, posso te pedir um favor? - Perguntei mordendo meus lábios, o que eu iria pedir seria abuso.

Louis fez a mesma cara de hoje mais cedo. Piscou várias vezes como se espantasse pensamentos.

- Hã - ele me olhou atordoado. - Sim, pode falar - ele pigarreou, recuperando-se.

- Pode me levar no shopping aqui perto? Lily vai me encontrar lá - eu pedi, sem jeito.

- Tudo bem.

E então ele levantou e caminhou até à mesa, pegando as chaves.

Agarrei minha mochila e saí do apartamento junto a ele. Entramos no carro e logo estávamos no shopping, em menos de dez minutos.

Ele estacionou e me olhou.

- Obrigada por ter me levado em casa, obrigada por ter me levado para a sua casa, obrigada por ter me dado comida e roupa, que por sinal eu devolvo depois, e obrigada por me trazer aqui no shopping - listei as coisas e abri um sorriso fofo.

Ele gargalhou.

- Por nada, Malia. Eu me diverti bastante hoje.

- Eu também. Bom, eu vou indo. Tchau, senhor Tomlinson - agarrei minha mochila e saí do carro.

Ele abriu a janela do carro e me chamou. O encarei curiosa.

- Bom, aqui está meu número - entregou-me o pedaço de papel e encarou-me. - Pode me ligar sempre que precisar. - Olhou no fundo dos meus olhos com suas belas orbes azuis. 

Oh céus! Como eu desejo o meu professor de química.

Ele sorriu e eu me arrepiei ainda mais.

- Obrigada, senhor Tomlinson - eu falei atordoada e ele me lançou uma piscadela, subindo o vidro do carro.

Eu dei as costas e entrei no shopping quase caindo no chão. Ele soube me bagunçar direitinho. Respirei fundo, caminhando até a praça de alimentação. Assim que cheguei, Lily já estava lá. Eu a avistei de longe e caminhei até ela. Pedimos e conversamos sobre coisas sem importância. Ela me analisou melhor e então me encarou confusa. Nós andávamos pelo shopping encarando as vitrines.

- Por que você está usando as roupas do Niall?

Eu suspirei.

- Não são do Niall.

- São de quem?

E então eu contei a ela toda a história, nos mínimos detalhes, excluindo essa última parte, não era importante Lily saber que eu tinha o número dele.

- Não acredito que você foi para o apartamento dele! - Ela disse boquiaberta, com um sorriso nos lábios.

- Nem eu.

Ela então fechou o sorriso e arregalou os olhos. Eu encarei sua mudança de feição com confusão. Lily soltou uma gargalhada e então voltou a sorrir, dessa vez ainda maior.

- Malia, você percebe que essa calça é do arroba, não percebe? - Eu assenti, não entendendo a importância.

- O que que têm?

- Você está sem calcinha. Já pensou se ele usa calça de moletom sem cueca? - Ela perguntou maliciosa e eu parei para pensar.

Eu estou sem calcinha, se ele não usa cueca quer dizer que o pênis dele encostou no tecido onde minha vagina esta encostando nesse exato momento.

Arregalei meus olhos, olhando assustada para Lily, que gargalhou mais ainda.

Fiz careta, agarrando o tecido da parte em que encostava em minha intimidade e puxando para baixo.

 

 

 

- Niall você é irritante! - Eu gritei. Peguei o colírio do meu irmão e me abaixei, deixando-o no chão. Nós éramos o centro de atenção de algumas pessoas que estavam ao nosso redor.

Nossos amigos riram. 

- Você quem começou! - Ele atirou, pegando minha garrafa de água, abrindo e jogando um pouco no chão.

Estávamos na aula de física e várias pessoas estavam conversado.

Enraivecida, peguei seu estojo e o joguei no chão. A boca do meu irmão se abriu em "o".

- Ai, Malia! - Ele disse e então jogou os papéis que eu tinha em cima da mesa no chão, espalhando-os pelo o corredor de carteiras.

Ouvi risos.

- Eu não vou ajudar a arrumar isso, não - Zayn murmurou divertido, caminhando até mim e olhando para os papéis que se encontravam nos nossos pés.

Empurrei o caderno de Niall da mesa.

Niall pegou minha mochila. Arregalei os olhos e peguei a dele. 

- Eu vou virar...! - Ameacei.

- Eu vou virar também! - Ele retrucou.

Niall começou a virar minha mochila de cabeça para baixo.

- NÃO! Eu tenho uma calcinha aí, Niall. Não faz! - Pedi apertando a mochila preta dele ainda mais forte.

Os que estavam prestando atenção riram.

Niall arreganhou a mochila e de lá tirou uma calcinha preta com bolinhas rosas choque. Ouvi gargalhadas enquanto meu irmão segurava minha calcinha na altura dos ombros.

Lily engasgava de tanto rir ao meu lado.

O encarei de forma ameaçadora e virei a mochila dele no chão. Todas as coisas dentro caíram no chão. Papéis amassados, lápis, canetas sem tampa, as tampas de caneta mordidas... Tudo estava espalhado no chão.

Niall arregalou os olhos azuis, jogando a calcinha para Liam e vindo em minha direção. Ele suspendeu a mochila e a abriu, virando-a na minha cabeça. Senti as coisas caindo e ouvi um barulho de vidro se espatifando. Risos e mais risos. Depois vieram arfados em susto/surpresa. Tirei a mochila da cabeça ao mesmo tempo em que todos da sala olhavam para a nossa briga ridícula. O cheiro do meu perfume que fora quebrado por Niall invadiu as nossas narinas.

- Caralho! - Harry berrou boquiaberto.

Observei os cacos e então comecei a chorar.

- Não, não, não. Não chora, Malia! - Niall me abraçou.

- O que está acontecendo aqui? - A professora de física perguntou irritada. - O que vocês fizeram?! - Ela observou, perplexa, os papéis jogados no chão, a calcinha na mão de Liam e por último o meu perfume estilhaçado no chão.

- O Niall quebrou meu perfume - me controlei para não chorar.

- Desculpa, Malia. Eu te amo! - Meu irmão me apertou ainda mais em seu abraço.

- Prova! - Murmurei com a voz chorosa.

Ele correu para a mesa dele, pegando o seu caderno do batman e abrindo na cartela de adesivos.

- Aqui, o maior adesivo é seu - ele arrancou o adesivo do meio (que era o símbolo do batman) e me entregou. Colei na minha blusa.

- Tá perdoado.

A campa bateu e as pessoas foram saindo da sala.

- Vocês só vão sair quando arrumarem a sala. - A professora abanou a cabeça em negação.

- Como você quebrou o meu perfume então você arruma.

- O que? - Ele disparou incrédulo. - Você bagunçou também! 

Olhei para os meus amigos, pedindo para eles me ajudarem.

- Eu disse que não ia ajudar - Zayn disse olhando para o outro lado.

- Nem eu - Liam murmurou e então coçou a testa. Arregalou os olhos ao ver minha calcinha ali. - Toma - ele me entregou risonho e eu corei. Todos riram. Ouvi a risada da minha professora e corei mais ainda.

Catamos os papéis e arrumamos o que a nossa briga inútil causou. Nós começamos essa bobeira porque Niall jogou - propositalmente- meu estojo no chão após eu dizer que ele não sabia jogar bola.

- Vocês não tem jeito - Patrícia, a professora, murmurou para nós seis.

- A sala tá fedendo - Liam disse fazendo careta.

- EI! - Gritei de imediato, apontando o dedo para ele. - Eu uso esse perfume!

Ouvi risinhos de Lily e Harry.

- Mas você usa na medida certa - ele retrucou, segurando meu dedo e beijando a pontinha.

Lily arrotou alto. Todos viramos para olhar para ela.

A olhei incrédula. Assim como todos nós - inclusive a professora de física.

- Saúde, Lily! - Falei sarcástica.

Ela deu de ombros.

- Vamos? Tô com fome. - Ela saiu na nossa frente, com a mochila nas costas.

- Tchau, professora - Zayn disse ao sair da porta.

- Ei, ei! Gemêos Horan! Aonde vocês pensam que vão? - Ela perguntou com as mãos na cintura.

Todos nós paramos e a encaramos confusos.

- Vamos almoçar na casa do Harry. Quer vir, diva? - Niall abriu um sorriso brincalhão.

Nossos professores são jovens. A professora de física pertence a esse grupo. Ela é bonita e é bem gente boa. Já conversei muito com ela sobre coisas aleatórias.

- Te orienta, garoto! - Harry disse se fingindo de bravo. - A Patrícia é minha! - Harry caminhou até a professora e passou o braço pelo ombro dela.

- Sai daqui, moleque - ela retrucou com um sorriso nos lábios. - Vocês estão na suspensão.

- Mas o que eu fiz? - Harry perguntou chocado.

- Assédio, se não tirar o braço de mim - ela respondeu debochada, fazendo-nos rir.

- Assim você me magoa - ele disse fazendo uma cara triste.

- Detenção para os gêmeos.

- O que? Nós? Mas por que? Por que? - Eu e Niall perguntamos juntos. Trocamos caretas com desdém ao percebermos que dissemos ao mesmo tempo.

Nossos amigos e a professora riram.

- Vocês bagunçaram a sala e quebraram um perfume - ela respondeu simples. - Me acompanhem.

- É né... Vamos comer a lasanha da mãe do Harry. Mas não se preocupem. Mando fotos para vocês no privado - Zayn cutucou-nos provocativo. Ele sabe que nós amamos a lasanha da mãe de Harry.

- Mas eu tô morrendo de fome - Niall se virou para a professora.

- Vocês têm mais um tempo de aula antes de serem liberados.

- Eu guardo para vocês - Liam nos prometeu como um pai promete ao filho que vai voltar em certa loja.

- Tá bom - eu e Niall dissemos em uníssono.

Nos despedimos dos nossos amigos e fomos para a sala da detenção. Antes, nós passamos na diretoria para deixar relatado o que aconteceu na sala de aula.

Estávamos apenas eu e Niall sentados na sala da detenção. Senhor Tomlinson abre a porta e eu o encaro surpresa.

- Vim aplicar a detenção dos bebês - ele murmurou. Pela postura dele eu percebi que ele não queria estar na escola depois do fim das aulas.

- Ei, culpe o Niall - eu dei de ombros.

- Culpar a mim? - Ele se virou incrédulo para mim.

- Sim, você. Foi você quem jogou meu estojo no chão e quebrou meu perfume! - Eu o encarei brava.

- Você disse que eu estava perdoado! Eu te dei o maior adesivo do meu caderno!

- Eu sei. - Levantei a blusa até a barriga e mostrei o adesivo colado contra a minha pele. Eu tirei da blusa e o coloquei ali enquanto a gente ia para a sala da detenção.

- Ficou lindo - Niall sorriu para o símbolo do Batman em minha barriga.

Ouvi o professor pigarrear. Abaixei a blusa.

- Posso ir ao banheiro? - Perguntei a ele, que assentiu.

Passei por volta de dois minutos no banheiro. Aproveitei para fazer xixi e beber uma água. Quando voltei, Niall e Louis me encaravam com olhares entediados.

Sentei ao lado do meu irmão e nosso estômago roncou em sicronia. Meu professor soltou um risinho.

- Me empresta o seu celular? - Pedi para Louis.

Ele ele encarou confuso.

- Para quê?

- Para eu ver foto de comida.

- Cadê o de vocês?

- Gastei o meu 3G pesquisando foto de cachorro - lamentei.

Louis olhou para Niall.

- O meu acabou baixando os vídeos pôrnos que Zayn me manda - ele deu de ombros.

Eu gargalhei.

- Os vídeos do Zayn são só asiáticas! 

- Ele pira num olhinho puxado - Niall fez graça.

- Me empresta? - Perguntei novamente para Louis, que pensou por um instante e logo me entregou o celular.

Abri no Google e Niall se curvou sobre mim. Pensei em qual comida eu queria comer agora.

Lasanhas apetitosas.

Logo fotos de lasanhas apareceram. Eu choraminguei, sentindo minha barriga apertar.

Olhei para Niall e ele passava a língua nos lábios.

- Minha vez - ele puxou então o celular da minha mão.

Macarronada cheirosa.

E então fotos de macarronada saindo fumaça apareceram. Eu cliquei em uma e salvei. E assim que fazia sempre que via uma comida bonita.

Devolvi o celular a Louis.

- Salvei umas fotos de comida no seu celular - eu avisei.

- Falta quanto tempo para bater? - Niall perguntou.

- Vinte e sete minutos - o professor respondeu, entedeado.

- A gente podia brincar de abecedário - eu sugeri.

- Quantos anos você tem? Sete? - Niall retrucou irônico e eu dei cotoco para ele.

- Niall, vai ver se eu estou na esquina - vociferei irritada.

- Pensei que o seu turno só começava depois das onze - ele disse, venenoso.

É assim que nós, Horan, ficamos quando estamos com fome. Nós viramos bichos. Irritamos qualquer um que esteja na frente. Ficamos irritados com tudo e com todos e descontamos nas pessoas.

- E como você sabe disso? Decidiu trabalhar lá também? - Eu o olhei com os olhos faíscando de raiva. Meu irmão me enche o saco.

- Tá, acho que já deu, gêmeos - Louis tentou interferir.

- Não, o tanto que você gira a bolsa é o suficiente para me sustentar - Niall disse, ignorando nosso professor de química.

Eu voei em cima do meu irmão, fazendo-o cair da cadeira e eu em cima dele.

- Niall, cala a droga da boca! Eu estou com fome assim como você! - Eu apertei os ombros dele com força.

Niall piscou, me olhando arrependido.

- Desculpa, Malia. Tenho que parar de me descontrolar quando fico com fome e ser mais paciente. Você me perdoa? - Ele pediu baixinho.

Eu sabia que ele nunca falaria coisas assim de verdade. Eu suspirei assentindo. Niall agradeceu, eu rolei para o lado dele e deitei minha cabeça em seu braço, Niall passou o braço livre pela minha cintura e me abraçou.

- O que acabou de acontecer? - A voz de Louis soou incrédula.

Eu não consegui ver seu rosto, já que estava deitada no chão, de conchinha com o meu irmão.

- Não faz mais isso, tá bom? Eu fico magoada de verdade - eu sussurrei para Niall, que me apertou ainda mais em seu braço.

- Me desculpe, Malia - ele beijou minha bochecha delicadamente.

- O que vocês estão fazendo? - Louis perguntou um pouco irritado.

- Nós ficamos um pouco descontrolados quando estamos com fome - Niall disse. - Desculpa pelo o que disse, senhor Tomlinson.

- Não é a mim que você deve desculpas.

- Você me perdoa mesmo, Malia?

- Cala a boca, Niall. Já disse que sim.

- Vocês são tão carinhosos - Louis disse e mesmo não conseguindo vê-lo, sabia que ele tinha revirado os olhos. - Malia, levanta já daí.

Eu levantei e voltei a me sentar na cadeira. Louis me lançou um olhar intenso, que estava carregado de alguma coisa que eu não soube traduzir. Parecia que ele estava me brigando. Mas eu não fiz nada de errado. Ou fiz?

 

 

 

 

 


Notas Finais


O que acharam??? me contem!

Beijos da Clara que AMA vocês!


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