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História O muro que nos separa - Cap 12 - A Confiança (M)


Escrita por: btzssousa

Notas do Autor


Obs: Quando eu aprender mexer nesse app direito coloco os capítulos na ordem.

Capítulo 25 - Cap 12 - A Confiança (M)


Fanfic / Fanfiction O muro que nos separa - Cap 12 - A Confiança (M)

I ain't never gonna shut you out
Everywhere I'm looking
now
I'm surrounded by your embrace
Baby I can see your halo
You know you're my saving grace
You're everything I need and more
It's written all over your face


• Beyoncé - Halo


Atrás do palco:


Antes que eu pudesse ter qualquer reação, o Luka me empurrou para longe do akuma. Cai no chão e olhei pra frente desesperada, o azulado ia ser akumatizado por minha causa.


— Luka, não! - gritei. Mas já era tarde demais, ele havia se transformado.


Estranhamente o outro akumatizado - que parecia ser a Laila -, chegou pra perto do Luka e ambos se conectaram, se tornando um só. Meu queixo caiu, eu nunca tinha visto nada parecido com aquilo. O akumatizado tinha uma roupa muito esquisita, ele estava todo de preto, tinha uma longa capa e nuvens nos pés (o que dava a impressão dele está flutuando).

Eu estava assustada demais, nem o murmuro do Adrien me fez quebrar o contato visual com o akumatizado. De repente os olhos dele se abriram, pareciam estar cheios de raiva e se direcionaram especialmente para mim.

— Marinette Dupain-Cheng, você será a primeira a ter seu maior segredo revelado. - o akumatizado riu. - vamos ver se você vai ser forte o bastante depois dele saber a verdade. - ele apontou para o Adrien. - vai ser ótimo.


Isso foi golpe baixo. Mas no momento o meu maior segredo não tinha nada a ver com o loiro e sim com a Ladybug, por isso eu não poderia ser acertada pelo akumatizado de forma alguma. O vilão começou a jogar várias bolas de luz preta na minha direção, uma delas passou raspando, mas felizmente consegui esquivar. Mesmo sem dor, eu ainda não estava na minha melhor forma e isso poderia ter grandes consequências nessas lutas, então a primeira coisa que se passou pela minha cabeça foi tirar o loiro dali.


— Adrien, corre. - gritei ainda encarando o akumatizado. - logo o Chatnoir deve estar chegando.
— Ai que linda querendo salvar o seu namoradinho. - a voz do vilão saiu como deboche. - ninguém merece.


O akumatizado foi andando lentamente na minha direção, sua mão estava apontada para o meu rosto e eu estava ficando cada vez mais encurralada.


— Vamos ver se ele vai continuar te dando bola depois de saber seus segredos.


Antes que a bola de luz pudesse me encostar, senti uma mão agarrando a minha e me puxando pra longe dali.


— Corre! - o loiro gritou pra mim.


No corredor:

Enquanto corríamos pelo corredor, eu e o Adrien trocamos uns olhares. Do nada fui atingida por um daqueles flash novamente, só que agora não era nenhuma memória minha e sim de outra pessoa. Havia uma mulher loira (parecida com a mãe do Adrien), ela estava deitada dentro de um caixão transparente que ficava na frente de uns arbustos cheios de flores. O dono dessa memória botou uma das mãos no que parecia ser um vidro e comecei a senti meus olhos arderem muito, como se a pessoa tivesse passado a noite chorando.

Fiquei atordoada enquanto observava a cena, estava tudo muito claro e a dor da perda - mesmo que não fosse minha - era difícil de suportar. A minha visão deu uma escurecida, cheguei a pensar que eu fosse desmaiar, mas despertei com um grito do akumatizado.

— Volte aqui! - ele jogou uma bola de luz que quase atingiu a minha cabeça.

— Precisamos nos esconder. - falei tensa. - o corredor está quase acabando e vamos ficar encurralados.
— Acho que sei onde podemos ir, mas vamos ter que ser muito rápidos. - o loiro falou sem me olhar. - a cabine de limpeza é logo ali.
— Vamos rápido então.

Apertamos os passos e em segundos chegamos no quartinho.

No quarto de limpeza:

Eu e o Adrien tivemos que ficar completamente colados um no outro, o quartinho era muito apertado e qualquer movimentação errada poderia derrubar alguma coisa, e assim, nos entregar pro akumatizado. Eu estava muito nervosa, não só pela situação, mas por estar tão perto do loiro.

— Aonde vocês estão? - ouvi o akumatizado falar perto da porta. - vou achar vocês.

Sem nem perceber, abracei o Adrien. Eu estava assustada e com receio de me transformar, quem garante que as coisas vão melhorar quando eu for a Ladybug? E as dores? As visões? O que poderia acontecer dessa vez? A minha vida como heroína virou uma verdadeira incógnita. Quando eu consegui raciocinar o que estava acontecendo, quis sair correndo de tanta vergonha, mas apenas me soltei do abraço.

— Desculpa. - sussurrei, sem graça.
— Não tem problema. - o loiro respondeu.

O tempo estava passando e a única coisa que eu conseguia pensar - além do perfume com cheiro de baunilha do Adrien -, era no akumatizado que deveria estar fazendo a maior festa em Paris. Mesmo com medo era meu dever proteger essa cidade, eu tinha que arrumar um jeito de sair daqui e o mais rápido possível. Comecei a bolar um plano, pensei em dizer que estava passando mal, mas depois desisti, isso não ia fazer o Adrien me deixar sair do quarto sozinha.

— Acho que um de nós deve ir lá fora ver se está tudo bem. - o loiro falou de repente. - fica ai, ok?

Eu me senti culpada por estar aliviada, o Adrien ir sozinho lá fora poderia ser perigoso e no momento eu nem sabia se o Chatnoir havia aparecido.

— Adrien. - o chamei. - cuidado, por favor. - infelizmente isso era o máximo que eu poderia fazer.
— Pode deixar.

Foi só o loiro fechar a porta que eu me transformei em Ladybug. Aproveitei que tinha uma janela de ventilação no teto e sai por ali.

No telhado:

Cheguei no telhado já sentindo a dor de cabeça - ela era rápida, infelizmente -, mas a minha preocupação não era essa. Fiquei olhando o horizonte na expectativa de ver um pequeno gatinho lutando com alguém. Olhei, olhei e nada dele. Fiquei um pouco brava, o akumatizado estava solto a quase meia hora e nada do Chatnoir.

Vou ter que enviar mensagem. - murmurei.

Eu estava mandando uma mensagem super grosseira para o meu parceiro, quando alguém grita atrás de mim:

— Bugboo!

Quem me dera ter visto que era o Chatnoir antes, como eu estava distraída acabei o confundindo com akumatizado e o joguei longe. Só me toquei que era o meu parceiro quando escutei ele reclamar de dor.

— Ai.
Desculpa, gatinho. - a minha voz deu uma falhada.

O Chat se levantou olhando pra mim, pela sua expressão eu já percebi do que se tratava.

— Uau. - ele andou até mim. - my lady, você está incrível.
Obrigado, Chat. Seu uniforme também está incrível. - sorri observando sua roupa.
— Você não parece bem. Aconteceu alguma coisa?
Na ronda conversamos melhor. - suspirei.

Tentei parecer normal mas depois do susto que o Chat me deu, a dor piorou muito. Eu estava me sentindo completamente fraca, até pensar deixava a minha dor pior. Esse era o meu maior medo, como eu vou lutar assim? Enquanto eu encarava o meu parceiro, lembrei de uma coisa muito importante que eu li no diário do sr. Fu. "Aparentemente a única pessoa que sofrerá as sérias consequências, é a pessoa que evoluiu a caixa - o que é bom de certa forma -, a Ladybug precisará de ajuda e não é somente do Chatnoir que estou falando."

"Perfeito." - pensei.

Chat, eu vou ter que te pedir um favor extremamente grande. - falei.
— Faço tudo por você, my lady. - o meu parceiro sorriu.

Comecei a contar pro Chat que eu não estava me sentindo bem pra participar da luta hoje e por isso eu ia entregar a missão pra ele. Falei também na importância dele chamar mais dois heróis para enfrentar o akumatizado junto com ele.

Como os uniformes mudaram não tem perigo de escolher as mesmas pessoas. Deixo essa escolha nas suas mãos, Chat. - botei a mão no seu ombro. - a minha dor de cabeça não me deixa nem pensar direito.
— Você quer que eu escolha dois novos portadores? - ele parecia surpreso. - e se eu não souber escolher? E se eu falhar?
Chatnoir, você é a única pessoa que eu confio... Se um dia eu não estiver mais aqui é você que vai tomar conta disso tudo. - abri o ioiô. - pegue dois miraculous e mostre que você pode liderar tanto quanto eu.

Observei seu rosto, o meu parceiro parecia estar prestes a chorar, mas fez o que eu pedi a ele e tirou dois miraculous do ioiô.

— Pronto. - o meu parceiro me mostrou o miraculous da raposa e o da tartaruga. - e agora o que eu faço?
Eu não posso te dizer o que fazer agora, Chat. - sorri pra ele. - mas fica tranquilo, tenho certeza que você vai se sair bem. Lembre-se que agora nossos poderes estão evoluídos.
— Você é incrível, my lady. - o Chat me abraçou e olhou nos meus olhos. Por um momento tive a impressão de ver o Adrien ali, o que foi muito estranho. - Hã... Quando eu encontrar a Rena Rouge te mando mensagem, estou pensando num plano.

O Chat desceu do telhado e me deixou ali sozinha.

Espero que eu esteja fazendo a coisa certa. - falei pra mim mesma.

No pátio:

Mesmo fraca resolvi que iria dar uma olhada pelo colégio pra ver como tudo estava, joguei o meu ioiô até uma das grades do segundo andar e depois saltei no chão do pátio. Incrível como a uns dias atrás isso era uma coisa tão simples e agora eu precisava tirar forças de onde não tinha só pra me movimentar.

Maldita hora que eu fui evoluir essa caixa. - murmurei.

Levantei o olhar e dei de cara com um aluno com uma expressão de terror - meu coração deu uma leve apertada. Isso não parecia normal, além da cara de pavor, o menino estava imóvel e gelado.

Que tipo de segredo essa pessoa tinha? - passei a mão pela bochecha dele. - espero que ele esteja respirando.

Olhei ao redor e vi que isso não tinha acontecido só com aquele menino, e sim, com todos que estavam ali no pátio.

Isso não é nada bom. - falei.

De repente um barulho muito alto começou a tocar dentro da minha cabeça, eu não conseguia identificar que som era aquele, mas doía tanto que eu nem fazia questão de descobrir.

"Ah, minha querida Ladybug... Eu estou tão perto de descobrir a sua identidade, isso que você está vendo não é nem o início do que estou preparando para você." - a voz do meu maior inimigo falava na minha cabeça. - "espero que saiba que essa evolução só me adiantou o processo. Sem você saber, acabou consertando o miraculous do pavão e agora eu não sou mais o Hawk Moth, meu nome agora é Shadow Moth."

— Ah, não... Chat. - sussurrei.

Fui pegar o meu celular-ioiô para mandar uma mensagem pra ele, mas o meu parceiro acabou sendo mais rápido e me mandou uma mensagem contando sobre os portadores e a sua localização.

Na sala de música:

Passei pela janela da sala e escutei o Chat falar o meu nome.

Falando de mim, gatinho? - tentei sorrir. Não sabia se essa era a hora certa pra contar tudo o que descobri. - Uau, que traje bonito. - falei pra nova Rena. Eu tinha que arrumar tempo pra pensar no que fazer.
— Ladybug, sua roupa. - a menina falou empolgada. - você está incrivelmente linda.

Sorri e olhei pro meu parceiro, queria demonstrar pra ele que precisávamos conversar, mas ele estava sério e pareceu não notar nada. Como eu sabia que o Chat deveria estar preocupado com a sua missão de líder, resolvi que não ia interferir nisso. Esse era o momento dele de liderar, eu devia isso a ele.

Obrigada. Mas agora precisamos muito de vocês. - expliquei aos novos portadores sobre as dores e disse que precisávamos criar um plano pra vencermos o akumatizado. - eu não vou poder ser muito útil dessa vez, mas darei meu jeito de ajudar.
— Tenho uma ideia. - o Chat falou.

A ideia do Chatnoir era muito boa e prática. Fiquei feliz, assim poderia ser até fácil derrotar esse akumatizado bizarro do Shadow Moth.

Eu e a Rena vamos ficar escondidas no pátio. - dei um beijo na bochecha do Chat. - cuidado vocês dois. - tive a impressão de ter um déjà vu.
— Pode deixar, Ladybug. - o portador do miraculous da tartaruga falou.
— Ainda temos muito que conversar. - o Chat piscou pra mim.

Observei ele o outro herói saírem correndo da sala. Apertei os olhos segurando a vontade de chorar, eu estava morrendo de medo do que podia acontecer com eles, mas o Chat parecia tão alegre por finalmente conseguir ser o líder... Eu não tinha o direito de estragar essa felicidade.

— Bem, agora somos só nós duas. - a nova portadora falou animada. - estou tão feliz por fazer parte da equipe de novo!

"De novo?" - pensei. Me virei para heroína.

— Alya, é você? - perguntei.
— Ah, sim!! - meu queixo caiu. - eu e o Nino, voltamos a fazer parte da equipe. Graças a você e essa estranha mudança nos uniformes, claro.
— Caramba, Rena...
— Rena Furtive. - ela sorriu. - ah, e o Nino é Casca Verde agora.

Eu não sei o que me deu, mas eu precisava tanto dela que corri pro seu colo.

— Hã... Uau, eu não sabia que você tinha ficado tão feliz com a nossa volta. - ela disse me abraçando mais forte. - seu abraço é tão gostoso, está me lembrando o da minha amiga...

A morena olhou bem nos meus olhos.

— Da minha amiga, Marinette...
— Ah, é? - me soltei rapidamente e andei até o outro lado da sala. - que legal.
— Só um minuto... Recebi um e-mail esses dias com uma teoria que a Ladybug estuda no mesmo colégio que eu. - ela parou na minha frente. - óbvio, que de início eu não acreditei muito, mas não pude deixar de me questionar...
Alya, olha. - a morena me interrompeu.
— Tudo bem, eu sei, as identidades tem que ser segredo. - ela me abraçou novamente. - mas fique sabendo que eu nunca, jamais, contaria isso pra alguém.

Soltei do abraço dela e respirei fundo.

Você não tem ideia do que pode acontecer se você descobrir a verdade, nem o Chatnoir pode saber... - olhei pra ela. - e ele é o meu parceiro.
— Estaremos juntas nessa, Ladybug. - ela falou. - sempre. Confia em mim.
Acho melhor a gente se esconder logo. - falei olhando pra baixo. - esse não é o momento pra gente conversar sobre isso.
Entendo.

No pátio:

Eu estava com a cabeça na lua. Se não me bastava saber sobre o Shadow Moth, ter essas visões malucas, as dores de cabeça e as dores no corpo, agora arrumei mais um problema. A Alya descobrir a minha identidade nem era uma coisa tão ruim assim, eu confiava nela, só não sabia se confiava a ponto de contar o meu maior segredo.

— Que tipo de poder esse akumatizado tem? - a morena perguntou assim que viu a primeira pessoa paralisada.
Eu acreditava que era revelar os segredos das pessoas, mas olhando pra isso, não faço a menor ideia. - falei tocando no braço de um aluno qualquer. - parece pedra.

A morena me fitou seria, ela parecia querer falar alguma coisa, mas apenas pegou o seu celular-bastão e digitou alguma coisa.

— Vou me esconder pra fazer a ilusão. - ela passou por mim e apertou a minha mão. - qualquer coisa pode falar comigo.

Dei um sorriso tímido pra ela e a observei ir pra trás da escada. A morena já foi fazer a parte dela, agora só faltava a minha.

Talismã! - um tubo de cola caiu na minha mão.

Fitei o objeto sem saber o que fazer. Como um tubo de cola tão pequeno ia ser útil pra derrotar um akumatizado tão grande?

— Eai, grandão, veio pra pegar nossos miraculous? - escutei a morena gritar.

Quando olhei pra ela novamente, a minha visão mudou e consegui descobrir o que eu deveria fazer com a cola. Corri até a escada e comecei a passar cola pelo chão, o tubo era pequeno, mas parecia servir bem pra cobrir o pedaço que eu precisava. Depois que terminei a "armadilha", fui me esconder do lado da morena.

— Ladybug, eles estão aqui do lado. - ela falou virando pra mim. - está tudo pronto?

Foi só ela terminar de fazer a pergunta que a porta do colégio se abriu e três pessoas - mais a ilusão - entraram no pátio. A bolha de proteção que envolvia o Casca Verde, O Chat e uma falsa eu, estourou assim que eles pisaram no pátio.

Rena, temos que mostrar a cola pro Chatnoir. - sussurrei.
— Beleza.

O meu parceiro não demorou achar o nosso esconderijo, seu olhar era de desespero - o que me fez sentir culpa. Como eu não podia deixar isso transparecer, fiz um sinal de positivo com as mãos e a Rena apontou pro Chão.

"Bom, vamos torcer pra que ele tenha entendido o recado". - pensei.

— Agora vocês não tem saída. - falou o  akumatizado para o Chat e para ilusão.

A Rena sentou no chão de novo e começou a fazer com que a Ladybug andasse de costas, não sei dizer quem teve essa ideia primeiro, mas o Chatnoir foi recuando junto com ela. Eles conseguiram dar uns três passos antes do akumatizado se cansar e apontar a mão para eles, eu cheguei a pensar que esse fosse o fim, mas de repente um vulto surgiu atrás do vilão. Quando eu vi que era o Casca Verde faltei pular de alegria, mas me contive e dei um cutucão na morena. Assim que ela viu o namorado, sorriu e falou como a ilusão:

— Bom, eu não falaria isso se fosse você.

O Casca Verde empurrou o akumatizado fortemente até a cola. Eu não sabia se isso seria o bastante pra segura-lo, mas logo o Chat entrou em ação. Ele pegou um spray que estava no seu cinto e apontou pro vilão.

— HAHAHA. - o akumatizado ria. - ainda posso atingir vocês.

— Vamos ver o que isso faz. - o meu parceiro apertou o spray bem no rosto do akumatizado, que se transformou em uma pedra. - bom, acho que acabamos de descobrir.
Você foi brilhante, Chat. - falei saindo de trás da escada. - agora é só quebrar o objeto onde está os akumas.
— Cataclismo!

Não sei como o Chat descobriu, mas ele acertou o objeto de primeira. Os dois akumas que estavam dentro da pulseira saíram voando.

Chega de maldade akuma. - abri o ioiô e os neutralizei. - tchau, tchau, borboletinhas. - peguei o tubo de cola e joguei pra cima. - miraculous Ladybug.

Enquanto a magia do miraculous fazia tudo voltar ao normal, eu e os meus três parceiros batemos punhos.

— Zerou.

Olhei pra baixo e vi o Luka sentado do lado da Laila, ambos se olhavam confusos.

— Cadê a Marinette? - o azulado perguntou de primeira.

Não pude evitar sorrir.

Ela deve estar bem, Luka. - respondi. - bom, já está na hora de ir. Vocês estão bem?
— Sim, estou. - a Laila falou sem paciência.
— Eu também, obrigada. - o azulado sorriu. - vou procurar a Marinette.

Olhei pro Chatnoir.

Gatinho, fica tranquilo que eu levo os nossos parceiros para um lugar seguro. - falei. - até mais tarde.

Na sala de música:

Entrei com os heróis na sala. Ambos se transformaram em civil, me devolveram os miraculous e se abraçaram.

— Não briga com o Chatnoir por ele nos dar os miraculous ao mesmo tempo. - o Nino falou.

Sorri pra ele.

— Como posso brigar com ele sendo que eu fiz a mesma coisa? Sem falar, que ele fez um ótimo trabalho escolhendo vocês de novo.
Foi um prazer estar ao seu lado mais uma vez, Ladybug. - a morena falou. - ah, e toma esse remédio aqui. - ela me entregou uma cartela de remédio pra dor. - eu comprei pra dar pra Marinette, mas pode ficar pra você, depois eu compro outro.

Olhei pra ela sem graça.

— Muito obrigada, devo muito a vocês. - meu brinco apitou. - enfim, está na minha hora de ir. Até algum dia.

No corredor:

Depois que me transformei em civil, corri desesperadamente até o quartinho que o Adrien havia me deixado, pensei que ele poderia achar estranho não me encontrar ali. E eu estava certa, quando cheguei de frente pro local ele já estava lá e olhava com uma expressão seria para dentro do quarto.

— Adrien? - o chamei.
— Marinette. - ele se virou e veio até mim. - precisamos conversar.
— Sim, precisamos.

De repente o loiro me abraçou.

— Me desculpa pelo bilhete, não quis deixar você desconfortável. - ele passou a mão pelo meu cabelo. - vamos esquecer isso tudo, por favor?

O loiro olhou em meus olhos.

— Adrien, você não sabe o quanto eu fiquei chateada com o que você escreveu no bilhete. - olhei pro lado. - isso não se faz.

Como uma pessoa que escreve coisas tão ruins pra mim se transforma numa pessoa tão doce? Tem alguma coisa errada...

— Isso nunca mais vai se repetir. - sua voz era chateada. - prometo.
— Vamos esquecer isso tudo. - olhei em seus olhos. - sua amizade é muito importante pra mim, não quero perde-la.
— E você não vai.

Sorri sem graça.

— E-eu te... A-amo, Adrien. - falei no impulso. - como amigo, claro.
— Eu também te amo, Marinette. - o loiro estava sério. - hã... Como amigo.

Ficamos ali abraçados sem falar nada por uns minutos. Por mim teríamos ficado assim por muito mais tempo, mas o Luka e a Laila apareceram.

— Finalmente achamos vocês. - o azulado falou.
— O diretor está nos chamando, a peça já vai começar. - a italiana me olhou furiosa.

No palco:

Depois de tudo o que eu tinha passado nessa tarde, a peça e o beijo não me deixava mais nervosa, parecia uma coisa tão simples. As cortinas se levantaram e tudo foi feito com muita perfeição do mesmo jeito que já tínhamos feito antes, mas a única diferença é que essa seria a última vez. Quando o momento mais esperado chegou, o auditório ficou no maior silêncio, todos pareciam querer ver o desenrolar daquele casal de heróis - inclusive eu.

"É agora". - pensei.

Me envolvi nos braços do Adrien e falamos nossas falas, não sei se era por causa do momento ou se pelo o que estava acontecendo, mas eu senti tanta vontade de chorar. A minha sorte foi que o loiro nem deu tempo disso acontecer, ele terminou de falar sua fala e me beijou. Esse foi de longe o melhor beijo que tivemos até agora - não foram muitos, infelizmente - mas uau. Ele foi tão intenso, tão cheio de emoção, que eu cheguei a sentir que isso tudo era recíproco. Uma pena ter terminado.

— E essa foi a nossa apresentação sobre as akumatizações. - o diretor falou para platéia. - uma salva de palmas para os nossos atores.

Enquanto a platéia nos aplaudia de pé, a italiana chegou perto de mim e botou um papel na minha mão. Tentei jogar o negócio fora, mas ela apertou a minha mão e sussurrou no meu ouvido sem ninguém perceber.

— Acho que você vai gostar de saber o que é. - sua voz era num tom debochado. - é sobre o bilhete.

Puxei a minha mão de volta e guardei o papel discretamente na fantasia.

— Bom, agora vamos dar tempo para os nossos atores se arrumarem. - o diretor continuou. - enquanto isso vamos para o pátio olhar os cartazes que os alunos do 6° ano fizeram sobre as akumatizações.

No corredor:

Sai do palco e me escondi atrás das cortinas, eu não queria que a Laila visse que eu tinha ficado curiosa pra ler o que tinha naquele papel. Abri o bilhete me preparando para o pior, até porque foi a Laila que me entregou e isso estava muito suspeito.

"Querida Marinette,


'Quando pouso meu olhar
Sobre ti
Contemplo a mais linda imagem
Que já vi
Quando ouço a voz
Que vem de ti
Penso que um anjo ouvi
Quando meus braços
Abraçam a ti
Sinto as melhores sensações
Que já senti
Quando meus lábios
Encontram-se com os de ti
Já não consigo descrever
O que vi, ouvi ou senti,...'


Se tudo o que eu estou sentindo for recíproco, por favor, me encontre no final do corredor antes da peça começar.


Ass: Adrien".


Precisei ler o bilhete umas cinco vezes para a minha ficha cair que esse era o verdadeiro bilhete, agora tudo o que o loiro falou pra mim fazia sentido. Ele estava achando que eu tinha recusado seus sentimentos e por isso não fui ao seu encontro.


— Eu não acredito... - falei.

— O que está escrito ai? - a kwamii perguntou saindo do bolso da calça.
— A melhor notícia que eu poderia receber, Tikki. - senti a lágrima descer pela minha bochecha. - o Adrien também gosta de mim.


Sem nem pensar duas vezes, decidi correr até o Adrien e contar toda a verdade pra ele. Mas quando eu cheguei perto do seu camarim, vi que ele estava conversando com a Kagami do lado de fora. Como eu não queria que eles me vissem, me escondi atrás de uma pilastra.

— Então...? - ouvi ela dizer. - você aceita ser meu namorado?

Meu coração disparou.

— Kagami... - o Adrien fez uma pausa. - eu aceito namorar com você.

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Créditos: O POEMA.


O nome do poema que o Adrien escreveu pra Marinette é "paixão" e foi escrito pelo Manoel. A DE ALMEIDA.




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