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História O Mundo de Linf - Capítulo II


Escrita por: HDreams

Capítulo 3 - Capítulo II


A aldeia era simples. Casas de madeira, alguns corretos para a recitação de poemas e canções de amor para as elfas. Elfos muito melosos, urhg. Crianças brincando e fazendo suas travessuras, pessoas fazendo seu trabalho para sustento e manutenção da aldeia.

Alguns domadores de unicórnios, hipogrifos e dragões, cada um para classes diferentes de elfo. Meu pai possui os três e o cavalo pois é um general renomado e bla bla bla.

Reviro os olhos quando eu vejo os animais e as pessoas que notam a nossa presença reverênciar, meu pai acente para cada um com um sorriso. Ele consegue sorrir olhando a paz na nossa aldeia, não o vejo sorrir muito ultimamente...
as discussões com o mundo negro devem estar difíceis.

Ele para para conversar com o chefe da aldeia e eu desço do cavalo bem devagar para ele não perceber

— Linf! — Ele fala sério. — Onde está indo?

— Vou pra casa. Irei preparar um chá para o senhor — Mostro a sacola, que está presa na minha cintura, com as ervas pro chá. — Para quando chegar em casa tomá-lo e ir logo descansar, deve está cansado — Sorri.

— Hmm — Ele se endireita no cavalo e abaixa um pouco para falar no meu ouvido, me aproximo.
— Faça uns biscoitinhos também, aqueles com flores de cerejeira...
— Dou uma risadinha e ele dá um sorriso de lado.

— Sim, senhor — Bato continência, imitando seus soldados.

Me viro e ando na direção de nossa casa.

— Tenha cuidado, Linf! — Grita quando estou um pouco longe, me viro.

— Tá! — Aceno para ele, mas quando viro de volta uma carruagem passa bem a minha frente e congelo, depois da carruagem passar correndo feito um foguete, me viro novamente.

— Ops! — Sorri e ele faz cara feia.

— Mais cuidado, Linf — Ele coloca a mão na testa e balança a cabeça negativamente.

Olho em direção onde a carruagem foi e vejo que ela bateu numa árvore há alguns metros à frente.

Corro até lá e percebo o amontoado de pessoas, suspiro e vou tentando entrar no meio delas para ver o que aconteceu e escuto vários sussuros

— Que horror... — Vejo mulheres colocando a mão na boca, chocadas.

— Nossa! Será mais um aviso? —
Homens com braços cruzados observando do alto.

— Será que foram os humanos ou o lado negro? — Grupinhos de pessoas se formam e os sussurros aumentam.

Enquanto eu peço licença baixinho tentando passar, tropeço em algo e caio de frente para uma cena horrível e triste: Unicórnios sem seus chifres e cheios de cortes caídos no chão quase sem vida e energia pela falta dos seus chifres.

A carruagem destroçada, dividida ao meio pelo impacto da árvore. Uma elfa e dois gnomos mortos dentro da carruagem com furos fundos no pescoço e cortes profundos do ombro até a cintura.

Coloco a mão na boca horrorizada, até que vejo algo se mover atrás da carruagem. Me levanto rapidamente e pego minha adaga, me aproximo e escuto quase como um sussurro, pedido de socorro.

— Curandeiras! Ajudem aqui! — Me
viro para chamá-la e vejo o que está pedindo socorro.

Não nego ajuda a quem seja, vejo que é um gnomo, deve ser um dos servos. Pego sua mão com cuidado e o puxo, ele grita de dor e vejo a causa do seu grito, um furo do lado de sua barriga feito por uma tora de árvore.

— Calma, você está a salvo, seja forte mais um pouco — Ele concorda e logo chega as curandeiras com a maca e os homens ajudam a retirar os mortos de dentro da carruagem.

Guardo minha adaga no bolso do lado da minha coxa.

— Senhorita Linf — Me viro.

— Sim, senhor Gordon? — Ele mostra um cesto que tem um pano roxo cobrindo.

— Estava com a elfa, ela era feiticeira, estava com uma barreira amarela ao redor do cesto mas quando tocamos a barreira se desfez. Ela era amiga de seu pai —
Por isso os Unicórnios...

Puxo um pouco o pano por cima e já escuto um bocejo.

— Coitado... — O pego no braço e o balanço um pouco.

— Sim... O que faremos? — Ele olha o bebê em meus braços com pena, logo olhando para mim novamente.

— Veja se há alguma mama de leite ou uma mãe amamentando e as convença a cuidar dele por um tempo. Se preciso eu pagarei mas não o deixe desprovido de ajuda —
Beijo-o na testa, coloco-o no cesto e o cubro com o pano.

— Ninfas, venham até mim —
Sussurro e vejo uma pétala de flor pousar no meu ombro e uma pequena ninfa surgir debaixo.

— Sim, Linf? — Uma voz fina e doce me responde.

— Olá, Plini. Eu quero que vigie esse bebê, vou querer saber o que aconteceu com ele mais tarde —
Escuto o barulho do vento e a pétala voa novamente.

Senhor Gordon sorri e leva a cesta para perto de algumas mulheres que olham preocupadas e logo levam pra dentro de uma casa.

Sorri e meu pequeno sorriso se desfez quando vejo os unicórnios arfando a procura de ar. Vou em suas direções e abaixo, toco onde um dia foi seus chifres e uma lágrima cai.

Quando os sentimentos dos unicórnios me invadem, passo cada mão em seus dorsos e eles respiram mais devagar.

— Vocês realmente querem isso?Podemos... podemos usar magia... eu posso usar minha magia para tentar fazer outros... — Falo com esperança mas eles negam com a cabeça e me olham tristes.

— Tudo bem... — Pego minha adaga que estava na minha coxa e sussurro. — Os céus nasceram, na terra viveram, e para os céus voltaram, oh! Criaturas de luz pura, peço que vão em paz e sem nenhuma culpa que houvera em sua vida — Abaixo a adaga até o coração de um dos unicórnios.

Ele assente, fecha os olhos e abaixa a cabeça.

— Me desculpe — Lagrimas começam a cair e enfio a adaga um pouco abaixo de seu pescoço e a giro.

Ele faz um barulho final e o brilho de sua crina e cauda azuis se vão, virando um cinza opaco. Limpo as lágrimas e viro para o outro unicórnio que já está com a cabeça no chão.

Sussurro novamente, antes de eu pegar outra adaga na outra coxa. Ele coloca o focinho na minha mão e manda uma mensagem na minha mente com o que parece ser sua última força de energia...

"Obrigado"

Lágrimas caem sem parar, sorri triste e faço carinho em seu focinho.

— De nada — Passo a mão em seu dorso como um carinho final.

Ele coloca a cabeça novamente no chão e fecha os olhos, enfio a adaga novamente no mesmo local e a giro, o brilho verde de sua crina e cauda se vai também e vira o cinza opaco.

Me levanto lentamente, vejo eles virarem purpurina cinza, um pequeno redemoinho se formou em minha frente e depois se tornou uma brisa na qual roçou em minhas bochechas e levou meus cabelos ao vento.

Levanto a cabeça com os olhos fechados.

— Vão em paz, meus amigos —
Abro os olhos, me viro e vejo meu pai me observando.

— Muito bem, filha. Estou orgulhoso, você foi forte — Ele se aproxima e passa as mãos em minhas costas, me apoio nele e caminhamos em direção a nossa casa.

— Obrigada.



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