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História O muro que nos separa - Cap 12 - A Confiança (A)


Escrita por: btzssousa

Capítulo 24 - Cap 12 - A Confiança (A)


Fanfic / Fanfiction O muro que nos separa - Cap 12 - A Confiança (A)

*Ainda não aprendi a colocar os capítulos na ordem*
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Here I am
With all my heart
I hope you understand
I know I let you down
But I'm never gonna make that mistake again
You brought me closer
To who I really am
Come take my hand
I want the world to see
What you mean to me


• Christopher Wilde - What you mean to me


Atrás do palco:


Olhar aquele akuma se aproximando me fez sentir culpa. Eu só tinha duas missões como portador, preservar a minha identidade secreta e não ser akumatizado. Mas pelo visto eu ia falhar nas duas e tudo por causa daquele bilhete idiota. Eu deveria ter imaginado que isso não daria certo.


— Adrien! - a voz da Laila me despertou.
— Hã? - fui empurrado pra longe dali.


Não tive tempo nem de protestar ou tentar salvar nós dois, o akuma estava mais rápido que o normal e entrou na pulseira da Laila na maior facilidade. Fiquei chocado demais pra falar alguma coisa.


— Luka, não! - ouvi a Marinette gritar.


Olhei na direção da voz dela e vi a azulada caída no chão aos pés do Luka que estava sendo akumatizado. A roupa dele e da Laila eram esquisitas, ambos estavam de preto, mas um vestia uma capa e o outro tinha nuvens nos pés. Estranhamente os dois deram as mãos e se fundiram, se tornando um só.


— Não é possível. - murmurei.


O akumatizado abriu os olhos e encarou a Marinette que estava caída a sua frente.


— Marinette Dupain Cheng, você será a primeira a ter seu maior segredo revelado. - o vilão riu. - vamos ver se você vai ser forte o bastante depois dele saber a verdade. - ele apontou pra mim. - vai ser ótimo.


Olhei para os dois meio confuso. O akumatizado começou a jogar várias bolas de luz preta na direção da Marinette, mas ela conseguiu se esquivar. A azulada tinha olhar desafiador parecido com o que a Ladybug tinha toda vez que se preparava pra lutar.


— Adrien, corre. - a Marinette não tirou os olhos do akumatizado. - logo o Chatnoir deve estar chegando.
— Ai que linda querendo salvar o seu namoradinho. - a voz dele saiu como deboche. - ninguém merece.


O akumatizado começou a encurralar cada vez mais a azulada na parede.

— Vamos ver se ele vai continuar te dando bola depois de saber seus segredos. - o vilão apontou a mão pra Marinette.


Antes que ela pudesse ser acertada pela bola de luz que o akumatizado jogou na sua direção, passei pelo canto e a puxei.


— Corre! - falei a puxando pro corredor.


No corredor:

Enquanto corríamos até algum local seguro para nos esconder, eu e a Marinette trocamos um breve olhar. De repente fui atingindo por uma memória parecida só que com a Ladybug no lugar da azulada, estávamos correndo pelos telhados de Paris. Balancei a cabeça na tentativa de tirar isso da minha mente, mas ao olhar pra Marinette de novo, vi o rosto da Ladybug.

— Volte aqui! - o akumatizado lançou uma bola de luz que passou por cima da cabeça da azulada.

— Precisamos nos esconder. - a voz da Marinette era tensa. - o corredor está quase acabando e vamos ficar encurralados.
— Acho que sei onde podemos ir, mas vamos ter que ser muito rápidos. - tentei não olhar pra ela dessa vez; a visão do rosto da Ladybug estava me deixando confuso. - a cabine de limpeza é logo ali.
— Vamos rápido então.

Apertamos os passos e em segundos chegamos no quartinho.

No quarto de limpeza:

O quartinho era bem apertado, mas pelo menos dava para duas pessoas. Eu e a Marinette estávamos colados um no outro, dava pra ouvir sua respiração acelerada. Tirando isso, a única coisa que se passava pela minha cabeça era como eu iria sair dali para poder me transformar.

— Aonde vocês estão? - ouvi o akumatizado falar perto da porta. - vou achar vocês.

Sem nem perceber, eu e a Marinette nos abraçamos. Não sei se foi por causa do nervosismo ou pela situação em si, mas quando ela se tocou me soltou rapidamente.

— Desculpa. - a azulada sussurrou.
— Não tem problema. - falei sorrindo.

Ainda bem que estava escuro, eu ia ficar muito constrangido se ela percebesse que eu tinha gostado do abraço. Uns minutos se passaram e o corredor estava no maior silêncio, aproveitei essa deixa pra sair dali.

— Acho que um de nós deve ir lá fora ver se está tudo bem. - falei indo em direção a porta. - fica ai, ok?
— Adrien. - ela me chamou. - cuidado, por favor.
— Pode deixar.

No corredor:

Sai do quartinho e fiz uma pequena ronda no local, não havia nem sinal do akumatizado.

— Plagg, mostrar as garras. - falei.

No telhado:

Quando eu cheguei no telhado a minha parceira ja estava lá, ela estava de costas pra mim e parecia murmurar alguma coisa. Cheguei de fininho atrás dela e falei:

— Bugboo!

A Ladybug se virou na maior rapidez e me jogou longe.

— Ai. - murmurei.
Desculpa, gatinho. - sua voz deu uma falhada.

Me levantei olhando pra ela. A Ladybug estava muito bonita, esses detalhes pretos que surgiram no seu uniforme a deixou muito mais atraente.

— Uau. - fui até ela. - my lady, você está incrível.
Obrigado, Chat. Seu uniforme também está incrível. - ela deu um sorriso amarelado.
— Você não parece bem. Aconteceu alguma coisa?
Na ronda conversamos melhor. - a azulada suspirou. - Chat, eu vou ter que te pedir um favor extremamente grande.
— Faço tudo por você, my lady. - sorri.

A Ladybug começou a me explicar que não estava se sentindo disposta para lutar e por isso eu estaria encarregado de arrumar mais dois heróis para me ajudar.

Como os uniformes mudaram não tem perigo de escolher as mesmas pessoas. Deixo essa escolha nas suas mãos, Chat. - ela botou a mão no meu ombro. - a minha dor de cabeça não me deixa nem pensar direito.
— Você quer que eu escolha dois novos portadores? - falei surpreso. - e se eu não souber escolher? E se eu falhar?
Chatnoir, você é a única pessoa que eu confio... Se um dia eu não estiver mais aqui é você que vai tomar conta disso tudo. - a Ladybug abriu seu ioiô. - pegue dois miraculous e mostre que você pode liderar tanto quanto eu.

"Se um dia eu não estiver mais aqui" - repeti essa frase na minha cabeça. Me senti a ponto de chorar só com essa possibilidade, mas me contive. A Ladybug estava me pedindo uma coisa incrivelmente séria, eu não podia desaponta-la.

Coloquei a minha mão dentro do ioiô e lembrei do Nino, o miraculous da tartaruga serviria bem nesse momento. Na segunda vez, pensei em alguém que pudesse servir de apoio pra Ladybug, ela não pode lutar mas isso não significa que não possa aparecer na luta. Quando tirei a minha mão de dentro do ioiô, vi que tinha pegado o miraculous certo, o da raposa.

— Pronto. - falei mostrando os dois miraculous para Ladybug. - e agora o que eu faço?
Eu não posso te dizer o que fazer agora, Chat. - ela sorriu pra mim. - mas fica tranquilo, tenho certeza que você vai se sair bem. Lembre-se que agora nossos poderes estão evoluídos.
— Você é incrível, my lady. - abracei ela e olhei em seus olhos. Por uma fração de segundos vi o rosto da Marinette no lugar da Ladybug. - Hã... Quando eu encontrar a Rena Rouge te mando mensagem, estou pensando num plano.

No pátio:

Com ajuda do meu bastão, pulei até o chão do pátio. A minha missão agora era procurar os meus amigos e devolver os miraculous para eles. O único problema é que eu não tenho ideia de onde eles estão. Comecei a correr pelo pátio na tentativa de achar alguém, mas a única coisa que vi foram alguns alunos imóveis com cara de assustados. Aquilo me pareceu estranho. Que tipo de segredo as pessoas revelaram pra ficar assim?

Na sala de música:

Depois de rodar o colégio inteiro atrás dos meus amigos, acabei encontrando eles escondidos na sala de música. Eu estava me sentindo tão aliviado, não queria ter que escolher outros portadores. A única coisa que me deixava preocupado era que o casal estava junto, eu não sabia como a Ladybug ia reagir a isso, mas não tínhamos tempo.

— Nino? Alya? - sussurrei. - preciso de vocês.
— Chatnoir? - a morena falou saindo debaixo do piano. - o que você está fazendo aqui?
— Vocês precisam da gente? - o meu amigo falou saindo do outro lado do piano. - achei que vocês nunca mais poderiam nos entregar os miraculous.
— Bem, digamos que os trajes mudaram um pouquinho. - falei olhando pro Nino. - e não teria pessoas melhores para lutarem do nosso lado.

Entreguei os miraculous para eles.

— Vocês vão precisar devolver os miraculous pra Ladybug quando tudo acabar. - falei.

Até o momento eu só havia visto a minha mudança de visual e o da Ladybug, mas o da Rena Rouge ficou simplesmente incrível. Ela ganhou um traje bem colorido; o cabelo continuou com o mesmo penteado, mudando apenas a cor e o também o comprimento dele. O do Carapace não foi nada muito surpreendente, mas também mudou bastante. O traje dele ficou bem parecido com o que o mestre fu usava quando se transformava, a única coisa diferente é sua armadura que ganhou uma tonalidade bem mais escura.

— Eu estou passada, que traje maneiro. - a morena falou empolgada. - estamos muito diferentes.
— Uau, amor. - o herói falou maravilhado.

Quando eu fui falar sobre a mudança de nome, a morena falou mais rápido.

— Só um minuto, por que você está entregando os miraculous pra gente ao mesmo tempo? Da última vez que alguém ficou sabendo da nossa identidade não deu muito certo.
— Bom, eu não tinha tempo pra separar vocês dois e acredito que vocês são bastante confiáveis. - falei sério. - dessa vez ninguém vai poder saber de nada. Tivemos sorte que a Ladybug conseguiu consertar isso e mudou os trajes, mas não sei como vai ser se o Hawk Moth descobrir a identidade de vocês de novo.
— Pode ficar tranquilo, seremos bem discretos. - o meu amigo falou.
— Como os uniformes mudaram, acredito que vocês vão precisar de nomes novos. - falei pensativo. - que tal Casco verde e Rena Furtive?
— Gostei. - ambos falaram em coro.
— Ótimo.

Olhei pra morena.

— Rena, vou precisar que você me ajude em duas coisas. - mandei mensagem pra Ladybug avisando aonde eu estava.
— No que? - ela perguntou.

Em menos de dez segundos a minha parceira passou pela janela.

Falando de mim, gatinho? - a Ladybug deu um sorriso torto. Ela ainda não parecia bem. - Uau, que traje bonito.
— Ladybug, sua roupa. - a morena parecia estar bem empolgada. - você está incrivelmente linda.

A minha parceira olhou pra mim sorrindo.

Obrigada. Mas agora precisamos muito de vocês. - a Ladybug explicou sobre as dores de cabeça para os dois heróis e disse que precisávamos criar um plano pra vencermos o akumatizado. - eu não vou poder ser muito útil dessa vez, mas darei meu jeito de ajudar.
— Tenho uma ideia. - falei.

Depois que eu terminei de explicar tudo a eles, notei um certo olhar de orgulho vindo da minha parceira - o que me deixou todo bobo e confiante.

Eu e a Rena vamos ficar escondidas no pátio. - a Ladybug me deu um beijo na bochecha. - cuidado vocês dois.
— Pode deixar, Ladybug. - o Casca verde falou.

Olhei pra Ladybug assustado com esse carinho repentino, mas eu estava feliz. Era isso que eu queria dela desde o início: confiança.

— Ainda temos muito que conversar. - dei uma piscadela pra ela.

Na rua:

Eu e o meu amigo saímos do colégio, e fomos pro meio da rua. Paris estava completamente imóvel, as pessoas, os carros, até mesmo os passarinhos, ninguém se mexia.

— Acho que o poder do akumatizado não é apenas revelar segredos. - murmurei.

Não foi muito difícil encontrar o akumatizado, ele deixou um rastro de pessoas imóveis pela rua.

— O Shadow Moth vai ficar orgulhoso de nós quando pegarmos os miraculous. - o akumatizado falou com uma voz feminina. - só temos que ser mais paciente e esperar a Ladybug e o Chatnoir.

"Shadow Moth?" - pensei. Isso não me parecia uma boa coisa.

Mandei uma mensagem pra Rena Furtive avisando que ela já poderia fazer a ilusão e mandei a minha localização. Em seguida uma imagem da Ladybug apareceu do lado do Casca Verde.

— A minha gatinha é mesmo rápida. - ele falou.
— Agora vamos ter que atrair o akumatizado até o pátio do colégio. - falei pensativo. - não podemos deixar a bola de luz nos encostar.
— Isso você deixa comigo. - falou o meu parceiro.
— Rena, deixa a Ladybug atrás de mim o tempo todo, ok? Ninguém pode tocar na ilusão.
— Pode deixar, Chatnoir. - a morena respondeu com a voz da Ladybug.

Agora que ja estávamos todos em posição, respirei fundo e dei o sinal pra Rena começar o nosso plano.

— Eai, grandão, veio pra pegar nossos miraculous? - a Ladybug gritou.

O akumatizado virou na nossa direção.

— Por que demoraram tanto? - ele falou com uma voz masculina. - já estávamos achando que vocês ficaram com medo.
— Nunca! - falei.
— Vamos ver até quando vocês vão aguentar. - o akumatizado falou.

Ele começou a nos atacar com várias bolas de luz e com a ajuda do Casca Verde, nenhuma nos atingiu. O akumatizado foi ficando com raiva e foi atacando muito mais rápido - o escudo de proteção tremia.

— Precisamos ir até o pátio. - falei pro Casca. - você aguenta até lá?
Não sei. - sua voz era concentrada. - estou usando toda a minha força, mas vamos tentar.

Começamos a correr - felizmente estávamos perto do colégio - o meu amigo não aguentava mais, a qualquer momento o escudo poderia explodir.

No pátio:

Conseguimos levar o akumatizado até o colégio a tempo, foi só pisarmos no pátio que o Casca verde acabou perdendo a força e desfazendo completamente o escudo. Eu estava a mil, olhei ao redor e achei as meninas escondidas atrás de uma das escadas. A Ladybug fazia sinal de positivo com as mãos e a Rena apontou pro chão, que por algum motivo estava cheio de cola.

— Agora vocês não tem saída. - falou o vilão. Ele apontou a mão pra mim e pra ilusão.

Eu e a Ladybug falsa começamos a andar de costas lentamente, eu tinha que leva-lo até a cola, mas não sabia como. Agora eu estava sem a proteção do Casca verde e se eu fosse atingido sabe lá o que aconteceria comigo.

— Bom, eu não falaria isso se fosse você. - a ilusão falou.

De repente o Casca Verde apareceu atrás do akumatizado e o empurrou fortemente até a cola. Não sei o que tinha naquele negócio, mas grudou o akumatizado todinho no chão. Como ele ainda conseguia usar as mãos, pensei em usar o spray que havia aparecido no meu cinto.

— HAHAHA. - o akumatizado ria. - ainda posso atingir vocês.

— Vamos ver o que isso faz. - apertei o spray na cara dele. Instantes depois o vilão se endureceu completamente, parecia uma pedra. - bom, acho que acabamos de descobrir.
Você foi brilhante, Chat. - a Ladybug verdadeira vinha na minha direção. - agora é só quebrar o objeto onde está os akumas.
— Cataclismo! - falei.

Como eu havia visto o akuma entrar na pulseira da Laila, imaginei que ele deveria estar na pulseira do akumatizado - eu estava certo -, foi só apertar a pulseira que dois akumas saíram voando.

Chega de maldade akuma. - a Ladybug abriu o ioiô e neutralizou os akumas. - tchau, tchau, borboletinhas. - ela pegou um tubo de cola e jogou pra cima. - miraculous Ladybug.

As coisas voltaram ao normal em questão de segundos.

— Zerou. - eu e os três heróis batemos os punhos.

Olhei pro lado e vi o Luka e a Laila se entreolhando confusos.

— Cadê a Marinette? - o azulado perguntou. Senti um certo desconforto.
Ela deve estar bem, Luka. - a minha parceira respondeu sorrindo. - bom, já está na hora de ir. Vocês estão bem?
— Sim, estou. - a Laila falou sem paciência.
— Eu também. - o azulado sorriu. - obrigada. Vou procurar a Marinette.

A Ladybug olhou pra mim.

Gatinho, fica tranquilo que eu levo os nossos parceiros para um lugar seguro. - sua voz era doce, mas ainda parecia fraca. - até mais tarde.

No corredor:

Depois que voltei a ser um civil novamente, corri até o quartinho de limpeza atrás da Marinette, mas quando cheguei a porta estava aberta e não tinha ninguém ali. Respirei fundo. Eu estava muito feliz pelo meu dia como Chatnoir, a Ladybug finalmente havia me deixado ser  líder de uma missão, mas foi só eu lembrar do que aconteceu entre mim e a Marinette que toda aquela felicidade foi embora.

— Adrien? - a voz da azulada me fez virar pra trás.
— Marinette. - falei indo até ela. - precisamos conversar.
— Sim, precisamos.

Abracei ela.

— Me desculpa pelo bilhete, não quis deixar você desconfortável. - passei a mão pelo seu cabelo. - vamos esquecer isso tudo, por favor?

Olhei em seus olhos.

— Adrien, você não sabe o quanto eu fiquei chateada com o que você escreveu no bilhete. - ela desviou o olhar. - isso não se faz.

Senti meu coração se partir ali.

— Isso nunca mais vai se repetir. - falei melancólico. - prometo.
— Vamos esquecer isso tudo. - ela olhou nos meus olhos novamente. - sua amizade é muito importante pra mim, não quero perde-la.
— E você não vai.

A azulada sorriu timidamente.

— E-eu te... A-amo, Adrien. - suas bochechas estavam coradas. - como amigo, claro.
— Eu também te amo, Marinette. - falei sério. - hã... Como amigo.

Fiquei com ela em meus braços por mais alguns minutos, até que o Luka e a Laila apareceram.

— Finalmente achamos vocês. - o azulado falou.
— O diretor está nos chamando, a peça já vai começar. - a voz da italiana era seria.

No palco:

Fazer essa peça depois de tudo o que aconteceu entre mim e a Marinette parecia estranho. Me senti vazio por um momento, meu coração ainda doía pelas palavras dela, mas era isso. Não tinha o que se fazer além de seguir em frente. Esse era nosso último beijo. Depois de falarmos as nossas falas, a puxei ainda mais pra mim (como se isso fosse possível) e a beijei. Esse foi de longe o melhor beijo que já tivemos, não só da minha parte, mas parecia que ela também queria fazer essa última vez valer a pena. Foi um beijo tão doce e ao mesmo tempo tão intenso, que me doeu parar.

— E essa foi a nossa apresentação sobre as akumatizações. - o diretor falou para platéia. - uma salva de palmas para os nossos atores.

Pela primeira vez eu parei pra admirar a platéia, as cadeiras estavam lotadas e notei alguns olhares chorosos. Passei o meu olhar pelas pessoas, não sei quem eu procurava, mas acabei encontrando um rosto que eu conhecia muito bem, o da Kagami. A japonesa tinha o olho cheio dágua, mas sorria e batia palmas como o restante da platéia.

— Bom, agora vamos dar tempo para os nossos atores se arrumarem. - o diretor continuou. - enquanto isso vamos para o pátio olhar os cartazes que os alunos do 6° ano fizeram sobre as akumatizações.

No corredor:

Eu estava indo até o meu camarim para me trocar quando sou surpreendido por uma pessoa.

— Oi Adrien. - a Kagami falou sem jeito. - espero que você não esteja bravo comigo.
— Oi Kagami. - falei. - claro que não.
— Fico feliz. - ela pega na minha mão. - me desculpa pela crise de ciúmes, você não teve culpa de ter sido escolhido pra fazer a peça. Eu que deveria ter sido mais madura.
— Está tudo bem. - abracei ela. - não precisa ficar assim, já até esqueci o que aconteceu.

A japonesa se desfez do abraço.

— Adrien, eu não vim apenas pra fazer as pazes com você. - seu olhar era triste. - vim esclarecer as coisas de uma vez por todas entre a gente.
— Como assim?
— Adrien, você aceita namorar comigo? Sem joguinhos, sem enrolação. - olhei pra ela sem saber o que responder. - só quero que você seja verdadeiro comigo e responda de uma vez por todas, sim ou não. Não aguento mais ficar remoendo isso.

Respirei fundo.

Me senti um verdadeiro bobo, eu não tinha a menor ideia da resposta. Claro que eu sentia alguma coisa pela japonesa, se não eu nunca teria ficado com ela, mas no momento isso virou um assunto delicado. Meu coração estava preenchido e isso não pode ser mudado, mas também não posso esquecer que não sou correspondido. Essa seria a melhor maneira de seguir em frente e ser feliz com alguém que realmente gosta de mim.

— Então...? - seu olhar era triste. - você aceita ser meu namorado?

Olhei dentro de seus olhos.

Não sei se eu vou me arrepender dessa escolha, talvez num futuro distante, mas eu preciso tentar seguir em frente. Já sofri muito pela Ladybug e essa história com a Marinette nem começou, e já me deixou de coração partido. Depois de refletir bastante cheguei a uma conclusão.

— Kagami... - botei a mão no seu rosto. - eu aceito namorar com você.



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