1. Spirit Fanfics >
  2. O Nerd Gay e o Homofóbico >
  3. O sequestro - Parte 1

História O Nerd Gay e o Homofóbico - O sequestro - Parte 1


Escrita por: gbellm

Notas do Autor


No capítulo anterior:

— Então está na hora. — Meu pai diz.
Eu assinto. O plano final está começando.
P.O.V Mariana OFF

Fique agora com o capítulo de hoje.

Capítulo 96 - O sequestro - Parte 1


P.O.V Lucas

Entro no quarto de Guilherme. Tinha ido atender uma ligação. Ele está recebendo alta hoje do hospital.

— Está tudo bem? — Ele me pergunta enquanto Damiana e Carlos o ajudam a vestir uma roupa.

Assinto: — Sim. Era Davi, meu namorado. O avião acabou de pousar em Cumbica. Preciso ir até lá para recepcioná-lo.

Percebo que Guilherme revira os olhos. Deve estar com ciúmes.

— Prontinho meu filho. — Diz Damiana terminando de vesti-lo. — O Carlos e Lucas te ajudarão a entrar no carro. Vou passar lá na recepção e pagar a cirurgia e sua permanência.

Quando ela fala isso só consigo imaginar o quão caro deva ter ficado esse valor, visto que estamos num dos hospitais mais caros do Brasil. Bom, mas agora ela é milionária, tem condições de sobra de pagar isso.

Damiana sai do quarto.

— Você quer a cadeira de rodas, Gui? — Pergunta Carlos o ajudando a sair da cama.

— Não Carlos, não sou nenhum entrevado. — Gui resmunga. — Eu posso andar, devagar, mais posso.

— Você tem que tomar cuidado com os pontos da cirurgia Guilherme. — Alerto-o.

Ele dá de ombros e se apoia no ombro de Carlos: — Não precisa se preocupar mais comigo. Você tem seu namorado lá para ir ver.

Carlos dá uma leve risadinha. Ele também percebeu o ciúme bobo de Guilherme.

— Pois eu me preocupo sim, quer você queira ou não. — Digo sério e o ajudo a andar.

Saímos do quarto e pegamos o elevador.

Vemos Damiana na recepção, seguimos então para o estacionamento.

Paramos em frente ao carrão de Carlos.

— Lucas ajude-o a entrar no carro. — Ele pede já apertando o botão do controle.

Quando Carlos contorna para o outro lado ouvimos um forte barulho e um gemido de dor vindo dele.

— O que foi isso? — Olha para Gui assustado.

Ele não tem tempo de responder, muito menos eu, já que nossas vistas se escurecem.

 

P.O.V José

Estou na última viagem do dia. Estou com a cabeça quente esses dias. Martha voltou a falar com Lucas. Ontem encontrei ele lá em minha casa, a sorte é que ele se tocou e foi embora.

— Boa tarde seu zé. — Diz Fernando, um passageiro meu das antigas, me cumprimentando.

Eu aceno para ele: — Como vai a vida, meu velho?

Ele responde sorridente: — Muito bem. Hoje fui ao shopping comprar um vestido para MINHA FILHA.

— Ué, você não tem três filhos homens? — Pergunto confuso.

Fernando respira fundo: — Pois bem eu tinha três filhos homens, mas um deles se revelou trans já tem uns dois anos. Eu nunca contei para ninguém por que tinha vergonha.

Fico chocado ao ouvir isso. Coitado. Isso é uma aberração para um pai. Como alguém pode trocar algo que Deus criou?

— Meu Deus meu amigo... Eu sinto muito... — Digo.

Ele ri: — Sentir do que? Ontem foi um dos melhores dias da vida dela, e da nossa família. Saiu do hospital depois de ter feito a cirurgia. Eu nunca vi minha filha tão feliz.

Eu não consigo crer no que ele está falando.

Fernando prossegue: — Sabe Zé... Eu a expulsei de casa no começo. Disse coisas horríveis para ela. Mas depois disso nunca mais dormi em paz ou tive paz na vida. Eu sentia como se estivesse faltando algo na minha vida. Minha saúde piorou. Até que um momento eu parei, conversei com Deus. Eu sabia o que me faltava... Era meu filho, ou filha no caso.

Meu Deus... Essas palavras entram como uma bomba em mim. Desde que eu expulsei Lucas de casa eu me sinto exatamente assim. Tento o esquecer, mas não consigo. Não durmo direito.

— E como foi? — Pergunto interessado no resto.

— Eu decidi pedir perdão a ela. Eu a procurei, já estava toda feminina. Ela aceitou o meu perdão e choramos juntos. Eu sabia que minha felicidade estava de volta. E o principal, eu sabia que nada aquilo era errado. Ela nasceu daquele jeito. Deus me mandou ela assim, e minha única função é cuidar, proteger e amar ela. — Ele responde um pouco emocionado.

Eu deixo escapar algumas lágrimas. Não pude me conter. Sinto um aperto no peito.

— Que bom que tudo deu certo. — Diga limpando as lágrimas. Pela primeira vez eu não disse algo ruim, como faria sobre isso em outras ocasiões. Eu simplesmente não consegui. — Você foi um ótimo pai.

Fernando toca em minha mão: — Você tem filho e sabe como é. O amor no final das contas vence. Nós amamos nossos filhos e isso é o que importa. Deus é amor, então se os amamos então estamos vivendo com Deus.

E aquilo foi o estopim. Acho que agora eu realmente me toquei. Agora eu sabia o que precisava fazer.

 

P.O.V Damiana

Acabo de pagar a conta do hospital. Saio da recepção e vou até o estacionamento.

— Carlos? — Corro até ele que está caído próximo do carro. — Meu amor. Acorda. O que houve?

Sacudo a cabeça dele. Aos poucos ele vai abrindo o olho.

Ele põe a mão na parte de trás da cabeça e sua mão se suja um pouco de sangue.

— Ah! — Carlos se levanta com dificuldade. — Amor, eu levei uma pancada por trás e apaguei.

— Meu Deus. — Eu o abraço. — E cadê os meninos?

Olhamos ao redor e nenhum sinal deles. Começo a entrar em pânico.

— Eu... Eu não sei... — Ele diz nervoso. — Será que...

— LUCAS... GUILHERME... — Grito bem alto pelo estacionamento. — Carlos onde eles estão, meu Deus? Será que os levaram?

Começo a chamá-los desesperadamente.

— Meu amor eu acho que... — Ele se aproxima de mim. Eu já sabia o que ele queria dizer.

Já estou aos prantos: — Foram eles. Só pode ter sido. Aqueles desgraçados. Levaram meu Guilherme e o Lucas.

 

_Quebra de tempo_

 

P.O.V Lucas

— Ai! — Vou acordando aos poucos. Tudo está dolorido. — Guilherme!

Vejo que ele está ao meu lado amarrado e desacordado ainda.

Tento ajudá-lo, mas percebo que também estou com minhas mãos amarradas.

Estamos numa espécie de casebre. Um lugar horrível e com cheiro de mofo.

— Socorro! — Começo a gritar desesperado. — Nos tirem daqui.

Começo a ouvir alguns passos vindo até o local quem estamos.

— Da para você calar essa porra de boca? — Mariana aparece na minha frente.

Eu sabia que tinha dedo dela envolvido.

— O que você quer de nós? — A encaro com raiva. — Nos tire daqui. Você vai se dar muito mal.

Ela ri ironicamente: — Ui, o viadinho está valentão hoje.

Me contorço para tentar escapar dali. Mas eles apertaram demais a corda. Sem chances.

— O que está acontecendo? — Beto, o pai dela, aparece ali no local.

— O viadinho acordou pai, será que está na hora de exigirmos o regate? — Ela se vira para o pai.

Agora tudo faz sentido. Esses dois querem dinheiro.

— Acorde o Guilherme. — Beto pede.

Mariana se aproxima de Gui e começa a chacoalhá-lo.

— Amor acorde. Sou eu Mariana. — Ela diz cochichando nos ouvidos dele. Guilherme vai aos poucos acordando.

— Ai! O que está acontecendo? — Guilherme olha tudo ao redor. — Onde estamos?

— Eles sequestraram a gente Gui. — Digo aflito.

Guilherme arregala os olhos e se contorce: — Nos tirem daqui. Sua desgraçada. Eu odeio vocês.

Mariana segura o rosto dele e o beija forçadamente: — Pois eu te amo meu amor.

Guilherme começa a esfregar a boca no braço, tentando se livrar da saliva dela em seus lábios: — Eu te odeio. Tenho nojo de você.

— Já chega. — Beto intervém irritado. — Temos que ligar agora para Damiana e pedir o resgate.

Beto entrega um celular para ele e me levanta apontando uma arma na minha cabeça

— Não! — Guilherme grita.

— Desculpe meu amor. Isso é necessário. — Mariana sorri de forma macabra. — Vamos ligar para Damiana. Você vai falar que queremos 1 milhão de reais para ser entregue em duas maletas às 14h de amanhã. Sem chamar a polícia. Se eles não seguirem o acordo você e o viadinho morrem.

— E se eles te derem o dinheiro? — Guilherme a questiona.

— Vocês sairão vivos, mas você Guilherme vai ir embora comigo. — Ela revela deixando-nos chocado.

— Eu jamais iria com você. — Ele grita. — Eu te odeio. Eu não farei isso.

Mariana encara o pai, e Beto dá um tiro para o alto. Eu grito de medo.

— O próximo vai ser nos miolos do viadinho. — Ela ameaça. — É melhor fazer o que estou mandando.

Eu encaro Guilherme. Não tínhamos outra saída.

Mariana coloca o celular no ouvido dele.

 

P.O.V Carlos

Estamos todos na sala da mansão. Eu, Damiana, Estevam e Débora.

— Acalme-se meu amor. — Peço ao vê-la andando de um lado para o outro. — Eles vão ligar logo.

— Nós devíamos chamar a polícia. — Damiana sugere.

— A polícia não fará nada agora, só quando der 24h do desaparecimento. — Comenta Estevam e eu concordo. — O melhor é esperar.

De repente o telefone toca. Damiana dá um pulo desesperada: — Eu atendo!

Ela pega o telefone: — Alo. Meu filho. Como você está?

Todos ficamos atentos e em silêncio ouvindo-a.

Em poucos segundo ela desliga e cai em choro: — Era o Gui. Eles foram sequestrados pela Mariana e Beto. Estão exigindo 1 milhão de dólares para amanhã 14h. E nada de chamarmos a polícia, caso contrários os dois morrem.

Eu a abraço. Puta merda. Desgraçados.

— Meu Deus é muito dinheiro. — Débora diz. — Como sacar uma quantidade dessa?

— Eu não ligo para isso, eu tenho esse valor, isso é o que importa. — Damiana fala irritada. — Eu só quero meu filho e o Lucas bem.

— Nós temos que decidir e pensar muito bem nas coisas meu amor. — Falo. — Inclusive precisamos avisar a Sabrina sobre o desaparecimento do Lucas. Assim ela pode avisar o namorado dele, e sua família. Devem estar bem preocupados.

 

P.O.V Rafael

— Acalme-se amor. — Dou um copo com água e açúcar pra ela. Sabrina acabou de ficar sabendo que Lucas e Gui foram sequestrados. Ela está aqui em casa pois estávamos estudando para o ENEM. — Vai dar tudo certo. Eles vão ficar bem.

— Eu preciso ligar para a Martha. — Ela diz em prantos enquanto bebe a água.

Saio da sala e vou para a cozinha.

— Ninguém merece ela chorando desse jeito. — Minha mãe comenta. — Parece uma criança.

— Já chega. — Bato minha mão com tudo na mesa. — Já estou cansado de você falar mal da Sabrina. Chamar ela de gorda e se irritar com ela.

— Olha o jeito que.... — Ela tenta rebater, mas a interrompo.

— Ela é minha namorada e eu a amo. — Falo firme. — Foda-se que ela é gorda, tem o cabelo rosa e tem esse jeito espontâneo. Para mim ela é a melhor mina do mundo. E você tem que aceitar isso. Eu cresci mãe. Não sou mais o seu bebê. Eu sou um homem já. Não quero você controlando e sendo desse jeito.

Minha mãe não segura o choro e me abraça: — Me perdoa filho. Eu tinha medo de quando esse momento chegasse. Sabe, quando seu pai nos deixou só ficou eu, você e o Caio, ainda um bebê de colo. Me apeguei muito a vocês. Eu acabei ficando com medo de te perder e descontei na pobre da Sabrina. Me perdoa. Ela é uma bela menina. Não importa se ela está acima do peso. Se está feliz com ela é o que realmente importa.

Sorrio aliviado. Era bom ter ouvido aquilo.

— Você nunca vai me perder Dona Helen. — Digo sincero. — Você é minha mãe, minha amiga e a melhor advogada desse mundo.

Ela ri enquanto limpa as lágrimas. — Muito obrigado filho.

Minha mãe toma o copo da minha mão: — Deixa que eu vou servir minha nora.

Ela vai até a sala, senta ao lado de Sabrina e a abraça forte: — Vai ficar tudo bem viu, minha querida.

Vejo que Sabrina fica surpresa, mas dá um sorriso: — Obrigado Dona Helen.

— Conseguiu ligar para Martha? — Pergunto.

Ela assente: — Sim. Ela ficou muito abalada.

— Agora temos que esperar. — Minha mãe comenta. — Vamos rezar e pedir a Deus que tudo dê certo.

Meu irmão chega à sala e se vira para minha namorada: — Você está chorando?

Sabrina sorri fingindo: — Não, só entrou um cisco no meu olho.

— Caio meu filho, porque você não mostra seus videogames para Sabrina distrair um pouco. — Minha mãe pede a ele. — A Sabrina adora jogar. Ela é namorada do seu irmão, lembra?

Ele assente e se vira para mim: — Você gosta mais dela do que de mim?

Eu rio e me aproximo dele e o pego no colo: — Epa garotão que isso. Você é meu irmão. Eu te amo. A Sabrina é minha namorada e me faz feliz, eu tenho que gostar dela também.

Todos nós rimos e eu continuo: — Não precisa ficar com ciúmes. Você sempre será importante para mim.... E que tal se nós dois jogarmos um pouco com você. Sabrina é fera nisso.

Caio vira pra ela: — Joga free fire?

— Opa, claro que jogo. — Ela sorri.

— Bora então jogar. — Digo levantando e feliz. Que bom que as coisas se resolveram aqui em casa. E é bom que Sabrina se distrai mesmo. Ela está bem abalada. Só espero que tudo dê certo paro Lucas e para o Gui.

 

P.O.V Martha

Estou muito aflita. Acabei de receber uma ligação da Sabrina dizendo que Lucas foi sequestrado.

O namorado dele, Davi está aqui em casa. Desembarcou no aeroporto, ficou esperando-o quase uma hora e nada de Lucas aparecer. Ai ele decidiu vir aqui.

— Acho que deveríamos ir para a mansão da Damiana ajudá-los. — Davi sugere.

— Eu concordo com você, Davi. — Digo acendo uma vela para nossa senhora.

Nesse momento a porta se abre. José tinha acabado de chegar.

— O que está acontecendo aqui? — Ele nos encara.

Eu olho para Davi que está um pouco tenso.

— O Lucas foi sequestrado. — Falo desesperada. — Foi aquela riquinha lá. Estão exigindo 1 milhão de reais para Damiana. Se não pagarem vão matar os dois. Damiana e o seu Carlos estão lá na mansão pensando no que fazer.

José arregala os olhos e põe as mãos na cabeça.

Meu marido segura minhas mãos e num gesto surpreendente fala: — O que estamos esperando? Nós precisamos ir até a mansão ajudar a salvar nosso filho.

Eu dou um forte abraço nele. A ficha de José tinha caído: — Com certeza, amor.

P.O.V Martha OFF


Notas Finais


E então o que acharam desse capítulo?
Vamos brincar um pouco? Comentem o personagem que vocês mais odiaram na história e porque. #Faltam03
Sexta chegaremos ao penúltimo capítulo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...