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História O nadador e o assistente - Capítulo 40


Escrita por: phmmoura

Capítulo 40 - Capítulo 40


Nelson ainda estava com um sorriso bobo no rosto.

Ah, Cris… por que tinha que gritar desse jeito?

Apesar de toda a vergonha, ele não desgostou do fato do assistente ter gritado.

Não é nada do feitio dele… Por isso é um amor…

O nadador olhou para os outros competidores ao seu redor.

Apesar de não o encararem de um jeito óbvio, ele sabia que todos olhavam na sua direção. E não eram só eles. Todo mundo que ouviu seu namorado gritar olhava para ele.

Agora eles vão me dar olhares estranhos, pensou, corando um pouco. Provavelmente reclamando da minha “namorada” que entrou de repente no vestiário masculino.

De repente, Nelson balançou a cabeça.

Espera, não posso pensar nesse tipo de coisa agora. Acabei de prometer ao Cris que eu me focaria na competição.

Ele respirou fundo e expirou lentamente, ignorando tudo que não tinha a ver com o torneio.

Após clarear a cabeça, Nelson caminhou até o terceiro bloco de partida. Mas não subiu os pequenos degraus para ficar de pé sobre ele. O nadador ficou onde estava, aguardando que o locutor dissesse seu nome para quem veio assistir.

Enquanto esperava, os demais nadadores ficaram em seus respectivos pontos de partida.

Nelson olhou em volta. Ele era o único que não estava sobre o bloco ainda. Foi só então que percebeu.

Eles não anunciam o nome de cada nadador aqui, pensou, com um sorriso amarelo e o rosto levemente corado.

Ignorando os olhares de estranhamento que recebeu dos outros, Nelson subiu as pequenas escadas e ficou de pé no bloco de partida com a cabeça abaixada.

Ele podia ver seus pés e um pouco da água.

Ainda naquela posição, Nelson respirou fundo. Depois ergueu o corpo lentamente.

Foi quando ele viu a vista e não pode conter o sorriso.

Essa vista… eu senti tanta falta dessa vista, gritou em sua mente.

A maioria das pessoas, ou quem sabe até a maioria dos nadadores, não via nada de especial na vista perante Nelson.

Era apenas a visão da piscina de uma plataforma um pouco mais alta.

Mas era a melhor visão do mundo para Nelson.

Daquela posição, ele podia ver toda a piscina por um ângulo diferente.

Ele podia ver o outro lado da piscina e se focar na sua raia.

O objetivo era chegar lá antes de todos. E então voltar para onde estava.

Sim… é aqui que eu pertenço, pensou.

Com o sorriso de alguém que mal podia esperar, ele inclinou suas costas e tocou no concreto do bloco de partida com a ponta dos dedos.

Enquanto aguardava pelo apito, todos a sua volta ficaram quietos.

Nelson só podia escutar a si mesmo agora.

Sua respiração. Seu coração palpitando ritmicamente.

Ele podia sentir o suor gelado descendo por suas costas.

Podia sentir seu sangue fluir.

Só havia ele no mundo.

Nada de torneio.

Nada de acidente.

Não havia outros competidores.

Só ele e a água.

Sim… todo o resto não importa, disse para si mesmo.

O mundo não se importa se sofri um acidente.

Os outros nadadores não vão me deixar vencer por causa disso.

Só posso nadar o mais rápido que puder.

Como sempre.

Por um breve instante, ele olhou para os espectadores.

Foi fácil encontrar o homem por quem se apaixonara.

Mas o rosto que o ajudou e apoiou tantas vezes, o qual, sem ele, Nelson não teria chegado onde estava, o rosto que geralmente tinha o sorriso mais fofo ou mais malicioso de todos do mundo, esse mesmo rosto estava tenso e nervoso.

E esse rosto fez Nelson sorrir.

Não quero ver isso, pensou o nadador, encarando o outro lado da piscina novamente. Quero vê-lo sorrindo o tempo todo. É o que melhor combina com ele. Aquele sorriso lindo… que também diz as coisas mais maliciosas como se não fossem nada…

A ideia fez Nelson rir.

Acho que sou masoquista… não acredito que gosto de quando ele me provoca…

Sim… e quero ver aquele sorriso por muito tempo…

Quero ficar ao lado dele. Como namorado e nadador.

Eu só quero ficar com o Cris…

E, pra isso, preciso vencer hoje…

Nelson respirou fundo outra vez.

Vamos lá… me deixe nadar… me deixe pular na água e fazer a única coisa que sei fazer…

E então, antes que a espera se tornasse insuportável, o apito soou.

Ele pulou na água no instante em que o som alcançou seus ouvidos.

Nelson não fazia ideia se nadava mais rápido ou não que os outros.

Ele não se importava.

Só ligava para o objetivo de chegar ao outro lado o mais rápido que podia. Era a única coisa que ele podia fazer.

Não pare…

Não pare de mover seus braços e pernas…  nem por um segundo, ordenou o nadador para si mesmo enquanto batia na água com mais força, ficando cada vez mais rápido.

Não pare de nadar…

Quando estava prestes a erguer a cabeça para respirar, ele se lembrou das palavras do treinador.

Quase fiz isso de novo, pensou Nelson por um segundo, erguendo a cabeça até somente o nariz ficar fora d’água.

Ele respirou o mais fundo que podia e então colocou a cabeça de volta na água, movendo os braços e pernas de novo.

Agora, pensou o nadador quando estava prestes a chegar ao outro lado.

Nelson deu uma cambalhota, colocou as pernas na parede e se empurrou para o mais longe que seus membros permitiram.

Com o impulso, ele parou de bater os braços e pernas por um instante.

Quando estava prestes a perder o impulso, Nelson começou a mover os membros com o máximo de força que tinha.

Mais rápido… mais rápido…!

Preciso nadar mais rápido!

Seu corpo se aquecia até na água.

Mas ele não se importou. Nem fez com que perdesse velocidade.

Nelson precisava chegar até o outro lado mais rápido que qualquer um.

Seus músculos reclamaram do esforço, mas ele ignorou.

Não era nem perto de quando alcançava seu limite.

Então ele moveu os membros mais rápido.

O nadador estava quase do outro lado. Ele podia ver seu objetivo, seu futuro, segundos de distância dele.

Vamos lá… só mais um pouco, disse Nelson para si mesmo, erguendo o nariz para respirar novamente. Só mais um pouco, corpo… vamos!

Ele não fazia ideia de como os outros nadadores estavam, mas não importava.

Ele sabia que estava dando tudo de si, sabia que nadava mais rápido que jamais nadou nos últimos meses.

Não é o mesmo que antes, mas estou sentindo novamente.

Sentindo que estou voando na água…

E então o nadador finalmente voltou ao ponto de partida.

Nelson estendera o braço e tocou na parede, sentindo a inércia levar o resto do corpo quando não movia mais os braços e pernas.

Com o coração batendo loucamente e o corpo aquecido, o nadador ergueu a cabeça acima do nível da água e olhou para os lados.

Estava sozinho.

Não havia ninguém lá com ele.

Nelson conseguira o primeiro lugar.

Mas o nadador sabia que não havia o bastante para garantir seu futuro.

Não era só vencer; ele precisava mostrar que poderia voltar a seu antigo eu.

Ele se virou para os espectadores e viu o namorado.

Cris sorria, chorava e abraçava a prima ao mesmo tempo.

Naquele instante, Nelson sabia que conseguiu.

Com aquela expressão, ele sabia que poderia ficar no clube ao lado do homem por quem se apaixonara.

Yuri tocou a parede alguns segundos depois.

Mas Nelson estava ocupado demais, sorrindo, para notar.

De repente, ele sentiu vontade de chorar.

Ele jogou água no rosto para disfarçar as lágrimas.

Então se afundou na água e gritou o mais alto que podia.

Quando ergueu a cabeça, Nelson sorria e chorava enquanto olhava para Cris, quem fazia o mesmo.


Notas Finais


Duas notícias.
Semana que vem não tem cap.
E a história está se aproximando do final do vol 1


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