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História O namorado do meu crush - Bichos preguiça e conchinha


Escrita por: Annye25

Notas do Autor


Quem é vivo sempre aparece não é rs

Vamos conversar lá em baixo :))

Capítulo narrado por: Chenle, Jaemin e Renjun, respectivamente.

Capítulo 27 - Bichos preguiça e conchinha


― Tem certeza que caminhar por aqui é seguro? ― Jaemin murmura, atravessando o caminho de pedras que entre-liga meu bairro. Ele está assim só porque falei que havia encontrado um lagarto pelas redondezas, que apelidei carinhosamente de Kevin.

 

Uma bobagem, pois o animalzinho é inofensivo até que se prove o contrário. O máximo que ele pode fazer é derrubá-los com uma rabada, já que, segundo minha vizinha e sua dona, este é doméstico, dócil e adora sair para pegar sol.

 

Uma pena.

 

Se o réptil não fosse anti social eu até os apresentaria. Ele adora passar nos pés cobertos de chinelos, como se fosse legal deixar a sensação de gelo em nossas peles. Não que eu esteja reclamando, suas escamas fazem gostosas cosquinhas.

 

― Mas é claro que é! Não se preocupem, o Renjun vem seguido por aqui comigo. ― Menciono meu melhor amigo, que anda apreensivo, segurando nas mãos do Jeno por precaução.

 

Tsc, medroso.

 

― Isso não quer dizer que eu ame esse lugar. Mantenha esses seus animais selvagens longe de mim! ― Huang exclama e todos caem na risada.

 

Lembro-me do dia em que Kevin passou por nós, enquanto fazíamos um piquenique no meio das árvores. Ele por pouco não pulou no colo de Huang para pegar sua maçã, assustando meu melhor amigo de um jeito impagável e digno de canal de pegadinha. Nunca o vi tão apavorado antes, parecia que iria explodir de terror, inclusive sou muito cruel por ainda rir disso.

 

Acontece que Joohyun, minha vizinha e dona do bichinho, gosta de dar espaço pessoal para seus animais, por isso solta o lagarto de tamanho médio algumas vezes por dia, para ele fazer suas “coisas”, assim podemos dizer. Eu não me importo, mas isso não quer dizer que o restante do bairro veja pelo mesmo modo.

 

De qualquer modo...

 

Joo é um amor, amo conviver consigo, tanto que hoje estará contribuindo com lanchinhos. Mal posso esperar para comer seus sanduíches de tomate, alface e abobrinha.

 

Será uma noite atípica.

 

Chamei o Junnie e o Sung para dormirem comigo, no entanto Jaemin e Jeno se auto convidaram também e aí começou o furdunço. Donghyuck ficou enchendo o saco e o Mark disse que eles virão na hora do jantar… queria saber quando foi que dei tamanha intimidade a eles.

 

Mas no fim vou relevar, pois não é como se eu odiasse receber convidados.

 

Depois de mais um pouco de caminhada, com os meninos admirando essa área de preservação completamente mágica aqui da vizinhança, o tempo começou a ‘enfeiar. Decidimos pegar esse caminho mais longo por este não possuir carros, assim não corremos o risco do Renjun ficar assustado. Uma explicação pouco plausível para a tempestade que se instala.

 

― Não acredito que vai ‘cho-… ― Jaemin é interrompido pelo relâmpago, que se propaga e nos faz pular assustados. ― ver.’

 

Um grande temporal do nada dá as caras, molhando nossos corpos.

 

Era só o que faltava…

 

― Eu falei para não passarmos por esse lado. ― Jisung bufa e eu reviro meus olhos.

 

― E eu ia saber da tempestade? E grande coisa, pelo o que sei ninguém aqui é de açúcar! ― Eu obviamente acabo me irritando, dando passadas fortes. O suficiente para Renjun se estressar nas minhas costas.

 

― Nem pensem em discutir agora. ― Ouço o ranger de seus dentes e Jeno segurar a risada.




 

Não demorou muito para que nos encontremos completamente encharcados na porta de minha casa. Mamãe nos encara apavorada, estendendo um tapetinho para pisarmos.

 

― Meu deus, vocês vão ficar gripados! ― Briga, correndo de um lado a outro em busca de toalhas.

 

― Uau! ― Jaemin é o primeiro a admirar a decoração da sala, movendo seus olhos de maneira curiosa sobre nossos artefatos ornamentais. Coisa que já estou acostumado.

 

É comum que todos tenham esse pensamento quando pisam aqui em casa, acho que não estão habituados com a decoração florestal de mamãe ou as minhas aplicações preciosas. Sem contar o fato de sermos muito abertos a religiões e estudos de práticas semelhantes às budistas, que não é muito bem visto por algumas pessoas da coreia atual, um país que pode-se considerar majoritariamente cristão.

 

Mas quem se importa? Eu apenas estudo e me dedico ao que particularmente gosto.

 

Por precaução retiro a rede de um dos ganchos, por motivos desta ficar exatamente no meio do caminho e hoje termos mais visitas do que o esperado, só para prevenir que nenhum atrapalhado vai se machucar. Estou me incluindo nisso, pois já levei muitos tombos de madrugada por não conseguir enxergá-la. Desvantagens de ser avoado com eu.

 

Pelo menos não tenho as mãos de alface do Jisung.

 

― Sequem-se e revezem para tomar banho. ― Mamãe retorna com uma cesta de toalhas, a colocando em nossos pés.

 

― Renjun vai primeiro porque ninguém aguenta quando ele fica gripado. ― Provoco, recebendo em troca uma toalhada na cara.

 

― Vai se danar!

 

― Podem ir dois por vez, temos dois banheiros. ― Mamãe informa, atirando-se de maneira preguiçosa no sofá.

 

Olho para os futuros namorados do meu amigo e os mesmos parecem perdidos e envergonhados, enquanto Jisung, parcialmente seco, sente-se em casa assim como Renjun, indo para a cozinha provavelmente louco de fome, ao passo que Huang corre em direção ao banheiro, reclamando que odeia ficar molhado.

 

As vezes ele realmente parece um gatinho.

 

― Vocês dois, sentem-se, não vão ficar aqui em casa de pé. ― Empurro Jeno, que está mais próximo, contra um dos divãs, escutando Jaemin reclamar.

 

― Mas estamos todos molhados.

 

― E daí? É só água, uma hora seca.

 

Sem terem muito o que fazer, eles aceitam, permanecendo calados. Obviamente minha mãe enxerida nunca deixará uma oportunidade como esta escapar.

 

― Então vocês são os pretendentes do Injun? ― Ergue suas sobrancelhas de maneira insinuativa demais para o meu gosto. me fazendo bufar.

 

Jaemin corou no mesmo instante, brincando com a barra de seu uniforme molhado e assentindo abobalhado, ao passo que Jeno aparenta sequer se importar.

 

― Mamãe, nem comece. ― Quando nos encaramos esta apenas sorri de maneira inocente. Muito falsa.

 

― O que foi? Só estou fazendo perguntinhas básicas, afinal Renjun é como um filho para mim.

 

Sua resposta faz Jisung gargalhar do outro cômodo, já prevendo todo o embaraço que irá causar aos meus convidados.

 

Das duas uma: Ou nomin nunca mais colocará os pés na minha casa, ou essa noite será estranhamente louca para compensar esses minutos de vergonha alheia.

 

Se Renjun inventa de sair do banho agora…  Vai ficar de mal com minha mãe por uma semana.

 

― Jisung, vai tomar banho. ― Grito para o mesmo, que aparece rapidinho concordando e rumando ao final do corredor. Eu até iria antes dele, porém tenho que garantir que Jaemin e Jeno estarão pelo menos vivos enquanto permanecerem sobre meu teto.

 

― Então…. ― Mamãe resmunga, abaixando propositalmente o volume da TV, fazendo seu tom reverberar de maneira estranhamente séria. ― Quais são as intenções de vocês com o meu sobrinho?

 

Aff, ás vezes parece que ela faz essas coisas só para me incomodar...

 

― Mamãe, pelo amor de buda!










 

XXX










 

― Muito bem, o que vocês querem jantar? ― A mãe de Chenle aparece na sala com o telefone em mãos. Seu jeito arrumado me fazendo crer que está pronta para ir em uma balada. ― Que foi? Não me olhem com essa cara! Acham mesmo que eu vou cozinhar ‘pra um bando de moleques?

 

A mesma zomba e nós gargalhamos.

 

É visível sua semelhança com Zhong. Seu jeito descontraído, os palavreados e até mesmo os gostos extremamente parecidos. Apesar da pequena inquisição de antes, esta que me rendeu tremores e bastante risadas de Jeno, são bastante agradáveis os traços de sua personalidade.

 

Acomodo-me como posso sobre o estofado confortável da casa alguns metros quadrados mais aconchegante que a minha, aspirando o perfume natural liberado pelos fios de Renjun, enquanto Lee e Jisung parecem mais importados com a partida de vídeo game.

 

— Pede frango frito, o Renjun não pode ver que devora o pote inteiro. — Chenle resmunga com naturalidade e eu sufoco o riso, observando o tapa estalado de Huang em um de seus braços. Eu até ficaria mais participativo, caso não estivesse sufocando o fato de estar completamente encantado com o serzinho que quase posso chamar de namorado.

 

A quem estou tentando enganar?

 

É impossível me segurar com Junnie coladinho em meu corpo. Quando menos percebo, estou agarrando-o como um verdadeiro ursinho de pelúcia.

 

— Aigoo, Injun! Suas bochechas ficam tão fofas rosadinhas! —Brinco, deslizando e esfregando meus dedos delicadamente em suas maçãs quentinhas.

 

— Sai ‘pra lá, Jaemin! — Seu empurrão e peteleco doeram bastante em minha alma. — Que inferno… mania de ficar me apertando.

 

— “Que mania de ficar resmungando.” — Jeno desconcentra-se alguns minutos do jogo apenas para caçoar, imitando o timbre irritadiço de sua voz, e eu acabo gargalhando enquanto este foge da almofada preparadinha de Injun.

 

Ele realmente está ficando mais à vontade.

 

Quando menos percebo estou sorrindo de novo. Acho que ser assim, bobo, só evidencia a minha casualidade. E olhar para Renjun assim… completamente descontraído e divertido é incrível.

 

Estando tão distraídos foi impossível perceber a movimentação da porta, que reverbera em altos decibéis a voz característica de Donghyuck.

 

— Ah, não. Lá se vai minha paz… — Chenle lamenta como se fosse calmo, revirando os olhos ao que o ruivo e sua mãe adentram o ambiente conversando à vontade.

 

— Adotei um novo menino. — Tia Zhong brinca e Hyuck concorda animado, fingindo não perceber o teatro que Lele arma diante de nossos olhos.

 

— Eu não quero ser irmão do anticristo!

 

— Ha ha ha, ‘irmãozinho. Veja pelo lado positivo, agora vai ter que dividir suas plantinhas comigo.

 

Realmente, quando ambos começam a brigar ninguém aguenta se meter para apartar, portanto resolvi ajudar Mark a trazer suas coisas e de Donghyuck para perto da escada, já que o último atirou-se como se fosse o verdadeiro dono do sofá e da casa.

 

— Tudo bem… vou deixar vocês se divertindo. — A mãe de Chenle aparece apanhando sua bolsa. — Não esqueçam de abrir a porta para o entregador, vou deixar o dinheiro próximo a porta e… tentem não destruir minha casa. Tchauzinho!

 

Sua aleatoriedade não pareceu importar seu filho, que apenas deu de ombros voltando a empurrar Donghyuck com birra.








 

Depois de muita discussão ficou resolvido que eu seria o responsável pelo jantar de Chenle. Bom, levando em consideração que este não consegue equilibrar uma frigideira direito, é mais seguro que eu o faça.

 

Não sou tão bom na cozinha, mas achei que poderia arriscar.

 

Os técnicos do masterchef ficariam horrorizados com meu método de preparo…

 

Olhando o que havia na dispensa, optei por sopa de couve-flor com inhame. Não comentei antes com Zhong, mas acho vegetarianismo um movimento tão lindo, sempre me interessei por esse tipo de pesquisa, já que mamãe é vegana e eu, quando pequeno principalmente, preparava banquetes especiais no dia de seu aniversário.

 

As vezes eu tento ser um filho dedicado...

 

Não foi muito complicado, desde que seu modo de preparo é extremamente fácil. Consiste em basicamente bater o inhame cozido, água quente, azeite de oliva, sal, cebolinha, manjericão, salsinha e orégano em um liquidificador. Após isso, apenas adicionei as folhas de couve-flor e misturei.

 

No fim todos poderão comer, já que exagerei um pouco na porção.

 

Termino de secar a louça utilizada para preparar a sopa, mesmo com Chenle insistindo que o faria mais tarde, preocupando-me em deixar o cômodo do jeito que havia encontrado. Cozinha é um ambiente que sempre se deve manter arrumado, aprendi isso desde pequeno com Jaehyun.

 

— Nossa, você até mesmo lavou meu fogão. —  O dono da residência aparece, arrastando um Renjun e um Jisung preguiçosos em seus braços. Atrás vieram Jeno e Mark rindo e Hyuck resmungando versos incompreensíveis.

 

Felizmente Huang se prontificou a me ajudar, mostrando-se novamente o meu verdadeiro anjinho, colocando a mesa e retirando os frangos da embalagem.

 

— Não foi problema, já que havia derramado um pouco de sopa no processo de preparo. — Explico, ajudando Donghyuck a ficar em pé, já que este quase caiu numa dessas suas brincadeiras perigosas de deslizar pelo chão. — Você vai acabar se machucando.

 

— Tomara! — Lele o mostra a língua e eu reviro meus olhos.

 

A infantilidade…









 

XXX










 

— Nossa, isso ainda está muito quente. Não consigo comer, vamos deixar esfriar. — Preocupado como é, Jaemin se manifesta, virando em minha direção. — Tome cuidado, Injun, pode queimar sua boca.

 

Eu estava prestes a revidar sua aflição sem cabimento, já que prefiro desfrutar da sopa em temperatura mais alta, porém Jeno infelizmente resolve se manifestar.

 

— Ué, mas você é quente e eu ainda te como de madrugada.

 

Idiota.

 

Em questão de segundos todos estão rindo de sua fala, enquanto eu e Jaemin o encaramos irritados, o último completamente envergonhado.

 

— Lee Jeno! — Sua repreensão pareceu em vão, levando em consideração que esse sem noção apenas fez um comprimento esquisito com Mark.

 

Mais um de seus códigos idiotas.

 

— Um jantar. Eu só queria poder jantar em paz! — Encaro Lee de maneira cortante, o que foi suficiente para que eles parassem.

 

Bobos.

 

Nana sorriu em minha direção e acariciou meus fios em agradecimento. Não preciso expressar o quão acolhido me senti. Suas mãos gordinhas e carinhosas tem os melhores afagos, poderia passar o dia desfrutando.

 

Apesar de tudo o clima continua de brincadeira, por estarmos bastante acostumados com os comentários desnecessários de Jeno, Lucas e Mark. Até mesmo Jaemin, apesar de ter ficado um pouco avermelhado, pareceu não se importar.

 

Por uns segundos raciocinei o verdadeiro teor da frase e….

 

Meu deus!

 

Por que estou imaginando algo como isso? Eu sou inocente!

 

Os instintos pareceram mais rápidos e eu acabei me engasgando, tossindo sem parar a fim de expulsar o refrigerante.

 

— Meu deus, você está bem? — Jaemin bate em minhas costas com força, sendo o único a perceber o que aconteceu, desde que Donghyuck mostra seu incrível número para Chenle e JIsung, e Mark e Jeno acham bastante divertido a piada contada pelo canadense.

 

— E-estou! — Brando para acalmá-lo. Na limpa o canto de minha boca com as costas de sua mãe, sorrindo sem entender a minha expressão envergonhada.

 

— Ok… Beba seu refrigerante com cuidado.

 

Droga de pensamentos!

 

Como posso deixar de pensar nisso, sendo que Jaemin se encontra poucos centímetros de meu rosto, com os fios levemente bagunçados e os lábios e bochechas naturalmente vermelhos?

 

Argh!

 

Balanço minha cabeça algumas vezes, tentando expulsar essas atitudes anormais de meu cérebro, dando atenção ao seu papo sobre dormirmos cedo para não ficarmos cansados.






 

— Lee Minhyung! — A risada estridente do mesmo é capaz de ultrapassar os berros irritados de Donghyuck.

 

Eu já imaginava que algo desse tipo deveria acontecer, levando em consideração que dormidões nunca dão certo. Chenle e Jisung foram buscar mais cobertores, já que parte de nós dormirá aqui na sala, mais precisamente eu, Jeno e Jaemin, enquanto os mesmos ficaram com o quarto da tia Zhong e Mark e o ruivo no de meu melhor amigo, mas o canadense resolveu provocar Hyuck, usando o seu pijama como prancha de surfe para deslizar no chão, após um comentário maldoso do último.

 

— Por favor, Mark, você vai empoeirar a roupa dele! — Enquanto Jaemin falha em tentar intervir, aproveito dos braços quentinhos e aconchegantes de Jeno, mais interessado no desfile de Bella Hadid, já que Chenle não nos deixou mudar de canal por ser completamente viciado no victoria secret's fashion show.

 

Lee quase cochila com o queixo em meu cabelo e eu penso em como ele consegue dormir com toda essa parafernalha. Um verdadeiro taurino preguiçoso.

 

Bom, depois de muito brigar, Mark soltou a roupa de Donghyuck, tendo que correr em volta da sala pela reação completamente exagerada do outro.

 

— Você sujou!

 

Ótimo.

 

E mais uma vez eles começam, como se fossem verdadeiros cão e gato. Nana analisa o pijama deixado para trás negando, virando em minha direção, me fazendo gargalhar pelo resultado.

 

A calça de tonalidade azul clara está completamente manchada pelas impurezas do piso quente e sujo da sala. A mesma só não ficou mais desgraçada porque a mãe de Chenle costuma passar pano na casa com bastante frequência, já que não suporta viver sob a poeira.

 

— Ei, cuidado com as minhas estátuas! — O dito cujo desce as escadas como um raio, empurrando Mark contra o sofá de maneira nada delicada, enquanto Jisung faz todo o trabalho de carregar os cobertores e travesseiros.

 

— Você não viu o que ele fez com a minha roupa! — Donghyuck reclama e Lele ergueu suas sobrancelhas antes de gargalhar pela aparência do tecido que Jaemin tragicamente dobra.

 

— Pare de rir, você vai me emprestar um pijama. — O Lee mais novo decreta, o suficiente para deixar meu amigo contrariado.

 

— Se você rasgar meu pijaminha de baleia… — Sua ameaça soa  bastante inválida levando em consideração que não nos importamos para tal. — Enfim, agora vocês sobem comigo. Renjun, temos só mais dois travesseiros, um de vocês vai ter que se contentar com almofadas.

 

— Não se preocupe, nós dividimos o que tiver. — Jaemin retira os mesmos do coitado do Jisung, os arrumando sobre os colchões improvisados no meio do tapete felpudo.

 

Também não é como se meu amigo tivesse ligado, já que saiu arrastando Donghyuck e Mark andar acima, enfurecido por ter que emprestar sua roupa cuja qual é extremamente apegado.

 

— Qualquer coisa o Chenle mandou avisar que tem mais cobertores no closet dos quartos. — Jisung dá de ombros, antes de subir os degraus, provavelmente em busca de seu jogo pausado.

 

— Jeno… — Olho para o maior esparramado abaixo de meu corpo, que pisca seus olhos de maneira bastante fofa para que eu possa assimilar. — Vamos deitar.

 

Ele segura meu rosto em um ato involuntário, amassando minhas bochechas com suas mãos inchadas, antes de selar nossos lábios.

 

— Amo dormir coladinho com vocês dois.

 

Sua fala faz Jaemin resmungar.

 

— Contanto que não nos esprema em seus sonhos aleatórios.

 

— Não posso prometer nada. — Lee se espreguiça puxando-me para seus braços logo em seguida, nos conduzindo para nossa cama improvisada, enquanto Nana desliga todas as luzes daqui de baixo. — Posso colocar no canal de luta livre?

 

— Eu estou vendo. — Olho para o que acontece na tela e protesto. Bem no meio da apresentação do The Weeknd... — Espere acabar.

 

Não pareceu um grande problema para o maior, já que este está mais dormindo do que acordado.

 

Jaemin junta-se a gente, se acomodando abaixo das cobertas, juntando nossos corpos.

 

— Hum, amo o seu perfume natural. — Seu suspiro em meu pescoço pouco me importa, já que estou bastante confortável em seus braços.

 

Jeno vira de lado, num claro sinal de que voltará a dormir, e eu perco minha atenção para o desfile de moda, enquanto Nana beija meus cabelos bagunçados.

 

Muito confortável.

 

Queria ficar assim com eles para sempre.









 

Desperto com um barulho de algo chocando-se pelo chão da sala.

 

Não é preciso focalizar muito para saber que já passam das três da madrugada. Olho para o ambiente de maneira periférica, até encontrar o causador do ruído.

 

— Oh, acordei você. — Nana sussurra e só então percebo seu celular em mãos. O objeto que me despertou havia sido seu carregador. — Volte a dormir, ainda é madrugada.

 

Suas mãos acariciam meu rosto até este voltar a se acomodar na cama.

 

Logo o calor e o sono que ainda sonda meu corpo fazem com que eu novamente caia no mundo dos sonhos.





 

— Droga…

 

É realmente muito irônico que eu acorde de tempo em tempo justo no dia em que estou próximo de meus crushs.

 

Não poderia estar tendo uma noite melhor. Satirizo.

 

Um pesadelo sobre demônios me tirou o sono e fez subir calafrios por meu corpo.

 

Com muito pesar acabo deixando a cama, suspirando com ao reparar na serenidade das duas figuras que agora estão incompletas de meu abraço.

 

Resolvo procurar por um copo de água, já imaginando não conseguir mais cochilar. A cada segundo que prego meus olhos a imagem de um demônio do mal começa a me assombrar, e eu sinto calafrios em meu corpo, buscando por algum tipo de distração em meu celular.

 

Foi quase imediato despertar Jeno, que me encara confuso, erguendo seu tronco de maneira desengonçada.

 

— O que? Que horas são? — Ele tateia seu aparelho numa velocidade absurda, torcendo o rosto quando constata ser quase cinco e meia da manhã. — Por que está acordado tão cedo? Volte para a cama.

 

— Desculpa por te acordar. — Sussurro, temendo desadormecer Jaemin também, que remexe-se um pouco ao lado de Lee. — Eu tive um pesadelo.

 

Vejo sua expressão suavizar.

 

— E porque levantou? Poderia ter me chamado.

 

— Não quis acordá-lo e preciso de um pouco de água. — Minha resposta soa distante, já que logo estou dentro da cozinha, despejando um pouco do líquido transparente em um copo qualquer que encontro sobre o armário.

 

Jeno abre espaço em seu lado, tomando a posição vazia próxima de Jaemin. que involuntariamente o envolve em seus braços, e eu rapidamente repouso o copo sobre o tapete, aconchegando-me no emaranhado de cobertas.

 

Não demorou para que estivéssemos novamente colados.

 

— Você sabia que arranhão de bicho preguiça dói?

 

— O que? — Não consigo me segurar diante de seu comentário aleatório.

 

— Eles arranham as pessoas, cuidado. Uma vez eu e a minha família viajamos para um lugar especial no méxico, tinha um carinha de lá que era dono de um baita lugar para animais selvagens, que por motivos diversos não podem mais viver em seu habitat natural. Eu quase surtei quando vi uma preguiça. — Sua risada sopra os fios de cima de minha cabeça. — Sério, eles machucam de verdade. Parecem inofensivos, mas as unhas deles são mais afiadas que as de gatos.

 

— Estou tentando entender porque você achou que seria fácil tocar em uma. — Brinco. — Quanto tempo ele levou para te atacar?

 

— Acredite, é bem mais rápido do que parece. — Jeno lamenta e mais uma vez eu acabo rindo. — Quando você menos percebe, Boom! Esse serzinho maligno te machuca. Eu estava tão animado, queria tanto abraçar aquele bichinho, encher ele de carinho, mas ele me recebeu com tanto ódio... No fim, terminei o dia com um band-aid no braço e virei o maior alvo de piadas do meu irmão mais velho.

— Você está parecendo o Jaemin em uma de suas crises de fofura. — Comento achando graça. — Eles são animais selvagens, apesar de lentos, sabem se defender dos outros.

 

Por alguns segundos imagino Lee surtando pela carinha de uma preguiça, tentando a todo o custo chegar nela e sendo arranhado logo em seguida. Admito que merecia foto, pois não é algo que se pode ser perdido. Minha risada baixa reverbera pela sala.

 

— Eles são como você, Injun. Fofos e preguiçosos, mas os machucados doem para um caralho.

 

— Eu vou arranhar você. — Ameaço e Jeno me abraça apertado, rindo de minhas falhas tentativas agressivas. — Boa noite, Nono.

 

— Bons sonhos.

 

Ele boceja atrás de mim, arrastando suas mãos sob meus cabelos. Nossos resmungos começando a ficar mais distantes.

 

Sua história engraçada pareceu bastante eficaz, pois logo me pego substituindo os demônios horríveis por preguiças fofinhas. A imagem de várias, fofinhas, comendo no topo de uma árvore, me faz sorrir de olhos fechados.

 

A ideia de dormir de conchinha me deixando mal acostumado e confortável para entender o amor do ser humano por isso, tanto que sequer foi preciso ligar o ar condicionado.

 

No mais, o cheiro do incenso das ervas do Chenle é suave o bastante para me relaxar.

 

Será que posso raptar eles para dormirem comigo sempre em minha casa?

 

Continua…

 


Notas Finais


O meme do capítulo foi feito pela @kryptonct obrigada por me deixar usar anjinho! <3

Então... primeiro: eu iria postar a fic depois de responder os comentários, mas todo mundo votou no twitter para eu atualizar primeiro então cá estou eu \O/
Motivo do meu sumiço: Bom, para quem não sabe eu estou no 4 semestre de arquitetura, projetando a famigerada escola e tendo uma carreira complicadíssima como instalações elétricas (pelo menos para mim kkkk). É um semestre muito puxado e eu não consegui conciliar as outras coisas com ele :(( Não posso mais prometer q vou voltar certo dia pq estaria mentindo, ainda mais agora em final de semestre, mas sempre que eu puder eu vou tentar voltar <3
Sobre os comentários: Eu juro que vou responder todos, mesmo que demore, então paciência comigo por favor T.T
~Anne


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