1. Spirit Fanfics >
  2. O oitavo Lorde >
  3. Reunião

História O oitavo Lorde - Reunião


Escrita por: Hades11

Notas do Autor


Mais um cap ;)v

Capítulo 3 - Reunião


Fanfic / Fanfiction O oitavo Lorde - Reunião

 

Os quatro navios navegavam próximo, com o Narval na frente, o Feng e o Nimue atrás lado a lado e pelo o que Tortou observava, por último, o Princesa Andrômeda, que tinha dificuldades para acompanhar o ritmo dos outros três.

Ele analisou o Feng, era o menor dos barcos, era um junco oriental, seu casco era marrom claro com vários ornamentos em metal, com várias aberturas para os canhões de cada lado, tinha o velame liso e rígido que se abria como um leque da popa a proa do navio, tinha a bandeira inteira vermelha com riscos brancos delimitando uma rosa, e a carranca era uma cabeça de tigre rugindo. Tortou não encontrou grande perigo, mal ele sabia que era o segundo navio mais rápido entre os oito e o mais manobrável, com o auxílio dos poderes de Jes-Sei e a vela em forma de leque o Feng podia virar bruscamente para um ataque lateral, ou se esquivar sem problema de uma investida do Narval.

Já o Nimue era uma nau maior, do tamanho do Narval pelo menos, tinha mais aberturas para canhões, o casco, negro como as águas abissais, era atravessado por uma listra azul, dois mastros maiores e dois menores com velas redondas e uma latina, brancas, a bandeira carregava as cores da Inglaterra com um crânio no meio. Não tinha carranca a proa terminava num comprido gurupés. Tortou notou que o navio era estranho, não conseguiu definir o que era exatamente, as cores tremeluziam de maneira estranha. Ele podia representar perigo, mas não acompanharia a velocidade do Narval.

O Princesa Andrômeda vinha por último, o árabe já havia experimentado dos poderes de Augustus, mas daquela distância e aquele navio pesado não faria nada.

Tortou esperou até sair da Baia do enforcado e perder o continente de vista, quando teve a chance ele disparou na frente. Cada um dos Oito Lordes Piratas compartilhava uma maldição com seu barco, a sua era a velocidade. O Narval seria mais rápido que qualquer barco, peixe ou coisa que se movesse na água. Nada podia alcança-lo. Foi o que Tortou pensou.

O Narval ganhou velocidade e distância, quando Tortou olhou para trás para ver os três outros barcos ficarem para trás levou um susto. Uma corrente veio do Princesa Andrômeda se amarrando no seu último de seus mastros fazendo-o rachar e o navio desacelerar com brutalidade, ele tentou acelerar com seus poderes mas não podia com o peso do Princesa Andrômeda.

- Quebrem a corrente! – Ele gritou. Mas seus homens estavam parados intactos. Tortou olhou em volta e não entendeu como o Feng havia manobrado em tão pouco tempo, desviando da corrente que vinha do outro navio e já estava em paralelo ao Narval com os canhões apostos, e o pior: o Nimue havia desaparecido.

- Mas como? - O árabe olhava incrédulo.

Ele se voltou para frente e perdeu totalmente o folego, com um brilho fantasmagórico, tremeluzindo como uma miragem estava magicamente o Nimue na sua frente, de alguma forma o navio havia o ultrapassado sem fazer barulho ou movimento algum, agora Tortou entendia o título de navio fantasma.

- Que bela ideia Augustus teve não acha? - Uma voz disse atrás de si.

O árabe sacou a arma e apontou para trás. Escorado no parapeito próximo ao leme estava Henry, o pirata azul sorria e olhava o Narval o analisando.

- Você distorce o espaço. - Tortou concluiu.

- Hehehehe, me pegou. - Henry levantou os braços brincando. - Agora tira essa arma da minha cara. Estava tentando nos passar a perna Tortou? ... Isso seria problemático para o Augustus. - E soltou uma risada sarcástica no final.

- Estava vendo se vocês conseguiam me alcançar. - O árabe mentiu descaradamente, olhou sério para o outro e guardou sua arma. - Não vamos pega-los nessa velocidade.

- Você está certo, está escurecendo, por que não jantamos juntos? Os capitães, para definir nossa estratégia? Afinal você vai ter que parar para consertar o estrago no seu mastro.

Um dos piratas de Tortou como se ganhasse coragem correu gritando batendo com a espada na corrente que amarrava o mastro, o golpe foi totalmente inútil e a corrente soltou o mastro e lançou o pirata no mar. Henry riu.

- Joguem uma corda para ele. – Tortou revirou os olhos suspirando. – Vamos parar para consertar o mastro.

 

...

 

- Olha que sorte, Augustus, o Tortou tinha rum. - Henry sorria mostrando três garrafas.

Eles estavam no Princesa Andrômeda. Augustus e Jes-Sei, acompanhada dos dois tigres, estavam sentados numa mesa na cabine do capitão, a cabine era escura como o navio, a única coisa que parecia iluminar a sala era uma esfera armilar que Tortou jugou ser de ouro pela cor, ela flutuava magicamente no centro da mesa e Henry e Tortou adentravam o local.

- Eu dispenso essa bebida ruim, que tal um vinho? - O pirata Negro abriu uma adega e se deparou apenas com teias de aranha. - Andrômeda cadê o vinho? – Ele gritou.

Uma mulher feita de madeira negra esverdeada saiu das sombras dizendo sem emoções.

- O senhor bebeu tudo depois que a senhorita Jes-Sei, a senhorita Eleonora e aquele bêbado te rejeitaram em Barbados.

Um silêncio se instalou no recinto até que Henry quebrou-o rindo.

- Três toco? Numa noite? – A pirata escondia o riso com o leque.

- Não precisava de detalhes seu fantasma inútil! – Ele quebrou a porta da adega e atirou no fantasma de madeira, que somente desviou. - Me da uma garrafa de rum.

- Mudou de ideia rápido. – Henry entregou-lhe uma das garrafas.

- Quando terminarmos essa caça ao tesouro preciso saquear alguma adega. - O pirata negro dizia.

- Metido a besta. - A pirata disse baixinho.

- Disse algo?

- E se eu tiver dito?

- Se você tiver dito...

- Onde está a sua tripulação? - O árabe interrompeu a discussão. - Não vi nenhum homem no convés e o que é isso? – Apontou para a mulher de madeira.

- Os homens estão invisíveis e essa é uma sereia que eu capturei. – Augustus respondeu rápido sério.

- Sério?

- Não. - O pirata negro riu.

- Para começar a reunião vocês podiam me contar seus poderes. - Tortou falou sério respirando fundo. - Somos aliados agora não é? E vocês parecem se conhecer bem, mas sou novo nisso preciso conhecer meus aliados para poder cooperar.

- Liberar informações para quem tentou fugir mais cedo? - Augustus disse se sentando a mesa e bebendo o rum. – E ainda 13º graus errado, você não sabe navegar?

- Não seja tão mal Augustus. - Henry interveio e sussurrou para o novo colega. - Ele não confia muito em estranhos. Por que não começa por você? Se apresente capitão do Narval.

O silêncio se estabeleceu por alguns segundos, os quatro lordes trocavam olhares.

- Está bem, sou Tortou ibn Gabirol, meu pai era o terceiro capitão do Narval, ele se envolveu com a minha mãe em uma de suas viagens para fazer comércio na Arábia. Há alguns meses soube que ele era um dos lordes pirata fui atrás dele. Encontrei um irmão e matei-o para tomar o Narval e sua tripulação. - Ele dizia sem muito remorso. - A maldição do Espada do mar é ser o navio mais veloz do mar, e a minha é a mesma, sou o homem mais rápido de todos os sete mares.

- Uma maldição interessante, e bem perigosa, o quinto capitão... Explica bastante coisa. - O pirata negro analisava, ele e o árabe trocavam faíscas pelos olhos.

- Minha vez, sou Henry W. Teach, sou britânico, herdei o Nimue do meu pai há alguns anos, meu objetivo é interceptar todo o navio espanhol vindo do novo mundo, em nome da rainha. A maldição do Nimue é ser um navio fantasma, e o meu é como você já descobriu o teleporte.

- Quer dizer que você... - Tortou parecia juntar os pontos.

- Ao contrario de nós Henry não é um pirata, mas um corsário inglês. - Jes-Sei o ajudou.

- Deus salve a rainha. - O pirata azul disse tirando o chapel, e alertou o árabe num tom sombrio. - Não fique no caminho da Inglaterra.

Tortou engoliu em seco.

- Jes-Sei Feng, chinesa, esses são Aki e Hina, eles gostam de carne humana. - Ela dizia apontando para os tigres. - O Feng pode voar, e eu controlo os ventos.

- Voar? - Tortou gritou impressionado cuspindo o rum.

- Você não é o único que tem cartas na manga, como tentar usar sua velocidade par fugir Tortou. – Ele debruçou um braço sobre a mesa sorrindo sarcástico para o outro. - Sou Augustus de Patriza, sou de Veneza, posso controlar o metal que toco e a maldição do Princesa Andrômeda é estar vivo. – Tortou olhou espantado sem entender, fazendo o outro sorrir. – Você perguntou sobre a tripulação, só há eu e meu irmão, ele esta no caralho do navio, não é muito sociável, e essa é a Andrômeda a personificação do navio.

O árabe olhou mais uma vez para a figura sinistra de madeira e se lembrou dela, era a carranca do navio, as maldições dos oito lordes eram realmente assustadoras. O rum desceu ardendo em sua garganta, sabia que era o mais fraco dali, sabia que em grande parte pela falta de conhecimento, mas podia sentir uma aura de um denso poder emanando dos capitães na sua frente. Era intimidador.

- E qual a estratégia pra chegar primeiro ao tesouro? – Ele perguntou.

- Vamos seguir em linha reta atravessando direto para o novo mundo. – Augustus estendeu a mão e a esfera armilar no centro da mesa levantou mexendo seus anéis, Tortou reparou que a mesa era um mapa do mundo em alto relevo, viu réplicas em miniatura de metal de seus barcos se mexerem na mesa sozinhos. – As monções estão contra nós, a nau dos outros lordes não vão conseguir navegar, ou seja, eles vão ter que contornar pelo norte, vamos pega-los dessa forma.

- E como pretende que vocês naveguem contra o vento? Pelo que eu vi só a Jes-sei tem vela latina. – Tortou sorria com escárnio, velas latinas como a de Jes conseguiam bolinar, navegando contra o vento, mas as velas redondas das naus de Henry e Augustus necessitavam de vento a seu favor, um dos grandes trunfos do Narval é que ele podia se beneficiar dos ventos, mas sua maldição o movia mesmo sem eles.

- Vamos usar você. – Dessa vez foi Henry que falou acabando com o sarcasmo do outro.

- Vamos ver que velocidade o Narval alcança rebocando nossos barcos. – Augusto cruzou os braços rindo.

- Vocês estão brincando? –O árabe quase subiu na mesa. – Vamos demorar um mês assim, eles vão chegar antes, como você sabe que eles vão pelo norte e não tomar o mesmo caminho que nós, nos registros do meu pai diz que dois dos barcos deles não dependem dos ventos também.

- Sim, mas o Leviatã é pequeno e o Tempestade sangrenta uma galé que, ao contrário do Narval, não aguentam levar o Hafgufa que só é menor que o Princesa Andrômeda. – O pirata negro rebateu, Tortou ainda tinha dificuldades para lembrar do nome de todos os barcos e capitães. – E além disso eu sei como Nala navega.

Tortou sentou respirando fundo, os outros três olhavam para ele, ele sempre foi ansioso, a ideia de ficar um mês ou mais no mar o incomodava, nunca tinha feito uma viagem tão grande, mas no fim concordou.

- Como sabe o jeito que ele navega?

Augustus ficou quieto.

- Eu quero mais rum se for pra ouvir de novo a história de amor de como o Nala te ensinou a navegar. – Jes-Sei disse rindo com sarcasmo atrás do leque “Eu também” Henry ria levemente alcoolizado. Esse comentário foi o suficiente para Tortou deduzir a história.

- Não interessa como eu sei, além do que o rum está acabando. Alguém tem algo contra seguir esse plano? – O pirata negro calou os outros que olharam para Tortou mostrando que já tinham concordado com Augustus.

- Certo, vocês traçam a rota e podem tomar a dianteira. – Ele disse levantando rápido, o suor escorria de sua testa, mas parou quando ouviu uma risada nasal da mulher da sala.

- Eu sabia. – Ela disse – Ele vai nos dar trabalho Augustus, eu te disse.

Tortou fechou a cara, Augustus esfregava os olhos sem paciência suspirando.

- Você nunca foi para alto mar né? – O pirata negro perguntou, Tortou não respondeu, apenas não olhou mais para eles, Augustus tomou metade da garrafa num gole e começou a gritar alto gesticulando com os braços abertos. – Um dos oito lordes piratas, um deus do mar, fazendo navegação de cabotagem... – Ele ria sarcástico. - O quanto você já se afastou do continente?

- A primeira vez que me afastei nos perdemos, passamos por algumas monções e eu não sabia a direção de voltar, ficamos duas semanas naufragando, só tínhamos comida para três dias, perdi muitos homens. – O árabe dizia de cabeça baixa com raiva, Augustus riu fazendo com que ele se irritasse mais, fazendo-o perder a postura. – Eu enganei meu irmão e o matei, tomei o navio, reuni uma tripulação totalmente nova, não recebi o meu barco de bom grado do meu papai, não tive um velho para me ensinar a navegar e comer o meu rabo, eu estou aprendendo a navegar na raça. Tive que sujar minhas mãos, elas estão sujas de sangue até os cotovelos e ...

A raiva de Tortou fez a sala dar estremecer, fazendo com que a luz da esfera armilar balançasse, mas ele foi interrompido quando a espada do pirata negro foi lançada contra si cortando parte de seu turbante e fazendo um pequeno corte na sua orelha direita. A sala parou de estremecer, mesmo que ele ainda liberasse seu poder, uma força maior estava contendo e dando estabilidade ao barco, um silêncio se instalou por alguns segundos, o árabe sentiu uma gota de sangue quente pingar no seu pescoço, Augustus puxou a espada pela corrente que ligava seu cabo e guardou na bainha, respondendo num tom sombrio.

- Acha que algum de nós ganhou o barco? Nós o conquistamos com sangue e suor, os navios amaldiçoados não aceitam piratas fracos. Você esta com a mão suja de sangue até os cotovelos? Permita-me te contar algo, nós estamos banhados em sangue! – Os três lordes ali na sua frente emanavam uma aura assassina tão grande que Tortou podia ver o sangue de suas vitimas escorrendo deles. – Essa é a vida no mar, se você não esta preparada para ela se afogue e saia do nosso caminho, não somos a mamãe que você deixou na Arábia que vai te pegar pela mao e te ensinar a navegar, aprenda, sacrifique quantos homens for preciso... Só não esqueça que o peso da alma deles está nos seus ombros. – Por um segundo ele pode ver uma multidão de mortos atrás dos lordes a sua frente, Tortou sabia que aquelas eram as almas das pessoas que foram mortas por eles.

A luz da esfera armilar do centro apagou e ela pousou na mesa, a sala ficou num tom sombrio, a luz pálida da lua era a única coisa que iluminava a sala, Augustus virou as costas para ele e ficou olhando a janela, Jes-Sei e Henry saíram em silêncio da sala, Tortou deu um soco na mesa, como se desse a última palavra e saiu também.


Notas Finais


Sem previsão para o próximo capítulo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...