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História O Olhar da Ignorância - Tudo se apagou novamente


Escrita por: Amelia-Marie

Notas do Autor


Perdão pela demora!
Boa Leitura!

Capítulo 5 - Tudo se apagou novamente


Gajeel

 

Uma fada? Ela estava falando sério mesmo? Uma. Fada. Esta mulher está achando mesmo que eu vou acreditar nesta baboseira? Não estava ausente de minhas obrigações de general para ouvir tanta besteira!

 Tudo bem, talvez Cana tivesse citado nomes, datas e eventos sem eu ter lhe dado estas informações, é uma boa vigarista, talvez tenha algum informante ou coisa do gênero. Mas nunca, de fato ela visse algum futuro, naquele pedaço de vidro velho!

- General, parece não crer no que digo – O que ela esperava? Que a proclamasse uma divindade? Arqueou a sobrancelha perante a minha dúvida.

- Está brincando! É claro que não – Gargalhei alto cutucando o moreno ao meu lado com o cotovelo – Isso é ridículo, diga a ela Lily – O mulato permaneceu quieto e imóvel.

- Parece que seu amigo não desfruta de sua opinião, Gajeel. – O sorriso de deboche da mulher aumentou ainda mais. Olhei para o homem ao meu lado, ele não parecia indignado pela resposta ridícula, na verdade, nada indignado.

- Lily, oras, você é um homem inteligente, não me diga que está acreditando no que ela diz, está? – Meus olhos semi arregalados demonstravam minha surpresa. – Muito bem, eu vou embora daqui – disse me levantando, mas o mulato meu puxou pelo braço com força me fazendo sentar novamente. – O que pensa que está fazendo? – rosnei de forma ameaçadora para ele, de forma que Laura se encolhera no cantinho em que estava e Cana sorrisse mais ainda.

- Salvando sua vida – Disse tão sério quanto eu, afrouxando o aperto em meu braço e ainda me encarando – Cale a boca e a deixe falar, quando ela terminar, falaremos e se ainda quiser voltar para o acampamento, nunca mais toco no assunto. – Estava pronto para responder quando ele me interrompeu – E lhe darei seis garrafas de bebida.

Bufei alto demonstrando minha total irritação – Muito bem, vamos continuar com isso. – Cana olhou para a sobrinha, que correu para trancar as “portas” da tenda e rapidamente voltou ao seu lugar.

Cana pôs novamente as mãos sob a bola, desta vez, fechou os olhos e se concentrou por bastante tempo, quando os abriu, estavam brancos, ela se aproximara de mim, não me movi, ela tocou nossas testas e apoiou minha cabeça com suas mãos.

Tive a sensação de estar dopado pelos remédios novamente, nada mais era fixo, nada mais era estável, tudo girava. Eu conseguia ouvir som de passos, corrida, isso! Parecia alguém correndo, logo eu já sentia o cheiro, aquilo era... Cítrico? Floral? Eu não conseguia distinguir.

 Sempre odiei flores, mas esta em especial era cativante, aos poucos eu recobrava meus sentidos, minha visão estava embaçada, mas conseguia distinguir um borrão, era uma mulher, sem dúvidas, seus cabelos eram azuis, estranhamente azuis, era pequena, se fosse da altura de meu ombro seria muito.

A imagem tremeluzia em minha cabeça, ora ela estava correndo, ora simplesmente caminhando, ora com um vestido sem alças, ora de uma blusa de mangas longas.

Estava confuso, não conseguia identificar, pareciam ser duas mulheres diferentes, mas eram tão parecidas, ambas estavam de costas para mim, foi quando se viraram, a de blusa de mangas, possuía cabelos compridos e um olhar inocente, um sorriso doce, parecia uma criança. A que estava de vestido, tinha cabelos curtos, igualmente azuis e um olhar de medo, seus olhos tremiam assim como seu corpo.

Foi quando tudo se apagou novamente.

 

 

Levy

 

Meu braço sangrava como nunca sangrou na vida. Meus joelhos ardiam, minhas pernas doía e meus pés gritavam para que eu parasse de correr. Mas nada se comparava ao buraco em meu peito, esse sim me consumia. Parecia um buraco negro, que me engoliria de tão grande que era.

Aquele humano, depois de matar meu guardião, tentou pegar seu filhote, eu o impedi, guiando com meu poder, os galhos das árvores próximas que o jogaram longe, ele urrou de dor, mais alto que qualquer animal que eu já tenha escutando.

- Vá, fuja, tire todos daqui! – Eu disse ao pequeno servo que ainda chorava, ele me encarou por alguns segundos, como se, perguntasse de forma silenciosa a si mesmo, se poderia fugir. – Ei rapaz, eu vou ficar bem – Acariciei seu pelo lhe passando confiança. Quanta mentira.

O pequeno saiu correndo, berrando ao quatro quantos, logo, vários animais o seguiram, eles iriam para um lugar seguro. Permiti que um pequeno sorriso escapulisse de meus lábios, eles ficariam bem, para mim era o que importava. Senti um ardor no rosto. De repente havia um filete de sangue escorrendo por minha bochecha, ele havia jogando uma faca em minha direção, cortando meu rosto.

Respirei fundo, tinha que tirar aquele traste daqui, não poderia demonstrar medo.

- O que foi, ficou corajosa de repente? – Ele gargalhou. – Sabe, os humanos não acreditam muito em você, seria interessante saber quanto alguém pagaria para ver uma fada. – Seu sorriso diabólico aumentou. Abri minhas assas, e voei, com o intuito de parecer superior a ele, impor respeito, e se desse sorte, um pouco de medo.

O quão tola fui, os olhos dele brilharam, em êxtase. E diversas outras adagas vieram em minha direção, desviei da forma que pude, mas uma delas acertou minha assa esquerda, me fazendo levar um tombo feio e me contrair de dor.

Ele se aproximou de mim, fazendo-me encolher ainda mais. Agarrou meus ombros e me jogou contra uma arvore próxima, meus músculos se contraíram, e gritaram em dor. Ele me levantou do chão, sua mão em meu pescoço foi apertando cada vez mais.

Meus pulmões queimavam por falta de ar, não tinha forças para me debater, bem devagar um dos galhos estava crescendo, pretendia jogá-lo mais longe desta vez, mas não tive forças sequer para fazer o galho continuar a crescer, minha visão embaçou, minha cabeça rodopiou e logo eu não sentia mais nada.

Foi quando tudo se apagou.

 

--------- Horas Depois----------

 

Senti tapas sendo deferidos contra meu rosto. Espere, eu estava sentindo algo? Abri meus olhos, aquele canalha estava em minha frente.

- Até que enfim acordou, fada, achei que teria que vender um corpo morto. – Ele riu novamente com seus dentes de prata. – Sabe, eu andei pesquisando um pouco sobre fadas, e curiosamente, o poder de vocês, não vem de vocês, foram presentes não é mesmo? – Onde ele havia descoberto isso? É totalmente sigiloso!

 – Ao que parece, tudo vem deste artefato aqui – Ele levantou o meu colar, minha fonte de poder e concentração, o que me fazia conseguir proteger a floresta, mas como ele havia conseguido tirar do meu pescoço? – Li também, que para tirar isso de uma fada, ela deve estar por um fio de vida, portanto, isto agora pertence a mim. – Miserável! Ele havia quase me enforcado por causa do colar! Preciso recuperá-lo, tentei mover minhas mãos. Só então notei que estava amarrada por uma grossa corda, presa em uma árvore grande.

- Maldito! Isso não irá ficar assim! – Estava tão nervosa, aquele homem, tocava meu colar com aquelas mãos imundas, meu estomago embrulhava de olhar para ele.

- Oh, não se preocupe, já cuidei de você, meus colegas irão leva-la para algum leilão, enquanto isso eu vou ver o quanto essa belezinha vale. Adeus ex-fada. – Ele saiu andando, montou um cavalo marrom e saiu galopando até sumir de minha visão. Dois homens estavam a caminho pelo que ele disse. Tenho que sair daqui!

Avistei a adaga que ele lançou em meu rosto, ela estava a pouca distância do meu pé, se me esticasse um pouco mais, me senti presa pelas costas e ombros, quando olhei para cima, o traste havia prendido minha asa esquerda com várias adagas no grosso tronco.

Respirei fundo, era umas questão de sobrevivência. De proteger a floresta e os animais, era necessário.

Com toda a coragem que tinha, se é que eu tinha tudo isto. Forcei um solavanco para frente, rasgando minha asa em prol de minha liberdade. Lágrimas escorreram por minha face, de dor e de tristeza, elas eram lindas, nunca falharam, sequer uma vez. E agora acabou, nunca mais voaria, nunca mais planaria, nunca mais seria uma fada completa.

Engoli o choro, não era hora para isso.

Com os pés, alcancei a adaga e cortei a corda, e sai andando floresta a dentro.

Foi quando ouvi o som dos cavalos correndo.

Homens gritando.

Armaduras Tinindo.

E uma bala acertando em cheio meu braço direito.

Foi quando tudo se apagou novamente.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
Beijos!
Amélia!!!


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