História O noivo da minha irmã - Como assim?

Ela me encarou perplexa por algum tempo, diria que foi no mínimo uns dois minutos em silêncio, piscou várias vezes e abriu a boca pra falar mas nada saía, vi ela travar o maxilar e praticamente escutei ela rangir os dentes. Acho que eu consegui alcançar o meu objetivo. Ou pelo menos eu tinha achado que sim, mas estranhamente ela respirou fundo e sorriu de lado. Agora quem estava confusa era eu. Como assim? Eu não entendi. Ela deveria estar com raiva, gritando, querendo me matar, eu sei lá, alguma coisa do gênero. Mas ela deveria estar com raiva, porque ela não estava? Ou ela estava fingindo? Qualquer pessoa no mundo ficaria com raiva.

Debrah -  A única coisa que eu lamento é por ele ter descido tão baixo. (Eu não estou entendendo nada, ela parecia muito calma. Ela não tinha acreditado?) Ficar com você? Nossa, eu esperava mais dele, já que ele tem alguém como eu. (Onde ela quer chegar com isso?) Que foi Ali? Achava que ia acabar com meu casamento por causa de uma bobeirinha como essa? Por favor não é? (Até agora eu achava que sim, neh? E como assim bobeirinha?) Pelo menos agora eu e ele estamos quites. (Oi?)

Ali – Isso tem a ver com o tal do Ric? (Ela arqueou as sobrancelhas mostrando surpresa.)

Debrah – Onde escutou isso? (É, tinha a ver com certeza.)

Ali – Você fala dormindo. (Ela riu e balançou a cabeça negativamente.) Quem é ele? Rick? Ricardo? (Falei os possíveis nomes.)

Debrah – Richard. (Ela não tenta nem esconder? Nossa.) Mas obrigada, pelo menos assim você fez a gente ficar quites. Eu traí ele, ele me traiu, nada que precise de muita preocupação. (Ela falou dando de ombros. Ela é louca? Como ela está bem com isso?) E você sabe porque? (Balancei a cabeça negativamente, eu estava muito confusa em relação ao que estava acontecendo aqui.) Porque ele ainda vai se casar comigo. (Ela sorriu e eu senti uma pontada no meu coração, como se tivesse levado uma facada.) Mesmo que ele tenha transado com você, ele ainda está noivo de mim, era comigo que ele ainda continuava dormindo, era pra mim que ele voltava no final da noite, é pra mim que ele fala um “eu te amo” e é comigo que ele vai passar o resto da vida. (Senti meus olhos encherem de água, maldito coração idiota! Ela riu um pouco mais alto.) Eu não acredito. (Ela disse quase gargalhando e um tanto quanto surpresa.) Você realmente se apaixonou por ele. Nossa! Isso é patético demais até pra você Ali, pensou mesmo que ele pudesse te amar querida? Que ele pudesse me largar pra ficar com você? Acorda pra vida Alice, você nunca vai ganhar de mim. Você nunca vai conseguir o que quer, não enquanto eu quiser a mesma coisa, ou enquanto eu estiver por perto. Eu não achei mesmo que você tivesse se apaixonado por ele, falei como um palpite apenas, não pensei que você pudesse ser tão burra. Não a esse ponto, mas acho que dessa vez eu me enganei não é? Eu vou entender se você não quiser ir ao casamento querida, se esse for o caso, eu te mando um foto, tudo bem? (Ela disse tudo com um sorriso vitorioso no rosto, e infelizmente, ela tinha razão, tinha razão sobre absolutamente tudo o que tinha falado. Eu me sentia fraca, quebrada por dentro, como se eu estivesse em mil pedaços. Ela pegou um biscoito do meu prato, piscou pra mim e saiu da cozinha com um sorriso no rosto.)

Realmente era patético como eu me apaixonei por ele. O que eu estava pensando? Tudo bem que não era algo que eu escolhi, apenas aconteceu, mas... Eu queria esquece-lo e infelizmente eu não conseguia, ele ia se casar com ela, isso era algo inevitável, ele amava ela. Isso não ia mudar, nada que acontecesse ia mudar isso. No final das contas, minha vingança, só serviu contra mim mesma. Ela tinha razão, não tinha maneira de como "ganhar dela", não tinha maneira de como me vingar dela, não havia nada que eu pudesse fazer. Pisquei algumas vezes para impedir que as lágrimas descessem, eu já estava cansada de chorar, ainda mais por ele, estava cansada de tudo, de todos, apenas... Cansada de nada dar certo. Suspirei fundo antes de me levantar dali, eu precisava espairecer, precisava me distrair, sumir, sei lá, fazer alguma coisa que me tirasse ele da cabeça. Me levantei e voltei pro quarto, eu adorei passar o dia com a Rosa ontem, mas não foi o suficiente. Lembro que a Rosa tinha dito que ia sair com umas amigas hoje pra uma balada na cidade, eu recusei porque não é algo que eu goste normalmente, mas talvez possa me ajudar a distrair. Cheguei no quarto e procurei o celular, assim que o achei disquei o número dela.

Ligação On

Rosa - Oi, Ali, fala rapidinho. (Ela atendeu falando rápido, parecia estar correndo de um lado pro outro.)

Ali - Hm... Rosa, você já saiu para aquela balada que você falou? (Agora ela pareceu parar, pelo menos eu não escutava mais o barulho do salto batendo no chão do outro lado da linha.)

Rosa - Estou me arrumando agora, porque mudou de ideia? (Ela parecia animada com a ideia, mesmo eu não estando com muito ânimo pra isso, ainda assim eu tinha decidido ir.)

Ali - É, sim. (Ela soltou uns gritinhos do outro lado e eu tive que afastar o celular da orelha pra não ficar surda.)

Rosa - Que mudança, primeiro o shopping e agora a balada. Meu Deus, eu quero te dar um abraço. (Acabei rindo com a animação dela.) Se arruma e fique bem gata, mais do que você normalmente é. Vou passar aí na sua casa por volta das 21:30 ok? (Tão tarde? Suspirei mais uma vez.)

Ali - Tudo bem, até mais tarde. (Ela disse um até logo e eu desliguei o celular.)

Ligação Off

Não sabia nem se eu tinha roupa pra poder ir, mas com certeza eu iria. Olhei no relógio e era 20:00 da noite, eu tinha 1 hora e meia pra me arrumar. Comecei a procurar dentro do guarda roupa e depois de uns 10 minutos procurando eu achei um vestido que eu não usava a muito tempo, acho que usei ele apenas uma vez quando fui em uma festa com a Rosa, que ela me arrastou pra poder acompanhá-la, sinceramente eu não me lembro nada daquela festa, eu bebi tanto que a lembrança daquele dia não era mais do que um borrão na minha mente. Isso pode funcionar, eu não me lembro de nada daquele dia, então se eu beber hoje, posso esquecer ele por pelo menos um pouco, ótimo. A dor de cabeça do outro dia vai valer a pena, foda-se. Peguei o vestido, coloquei em cima da cama e fui procurar um salto, assim que escolhi toda a roupa comecei a me trocar. O vestido era preto colado no corpo, com certa transparência na barriga e no decote (LINK NAS NOTAS FINAIS) nada muito exagerado, mas pra uma noite era adequado. Calcei um salto vermelho simples (LINK NAS NOTAS FINAIS) e fui começar a me maquiar. Me sentei na frente do espelho e me maquiei, usei um batom vinho, uma sombra não muito escura, delineador preto, rímel e um blush na cor pêssego (LINK NAS NOTAS FINAIS), comecei a me olhar e pensar o que eu poderia fazer no cabelo, eu já usava ele liso sempre, ou então ondulado por causa dos coques, decidi pegar um baby liss e fazer cachos nele todo (LINK NAS NOTAS FINAIS), só terminei de colocar brincos, colar e pulseira. Por fim eu já estava pronta, e ainda faltava uns 10 minutos pra Rosa chegar, peguei meu celular, carteira e chave, e coloquei dentro de uma bolsa de ombro vermelha e pequena (LINK NAS NOTAS FINAIS). Era melhor avisar meu pai de que eu ia sair agora de noite para ele não ficar preocupado, ele não me proibia de ir a lugar algum, confiava em mim que eu não ia sair pra matar ninguém ou assaltar lugar algum. Fui até o quarto dele e bati na porta antes de entrar.

Ali - Pai? (Falei entrando no quarto, ele estava sentado a mesa lendo alguma coisa, olhou pra trás tirando os óculos e ficou surpreso ao me ver, abriu um sorriso que eu retribuí, eu entendo a surpresa dele, não é todo dia que eu estou tão produzida.)

Carlos - Nossa querida, vai sair pra algum lugar? Está linda. (Ele disse ainda com um sorriso no rosto.)

Ali - Obrigada. (Sorri sincera.) A Rosa me chamou pra ir a uma festa e eu vim te avisar pro senhor não ficar preocupado, então provavelmente eu vou chegar tarde. (Ele afirmou com a cabeça.)

Carlos - Tudo bem querida, se precisar de alguma coisa você pode me ligar. Eu vou ter que ir no John daqui a pouco porque ele disse que um dos cavalos lá parece estar doente e eu tenho que ir dar uma olhada. (Papai administrava mais três fazendas além da nossa, era como ele trabalhava, e às vezes ele precisava ir até lá dar uma olhada nos animais ou nas finanças pra ver se estava tudo certo. Como ele era um veterinário, ele dava um olhada nos animais das fazendas eventualmente.)

Ali - Ok, então eu já vou indo, a Rosa já deve estar quase chegando. (Foi a conta deu acabar de falar e a campainha tocar, ele olhou pra mim surpreso e começou a rir.) Eu acho que eu vou jogar na loteria depois dessa. (Nós rimos e eu me despedi dele com um beijo no rosto.)

Saí do quarto, provavelmente na porta era a Rosa, então eu desci as escadas rapidamente já com a bolsa e pronta pra sair. Castiel estava no sofá da sala vendo alguma coisa na televisão, o ignorei completamente, eu não queria pensa nele mais essa noite, ele olhou pra mim rapidamente e voltou a atenção pra tv, mas por algum motivo ele me olhou de volta correndo parecendo surpreso. Não entendi, qual o problema? Parece que nem tinha me visto na primeira vez. Continuei andando em direção a porta como se eu não tivesse percebido nada, mas ele não tentou nem disfarçar, qual é, ele ficou me seguindo com o olhar.

Cast - Onde você vai? (Virou meu pai agora? Porque ele insistia em falar comigo depois de me chamar de vadia? Pensei que não ia querer nem olhar na minha cara de novo.)

Ali - Não é da sua conta. (Fiz questão de nem olhar pra ele enquanto o respondi.)

Abri a porta e saí encontrando a Rosa do lado de fora me esperando, ela estava usando um vestido colado, preto e braco de manga comprida  (LINK NAS NOTAS FINAIS), nos cumprimentados com um abraço e um beijo no rosto, ela ficou dizendo que eu precisava de um vestido novo, já que eu tinha usado esse uma vez. Entramos no táxi que estava parado na frente de casa, lá dentro estavam Peggy e Melody que também estavam indo com a gente. Felizmente o táxi era um daqueles carros grandes que cabem mais de 5 pessoas, já dentro do carro estava bem animado, então acho que o resto da noite também seria. O caminho até a boate demorou cerca de 40 minutos, nós dividimos o valor da corrida entre nós 5 e pagamos o motorista, saímos do carro, já rindo bastante, a conversa foi bem animada durante todo o percurso, as meninas estavam fazendo o máximo pra que eu não me sentisse deslocada já que eu não tinha costume de ir a esses lugares. Nós chegamos na porta e não demorou muito para que nos deixassem entrar, incrivelmente o lugar era melhor do que eu imaginava, a música apesar de ser alta era boa, eram músicas que eu conhecia e gostava. Nós fomos até uns sofás que tinham em um canto que estava mais vazio do que a pista de dança que estava lotada de pessoas, fiquei com falta só de olhar aquele tanto de gente.

Rosa - Você não acha que veio aqui e não vai dançar não é? (Ela perguntou se sentando do meu lado e esticando a mão com um copo com uma bebida rosa dentro, aquele troço parecia fluorescente.)

Ali - O que é isso? (Eu queria pelo menos saber o que eu estava bebendo.)

Rosa - Não faz perguntas Ali, só bebe ok? (Meio receosa eu peguei o copo da mão dela e dei um gole.)

Ali - Meu Deus isso tem gosto de bala. (Disse dando outro gole maior na bebida dessa vez.)

Rosa - Só vai com calma, isso é forte. (Como isso pode ser forte? Não tem nem gosto de álcool, virei o restando do copo de uma vez só na boca.)