História O outro lado de mim - Supercorp - Durma aqui

— Acho que é melhor eu ir.

Mon-El lhe lançou um ultimo olhar e saiu sem nem esperar pela esposa, que sem opção, que foi logo atrás dele.

— Nós já vamos também. — Winn, Alex e Lena se levantaram.

Ótimo, tinha acabado de estragar uma noite agradável.

— Não, não precisa gente. Fiquem por favor. — Tentou impedir.

— Tudo bem Kara, todo mundo tem que trabalhar amanhã cedo. — Alex tocou seu braço tentando convence-la que não era sua culpa, mas sabia que era.

— Por favor. — Pediu mais uma vez, mas Winn e Alex negaram.

— Eu posso ficar e te ajudar a limpar tudo — Lena se ofereceu. — De qualquer forma tenho que esperar meu motorista mesmo.

Kara olhou agradecida para Lena, não queria ficar sozinha agora, era bom ter a companhia.

— Obrigada, Lena.

— Bom já que você vai ter companhia vamos embora Winn. — Alex se despediu da irmã e de Lena, Winn fez o mesmo.

Quando os dois saíram, fechou a porta atrás de si e suspirou passando a mão pelos cabelos, não devia ter perdido o controle.

Foi então que olhou na direção onde a amiga estava; Lena estava recolhendo os pratos e os levando para a cozinha.

Recostou rapidamente contra parede, essa era uma visão nova para ela, Lena Luthor a mulher mais rica que conhecia, CEO da L-Corp, dona CatCo Worldwide Media e um gênio ambulante recolhendo sua louça.

— Você me surpreende Lena. — Caminhou até a mesa se inclinando para pegar os copos a ajudando.

— Eu? Por que? — A CEO perguntou sem olhar para amiga, estava concentrada na tarefa.

— Nunca imaginei que fosse o tipo que lava ou recolher pratos.

Os olhos verdes buscaram os azuis um tanto ofendidos.

— Pois saiba que eu sei fazer um pouco de tudo, quando tinha um pouco de tempo, quando era mais nova, sempre ia até a cozinha, uma das empregadas, Dora, ela gostava muito de mim e eu me sentia próxima a ela, Lex me amava eu sei que sim, mas era distante e também sei que foi consequência da criação de Lillian. — O olhar de Lena se perdeu um pouco. — Eu sentia falta de um calor humano, do mesmo tipo que tinha com minha verdadeira mãe, antes dela morrer. — Voltou o olhar para Kara. — Então sempre ia ficar com Dora, ela me ensinou bastante coisa, eu amava ajudar. — A CEO riu se sentindo orgulhosa. — Sei fazer até algumas comidas, nada muito trabalhoso, coisas simples como; bolo, biscoitos e alguns doces.

— Dora, onde ela está agora? — Kara estava curiosa sobre esse novo “fato” sobre Lena.

— Infelizmente não sei, perdi o contato com Dora assim que Lillian descobriu meu pequeno segredo. — Lena abaixou o olhar. — Minha mãe a demitiu e me colocou de castigo, só saia do quarto para as atividades que ela monitorava.

Kara tocou o braço da amiga e o apertou levemente.

— Eu sinto muito Lena.

— Não, está tudo bem. — Lena a tranquilizou. — Foi há muito tempo atrás. — A morena suspirou. — Mas eu ficaria contente em poder rever Dora um dia.

Sabia que a vida com Lillian não devia ter sido fácil para Lena, mas era sempre uma sensação de embrulhar o estomago ouvir sobre as experiências que ela teve que passar. E o que mais a surpreendia, era que mesmo crescendo cercada de pessoas ruins, Lena não se deixou influenciar, a amiga sempre escolheu fazer o bem, mesmo que ninguém fizesse algo bom por ela.

— Deixe isso aí que a lava louça faz o serviço, venha. — Esticou a mão tomando a de Lena e a conduziu até o sofá. — Tenho algo para nós.

Voltou pegando duas taças de vinho entregando uma delas a Lena.

— Pensei que não gostasse da nossa bebida. — Lena piscou para ela a provocando.

— Hm, gosto e muito. — Kara bebeu um pouco do vinho para provar o que dizia.

— É o meu favorito também.

Um sorriso brincou no canto dos lábios de Kara.

— Por isso o comprei. — Passou as mãos pelos cabelos. — Desculpe pelo que viu entre mim e Mon-El.

Lena gesticulou com a mão, não estava incomodada com a situação, só preocupada com Kara.

— Não tem o que se desculpar, acho que todo mundo entende que entre vocês as coisas tiveram um fim forçado. É normal que tenham esse tipo de reação um com o outro.

Com a testa levemente franzida Kara também balançou a cabeça.

— É um pouco mais complicado que isso. — Olhou para o liquido vermelho em sua taça. — Quando ele partiu, fiquei devastada e comecei a idealizar um relacionamento perfeito, que definitivamente nunca existiu entre nós e agora, com ele de volta, eu consigo enxergar tudo isso e mais, consigo perceber que nosso relacionamento foi um erro desde o começo. — Bebeu um pouco de seu vinho e continuou o desabafo. — Desde que Mon-El voltou, ele fica vindo atrás de mim se desculpando ou querendo falar sobre o passado. — Suspirou. — Só explodir hoje porque estou cansada disso, não por que me magoe e sim porque é chato e desrespeitoso com a esposa dele. — Olhou bem nos olhos de Lena. — Eu não sinto mais nada por Mon-El, no máximo agradeço pela ajuda com Reign e mesmo assim você me ajudou mais que ele em tudo.

Lena ficou um pouco pensativa por um tempo.

— É a primeira vez que você fala comigo abertamente sobre ele e sobre os seus sentimentos. — Lena falou depois de longos minutos apenas a olhando fixamente, quase fazendo que perdesse o ar. — Eu nunca realmente soube como era o relacionamento de vocês a afundo então não posso opinar. O que eu posso dizer é que você está diferente, não sei o que é exatamente, mas tem algo em seu sorriso que mudou. Você está feliz não está, Kara? — Assentiu sorrindo e fazendo Lena sorrir também. — Eu realmente espero que ninguém tire o seu sorriso outra vez, você precisa me prometer isso.

Ainda sorrindo se inclinou e deixou um suave beijo na bochecha da amiga.

— Eu prometo. — Pegou a garrafa para servir mais vinho, mas Lena negou afastando a taça.

— Você é imune ao álcool Kara Danvers, eu não. — Lena deixou a taça vazia sobre a mesinha. — Ainda tenho que acordar cedo amanhã.

Nesse momento, antes que Kara tivesse a chance de protestar sobre a recusa da amiga, o celular dela tocou.

— Não tem problema, fique com sua esposa e seu filho. — Ela respondeu parecendo preocupada. — O que precisar me ligue sem hesitar.

Assim que Lena desligou, sua curiosidade tomou conta.

— Aconteceu alguma coisa?

— O filho do meu motorista, ele tem asma e teve uma crise, está no hospital. — Lena voltou a guardar o celular na bolsa. — Ligou para avisar que se atrasaria para me buscar, mas o dispensei. — Ela olhou a hora no relógio perfeitamente colocado no pulso direito. — Será que ainda tem taxi a essa hora?

Inclinando a cabeça para o lado a olhou com meio sorriso, conhecia bem o medo da amiga sobre voar, não custava nada brincar um pouco.

— Sabe que eu posso leva-la para casa voando, não sabe?

Como esperava, Lena abriu os olhos verdes como pratos e negou imediatamente.

— Prefiro ir para casa a pé, desculpe Kara, mas odeio voar, mesmo que seja com você.

— Você é uma das mulheres mais fortes que eu conheço, pode enfrentar qualquer um sem hesitar, inclusive a mim, mas tem medo de voar.

— Todo mundo tem sua própria kryptonita. — Lena piscou para ela.

— Justo, mas tenho uma ideia melhor que um taxi. — Estava agindo por impulso, mas não era nada demais uma amiga dormir em sua casa, certo? — Por que não dorme aqui?

Lena ajeitou a postura e sorriu agradecida.

— Obrigada Kara, mas não quero tirar sua privacidade.

Revirando os olhos, levantou e foi trancar a porta do apartamento.

— Nem adiante discutir, você fica comigo está noite, quero dizer você dorme comigo. — Se corrigiu, estava deixando as coisas esquisitas. — Você entendeu.

Remexeu as mãos as sentindo começar a soar frio, ugh!

— Bom, meu apartamento é de solteira, tenho apenas um quarto e uma cama, não é nada luxuoso como você está acostumada. — Abriu a porta do quarto. — Não repare.

— Você me acha a pessoa mais esnobe do mundo e nunca me contou Kara Danvers?

Seu rosto corou de imediato.

— Não, não Lena você sabe que não é isso. — Esclareceu quase com desespero. — É só que você está acostumada com coisas de luxo e eu não tenho e... eu...

Lena começou a rir, uma risada que virou uma gargalhada.

Lena Luthor estava debochando dela?

— Pare com isso ou vou deixar você dormir no sofá. — Usou seu tom mais ameaçador, o que não pareceu funcionar, a amiga seguia rindo.

Lena tentou parar de rir.

— Kara, eu não quero incomodar de jeito algum, durmo em qualquer lugar. — A CEO voltou a olhar a hora. — Levanto daqui a três horas de qualquer jeito.

Kara arregalou os olhos, como assim?

— Cinco da manhã? O que você faz as cinco? O que qualquer ser humano faz este horário?

— Fecho grandes negócios, mas este normalmente é meu horário de acordar mesmo.

— Lena, eu choraria só de imaginar ter que acordar a essa hora todo dia. Odeio acordar cedo. — Disse enquanto abria o armário e escolhia um pijama para Lena. — Você se incomoda de dormir com uma roupa minha?

Foi à vez de Lena levar as mãos até a cintura.

— Sério Kara? 

Deu de ombros em auto defesa.

— É a primeira vez que fica para dormir, preciso saber.

— Eu durmo com um moletom da época da faculdade Kara, dormir com o seu pijama vai ser o mais próximo de chique que eu posso usar dormindo.

— Moletom. — murmurou absorvendo a informação. — Eu imaginava camisola de seda.

Lena cruzou os braços com uma sobrancelha erguida.

— Costuma imaginar como eu durmo Kara? — A pergunta foi feita com um tom tão provocativo e rouco que Kara teve que se conter para se manter em pé.

Desviou o olhar sem responder a pergunta, se aproximou dela entregando um dos seus melhores pijamas, na verdade entregou o favorito.

— Vou checar o apartamento enquanto você se troca. 

Podia sentir o olhar de Lena em suas costas enquanto saia.

Seria uma noite longa.

Voltou ao quarto com duas canecas de chocolate quente, que obviamente não fez, saiu voando para comprar.

— Lena?

— Já vou, usei seu removedor de maquiagem espero que não tenha problema.

— Use o que quiser.

Foi se sentar ao seu lado da cama, mas logo levantou. E se aquele fosse o lado favorito de Lena também? Queria que ela se sentisse em casa, levantou, quando Lena deitasse saberia a resposta.

— Pronto.

Seu olhar caiu sobre Lena quando ela saiu do banheiro, deu um passo atrás, se viu prendendo a respiração. Lena estava incrivelmente sexy com o seu pijama.

Sem discrição a olhou por completo.

Como aquilo parecia tão, tão pijama em si e em Lena podia ser considerado uma arma de sedução?

— Você, você está linda. — murmurou sem pensar, logo engolindo em seco e mordendo o lábio.

Uma amiga pode elogiar certo?

Lena parou de frente para seu espelho fazendo uma careta.

— O pijama está ajudando.

Revirando os olhos azuis, Kara protestou.

— Sabe que é a mulher mais linda que existe, Lena. — Esticou a mão entregando a caneca fumegante. — Cuidado que está um pouco quente.

Lena sorriu a olhando com interesse.

— Comida, sobremesa, vinho e chocolate quente no quarto. — Lena inclinou um pouco a cabeça medindo a amiga com o olhar. — Eu poderia casar com você, Kara Danvers.

Kara demorou um pouco, mas quando assimilou as palavras, começou a rir nervosamente. Um misto de vergonha, animação e uma excitação tudo junto quase tirando seu folego. 

— Tecnicamente você trouxe a sobremesa. — De alguma forma sua voz saiu audível.

Lena sorriu assentindo, mas não disse nada além de olhar para amiga enquanto sorvia sua bebida.

— Isso está ótimo. — A CEO caminhou próxima o suficiente para Kara sentir o cheiro de seu sabonete emanando do corpo dela. Suspirou... Sabia que ele nunca mais seria o mesmo.

— Obrigada Kara! — Lena lhe um beijo ruidoso no rosto.

Seu coração disparou.

Levemente, sem conseguir evitar, virou o rosto na direção do belo rosto, deixou olhar vagar por cada detalhe. Linda pensou e como por hipnose abaixou a visão focando nos lábios atrativos, agora em cor natural.

Voltou a subir o olhar encontrando o par de olhos verdes, prendeu a respiração, Lena estava olhando seus lábios e tinha certeza que era desejo que estava vendo neles o mesmo que ela mesma estava sentindo. Sua boca queria desesperadamente encontrar com a de Lena. Quando seus olhares se encontraram outra vez, teve quase certeza que Lena a queria também.

Mas antes que pudesse ter uma resposta, Lena se afastou.

Mas não antes pode ver a confusão nos belos olhos... 

— Lena... — Chamou e sua voz não passava de um leve sussurro, queria conversar, queria explicar como se sentia.

— Você se incomoda se eu deitar deste lado da cama? — Ela perguntou, desviando educadamente o assunto.

Talvez fosse o certo, não queria estragar as coisas com Lena, o que era confuso, pois tampouco queria deixar de viver o que estava sentindo por ela.

Suspirou, achando tudo muito complicado.

— Não, claro que não. — E tentando não pensar mais, sorriu.

— Vou me trocar. — Avisou a olhando de lado e Lena apenas assentiu sem olha-la diretamente.

Saiu do banheiro e o quarto estava silencioso, olhou para a cama e como Lena estava deitada, apagou as luzes deixando apenas um abajur ao seu lado aceso e foi se juntar a amiga na cama.

Lena estava de costas para ela, mas sabia que estava acordada. Passou a mão pelo rosto, não queria deixar a situação desconfortável entre elas, então decidiu puxar assunto.

— A cama está boa para o padrão Luthor? — Brincou com a pequena provocação sabendo que ela reagiria.

De imediato Lena virou com a sobrancelha erguida, o que era sua perdição.

— Você está mesmo provocando uma Luthor? — A pergunta parecia ter um duplo sentido, sorriu, descobrindo gostar de jogar com Lena.

A coragem vinha da pouca luz.

— E se estivesse? O que vai fazer Lena? Sou uma Super, lembra? — A provocou de volta com uma piscadela.

— Neste momento? Nada! — Lena a encarou, analisando seu rosto através das sombras. Estava frio, mas podia sentir todo seu corpo quente diante do dos olhos verdes. — Talvez se arrependa de iniciar esse jogo, Kara.

Engolindo em seco, piscou algumas vezes, não tinha mais certeza se o assunto principal ainda era a cama.

Seu cérebro gritou com os sinais de alerta começando a piscar bem a sua frente.

— Uma Super nunca se arrepende. — Murmurou com os olhos cravados nos dela através da pouca luz do abajur.

Seja qual fosse o jogo, queria jogar.

— Um Luthor muito menos. — Ela respondeu de volta. — E sobre a cama, está ótima para os meus padrões. — Antes de virar viu um meio sorriso nascer nos lábios que tanto desejava. — Boa noite, Kara!

Podia não ser muito boa em relacionamentos e muito menos quando o seu interesse era sua melhor amiga, mas Lena e ela estavam flertando, não estavam?

— Boa noite, Lena!

Alguns minutos de silencio, onde se ouvia apenas suas respirações, Lena voltou a falar:

— Kara?
— Mm? 
— O que Winn quis dizer com terra 30?

Oh, lá estava à pergunta.

Ajeitou-se na cama ficando de barriga para cima, um leve suspiro saiu de seus lábios enquanto seus olhos focavam no teto.

— Foi onde estive nos últimos dias, bom depois de voltar da terra 1, onde eu estive primeiro.

— Então realmente existem outros universos?

Virou a cabeça a encarando.

— Sim! Você já pensou sobre isso?

— Claro que já, na faculdade fiquei obcecada com o tema, mas nunca conseguir ir além de teorias. — Nem a pouco luz era capaz de ocultar o brilho nos olhos da CEO. — Como é?

— Terra 1 é basicamente como aqui, só algumas pequenas mudanças.

— E a terra 30?

Respirou fundo, decidiram serem honestas uma com a outra, não podia ocultar o que viu lá.

— Na terra 30, eu fui por acidente, o dispositivo que me trás e me leva para a nossa terra ou para a terra 1, teve um problema e ao invés de me enviar para cá me enviou para lá.

Lena a estava olhando bastante concentrada e com a testa franzida provavelmente pensando em todas as probabilidades cientificas daquilo.

Quase riu, podia ouvir o cérebro dela martelando tudo.

— Lá na terra 30 é ainda mais parecido com aqui do que terra 1, lá tem uma versão de praticamente todos nós.

Lena arregalou os olhos verdes e, muito exasperada, sentou-se na cama passando as mãos pelos cabelos que cobriram o rosto ao levantar.

— Isso mesmo, eu conheci a sua versão 30 e posso lhe dizer que ela é tão incrível quanto você.

Ela cobriu a boca, mas ainda podia ver o sorriso.

— Meu Deus! Isso é... é incrível, Kara.

— Sim, eu também fiquei assim quando as vi.

— As?

— Existe uma "outra" eu lá também.

— Uau! Deve ter sido uma experiência inacreditável. — Lena pareceu considerar a ideia. — Se ver em outro lugar com outra vida, pode ser tão incrível quanto confuso.

Ela nem imagina o quanto.

— Até agora me custa acreditar em tudo que vi. — Murmurou.

Lena inclinou a cabeça para o lado enquanto mordiscava o dedo.

— Somos amigas lá também? — Ela perguntou, já era esperada, a questão era como abordaria o assunto. — Elas são amigas quero dizer, isso é confuso. — Ela disse fazendo uma careta.

— Somos muito mais que amigas. — Disse de uma vez, antes que mudasse de ideia.

Lena inclinou a cabeça fazendo uma expressão confusa e tão fofa aos seus olhos que teve vontade de puxa-la e beija-la. Pigarreou controlando a própria libido.

— Somos noivas lá, acredita? — Tentou parecer o mais natural possível.

Lena abriu a boca e a fechou no mesmo segundo sem emitir som algum.

— Noivas? Do tipo que se beijam? Do tipo que se casa? Esse tipo?

— Não conheço outro tipo Lena. — A confusão no rosto dela causou seu riso.

Era adorável vê-la confusa.

Lena balançou a cabeça de um lado para o outro, levou a mão a boca depois a testa.

— Noivas. — Ela repetiu como se digerisse a informação.

— Tenho que dizer que você tem um ótimo gosto na outra terra. — Brincou tentando ignorar o nervosismo que estava sentindo por dentro.

Lena finalmente a olhou nos olhos e com um sorriso brincalhão piscou em sua direção.

— Oh, posso dizer o mesmo da sua outra você.

Assentiu ainda com os olhos fixos nela.

— Isso é uma loucura. — Ela disse com o olhar um pouco perdido.

— O noivado delas ou outros universos? — Perguntou mordendo o lábio prestando atenção na expressão de Lena.

Lena pensou um pouco e logo respondeu.

— Os dois, mas é bom saber que sou a próxima a você em qualquer terra, seja lá qual seja a nossa relação.

Lena estava lidando melhor do que ela mesma tinha lidado, esperava um pouco mais de confusão nos olhos verdes.

Era como se Lena não estivesse surpresa por saber sobre as duas.

— Eu disse que contaria a você sobre as duas, quem sabe um dia não a leve lá?

O rosto de Lena se iluminou como o de uma criança que acabou de ganhar seu doce favorito.

— Você faria isso?

— Claro que faria, mas com uma condição.

— Qual?

— Você tem que me prometer que vai voltar comigo.

Ela franziu o cenho.

— E por que não voltaria? — Questionou com a testa franzida.

— Lá tem um Winn, ele tem uma paixonite por sua versão 30 que obvio, não deu em nada então ele soube que tenho a minha própria Lena, Winn ficou bastante interessado em te levar para mora com ele.

Lena não disse nada por um tempo, e logo jogou a cabeça para trás rindo.

— Não seria uma má ideia, imagine está em outro universo e com um Winn bem bonitão?

Kara estreitou os olhos e cruzou os braços acima do peito.

— Pronto cancelado, não vou levar você mais a lugar algum.

Fez um bico enorme e virou para o outro lado a ouvindo gargalhar ainda mais.

Não sabia do que ela estava achando graça.

Ainda com a cara amarrada, sentiu a cama afundar um pouco mais ao seu lado.

Não a olhou.

Lena se inclinou sobre ela deixando seu perfume a embriagar e apoiou o queixo em seu braço.

Resistiria.

— Você poderia ser nossa dama de honra. — Ela estava provocando, sabia que era de propósito.

Ignorou.

— Não vou leva-la mais e pronto. — Falou com firmeza a fazendo rir ainda mais.

Fechou os olhos como uma criança para ignora-la.

— Kara, para com isso eu estou brincando. — Ela ainda ria, o som era ótimo, mas não ia dar o braço a torcer.

— Pode ir dormir, Lena. — Ela se inclinou mais sobre seu corpo e puxou seu rosto até que estivesse próximo o suficiente do seu.

— Kara?

Abriu os olhos e definitivamente era a visão mais linda tê-la assim tão próxima e com um sorriso capaz de iluminar todo universo.

Por Rao, deveria sorrir mais, não podia descrever o quão linda ela ficava quando o fazia.

— O que? — Disse ainda fazendo birra.

— Você fica adorável quando está brava, sabia? — Ela disse apertando a ponta de seu nariz.

Finalmente virou ficando com a barriga para cima, o que causou que Lena se desequilibrasse caindo sobre ela.

O sorriso sumiu dos lábios rosados e os olhos verdes encontraram com os seus.

Seus corações iniciaram uma batida rápida no mesmo ritmo e suas respirações se alteraram.

Ambas sentiam a tensão palpável no ar.

— Promete que não vai ficar lá. — Murmurou tocando a lateral do belo rosto.

— Eu prometo. — A resposta imediata e com os olhos ainda fixos nos seus, estavam turvando sua mente. — Lá não tem você.

O sussurro dela foi acompanhado de um beijo no canto dos seus lábios, se ela tivesse super-audição ouviria as batidas desenfreadas de seu coração. O toque foi suave e ao mesmo tempo tão preciso tudo que queria era virar o rosto e tomar a boca dela com a sua e desfrutar do sabor marcante que sabia que Lena tinha.

Dominada pela vontade estava prestes a deslizar as mãos pelos cabelos negros e traze-la para si, mas Lena se afastou voltando a deitar de costa.

Oh Rao!

— Na verdade eu estou lá — Se viu obrigada a dizer. — Ou pelo menos minha versão 30 está.

— Mas não é a minha. — Ela murmurou a resposta, o tom rouco e sugestivo causou um arrepiou por todo seu corpo. — Boa noite, outra vez, Kara!

Com as batidas aceleradas contra seu peito sorriu, sorriu sentindo uma felicidade domina-la por completo.

Talvez, só talvez tivesse uma chance com Lena Luthor.

— Boa noite, outra vez, Lena. — sussurrou a imitando.

O sorriso em seus lábios não sumiria nem quando o sono a vencesse, Oh, nunca tinha se sentindo tão... tão... oh nem sabia como definir, só sabia que era bom, o frio na barriga, o coração e a respiração acelerados. O cheiro dela ao seu lado, o calor que o corpo dela emanava.

Afundou o rosto na almofada evitando soltar um grito de alegria.

Lena Luthor, você não faz ideia do quanto me tem em suas mãos.