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História O Monótono Diário de Isaac - 12.07.18 Quinta


Escrita por: lyanklevian

Capítulo 58 - 12.07.18 Quinta


Fanfic / Fanfiction O Monótono Diário de Isaac - 12.07.18 Quinta


De: [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Meu Pântano é frio, escuro e solitário =/

 

 

Boa noiteeee! Aaaahhh, odeio ficar tanto tempo sem falar com você, amiga!

Eu não imaginei que ser sócio de um negócio dava tanto trabalho. Tenho estado mais atarefado do que na época do escritório! Maaasss, não estou reclamando. É só que fiquei tempo demais sem escrever aqui, e não gosto disso (está difícil digitar, minhas mãos estão congelando).

Eu tenho aprendido algumas coisas básicas sobre o cuidado com as plantas. Como a Jack e o Nick ainda estão nos últimos dias de trabalho deles (no escritório e no mercado) eu acabo tendo que fazer algumas coisas práticas, conferindo os vasos e regando (ainda não automatizamos isso… o sistema de irrigação iria ficar caro para esse início).

Sabe de uma coisa? É legal mexer com isso (colocar a mão na terra)… Fico boa parte da tarde aqui fora, no meu quintal, tomando o sol morno de inverno. Acho que dentro de algumas semanas vou até estar com uma cor melhor do que a de lagartixa, hahaha (é sério, eu não era de sair para nada)!

Ah, e falando em “meu quintal”, eu estou de volta ao Pântano dos Mosquitos. Naquele dia que eu tirei os pontos eu já sabia que teria que voltar para minha casa. É claro que não foi imediato. Eu comentei com você já, não foi? Os gêmeos não queriam que eu voltasse para ficar sozinho aqui.

Mas olha só: eu estava no quarto do meu namorado enquanto ele estava dormindo no chão da sala. Isso simplesmente não está certo…

Eu pensei em “juntar nossos cobertores”, dormirmos juntos, mas sinto como se esse fosse um passo muito grande (e eu não iria ter a cara-de-pau de sugerir isso – eu precisaria estar bêbado para tal). A gente se dá super bem, agimos como namorados quando estamos juntos, mas tem algumas coisas que ainda parecem mesmo um salto longo que não sei se posso dar.

Mas não vou negar: eu fico fantasiando a gente numa cama de casal. Indo dormir e dizendo “vamos para nossa cama”… E não dormindo (se é que me entende, hehe).

Quando ele me pediu em namoro, eu ainda estava no hospital. E quando saí de lá fui direto com os Belson. É estranho acordar e não tê-los para dar bom dia, nem para tomarmos juntos o café da manhã. Mesmo eles estando ao lado, sinto um vazio que não gosto de admitir.

Quando eu morava com meus pais, eu ficava mais com a Hellen do que em casa (se bem que nos últimos meses ela mudou muito por causa do namorado e da faculdade, e parei de vê-la – tive que optar por me fechar em meu quarto).

E, falando na Hellen, recebi essa semana uma mensagem dela. Disse que encontrou com minha mãe no mercado e ao perguntar por mim ficou surpresa por eu ter mudado de cidade (pois é, não avisei ninguém que estava vindo… eu não queria correr o risco de alguém fazer eu pensar duas vezes). E de acordo com ela, minha mãe falou que eu “traí e envergonhei” a família toda.

Como a Hellen já sabia sobre mim, não ficou surpresa com a atitude da minha mãe (ela sempre dizia “sinto tanto por você”). Ela sempre comentava que, do jeito que meus pais são, não iriam levar numa boa (eu sempre soube que ela tinha razão). A parte ruim foi quando ela disse que eu a abandonei naquela cidade. Não gostei muito disso… Fez eu sentir realmente uma certa culpa.

Mas antes mesmo, quando eu ainda morava na antiga cidade, ela já estava me dando uma atenção mais distante. Ela fez uma galera de amigos na faculdade e começou a namorar um cara meio estranho (mal-encarado, andava com uma turma encrenqueira). E eu, que era só “o amigo gay”, fui ficando para trás (já que eu não me entrosei muito com o pessoal dela). Como um acessório que não serve mais.

Tem uma coisa que eu não te contei ainda: a Hellen meio que gostava de mim, quando a conheci. Mas ela percebeu que não ia dar em nada. Ela só foi me revelar isso vários anos depois. E na mensagem que recebi essa semana a Hellen dizia que não está muito bem com o namorado, e que sentia falta de nossos momentos de “dupla dinâmica”.

Foi estranho ler isso depois de mais de um ano de desdém e afastamento. Não sei se devo encarar isso com o copo meio cheio, ou meio vazio.

As opções:

Meio cheio: Ela percebeu que sou um bom amigo e quer voltar como era antes (mesmo que seja quase impossível).

ou

Meio vazio: Eu sou “o resto” que só é lembrado quando não há mais opções.

Eu imagino que você, com sua sabedoria que sempre demonstra nos meus sonhos, diria que a primeira é a correta. Mas não é como me sinto…

E fiquei pensando “Será que um dia a Jack vai fazer isso também?”. Mas, ela já tem uma turma de amigos, e já é bem mais velha do que a Hellen na época (minha cunhada tem 24 anos – quase 25)… E sempre me tratou como um membro da família (desde o dia em que a conheci, na frente da casa das flores).

É, acho que ficar sozinho nessa casa de madeira escura me dá pensamentos estranhos. Faz eu ficar mais “Isaácula” e menos “Dáqui”.

Ah, sim. Eu não te contei ainda (quanta coisa que ainda não te contei! O_O). É que, como esperado, o Nicolas passou na faculdade de Engenharia de Alimentos! O gabarito saiu nessa segunda-feira, no site da Universidade de Eloporto. De mais de 350 aprovados no curso do período dele, o Nick ficou em 27º!!! Nossa, isso foi demais (não bastou passar, tinha que ser com estilo! haha). Nesse dia, eu ainda estava com eles. Era de manhã, e eu estava arrumando a cama quando ouvi um “Uhhul” vindo da sala. A curiosidade levou não só a mim, mas a Jack para lá também.

Quem estava mais perto era a Jack, que se espichou para o computador dele, tentando ver do que se tratava a comemoração. Ele largou o PC de lado e meio que dançou com ela. Quando ela ia chamá-lo de doido, ele começou a cantarolar “Eu passei na faculdaaa-de! Eu passei na faculdaaa-de!”, e quando o Nick me viu, parou de rodar a irmã e abriu aquele sorriso. Veio até mim, me abraçou e disse “Foi graças a sua insistência e seus simulados… Nem sei como agradecer, Zak”. E ele me deu um selinho molhado e de-li-ci-o-so… (a Jack já está se acostumando a ver isso, mas antes ela dava um gritinho de emoção e falava “ah que fofo” – sim, eu ficava super sem jeito).

Com isso, meu namorado (e mais novo sócio) vai começar a se especializar naquilo que gosta. E falando nisso, ele já comprou sementes de tomates, e vai começar as plantações assim que chegar mais material (vamos trabalhar com flores de um lado, e alimentos naturais do outro).

Neste momento estou na varanda do meu quarto, que fica no andar acima do térreo (eu chamo de primeiro andar, mas o Nick insiste que este é o segundo…). Se está frio? Sim! Estou com uma camiseta, uma blusa de lã e outra de poliester forrada por cima (e luvas, daquela que não tem as pontas dos dedos). Mas, sabe de uma coisa? Este está sendo o inverno mais aquecido que estou passando em minha vida. E não falo de temperatura em ºC… É que, em vinte anos, não me lembro de uma noite estrelada (e gelada) ser tão bonita e de ter sons e perfumes tão bons. E outra coisa que faz eu me aquecer é que posso ver daqui a luz da sala dos Belson.

Saber que não estou só no mundo… Entende?

Eu mandei uma mensagem pro Nick agora a pouco, brincando com ele. Falei que está tarde para estudantes estarem acordados. E aí vi ele colocar a cabeça para fora da janela, ao longe… E veio a mensagem em meu celular “E está frio demais para um mocinho que ainda está em recuperação ficar sentado na varanda…”.

Ao longo do dia fazemos bastante disso: mandar mensagens. Mas tento não ser meloso, nem nada do tipo. Não quero afastar meu recém conquistado namorado, hehe.

É verdade que eu ainda não falei que o amo… E sempre que penso nisso dá vontade de correr lá e gritar essas três palavras bem alto: “Nicolas, eu te amo! Nicolas, você é o homem de minha vida!”.

Mas fico só na vontade, por enquanto.

Ah, e tem mais uma coisa para te contar.

Aquela segunda-feira (quando ele ficou sabendo que foi aprovado) foi minha última noite lá. Eu expliquei que tenho minha casa, e que sentia falta do meu quarto (não é de todo mentira… eu estava realmente sentindo que atrapalhava ao ficar no quarto dele – já teve vezes de ele evitar pegar algo com medo de me acordar). E, como era a “saideira”, perguntei se ele dormiria lá no quarto (o dele), comigo.

Ele nem piscou antes de dizer que “sim”.

O colchão que estava na sala foi levado para o quarto. Eu insisti para que ele dormisse na cama dele, com o colchão dele, e ele aceitou. Deitou lá, e desejou boa noite. Mas em vez de se virar e dormir, ficou me olhando (eu estava em meu colchão, no chão, olhando de volta).

Era estranho ser observado por ele, por isso comecei a rir (e ele riu junto, fingindo não entender do que eu estava achando graça – tudo isso tentando não fazer muito barulho, pra não chamar a atenção da Jack). E então eu comecei a tentar fazer cócegas nele. Resultou que eu não sei fazer cócegas em ninguém além do Lucas (vish, esse aí começa a rir só de colocar a mão perto).

Num dado momento ele acabou caindo “sem querer” da cama dele, em cima de mim.

Ahh, Deus… Nessa hora paramos de rir, e nos olhamos. A gente não estava excitado, nem nada. Era realmente um momento diferente, sabe? Não era uma sensualidade, e sim uma magia única… Eu só queria olhar para os olhos dele, para a boca dele… E reparar nos cílios, nos poros da pele, no nariz, e na barba rala que ele nunca tira por completo.

Eu queria apenas admirar. Amá-lo com os olhos. E ele pelo jeito quis o mesmo, pois deitou do meu lado, e ficou acariciando meus cabelos sem falar nada.

Aquilo foi um momento fora da realidade. Não existia nada além de nós. Era mágico e ao mesmo tempo estranho (mas um estranho bom), porque enquanto estávamos daquele jeito era como se nada mais importasse. Não tinha preocupações… Nem passado, nem futuro.

Apenas aquele momento.

E a gente acabou adormecendo daquele jeito, um de frente para o outro, no meu colchão. Ambos com minha coberta, emaranhados, sentindo a respiração um do outro…

… Agora posso dizer, com certeza: aquilo era a felicidade plena. Sem receios, sem medos, sem nada além da presença dele.

E no dia seguinte foi muito bom acordar primeiro e poder vê-lo dormindo durante alguns minutos…

Em minha mente, eu o fotografei. Não ousei me mover para pegar meu celular, eu apenas queria admirar o que tinha em frente. Guardar na memória do coração, sabe?

E quero poder ter essa visão todas as manhãs, algum dia. Quero acordar sempre com ele, e tê-lo me abraçando por trás durante a noite, e…

… acordando daquele jeito.

É que eu me virei para o outro lado (o Nicolas ficou nas minhas costas, tipo “conchinha”) e com isso percebi que ele estava duro, mesmo durante o sono.

Bem, é normal acordar assim (acontece quase sempre comigo, quando estou com a bexiga cheia), mas… Por mais normal que seja, sentir aquilo me cutucando lá atrás fez um fuzuê na minha mente.

Eu me aproximei mais, e acho que foi esse movimento que acordou meu namorado. E depois de um “bom dia” manhoso e um beijo no pescoço, ele se ligou que estava numa posição bem comprometedora… Começou a pedir desculpas, mas eu olhei para ele de um jeito que deve ter sido o suficiente para ficar claro que “estava tudo bem, e eu estava curtindo”.

Até demais.

Com isso, ele começou a roçar em mim, bem devagar…

… Ah… Como aquilo foi gostoso. Estávamos ambos completamente vestidos, mas mesmo assim sentir aquele movimento em mim ascendeu minhas fantasias. E ele sussurrou meu nome, e falou que daquele jeito seria difícil aguentar.

O que eu fiz? Me virei para ele, e o toquei… Desta vez eu não estava bêbado, nem nada. Com minhas mãos, comecei a masturbá-lo, e logo ele começou a fazer o mesmo em mim. Enquanto isso, nos beijamos…

Foi simples, mas foi excelente. Sinto como se estivéssemos nos conhecendo em um outro aspecto, sabe? Sempre me passa pela cabeça que ele talvez esteja usando essas brincadeiras para se acostumar comigo (com o fato de eu ter um “algo a mais” ali).

Bem… O resultado disso foi uma sujeira que eu acabei limpando em meu lençol (está no varal até agora, pegando sereno… esqueci de dobrar).

E foi nessa terça que voltei para minha casa. Ele me ajudou a trazer meu colchão (e brincamos mais um pouco no meu quarto, dessa mesma maneira).

Cada vez mais tenho vontade de fazer coisas assim com ele. Eu quero ter minha primeira vez, mas não quero que seja algo que aconteça no calor do momento e de qualquer jeito (eu sei, sou cafona, quadradão, bla bla bla). Ele tinha falado sobre irmos a um motel, então… Vai ser bem melhor assim. É que por aqui não temos uma privacidade segura… Minha casa já virou terreno de Belson (eu dei uma cópia da chave aos dois, e eles fizeram o mesmo para mim), e por isso sei que nem aqui, nem na casa deles é um bom lugar (não quero correr o risco de ser visto – nem ouvido – acidentalmente pela minha cunhada).

Oh, e mais uma coisa: amanhã (sexta à noite) vamos sair em comemoração da aprovação do Nicolas no curso. Não seremos apenas nós dois: a Jack e o Jonas (namorado dela) vão junto, e parece que vai ter dois casais de amigos “das antigas” do Nicolas também (da época do ensino médio dele). Ainda não tenho certeza de onde vamos. A única certeza que tenho é: vou te contar tudo depois!

Eu até agora não conheci nenhum dos amigos do Nick. Confesso que estou meio apreensivo, mas ele garantiu que são gente boa (fiquei curioso para saber se eram amigos da Sônia também, mas fiquei morrendo de vergonha de perguntar).

Bom, está realmente frio demais (acabei de medir 4,9ºC aqui fora). Minha respiração está condensando ao sair do nariz. Vou te mandar este e-mail, entrar e tomar uma xícara de chocolate quente (que o Nick me ensinou a fazer, com Maizena).

Querida amiga, linda, diva e deusa de meus pensamentos (sim, eu penso em você – principalmente quando sumo por uma semana) desejo um excelente final de semana!


Notas Finais






Hey, readers! Peço desculpas pelo sumiço...

Passo bem, mas estou numa fase complicada... E nosso tio Dáqui acabou sofrendo junto.



Fora isso, gostaria de pedir que me sigam no Twitter. De vez em quando eu posto lá umas bobagens que não tem em mais nenhum outro lugar, hehehe.

https://twitter.com/LyanKLevian



Abraços e beijos!


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