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História O Monótono Diário de Isaac - 24.06.18 - Domingo


Escrita por: lyanklevian

Capítulo 53 - 24.06.18 - Domingo


Fanfic / Fanfiction O Monótono Diário de Isaac - 24.06.18 - Domingo


De: [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Queria cantar alto, mas morro de vergonha

 

 

Olá, amiga! Era para eu ter falado com você antes, mas acabei ficando meio pra baixo, e me distraí com outras coisas (o Nick me apresentou ao jogo Don’t Starve - aí ferrou ← treco viciante). E aí veio a Jack e fez o milagre dela, porque demos um passeio na prainha (que na verdade é uma represa), e noite passada veio o Nick e fez o milagre dele (nada do que você está pensando, calma), e agora estou bem.

Muito bem!

Então… Naquela quinta eu falei para o Nicolas sobre o terreno, que eu queria ceder a ele para que aumentasse os negócios de flores, e tudo o mais. Eu pensei que ele fosse aceitar de cara, já que estava precisando. mas ele negou… E quando a Jack chegou do trabalho e expliquei minha proposta, ela também falou que não achava certo simplesmente usar o espaço cedido por mim. Ela perguntou “Você tem noção de que isso faria com que precisássemos modificar todo o terreno?”, e mesmo eu dizendo que “tudo bem”, não quiseram.

O Nicolas tentou explicar, mas… Eu estava meio de mau-humor. Sei lá, naquela hora senti como se fosse uma desfeita (e aí que eu fui me enfiar no jogo que comentei). Durante a sexta eu continuei meio quieto (eu não tinha nada para dizer… só esperava que ele voltasse atrás e aceitasse), e ontem a Jack decidiu acabar com isso e me chamou para sairmos. Achei engraçado que ela disse que o irmão tinha me monopolizado demais nos últimos dias, e que ela queria o cunhado “só para ela”. Então o Nicolas ficou estudando enquanto eu e a Jack pegamos o Gol e fomos para a represa. Eu imaginei que ela fosse naquele lugar que eu já conhecia (aqui em Vale do Ocaso), mas ela foi bem mais pra cima do rio, na divisa com Eloporto.

Lá o rio é mais estreito (ali não parece praia, tem jeitão de rio mesmo), com muitas árvores em volta. Tinha quiosques vendendo varas de pescar, e ela inventou de pegar uma (eu não quis - não sou muito fã de pescaria). Para mim, peguei um capuccino (daqueles com Ovomaltine, melhor coisa quente que já tomei) e fiquei sentado ao lado dela. Absolutamente quieto.

E a Jack começou a falar que gosta de ver o irmão dela e eu juntos, que sempre o via sozinho, e acreditava que ele fosse ficar solteirão pra sempre. Nessa hora ela deu um riso, como se estivesse lembrando de algo, e me contou: quando ela voltou do Canadá, o Nicolas chegou todo empolgado falando que tinham um novo vizinho, e falou todo empolgado sobre mim. “Naquela hora eu percebi que aí tinha coisa”, ela disse. “Mas naquela época, nem meu irmão tinha noção disso…

De acordo com ela, o Nicolas só começou a notar quando ela fez uma brincadeira (nem tão brincadeira assim) dizendo que “da forma como ele falava de mim, parecia um bobo apaixonado”. Enquanto a Jaqueline falava isso, quem ficou bobo fui eu. Dava a impressão de que ela estava tentando quebrar meu gelo (porque eu estava emburrado, confesso). Ela até colocou uma flor na minha cabeça e tirou uma foto pra ver se eu ria um pouco.

Não funcionou.

E ela continuou tentando me deixar mais “de boa”, conversando sobre vários assuntos. Do jeito que ela falava, não havia peixe que chegasse perto (que eu saiba, tem que se fazer silêncio para pescar, não é?). Até que ela finalmente falou: “Vai, Dáqui… Desembucha logo”.

Ufff… Nessa hora eu respirei fundo e comecei a falar.

Como eles podem simplesmente pensar que usar meu terreno é “se aproveitar” de mim? Poxa, eu estou na casa dele já tem dias! Comendo da comida deles, usando a água deles para o banho, e ainda por cima a Jack às vezes passa minhas roupas (nem eu passava em casa, por que ela se dá ao trabalho?). E eu, que causei toda essa dor de cabeça pra todos com essa história de hospital e recuperação, não sabia nenhuma forma de agradecer… E quando encontro a maneira perfeita (uma que sei que vai ajudar os dois) eles simplesmente rejeitam?

Puta que pariu, é claro que eu estava nervoso. A Jack ficou me olhando meio surpresa, porque eu estava colocando tudo isso pra fora, e acabei lacrimejando enquanto falava. Era como se eles não quisessem gratidão. Eu entendo que eles não querem nada em troca, caramba. Entendo mesmo! Mas o que eu ofereci não se tratava de um pagamento.

Puta que pariu, minha intenção não é MESMO que seja encarado como pagamento!

Era outra coisa, mas eu não conseguia falar.

Não é fácil quando a gente simplesmente reconhece essas coisas.

A verdade era que eu não aguentava mais ficar sozinho! Eu não quero voltar para um Pântano dos Mosquitos vazio depois desse período com eles. Eu saí do inferno da casa de meus pais, e fui para a calmaria de minha casa. Me recompus… E depois daquele incidente estou passando um período num céu, e ter que deixar para trás isso me dói demais.

Eu não quero…

Não quero ficar sozinho de novo…

Não quero…

E ao ceder meu espaço para eles trabalharem nos vasos, ao menos sinto uma conexão maior. Dessa forma eles estarão sempre por lá, e o casarão não vai mais ser apenas uma coisa lúgubre e sombria…

… E foi isso que eu falei pra ela. Tudo isso. Eu não queria ter chorado na frente da Jack (me senti um fraco ridículo). Mas acho que pelo menos fiz com que ela compreendesse.

Quando finalmente olhei pra ela, recebi um abraço. A Jack veio tão inesperadamente e me apertou tão forte que quase não consegui respirar.

Ela estava chorando… E me pediu desculpas…

Droga. Não era o que eu queria. Eu não tinha dito aquilo tudo para que ela sentisse alguma culpa. E então ela me olhou com aqueles olhos quase iguais aos do Nick (mas com delineador e rímel, e um ar mais fraternal), e sorriu, secando o rosto.

Você quer mesmo que a gente aceite sua oferta, né?

Não é que eu queira, Jack… Eu preciso que aceitem. Por favor

E ela ficou pensativa. Olhou para a bóia de pesca que estava parada no rio, e depois veio a proposta: “Aceito com uma condição… Se você estiver junto com a gente nessa”. Eu não entendi na hora, mas depois ela explicou que, se eu fosse um dos cuidadores das plantas (porque eles iriam precisar de ajuda), ela aceitaria, porque seria como um tipo de sociedade.

Ela sabia que eu tinha acabado de conseguir um emprego estável no escritório (e o negócio de flores dele é uma aposta incerta, nem sempre ganham o suficiente), então ela ficou com receio. Achou que a ideia dela, de eu ajudar ativamente no negócio de plantas, me tiraria de “meu caminho”.

… Era sério o que ela tinha falado? Me tirar de meu caminho? Aquele escritório cheio de gente que me olha feio e só me manda pagar contas e pegar almoços? Que caminho eu tenho ali senão o do tédio ou o da loucura?

Vem cá, amiga… Eu converso com você faz… o que? Dois meses, já? Você me conhece bem, e sabe que eu não tenho porra nenhuma de ambição na vida. Sou um Zé Ninguém, uma minhoca perdida, procurando um pedaço de terra para não ser esmagado. Depois que eu conheci os gêmeos, e principalmente agora que consegui me aproximar do Nick, tudo o que eu quero é estar com eles (eu sei, é ridículo eu ser como sou, mas digamos que não fui muito incentivado a alimentar “sonhos”).

Eu falei isso para a Jack. E ela perguntou “Então, qual sua resposta?”. E eu só falei isso: “Me ensine tudo o que eu preciso saber”.

Os olhos dela brilharam, e ela soltou um grito. Levantou de um pulo, me puxou para que eu levantasse também, e fez um “High five” gritando “Parceiros!” (os pescadores por perto olharam feio pra gente).

 

Eu…

 

Estava…

 

Flutuando.

 

A sensação foi quase semelhante a quando o Nick me pediu em namoro. Sério, amiga. Mesmo agora enquanto de escrevo, estou meio fora do ar!

Quando voltamos, na tarde de sábado, encontramos o Nicolas dando bronca no Lucas (parece que ele encontrou uma caixinha de anéis da Jaqueline enquanto o Nick estudava). E, enquanto o pingo ia se encolher no sofá, eu e a Jack contamos a novidade de parceria para ele.

Para ele entender “como raios eu tinha virado a cabeça de Jaqueline Belson”, tive que acabar contando pro Nick também como eu me sentia (sobre a solidão), e ele também pareceu ficar sem jeito. “Se for assim”, ele disse. “… Se ele for realmente fazer parte do negócio, então acho que não sentirei culpa em aceitar o espaço”. Nessa hora eu dei um pulo que eu não sei se poderia ter dado, e dei um soco no ar.

Acho que eles perceberam, pela minha felicidade, que aquilo era mais importante para mim do que deixei transparecer.

De fato, é.

Daquele momento até a noite de ontem não aconteceu nada de mais. Na hora de dormir, o Nicolas sugeriu mais uma vez a “festa do pijama” (não só o Lucas, mas eu também amei a ideia). Só que, como ele ainda estava lendo um livro para a prova de semana que vem, me deitei no colchão com o pinguinho, e acabamos dormindo antes do Nick. Depois de um bom tempo, despertei com o Nick deitando atrás de mim, e me abraçando para dormir também.

Huuaaaa! É isso que falam sobre dormir “de conchinha”? Eu achava algo tão bobo, mas… Meu Deus, é bom demais! Eu estava MESMO nas nuvens! Eu não demonstrei que acordei, porque eu estava realmente com muito sono, então só fiquei reparando o que ele fazia… Se acomodou, teve todo o cuidado para deitar BEM perto sem me acordar (sem saber que eu estava de olhos fechados, prestando muita atenção), e passou uma das mãos por cima de mim, me abraçando. Beijou minha nuca, e sussurrou “Boa noite, Zak”.

Ah… Amo tanto esse homem que…

Putz, nem tenho mais o que dizer…

 

 

Hoje cedo eu e a Jack fomos até minha casa para dar uma olhada no que vai ser necessário para aumentarmos o negócio dos gêmeos. Ela ficava andando, olhando e anotando numa prancheta o que observava (eu tentei ver o que ela escrevia, mas descobri que a letra dela é meio ilegível, hehehe). Enquanto isso perguntei o nome do negócio deles, como eles divulgavam, essas coisas.

Acabei descobrindo que eles não tinham nada. Apenas faziam as mudas, preparavam os vasos e entregavam para o Marcus quando elas estavam boas para venda. Não tinham uma marca, nem nada. E quando eu comecei a falar disso, a Jack se empolgou. Inventamos uma porção de nomes babacas, zoamos até enjoar (eu parecia estar bêbado, de tanta bobagem que falei), mas no fim chegamos a um consenso: “Belson Flora”. Nada mais justo, nada mais simples, e nada mais belo.

E agora estou aqui, sentado no sofá mais macio do mundo, olhando o Nicolas fazer outra prova simulada enquanto a Jack assiste aquela série de chefs de cozinha, na Netflix. Ele está cada vez melhor com os resultados… Se continuar nesse ritmo, com certeza meu namorado passa na facul (a prova é domingo que vem).

 

Bom! Vou enviar esse e-mail a você, e começar a anotar umas ideias para a “Belson Flora”. Começar desde já com meu novo empreendimento com meus “sócios”, hehe.

Ok, não é algo tão formal assim. Não tem sociedade, nem nada, mas…

 

AH, TO FELIZ, deixa eu falar sócios, mesmo! Hahaha! Até a Jack me chamou de sócio agora a pouco. ^_^

 

Eu tô dando risada de bobeira aqui na frente do PC (sem fazer som, é claro… não quero que eles notem o doido varrido que arranjaram pra trabalhar com eles).

Amiga, sorte para mim e para você! Te desejo uma boa noite, e bons sonhos!

Ye

Ye

Ye

Ye… Quero cantar!

Vou pegar meus foninhos pra rodar um som sem encher o saco de ninguém.

Beijos, amiga!

Agora fui. =D


Notas Finais


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