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História O Novo Pacto - Sentimentos reprimidos


Escrita por: Cherryuki

Capítulo 11 - Sentimentos reprimidos


 - Como assim me manter longe?! – disse Ciel irritado – Coloque-se em seu lugar Sebastian! – falou em tom autoritário.

-Sinto muito, bocchan. Mas o senhor está fora desta relação. Até que Lydia retorne ao consciente, acredito que seja melhor eu conversar com Layla.

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A garota que abre os olhos e se levanta, ela olha ao redor a procura de algo ou alguém. De repente, a porta do quarto se abre e um feixe de luz entra e atrapalha a visão da garota, mas logo o ambiente volta à escuridão.

-Sebastian? – ela o chama

- Sim? – ele se senta ao lado dela na cama.

Ela o olha por alguns minutos naquela escuridão, aqueles olhos vermelhos sangue dos quais ela jamais esquecera, em seguida se lança abraçando-o.

-O que pensa que está fazendo? Por acaso se esqueceu de quem sou?

-Estou com medo, Sebastian. – disse ela em um sussurro

-Finalmente entendeu o que sou?

-Não. Jamais teria medo de você. Estou com medo de mim. – ela o soltou por algum tempo com lágrimas nos olhos – Eu sinto coisas... Esses sentimentos são confusos... Eu não sei mais o que estou sentindo...

-O que está sentindo com relação a que? – perguntou ele sério olhando nos olhos dela

- Eu não conheço aquela pessoa, mas sinto muita afeição por ele. Mas ao mesmo tempo, o que venho guardando por todos esses anos... Está tudo tão confuso...

-Layla.  – ela o olha.

- Gosto de quando chama meu nome. – ela sorri

- O que sentiu por todos esses anos?

-Talvez... Amor. – ela desvia o olhar

-Amor? Por quem?

-Pelo ser que diz não poder amar.

- Você sabe que eu não amo ninguém. Sou um demônio.

- Eu sei. E é por isso que eu não pude ficar ao seu lado naquela época.

- Você sabia o que ia lhe acontecer? Você ia virar comida, Layla. Minha comida. Não é comum encontrar anjos, sabia?

-Eu não me importava Sebastian. Eu sabia o que podia acontecer. Só queria estar ao seu lado, mas você me surpreendeu.

-Te surpreendi? Com o que? – ela sorriu

- Quando me fez dormir. Ao invés de me devorar, por que me salvou?

-Por que não ia ter graça.

-Então faça isso agora. – ela deitou na cama – Me leve para aquele lugar e devore minha alma.

-Não posso fazer isso. – ele a levantou – Preciso que entenda uma coisa.  Você não está sozinha nesse corpo. Como pode ver, seus sentimentos estão se misturando e pode ser que em breve perca sua consciência se funda com a da outra garota.

-Não... – ela se encolheu e abraçou seus joelhos – Não posso... Quer dizer que meu tempo está sendo contado...?

-Sim.

- Sebastian... Você nunca sentiu nada?

- Não. Por ninguém. Mas de alguma forma, você me surpreende. Pode ser porque você é o meu oposto, você é o que me atrai.

Ela olha fixamente para ele e devagar ele se aproxima e a beija.

 

[Layla’s pov]

 

Como era nostálgico aquele perfume, aqueles olhos, aquele jeito de falar. Mesmo adormecida por anos, eu esperava.

Esperava por ele. Eu sempre soube o que estava me machucando, ou melhor, o que me estava “matando”. Mesmo assim, eu queria estar ao lado dele. Sempre matinha distância de mim. Mas agora, eu não tinha porque me afastar dele. Eu podia entender os meus sentimentos, podia estar com ele sem que ele me machucasse... E isso me deixa feliz.

Aquele beijo com certeza foi algo indescritível. Apesar de estar no corpo de uma garota humana, e saber que não me pertence, por um pequeno momento, eu desejei poder tomar conta do corpo... Queria sentir as coisas... Ter sentimentos humanos.

Olhei para Sebastian e acariciei seu rosto. Como nosso tempo junto sempre foi limitado... Naquela época já havia notado que de alguma forma nós éramos atraídos um pelo outro por sermos os que mantêm o equilíbrio... Mas agora, mesmo que por um momento, pude notar que meus sentimentos por ele é aquilo que se chama amor...

Abracei-o. Que sensação indescritível... Sinto meu coração pulsando. A própria presença de Sebastian é grandiosa, inconfundível.

Ele voltou a me beijar, desta vez descendo até meu pescoço. Mordeu minha orelha e sussurrou.

-Vou te ensinar algumas coisas humanas, sentimentos humanos, a luxúria, o desejo... – logo em seguida ele me olha e sorri de uma forma bem diferente.

Inconscientemente meu olhar se desvia de Sebastian em direção à porta, e o que vejo é aquele moço. Afasto-me de Sebastian.

-Agora entendo por que não queria que eu me aproximasse, não é, Sebastian?

-Isso não da sua conta. – respondeu o mordomo

-Não sei...?  Você é o mordomo de quem? Quem é seu mestre? Isso é uma ordem, NÃO SE APROXIME DE LYDIA!

Olhei assustada para Sebastian que encarava o outro a sua frente sem desviar o olhar, em seguida ele simplesmente se levanta e anda em direção à porta.

-Sebatian... – chamei-o baixinho.

-Não se preocupe, Layla. Voltarei logo. – em seguida ele deixou o local me deixando sozinha com o outro demônio.

-Por quê? Por quê fez isso com Sebastian?!  Eu não quero te ver! Eu quero estar com ele!

-CALE-SE!

Imediatamente fiquei em silêncio.

-Você pode ser Layla, ou melhor, pode ter recuperado a sua memória do passado, mas ainda continua sendo Lydia. A garota com quem tenho um contrato. Você e Lydia são a mesma pessoa, a diferença é que suas personalidades e memória são diferentes... Nada será esquecido e logo você também se lembrará de mim. Até lá, não faça besteiras.  – ele se dirigia até a porta, mas parou antes de sair- Mais uma coisa, me desculpe pelo outro dia. Descanse, você precisa.

Logo em seguida ele me deixou sozinha. Em algum lugar do meu ser eu estava feliz por aquele pedido de desculpas sem sentido, mas se eu não ia deixar de ser Layla e ia continuar a ser Lydia, então, quem eu era...? Não queria pensar mais. Deitei-me na cama exausta e fiquei a olhar para cima.

-Sebastian...

[Layla pov’s off]

- Qual seu envolvimento com Layla?

-Sinto, bocchan. Mas não tenho intenção de lhe revelar algo sem sentido.

-Isso é uma ordem Sebastian. Uma ordem. Será que não entende mais isso, demônio inútil. Você me serve. Não a ela. Seja lá quem ela for.

Sebastian solta um suspiro e devolve o olhar afiado que Ciel lhe lançava nos últimos minutos.

-Quer tanto saber assim, bocchan? – o demônio sorri de forma maléfica – Layla e eu temos um passado. Algo bem mais complexo do que possa imaginar, somos seres de épocas antigas, de quando os homens ainda não tinham nem ao menos noção que nós existíamos.

-Eu já entendi isso Sebastian. – Ciel fala com desdém passando a mão em seu cabelo

-Eu e Layla nos conhecemos na época da Grécia antiga. Quando ainda estavam começando a construir Atenas, claro, não foi naquele lugar exatamente, pode-se dizer que onde nos encontramos foi perto dos Alpes. Como o senhor mesmo já sentiu, nós demônios nos atraímos naturalmente por nossos opostos. Bem, Layla é um anjo.

-Certo. E daí que ela é um anjo?

-Apesar de nos sentirmos extremamente atraídos um pelo outro, os dois não podem ficar juntos. Somos opostos, o mais forte tentará sugar a força vital do outro mesmo sem perceber, e naquela época, Layla era apenas energia.

-Então ela não tinha corpo?

-Não exatamente. Ela tinha. Assim como eu, ela tem sua forma verdadeira, que é tomada por luz, enquanto a minha, apenas trevas. Mas essa forma é basicamente energia, logo, humanos não são capazes de aguentar tal forma. – Ciel ficou em silêncio, então, o outro demônio continuou – Eu a encontrei e a escondi. Não queria que outros demônios a encontrassem, mas Claude desconfiou. Naquela época, nós ficávamos juntos, assim como a amizade dos humanos, mas não chega a ser exatamente isso. Bem, resumindo toda a história, eu acabei escondendo Layla, mas parece que ele a encontrou.

Ainda em silêncio, Ciel se encontrava pensativo olhando para um ponto fixo em sua frente, com o cotovelo em suas pernas e as mãos apoiando o rosto sério. Sebastian o olhava seriamente, esperava uma resposta, mas o outro nem ao menos se mexia.

-Então, por que ele colocou ou despertou Layla em Lydia? Qual é a intenção dele...? – olhou Sebastian com firmeza.

-Eu também gostaria de saber.



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