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História O namorado do meu irmão gêmeo - Capítulo 9


Escrita por: ChimChimYaoi

Notas do Autor


Olá meus bolinhos de arroz. Como cês tão?

Ai ai, preparem os lenços.

Boa leitura!

Capítulo 38 - Capítulo 9


Pai, eu também sou gay.

— Não diga barbaridades apenas para defender o seu irmão. 

Nesse momento quem também entrou no escritório foi Jiwan. A matriarca estava orgulhosa que Jungkook tinha ido lá para defender o irmão, ver os dois se dando bem e se ajudando era seu maior desejo, em contrapartida, o posicionamento de seu marido não a agradava. 

— Aliás o que você deveria está fazendo agora era cuidando do seu filho e da sua noiva. — Mas Kou continuou, seu stress não o abandonava nem quanto estava em casa. — Os dois correm risco de vida e é com ele que você se importa? — fremiu os olhos. 

— Kou. — Jiwan interviu pela primeira vez na conversa. 

Jungkook franziu o cenho. Como assim seu filho corria risco de vida? Aquele notícia o fez ficar absorto por um tempo. 

— Ele tem que saber. — Kou era persistente. — E, Jeongguk, eu vou tratar de cancelar todos os seus cartões de crédito e vou retirar sua mesada. Também trate de arrumar um outro lugar para morar, não quero esse tipo de pessoa dentro da minha casa. — apanhou alguns papéis da mesa e passou pelo ruivo para ir em direção a porta. 

— Você não pode fazer isso! — Jiwan interviu com um tom de voz alterado. 

— Posso sim e já está feito. — ele bateu a porta. 

— Mãe, deixa. Não se envolva nisso. — Jeongguk impediu que a mulher de fios escuros realçado fosse atrás de seu pai. 

— Mas, filho, o que você vai fazer agora? 

— Eu me viro. Você sabe que eu sei fazer isso muito bem, o mundão lá fora não é uma novidade pra mim, mãe. — ele depositou um beijo na testa de sua matriarca para logo sair dali também. 

Jeongguk já estava subindo as escadas quando seu irmão surgiu do seu lado e ele aproveitou para esclarecer o que o deixou confuso. — Por que você fez aquilo? 

— Eu… Não achei justo ele te tratar daquele jeito. — Jungkook acompanhou os passos em cada degrau e logo eles estavam em chão plano. 

— Jungkook, você se assumiu gay na véspera do seu casamento pro seu pai, o cara menos tolerante que eu já conheci. Não acho que me defender seja motivo suficiente. — Jeongguk cruzou seus braços e ergueu uma de suas sombrancelhas. — Então você gosta mesmo do Jimin. 

Jungkook franziu os lábios e encarou o chão. 

— Se você gosta dele por que vai se casar? — formou uma curvatura em sua testa, quiçá ele já soubesse a resposta. 

— Não tem outro jeito. 

— Claro que tem. Você não precisa viver uma vida que não quer só pra agradar seu pai ou pra se encaixar em algum padrão. — as vezes ele se compadecia pelo fato de seu irmão resignar facilmente ao que seu pai determinava. 

— Não quero que meu filho passe por o que eu passei. Não quero que ele sofra porque o pai dele tem um marido ao invés de uma esposa. 

— Você nem sabe se seu filho vai se importar com isso. Ou você vai fazer com ele a mesma coisa que seu pai tá fazendo com você? Te obrigando a ter uma vida que você não quer ter.

Ao ouvir aquilo Jungkook se recolheu, certamente as palavras de seu irmão tinha algum sentido, todavia o deixasse ainda mais confuso sobre o que deveria fazer. 

— Você me disse pra ser eu mesmo, porque era isso que nos tornava diferentes, mas eu não vejo problema em sermos iguais. Por que não segue o seu próprio conselho? 

Jungkook não disse nada, na maioria das vezes ele se calava. Era difícil arrancar muitas coisas dele. O ruivo não tinha tempo a perder, ninguém conseguiria enfiar alguma coisa na cabeça do outro quando ele já tinha tomado sua decisão. 

— Espera. — Jungkook disse assim que percebeu seu irmão se virar para ir pro quarto. Então ele enfiou a mão no bolso e buscou um objeto. 

— O que é isso? — Não foi o que ele quis dizer, e sim "para que serviria isso". 

— É a chave do me apartamento, você pode ficar lá, mas não deixe o Kou descobrir. — Jungkook a entregou em suas mãos. 

— Valeu irmão, você me salvou. — agradeceu. 

— Ah, para, tenho certeza que você não iria pra debaixo de uma ponte dormir. A não ser que ela se chamasse Kim Taehyung. 

Jeongguk riu, molhando os lábios com a língua. Só em pensar no Kim seu coração pulsou forte, uma sensação que descobriu a pouco tempo. 

— Bom, o seu namoradinho não vai com minha cara, então eu teria que brigar feio se quisesse ficar lá. E você sabe, eu não gosto de confusões. 

— Na verdade, eu sei do contrário. 

O ruivo abriu os lábios em um riso e revirou os olhos. 

— É melhor eu ir. Antes que ele se lembre da única coisa que não citou: o carro. Aí sim eu não saberia o que fazer. — então ele seguiu para o seu quarto.

Jungkook fez o mesmo, para o lado oposto. Ao abrir a porta e adentrar, seu celular fremiu no bolso traseiro. 

Kim Taehyung 

Amanhã é o aniversário do Jimin. Eu vou dar uma festa pra ele a noite.

7:31pm

Queria saber se você vai poder comparecer.

7:31pm

Jungkook se surpreendeu. Não fazia ideia daquela data.

Jungkook

Não sei se é uma boa ideia.  

                                                                  7:32pm 

O moreno refletiu sobre o assunto, sobre o que ele faria com essa informação até outra mensagem notificar. 

Kim Taehyung

Por que? O que houve? 

7:33pm

Jungkook

Eu e Jimin tivemos que nos afastar. 

7:33pm

Kim Taehyung

Poxa, Jeon, que pena. 

                                                                    7:34pm

Ultimamente não estávamos nos entendo bem, então ele acabou não me contando sobre isso. 

7:34pm

De qualquer forma, você é alguém especial pra ele. Espero que se resolvam logo. 

7:34pm

Eu não gostaria de contrariar Jimin e pedir que você viesse mesmo assim. Mas acho que sua presença não vai irrita-lo tanto. 

7:35pm

Jungkook

Certo, Kim.

:) 

7:36pm

Foi sua última mensagem. E enquanto ele se despia para ir tomar banho, buscava ideias do que daria de presente ao loiro, porque, por mais que eles já não tivessem mais nada, o Park era alguém especial. 

                                       • 

No outro dia Jungkook avisou Yonhwa que buscaria Eliot em sua casa após sair da faculdade, e era exatamente isso que ele tinha ido fazer, mas antes disso buscou o presente de Jimin que ele já havia encomendado na noite passada. 

— Ei, garotão! — Jungkook embelezou seu rosto assim que Eliot pulou em seu colo quando se abaixou. — Como foi os dias longe do papai? — o animal estava eufórico, parecia feliz com a presença do dono. — Se comportou bem? 

— Como um anjo, Senhor. — Yonhwa disse, parada entre a porta de sua casa. 

— Obrigado de verdade, Yonhwa. Eu tive alguns problemas esses dias e não deu pra ficar com ele. — ele voltou a ficar de pé. 

— Imagina, Sr. Jeon, eu que agradeço pela sua confiança. Eliot me fez companhia e alegrou meus dias. — ela sorriu. 

— Certamente você não precisará mais cuidar dele agora que eu voltei pra casa dos meus pais. — ele observou o filhote se sentar e o encarar, e com isso lançando um sorriso pro dito cujo. 

Yonhwa se sentiu triste ao ouvir aquilo, gostava tanto da presença de Eliot e precisava desse emprego pra pagar suas contas. Jungkook a pagava tão bem. 

— Bom, a não ser que você queira continuar. — ele sugeriu. 

A garota mal pode acreditar. — É sério?!

— Claro. — lançou-lhe um sorriso simpático ao inclinar a cabeça. 

— Ai, Sr. Jeon, eu nem sei como agradecer. — agora se sentia feliz. 

— Não precisa agradecer. Os horários são os mesmo, só mudou o endereço. 

— Tudo bem, senhor. 

— Bom, vou indo. Até mais Yonhwa. — se despediu, enrolando parte da coleira de Eliot em sua mão. 

Jungkook não planejava ir para festa do Park naquela noite, preferia ficar perto de seu filho agora que sabia sobre sua saúde estar comprometida. Mas ele planejava entregar o presente pessoalmente. 

— O que você acha de visitarmos o papai, huh? — Jungkook indagou a Eliot que estava ao seu lado, preso no banco de passageiro para não correr o risco de ele sair pulando, apesar do animalzinho ser muito obediente e ficar quietinho durante toda a viagem. — Acha que ele vai gostar? Você podia dizer pra ele não ficar bravo comigo. — formou um bico em seus lábios, ligando a seta para a esquerda e girando o volante assim que se aproximou da rua de sua casa. 

Ao entrar pela porta dos fundos, Jungkook guiou Eliot para a área de traz, onde já estavam todas as suas coisinhas como seu próprio dormitório e os brinquedos – os quais logo foram apanhados pelo pet hiper-risonho. 

— Jieun, vem aqui, por favor. — Jungkook apareceu na cozinha – o cômodo mais próximo de onde ele estava e também onde a empregada recém contratada se encontrava. 

— Sim, Sr. Jeon? — ela o seguiu até sair completamente da cozinha, se dando conta do novo membro da família. 

— Esse é o Eliot. Eu adotei ele a pouco tempo. — explicou, observando o filhote rolar no chão com seus brinquedos. — Aqui estão os horários das refeições dele e todos os cuidados higiênicos. Mas isso vai ser só para o caso da babá dele não vier por algum motivo pessoal. 

— Tudo bem, senhor. — Jieun apanhou o papel o qual o moreno a entregava. 

— Outros três empregados vão começar semana que vem, quero que você passe essas informações ao supervisor para que ele me mantenha atualizado. — pediu, suas mãos repousando na cintura. 

— Sim, senhor. 

— Pode se retirar. 

— Com licença. — ela prestou reverência antes de sair. 

— Filho, me espera aqui que eu vou só tomar um banho e já vamos visitar o papai. — Jungkook se abaixou rapidamente para acariciar o focinho de Eliot.

                                       •

Algumas horas depois o Jeon já estacionava o carro em frente a casa de Taehyung e Jimin. E como um bom menino, Eliot esperou que seu dono descesse do carro e desse a volta para abrir sua porta e ele poder sair. 

Jungkook agarrou a coleira do filhote e esperou ele descer para fechar a porta do carro. Nesse ínterim, ele pode notar que o carro de Hoseok e do seu irmão estavam estacionados ali, e que era os únicos que ele reconhecia. Em seguida, abriu o portão e passou com Eliot para o backyard da casa. Ele achou melhor não entrar e optou por não tocar a campainha e não ser recebido por outra pessoa que não fosse o Park, seu único objetivo ali. 

Jungkook

Você pode me receber aqui fora?

Então decidiu por enviar uma mensagem. 

Não demorou muito para que Jimin saísse, descendo os degraus ali da frente e se aproximando do Jeon com o cenho franzido. 

— ChimChim! — Mas antes que questionasse alguma coisa, ele se abaixou para receber o animalzinho nos braços quando este correu até si. 

Jungkook sorriu com aquela cena. Era tão lindo quando Park Jimin sorria. 

— O que vocês estão fazendo aqui? — o loiro se levantou, depois de semanas aquela foi a primeira vez que ele não encarou o Jeon com reprovação. 

— É seu aniversário, não é? — seu sorriso esbelto acelerou o coração do Park, ele pôs a mão no bolso e puxou uma caixinha de lá. — Eliot queria te dá os parabéns. 

— Bom, pelo menos nele eu posso acreditar. — deu um riso soprado. 

— Eu não vim aqui pra isso. — Jungkook inclinou levemente a cabeça e mordiscou os lábios, o que deixou Jimin ainda mais confuso. — E apesar de você está me odiando, eu ainda continuo gostando de você. 

Jimin virou o rosto, como se a fala do Jeon tivesse sido tirada de algum roteiro de ficção. 

— Eu quero te entregar uma coisa. — ele então se aproximou e tornou a trazer a atenção do loirinho pra si. 

Jimin ficou curioso com o que o outro tinha dito. Mas logo que sentiu sua mão sendo pegada e algo depositado nela pelo mesmo, ele pode observar uma caixinha cinza, coberta por um tecido felpudo. 

— Abre. — Jungkook o instigou ao perceber o seu receio. 

O Park então abriu e o que tinha lá dentro o emocionou. 

— É lindo. — ele sorriu, seus olhinhos brilharam com o pingente daquele lindo colar de prata. Não era um pingente qualquer, era simbólico, foi modelado em dois bonequinhos e um cachorro. 

— Sou eu, você e o Eliot. — Jungkook sorriu orgulhoso. — Eu também tenho o meu e coloquei um na coleira do Eliot. 

— Jungkook… — seus olhos estavam começando a marejar. Aquelas palavras encheu seu peito de emoções. — Eu não posso aceitar. 

— Quê? Não Jimin, você não sabe o trabalho que deu pra encontrar a senhorita criatividade. Esse pingente conta uma história de superação. — gesticulou. — Além disso eu não aceito devoluções, se você quiser jogar ele fora pode jogar, mas eu não vou voltar pra casa com ele.

Jimin sorriu, deixando que uma lágrima escorresse por sua pele lisa. 

— O que foi? — Jungkook ergueu seu rosto para poder olhar em seus olhos cintilantes.

— É que… Isso significa muito pra mim. Só que você…

— Xiu! — o Jeon elevou seu dedo indicador até os lábios do loiro para interrompe-lo. — Não fala nada. 

Jungkook não queria estragar aquele momento, só queria ficar pertinho do loiro e sentir seu cheiro. Estava com tanta saudades do gosto de seus lábios que ele mal pode se conter, tanto que seu próximo passo foi fechar os olhos e juntar as bocas que tinham passado tanto tempo longe uma da outra. 

Um beijo calmo, onde os lábios deslizavam um contra o outro sutilmente, apreciando as texturas macias. As cabeças movendo-se para frente na tentativa de intensificar o toque. Os troncos contra o outro sentindo o movimento da respiração. A mão de Jimin que deslizava pela cintura do Jeon. 

Eliot ergueu o olhar para cima, sem a mínima noção do que seus pais faziam. A essa altura o filhote tinha se deitado no gramado e cruzado as patinhas, um pouco sonolento. 

— Jungkook, para. — Jimin se afastou, retirando as duas mãos alheias do seu maxilar. — Foi você quem disse que não podíamos mais ficar juntos. — seu olhar transmitia frustração. 

— Eu sei. Mas tá sendo difícil pra mim ter que ficar longe de você. — confessou, dando um suspiro pesaroso. 

Naquele momento as palavras de Jeongguk ecoou em seu córtex frontal. 

"Você não precisa viver uma vida que não quer só pra agradar seu pai".

E quanto a sua namorada?

Não era possível que o Jeon não se contentava só com um. Estava fazendo com a garota a mesma coisa que fez consigo: o enganando.

— Não vou fazer parte do seu show. 

Doía todas as vezes que Jimin insinuava coisas e criticava seu caráter, porque não era assim que funcionava na realidade. 

— Eu vou resolver isso. Olha pra mim. — ele pediu ao que o outro desviou o olhar franzindo os lábios. — Me espera. A decisão de ficar com você só pode ser minha. 

E antes de sair ele se abaixou para pegar a coleira de Eliot, mal percebendo quando seu celular deslizou do bolso traseiro e caiu na grama. 

— É você que eu quero. — foram suas últimas palavras para que ele guiasse o dog até o carro e em seguida entrasse, sendo acompanhando pelo olhar de Jimin durante todo o tempo. 

Ao ver o moreno zarpar, ele suspirou fundo, encarando o presente que acabara de ganhar. Como ele havia dito: aquilo significou muito para ele. Era como se fossem uma família, a família que ele sempre quis ter. E ficar encarando aquele objeto o fez perceber que alguma coisa no chão era diferente da grama verde, sua atenção então foi para um celular que estava caído ali. 

Era o celular de Jungkook, ele devia ter deixado cair quando se abaixou - concluiu o Park, encarando o caminho pelo qual o outro se foi. 

O que ele faria agora? 

— Jeongguk, você pode entregar o celular do Jungkook? — sua alternativa foi pedir para o irmão do dono ao entrar na casa e só encontra-lo perto da piscina com os outros. 

— O que você está fazendo com o celular dele? — Jeongguk franziu o cenho. 

— Ele acabou deixando cair quando veio aqui agora a pouco. 

O ruivo então ergueu as sombrancelhas em compreensão. — Sinto muito, Jimin, mas eu não posso aparecer naquela casa nem pintado de ouro. Meu pai me expulsou. 

O Park estranhou aquilo. Por que o outro Jeon tinha sido expulso de casa? Ah, claro, havia vários motivos para isso. Mas ele não quis se intrometer e nem questionar nada. 

— Não, não na casa dos seus pais e sim no apartamento dele. 

— Ah, ele não te contou? Ele voltou pra casa dos nossos pais e eu quem estou morando no apartamento dele agora. 

Aquilo surpreendeu ainda mais o Park. 

— Vou pedir pro Hoseok, então. — mas outra vez ele não quis questionar. 

— Acho que ele não está em boas condições de dirigir. — Jeongguk deu um riso soprado ao observar o outro ruivo rindo das bobagens de Pound com Yoongi ao seu lado e levando outro copo de whisky nos lábios. — Por que você não liga e fala pra ele voltar? 

Jimin o encarou com cara de tédio. 

— Ah… — Jeongguk gargalhou. — O celular dele taí. — apontou, concluindo que essa possibilidade era descabida. — Bom, acho que você vai ter que entregar pessoalmente. 

Jimin ponderou sobre essa possibilidade, ele poderia esperar que o outro notasse o sumiço do seu celular, mas Jungkook teria muita dor de cabeça pra saber onde deixou cair. Ele não se sentiria bem sabendo que poderia resolver esse problema da forma mais prática, que era indo até lá e entregar o aparelho.

Talvez não seja uma má ideia. Pensou. 

Então, após pedir o carro de Taehyung emprestado e o endereço da casa do Jeon, ele foi até lá. 

                                    ~°~

Jungkook tinha voltado decidido para casa. Nada do que seu pai dissesse iria o fazer voltar atrás. Ele estava disposto a arriscar tudo para ficar com Jimin. Quanto ao seu filho, iria assumir a paternidade e educa-lo da mesma forma. Não foi uma decisão fácil, mas ele não estava disposto a ficar preso a um casamento, que não queria, o resto da vida. 

Pela primeira vez ele achava que seu irmão tinha razão. 

Após deixar Eliot em seu dormitório ele iria falar com seu pai sobre sua decisão, mas ao passar pela sala ouviu a campainha tocar e ele teve que atender já que não havia mais ninguém ali. 

— Você acabou deixando ele cair. — Jimin estendeu o objeto ao ser recebido pelo próprio Jeon.

Jungkook pegou o aparelho e o encarou por alguns segundos. 

— Obrigado, Jimin. Preciso ser mais atento. — deu um leve sorriso.  

— Certamente. A não ser que você tenha feito de propósito. — Ele pôs as mãos nos bolsos. 

— Ah- — Jungkook alargou o sorriso. — Eu não preciso disso. Você sabe. 

— Ah, Oi Jimin. — Ailee apareceu de repente. — Lembra de mim? Sou a Ailee, noiva do Jungkook.

— N-noiva? — Jimin sentiu um nó na garganta, era a mesma garota que ele encontrou no apartamento do Jeon semanas atrás. 

— Sim. Eu e ele vamos nos casar em breve. — sorriu passando seu braço envolta do ombro de Jungkook.

Jimin encarou o moreno, que mantinha a mesma posição. O loiro esperava que ele dissesse algo, não sabia o que queria ouvir, mas sabia que queria uma explicação. Porém, nada vinha, nada saia da boca do Jeon.

— Parabéns. — Jimin sorriu sem humor, ainda encarando fundo aqueles olhos negros que tanto o fazia se sentir frustrado e apaixonado. — Meus parabéns, Jungkook. Fico feliz por você.

— Já que vocês são amigos, pode se considerar convidado. — Ailee o interrompeu um pouco animada. — Vai ser um prazer ter os amigos do Jungkook nesse dia especial.

O loiro não acreditava no nível de dissimulação que a garota estava. Ela sabia muito bem que entre os dois não rolava só amizade, ela os viu se beijando. É claro que estava fazendo aquilo para provocar. 

Jimin não disse mais nada, não conseguiu dizer mais nada. Sentiu raiva porque o outro também não disse nada, ele nem ao menos a interrompeu e disse que era mentira, a chamou de impostora ou qualquer coisa que dissesse que ela estava mentindo.

Não saberia explicar o que estava sentindo naquele momento, mas com certeza precisava sair dali o mais rápido possível, precisava ir pra bem longe daquela estátua viva com um olhar indecifrável. Ele virou as costas e começou a caminhar ainda com as mãos nos bolsos de seu moletom, deixando tudo aquilo pra trás. Sua cabeça estava em um embaraço de pensamentos; de lembranças, seu coração em uma pulsação dolorida.

O caminho até o carro estava longo de mais. 

— Jimin?!

Jimin escutou passos apressados se aproximando, assim como escutou quando ele os cessou ao que estava perto. — Eu ia te contar… mas, eu…

— Ah você ia me contar? — o interrompeu, se virando. — Claro que você ia me contar. Eu sou seu amigo, não é? Óbvio que você ia me contar que vai se casar, Jungkook. — ironizou.

Seu tom de voz se mantinha calmo, mas por dentro Jimin estava gritando, gritando a raiva que sentia, a dor que tirava-lhe o fôlego, a decepção que cantava em seu ouvido.

Minutos atrás, somente minutos o moreno pediu para o esperar, o disse que queria ficar consigo, demonstrou o quão ele era especial. Ou tudo aquilo era mentira? 

— E olha só! Que honra ser convidado pessoalmente pelos noivos! — sorriu sarcástico, pendendo a cabeça pro lado, buscando mais fundo os olhos alheios que novamente apenas o encarava. — Mas eu vou logo me desculpando porque, com certeza, Jungkook, no dia do seu casamento… — apontou para o outro ao que tirou uma mão do bolso, enfatizando as duas últimas palavras. — eu vou ter coisas melhores pra fazer. — balançou a cabeça em afirmação e pôs sua mão no bolso novamente. — Eu te disse que não ia deixar ninguém me fazer de idiota. E a única coisa que eu me sinto agora… — seus olhos já marejados ainda se mantinham fixo nos do outro. — É um idiota. — uma lágrima solitária e fria escorreu pela bochecha do Park sem ele fazer esforço, seu caminho foi registrado por ali, porém ele não se importou. — Mas você estava certo, eu não devo me culpar por outras pessoas serem imbecis e inconsequentes. — dizia ao se lembrar da conversa que tiveram em Busan, naquele parque onde passaram uma tarde inteira juntos enquanto brincavam na neve.

— Jimin, não faz isso… por favor. — Jungkook sentiu uma dor no peito ao escutar tudo o que estava sendo dito pelo outro, ainda mais quando percebeu que este estava segurando o choro.

— Você já fez. Você já estragou tudo. — sentiu outra lágrima escorrer do outro lado. Não aguentava mais ficar ali, iria começar a derramar mais água pelos deus olhos se fizesse isto. E ele não queria que Jungkook notasse que estava frágil, abalado, que mesmo que ele se sentisse um idiota, não iria baixar a cabeça e sair com o rabo entre as pernas como se tivesse levado um pé na bunda.

— Por favor. — o Jeon também não conseguiu segurar as lágrimas, mesmo que sua expressão fosse a mesma, mantendo a mesma distância. — Você é o único que eu quero. 

As lágrimas eram mais copiosas no rosto do Jeon, mas agora Jimin não sabia mais se eram verdadeiras.

— Está dizendo para a pessoa errada. — franziu os lábios olhando por trás do Jeon, onde a garota estava escorada no caixilho da porta. Foi a única coisa que disse antes de se virar para continuar seu caminho até o carro do outro lado da rua. 

— Jimin. — Jungkook tentou ir atrás dele outra vez, mas Ailee se aproximou segurando em seu braço e o impedindo. 

— Está tudo bem, meu amor? — perguntou preocupada. — Você está chorando? — se pôs a frente do Jeon e enxugou suas lágrimas. — O que vocês conversaram? Eu nunca vi você chorando antes.

Jungkook apenas continuou acompanhando os passos de Jimin de longe, era como se encarasse suas felicidade indo embora. Vê-lo das as costas pra si doía muito. 

— Jungkook. — Ailee expressou quando viu mais lágrimas descer pelo rosto de seu noivo e o consolou, acariciando seus fios escuros e deixando o outro chorar em seu ombro.

Mas o Jeon não se contentou. Pela primeira vez na vida iria lutar por algo que ele queria, iria atravessar aquela rua e impedir que o outro fosse embora sem antes ele tentar concertar tudo.  

— Jimin. — as lágrimas ainda se fazia presente em seu rosto ao ele cessar seus passos, assim que estava próximo o suficiente. — Eu te amo.

Jimin estagnou suas passadas e desistiu de abrir a porta do carro ao ouvir aquilo. Um nó em sua garganta fez ele ter dificuldade para respirar. 

— Jungkook… — Jimin não queria encara-lo, estava deprimente de mais para isso. — Me esquece. — sentiu suas lágrimas começarem a cair de novo e seu coração bater dolorosamente. 

— Não, Jimin. — balançava a cabeça em negação freneticamente, tendo uma hiperventilação . — Eu quero ficar com você.

Jimin balançou a cabeça em negatividade. A única informação que tinha era que a voz alheia soava tão melancólica e sincera. 

— Se não fosse pelo meu filho, eu e você… — Jungkook cessou suas palavras ao ver Park Jimin virar o rosto para o lado e vagarosamente virar todo seu corpo. 

Seus olhinhos estavam vermelhos assim como a ponto do seu nariz. Aquele rostinho não merecia lágrimas de soturnidade. 

— Filho? — sua voz falhou, ele mal conseguiu pronunciar a palavra quando mais lágrimas desceram e ele se sentiu fraco, como se fosse cair a qualquer momento. 

Jungkook se sentiu um monstro, pela primeira vez ele não se via digno de alguma coisa. A dor alheia era transmitida pra si na mesma intensidade. 

— Eu sei que eu deveria ter te dito antes… — o mais novo estava prestes a enfiar a mão no peito e arrancar o próprio coração ao ver o lourinho abaixar a cabeça e chorar mais. — Mas… A gente pode dá um jeito, eu não preciso me casar para assumir meu filho. Eu não ligo pro que meu pai vai dizer, não ligo pra reputação de ninguém. Eu só quero ficar com você. 

— Você sabe o quanto seria difícil lidar com isso? — o olhou novamente, seus olhinhos estavam começando a inchar. — Um filho, Jungkook. — o nó na garganta apertou novamente. — Ele vai precisar de você mais do que eu.

— Eu serei um pai presente, se é o que quer dizer. Isso não tem nada ver com a gente. — tentou contraria-lo, estava desesperado por saber que podia perde-lo. — Meu amor, — elevou sua mão até o maxilar alheio ao se aproximar. — escuta…

— Não, Jungkook! — o interrompeu, retirando suas mãos de seu rosto. — um filho é pra sempre. E eu e você… — suspirou — acabou.

— Está dando desculpas pra você mesmo. — fungou, sentindo dificuldade para respirar. 

Jimin já tinha ouvido aquela frase antes, dita por Taehyung aliás, quando estava confuso com seus sentimentos e não queria investir em algum tipo de relacionamento com o moreno. Mas agora tudo era diferente, não era como se ele quisesse ficar com uma pessoa que tinha uma vida dupla, não era como se no auge do seu relacionamento ele já tivesse que lhe dar com tudo isso.

— Ou talvez você nem me ame. — murmurou.

Jungkook estava ali, implorando por ele e lutando por seu relacionamento, em outra época jamais faria isso porque nunca fez questão de ficar com ninguém, mas Jimin tinha revivido uma parte sua que ele nem sabia que existia e com isso se tornado a pessoa mais importante pra si depois de sua mãe.

— É. — Ao que disse isso recebeu um olhar assustado, sem quebrar o contato visual, queria fazer o outro entender de uma vez por todas o que estava acontecendo. – Talvez seja isso mesmo.

Jungkook não estava acreditando. A dor em seu peito aumentou ao que suas lágrimas também duplicaram. O olhar do Park deixava claro o que tinha acabado de dizer.

— Que? — naquele momento foi como se o tempo parasse e nada além do olhar profundo do loiro existia. — Eu não… Não posso acreditar. 

Aquelas palavras eram como balas de fogo e facadas em seu peito. O Park não sabia se iria suportar ouvir tudo sem demonstrar fraqueza. 

— Não, Jimin. Por que? Por que está dizendo isso agora? — ele mal achava formas de se expressar. 

— Porque é verdade.

Talvez só assim o moreno conseguisse se afastar de uma vez. A última esperança que o Park tinha se foi com a notícia que Jungkook estava esperando um filho e que iria se casar exatamente com a mãe do bebê. Quem estava sobrando ali era ele. 

— Como eu fui idiota. — seu olhar suplicava por socorro, todo seu corpo tremia. — Então no final das contas foi você quem me usou. Pra quê? Se vingar do meu irmão? Pra quê, Jimin?! — ele agarrou a camisa alheia e o olhou bem de perto. — Por que você me fez te amar? — soluçou. 

Jungkook iria dizer mais alguma coisa em meio seus soluços, mas não podia mais suportar ficar ali. Estava claro a decisão do outro. 

E enquanto o Park viu o moreno virar de costas e ir embora aos prantos, ele deixou que as lágrimas caíssem copiosamente.



Ainda Estou Com Você

Sua voz fraca que passa por mim 

Por favor, chame meu nome mais uma vez 

Estou parado sob o pôr do Sol congelado 

Mas eu vou caminhar em sua direção passo a passo 

Ainda estou com você 

Em um quarto escuro sem luz 

Eu não deveria estar acostumado a isso 

Mas é tão familiar 

O baixo ruído 

Deste ar condicionado 

Sem isso, acho que 

Vou entrar em um colapso 

Rindo juntos, chorando juntos 

Eu acho que essas emoções simples 

Eram tudo para mim 

Quando será 

Que vou te ver cara à cara de novo? 

Vou olhar nos seus olhos 

E dizer que senti sua falta 

Nessa maravilhosa memória 

A chuva cai, embora eu dance sozinho 

Quando esse nevoeiro for levantar 

Eu vou correr para você com os pés molhados 

Então, me abrace forte 

A Lua parece solitária 

Como se estivesse chorando no céu luminoso 

Mesmo que eu saiba que o amanhã chegará 

Quero ficar no céu como uma estrela 

Esse dia, este momento 

Se eu soubesse que isso iria acontecer 

Eu teria lembrado mais deles 

Quando será 

Que vou te ver cara à cara de novo? 

Vou olhar nos seus olhos 

E dizer que senti sua falta 

Nessa maravilhosa memória 

A chuva cai, embora eu dance sozinho 

Quando esse nevoeiro for levantar 

Eu vou correr para você com os pés molhados 

Então, me abrace forte 

Por trás do leve sorriso que olhou para mim 

Vou desenhar uma linda luz roxa 

Podemos não estar dando os mesmos passos 

Mas eu quero trilhar esse caminho com você 

Ainda estou com você


Notas Finais


Apreciem

Jungkook - Still with you:
https://youtu.be/z8oeimqEwGE

To com muito soninho então perdoem algum errinho que eu concertarei em breve.

Ah e pra quem gosta de NOW UNITED a @Hucy_ell tá com uma nenémzinha que precisa do nosso amor e carinho.

https://www.spiritfanfiction.com/historia/just-hold-on-17725699

Apoiem nossos lindos escritores que se esforçam pra alegrar o dia ou madrugada (nesse caso) de vocês.



Até o próximo.


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