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História O nadador e o assistente - Capítulo 13


Escrita por: phmmoura

Capítulo 13 - Capítulo 13


— Foi descriminação total — disse Cris no instante em que Nelson saiu da sala de exames. O assistente encarou o nadador, balançando a cabeça com uma expressão brava.

— Vai ficar falando disso até quando? — Nelson tentou manter o rosto sério enquanto caminhava ao lado de Cris, mas era difícil. A indignação do assistente era hilária.

— Não. Vou continuar dizendo isso até que o mundo fique sem injustiças como essa. Foi descriminação comigo — disse Cris de novo, enfatizando cada palavra. — Tudo estava indo bem até a sua avaliação física. Você disse que eu podia ficar lá dentro, mas, do nada, minha tia me coloca pra fora. Se não pediu pra eu me retirar porque sou gay, não sei o porquê.

— Vai ficar repetindo que não fez nada? — perguntou Nelson, sem se incomodar em esconder o sorriso mais.

— Sim. Não fiz nada de errado.

— Você ficou tirando fotos minhas no instante em que tirei a camisa — disse Nelson, lentamente, saboreando as palavras. Ele não estava bravo com isso. Na verdade, a mudança de indignação para surpresa no rosto de Cris foi impressionante demais para ele. Porém, esforçou-se para manter o rosto sério.

— Eu… ah… — O nadador abriu a boca, mas não conseguiu formar uma frase. Ele coçou o pescoço e olhou em volta, sem olhar nos olhos de Nelson. Após um tempo, ele lambeu os lábios. — Eu não… notei que tinha percebido…

— É… você tirou o som do celular, mas esqueceu do flash. — Nelson tentou conter a risada, mas ia ficando mais difícil com todas as expressões que Cris fazia. — Tirou ou não fotos de quando fiquei sem camisa?

Cris cobriu a boca com uma mão e tossiu.

— Tenho o direito de permanecer em silêncio — disse com a voz séria, tentando conter o sorriso.

— Vou deixar você ficar dentro da sala e que filme toda avaliação física minha no futuro se me mostrar seu celular agora.

Cris rapidamente escondeu o celular nas costas.

— Por mais que eu adorasse uma oferta tão tentadora, digo, não que vê-lo sem camisa não seja do meu interesse. Mas mostrar meu celular pra você seria invasão da minha privacidade.

Nelson encarou Cris por um tempo.

— Me deixa ver — disse, pulando do nada em Cris.

O assistente deu a volta e tentou colocar o celular fora do alcance do nadador, mas ele era alto demais para Cris.

Após uma disputa rápida, o celular estava nas mãos de Nelson.

— Você vai… hã… vai… isso! Você vai se arrepender pelo resto da sua vida se ver as coisas nesse celular. — Cris quase gritou, ficando na ponta dos pés, ainda estendendo a mão para pegar o celular de volta.

— Ah, vou? E por quê?

— É porquê… hã… — Cris mordeu os lábios e olhou em volta, tentando encontrar um motivo desesperadamente.

— Você sabe que só tá me deixando mais curioso, né? — Nelson não conseguia parar de rir com o desespero de Cris.

— Nudes! — gritou Cris, seu rosto se iluminou como se finalmente conseguisse a resposta. — Sim! Tem muitas nudes! Nudes e tantas fotos de paus, bolas, e caras pelados que até um gay ficaria com vergonha. Então, pelo seu próprio bem, não o meu, é melhor não olhar nesse celular!

— É mesmo?

— Sim! Confia em mim!

Nelson olhou para o celular e o rosto desesperado perante seus olhos. Com um sorriso maldoso, deslizou para desbloquear o aparelho e conferiu a foto mais recente.

— Então poderia me explicar por que tem uma foto minha no meio disso tudo?

— Eu… ah… — Cris corou e desviou o olhar. — Eu… uma selfie! Isso! Eu nunca quis tirar uma foto sua sem camisa! Só queria tirar uma selfie, mas, aparentemente, não usei a câmera frontal e acabei tirando uma foto sua.

— Acha mesmo que essa desculpa vai colar? — Nelson encarou ele, descrente.

— Você quer dizer a verdade? Sou fiel à verdade!

Nelson tentou, mas não conseguiu mais se segurar e começou a gargalhar.

A conversa deles já atraia alguns olhares, mas as pessoas olhavam para ele sem discrição agora. Cris ficou vermelho e escondeu a boca com a mão, porém nem ele conseguiu conter a risada mais.

— Isso me fez sentir melhor — disse Nelson após terminar de rir.

— Que bom que minha vergonha lhe foi de serventia.

— Foi o que você disse quando nos conhecemos?

Cris abriu a boca para responder, mas soltou um risinho.

— Tudo bem. Você venceu desta vez.

— Sim. — Nelson fechou o punho em pose de vitória, tirando mais risadas do assistente. — então, e agora? O nutricionista?

— Vamos no personal trainer antes disso — disse Cris, sem conferir nada.

Nelson mordeu os lábios enquanto encarava um dos ginásios contendo as piscinas internas. Ele fechou os olhos e soltou um grande suspiro.

— Isso é mais tarde.

— Eu sei, eu sei… — Nelson tentou, mas não conseguia tirar os olhos da porta. — É só que…

— Faz quanto tempo desde que entrou no ginásio? — perguntou Cris em voz baixa, assistindo as reações do nadador.

— Não muito tempo — respondeu Nelson após observar as grandes portas duplas em silêncio. — Entrei uma ou duas vezes…

— Por dia? — perguntou Cris com a sobrancelha erguida.

Nelson abriu a boca e depois sorriu.

— Tenho o direito de permanecer em silêncio.

— Isso é irritante, sabia? — murmurou Cris.

— Mas hoje é diferente, já que… — Nelson começou, como se não tivesse sido interrompido.

— É tipo a sua volta — completou Cris.

O nadador assentiu.

— Você não vai me falar nada do tipo “não se preocupe. Você mal vai nadar hoje! Então não dê bola pra isso!” com um sorriso nem nada?

— Não tem graça se você já sabe o que eu vou dizer — disse Cris, tentando e falhando em conter o sorriso. — E é assim que você me vê?

— Mais ou menos. — Nelson deu de ombros e respondeu com um sorriso pequeno.

— Vou decidir se é algo bom ou ruim depois. — Cris deu alguns passos à frente e virou-se com um sorriso. — Vamos, você tem muito pra fazer antes de falar com seu treinador.

Tirando coragem daquele sorriso, Nelson seguiu.

O personal trainer e o nutricionista foram mais rápidos do que eles esperavam.

— Acho que não tem muito do que falar, já que eles já têm seus resultados — disse Cris, conferindo o programa de treinamento que o personal trainer fizera para o nadador. — Tem bastante dessa recuperação de músculos

— Sim… Apesar de treinar, não está nada perto do que eu fazia antes. É claro que perdi muito músculo…

— Mas ao menos manteve a melhor parte — disse Cris, inclinando-se para olhar o abdômen de Nelson de perto. Ele encarou com uma expressão séria e então cutucou algumas vezes, assentindo, satisfeito. — Os gominhos continuam duros. Muito bom.

Nelson esfregou a barriga.

— Sim, obrigado. Preciso de uma animada antes de falar com o treinador.

— É isso que eu queria. Agora vamos. — Cris agarrou a mão de Nelson e puxou o nadador pelas portas duplas.

— Calma, meu coração não está pronto…

— Nelson! Faz tanto tempo, filho — disse o treinador assim que botou os olhos em Nelson. Ele caminhou até o nadador e deu um grande abraço nele. — Vou dizer, perdemos muito sem você. Nosso time em Londres não foi o mesmo com sua ausência, foi o que todo mundo disse.

Nelson soltou uma risada desconfortável.

— Não sei se isso é bom ou ruim — disse, coçando o texto.

— Eu sabia que você diria isso. Sempre humilde. Embora eu não tenha certeza se é bom pra um atleta profissional. — O sorriso do treinador aumentou. Após alguns tapas amigáveis no ombro do nadador, o sorriso foi substituído por uma expressão séria enquanto alguém chamava por ele na piscina. Ele assentiu e se virou para Nelson. — Ainda tenho uma aula pra dar. Colocamos as coisas em dia depois. Me mostre o programa de treino e a avaliação física.

— Aqui. — Cris passou os papéis para o treinador.

O treinador estudou os papéis por um tempo. Ele assentiu e continuou quieto, exceto uns hums aqui e acolá. Nelson e Cris ficaram quietos também, nenhum dos dois querendo quebrar a concentração dele. O nadador olhou para o treinador e esperou, sem notar que prendia a respiração.

— Para um acidente tão ruim quanto o seu, sua condição é o esperado. Mas não se preocupe. Não é tão ruim quanto eu temia — ele adicionou logo ao ver a expressão deprimida de Nelson. Ele escreveu algo nos papéis. — Você precisa de muita regeneração de músculo. Academia de manhã e hidroterapia de tarde. Com sorte, você volta em uma semana mais ou menos. Cris?

— Aqui! — O assistente deu um passo para frente e ajeitou a postura, como se fosse um soldado aguardando uma ordem.

— Traga o exame para o DM. Eles vão organizar um regime específico para ele — disse o treinador, passando os exames para Cris. Então ele virou-se para o nadador e perdeu todos os sinais amigáveis. — Nelson, conheço você. Já tá pensando em compensar pelo tempo perdido dando duro. Mas isso vai te machucar e não vai ajudar no seu retorno. Então preciso que prometa a mim que não vai exagerar.

— Sim, treinador. Claro — disse Nelson, se uma vez, assentindo o melhor que podia com seu pescoço rígido.

— Ele não acreditou em você — disse Cris após saírem do ginásio.

— Como assim?

— Quando prometeu que não ia exagerar. — Cris olhou nos olhos de Nelson. — Está estampado no seu rosto.

Nelson suportou o olhar de Cris por um tempo.

— Não precisa se preocupar — disse em voz baixa. — Conheço meu corpo melhor do que ninguém. Só trabalho dentro do limite.

— Para deixar claro, eu também não acredito em você. — Cris tinha uma expressão séria. — É por isso que vou te vigiar de perto. Me sentirei mal caso se machuque de novo.

— Não se preocupe, eu…

— Eu vou me preocupar. — Cris suspirou. — Mas isso é pro futuro. Agora precisa se focar na entrevista.

Nelson estremeceu.

— Esqueci disso — disse, coçando a cabeça. Ele tirou o celular e conferiu a hora. — Mas não foi adiada pra depois almoço? Tem, tipo, uma hora.

— Sim, mas tem algo que você precisa fazer primeiro.

— O quê?

— É segredo. — O sorriso malicioso de Cris aumentando enquanto ele se afastava.

— O que é? — O nadador seguiu o assistente.

— Vamos almoçar — disse Cris, ignorando completamente a pergunta de Nelson.


Notas Finais


Obrigado por lerem.
Irei dar uma pequena pausa nos caps.
O nadador e o assistente volta no dia 11/01
Feliz natal


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