História O namorado do meu irmão gêmeo - XV - eu beijei Jimin.

Jimin estava perplexo, confuso, estático, seus olhos arregalados demonstrava tamanha incredualidade. Aquele beijo que recebia sem pudor, sem seu consentimento o causou uma diversidade de sentimentos, seu corpo fervia o próprio sangue, suas bochechas queimavam e seu estômago embrulhava tanto que lhe causava dor.

Jungkook tinha o beijado sem mais nem menos. Tudo bem que no dia em que se viram pela segunda vez também tenha feito o mesmo, mas pelo menos o loiro tinha uma desculpa aprazível. Foi praticamente forçado a beija-lo para que antes não tivesse um ataque no elevado da faculdade por sua fobia.

Suas mãos soavam, Jungkook não se afastava, mas também não se mexia, e Jimin também não conseguia fazer tal ação de se afastar.

Mas afinal, por que Jungkook estava fazendo aquilo? Não foi ele mesmo quem disse não ser gay? No primeiro dia que se conheceram, que dizer, que se esbarraram. 

Jungkook se afastou subitamente, se perguntando mentalmente que idiotice estava fazendo, e a que ponto chegou para apenas provocar seu irmão. Aquilo era loucura. Era isso. Estava louco, estava absurdamente louco por ter beijado um homem.

Depois de alguns míseros segundos após o beijo ser rompido, depois de alguns breves segundos encarando a face rubra e envergonhada de Jimin com seus olhos arregalados, Jungkook saiu correndo dali, quase que como uma menina frustrada, deixando um loiro baixinho completamente confuso e nervoso, demorasse mais algum tempo colado a boca do outro ele iria desmaiar ali mesmo.

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Jungkook entrou na casa, sua cabeça girava e seu corpo tremia. Atravessou a sala presos em seus pensamentos, deixando de lado as vozes eufóricas naquele local e indo até a porta da frente.

— Jungkook, onde você vai? — Hoseok indagou assim que percebeu a presença súbita do amigo. — Ei! Eu 'tô falando com você! — Se levantou quando o viu passar pela porta sem lhe dar uma resposta. — Tae, acho que é melhor eu ir. Com certeza ele não está bem.

— Tá bom. Depois nos falamos. — Taehyung disse para conforta-lo, enquanto aturava um Jeongguk bêbado cheirando seu cangote e lhe sussurrando elogios descabidos.

Hoseok seguiu atrás do Jeon, mais bêbado de preocupação do que de cachaça mesmo. Não entendia o que estava acontecendo.

Na sala havia restado apenas uns dois bêbados idiotas como Pound e Jeongguk, e um Taehyung cansado por ter que atura-los, agora sozinho.

— Tae? — Pound disse manhoso, se jogando no chão. — Estou cansado.

— O quê eu tenho a ver com isso? — resmungou jogado no sofá, empurrando com a mão o rosto do moreno que tentava beija-lo a todo custo.

— Você tem que me colocar na cama. — murmurou o que conseguia, até sua voz estava cansada.

— Haha. Por mim você dormiria nesse carpete aí mesmo.

— Como você é mal. — Pound formou um bico nos lábios, tentando se levantar. — Posso dormir com você? Não tenho condições de voltar pra casa.

— Haha. — dessa vez foi Jeongguk quem gargalhou. — Nem em seus sonhos. Eu quem vou dormir com ele.

— Nenhum dos dois vai dormir comigo. Fedorentos! — Taehyung levantou o tronco fazendo o corpo do Jung cair no sofá por antes está apoiado ao seu, estava ébrio de mais para suportar o próprio corpo. — Eu tenho uma ideia melhor. Vocês quem vão dormir juntos, isso depois de tomarem um banho. Pelo amor de deus! — fez careta. — Vamos, levantem!

— Ahm?

Estavam lesados de mais pra entender o que o Kim dizia.

— Ai, fala sério! Não tenho vocação para babá. — Taehyung arrastou os dois corpos até o banheiro do quarto que estava desocupado, com muita paciência e determinação, depois de tampar a boca dos dois com fita para que assim não falassem tanta besteira, e não tivesse que ouvir um Pound chorando, chamando o nome de Nai, e um Jeongguk o enchendo o saco querendo beija-lo e lhe susurruando cantadas baratas.

 — Criança dão menos trabalho do que vocês dois. Um idiota e um pervertido. — riu da forma com que Pound e Jeongguk brincavam no chuveiro, como duas crianças abobalhadas descobrindo uma nova forma de brincar.

— Vem tomar banho com a gente, Tae.  

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Hoseok parou o carro frente a casa do Jeon, sentiu um certo desconforto no clima tenso que se formou desde que saíram da casa de Jimin, pela primeira vez o Jung se sentia desconfortável com aquela carranca expressa na face de seu melhor amigo. E olha que estar de cara fechada era mais comum para o Jeon do que sorrindo de orelha em orelha.

— Tem algo que queira me contar? — Hoseok indagou receoso, Jungkook era sempre tão impulsivo e rigoroso com suas palavras e ações quando estava com raiva. Mesmo assim, ele conhecia bem aquele rapaz, não era só raiva que sentia, também sentia medo e aflição.

Jungkook suspirou, franzindo os lábios, derrotado. Ter Hoseok como melhor amigo e saber que podia contar com ele, e contar pra ele qualquer coisa que fosse que não seria julgado, era a melhor coisa que havia lhe acontecido até então.

— Acho que fiz besteira. — disse exasperado, jogando a cabeça para traz, apoiando-a no banco de passageiro.

— Como é? Eu ouvi direito? Espera… já faz um tempo que não uso cotonete, acho que a última vez foi ontem.

— Estou falando sério. — bufou.

— Você? Jeon Jungkook dizendo que fez algo errado?! — O ruivo apontou para o Jeon. — Tudo bem, o que você fez? Só me lembre de anotar essa data para colocarmos em uma caixinha de lembranças de coisas que você fez pela primeira vez.

Aquilo arrancou um riso breve do moreno junto a um revirar de olhos, seu amigo conseguia ser tão idiota que chegava a ser engraçado.

— Acho que vou fazer outra besteira te mandando pro quinto… esquece. — Jungkook mordeu os lábios, se contendo em dizer palavras tão rudes.

Alguns minutos de silêncio se prolongaram, Jungkook parecia ter esquecido o que iria dizer ou estava apenas hesitando, deixando o Jung a espera de uma continuidade para o assunto iniciado. Após se dar conta do olhar insistente em si, o moreno encarou, de cenho franzido, o outro.

— Queê?! — indagou frustrado pelo olhar permanente de Hoseok.

— Diga qual foi a merda que você fez. Estou esperando.

Ao entender o que aquela insistência em encara-lo significava, sua ficha caiu, ele relembrou do beijo em que deu, por livre espontânea vontade, quer dizer, por puro impulso, em Park Jimin. Encarou a rua vazia do bairro onde morava através da vidraça do carro, voltando a apoiar sua cabeça na própria mão, usando a porta do automóvel como apoio para seu cotovelo. Suspirou, mesmo Jungkook sendo muito direto em suas palavras, ele estava receioso em dizer aquilo.

— Eu beijei um cara. — disse por fim, lutando contra seu interior para não sentir aquela sensação árdua dentro de si. Seu estômago se revirava toda vez que lembrava de qualquer coisa que envolvesse Jimin, sua bochechas formigavam, e era isso que ele se perguntava o quê que estava acontecendo, porque ele simplesmente não conseguia controlar suas sensações.

— Você beijou um cara?! — Hoseok disse de ímpeto, aumentando seus olhos de tamanho pelas palavras que ouvira do outro.

— Eu beijei Jimin. — até o momento, Jungkook estava isolado em seu mundo de decepção e nem mesmo se importava com a reação do amigo.

— VOCÊ BEIJOU O JIMIN?! — Hoseok alterou a voz incredulamente.

— É, é… — concordou consecutivamente, ainda em transe.

— Não! Não! — Hoseok tentava encontrar alguma maneira de "cair na real", analisar o que Jungkook estava relamente querendo dizer. — Cara, eu não acredito. Sério! Não! Cara, puta merda! Cara. — suas palavras desconexas e céticas fez o Jeon sentir os nervos aflorar por o ruivo não estar tratando aquilo assunto com a seriedade que realmente era.

— Dá pra você parar de surtar?! Se não eu é quem vou surtar com você. — Jungkook bufou, sentindo o estresse invadir sua cabeça.

— Tá, okay. — Hoseok respirou, tentando recuperar o fôlego. — Me explica isso direito então. — tratou de prestar atenção primeiro para depois "surtar", antes soltando os últimos risos que prendia, mas se contendo quando recebeu um olhar repreendedor do moreno.

— E-eu queria… — pela segunda, terceira e outra vezes ele estava gagueijando, estava tão confuso que não conseguia organizar bem as palavras. Era sempre assim quando se tratava de Jimin, deixava de ser um cara breve e direto em suas palavras porque não conseguia formula-las perfeitamente quando o loiro estava em seus pensamentos. Além do mais, aquele beijo parecia ter fugido do real objetivo que era de início. — Eu tenho que fazer isso mesmo? — questionou frustrado ao olhar para o mais velho.

— Sim. — confirmou. — Bem, só se você quiser, claro. Mas se você não confia mais no se-…

— Tá, tá! — bufou novamente, voltando a olhar a rua. — Não precisa fazer drama. — resmungou.

— Fala! — Hoseok esbravejou ansioso, estava impaciente com toda aquela enrolação que assustou o outro com seu ato.

— Aish… — Jungkook resmungou o encarando receioso. — Quando eu falei que o Jimin não ia mais jogar, eu levei ele para a área de trás da casa e o beijei.

— Isso você já me disse, quero saber o por quê.

— Jeongguk apareceu, eu quis me vingar pelo que ele me fez e, por isso, beijei o Jimin.