1. Spirit Fanfics >
  2. O País dos Generais >
  3. Festas e Generais

História O País dos Generais - Festas e Generais


Escrita por: rafah

Notas do Autor


Olá seus lindos. Mais um capitulo. Espero que gostem. Abraçoos

Capítulo 12 - Festas e Generais


Foi uma das ideias mais estúpidas e arriscadas que eu já tive. Agora, que escolha eu tinha?  Eu precisava encontrar respostas. Precisava ajudar a resistência de alguma maneira. Só assim eu poderia encontrar Hazelle e proteger o resto dos meus amigos. Talvez, se eu conseguisse algo realmente importante, não precisasse chegar ao ponto de sequestrar Peeta.

Eu ainda não tivera tempo de assimilar minha conversa com Coin, mas a conversa com Snow me dera esperanças. Talvez, o Coronel Mellark fosse mais esperto do que eu pensava e talvez, só talvez, ele tenha percebido que o lugar mais seguro para guardar algo importante fosse a própria casa.

Sim era perigoso, mas, se alguém me encontrasse, eu poderia apenas dizer que tinha me perdido. Quem não se perderia na enorme mansão Mellark?  Quando entrei no escritório foi como se tivesse entrado em um outro mundo. Eu tinha que reconhecer, o Coronel era organizado.

Comecei a vasculhar as prateleiras, livros altamente organizados em ordem alfabética. Em sua grande maioria eram livros sobre história, economia, política, alguns raros tratados de filosofia. A Biblioteca de um general.   

Havia um gabinete com pastas, metodicamente organizadas por anos. Eu não tinha a menor ideia do que procurar ali. Não havia nenhuma pasta de 1964. Aquilo deveria ser as contas da família.  Peguei a pasta de 1954, o ano em que o governo de Getúlio acabara.

Não encontrei nada que pudesse me interessar. Apenas contas e um relatório de uma clinica psiquiátrica.

"O paciente é calmo, mas se recusa a cooperar. O jovem prefere ficar desenhando a conversar com as pessoas ao seu redor, principalmente quando se sente ameaçado. Esboça uma reação exagerada quando se toca no nome da irmã. Suas únicas respostas são para afirmar que prefere estar em qualquer lugar do que em casa. Que ele deveria ter morrido. Constata-se, no entanto, que não há perigo de tentativa de suicídio, dada a pouca idade do paciente. O quadro é de depressão grave.

Quanto ao seu mal comportamento com os país, pode ser causado por uma leve paranoia desde a morte da citada Melanie Delly Mellark, ex paciente desta clinica que também sofria de paranoia e transtorno de personalidade.  A depressão também é fruto de um luto profundo e mal superado.

Sugere-se que um tratamento no exterior e um período fora de casa podem ajudar na recuperação completa. Desaconselho veemente a matricula em uma escola militar, como os pais vem cogitando. O paciente se recusa a falar, mas parece extremamente aborrecido ao mencionar o irmão, por isso acredito que a matricula no colégio militar pode agravar o quadro. Como os pais também cogitam a possibilidade de mandá-lo para o exterior, aconselho a escola Saint Peter, em Boston, onde poderá ter a disciplina exigida pela família e o acompanhamento psicológico necessário.  

Paciente: Mellark, Peeta

Idade: 13 anos

Dr: Gardênio, Tales

Guardei aquela folha na minha bolsinha de mão, qualquer informação sobre Peeta Mellark era útil a essas alturas.  Eu tinha lembranças vagas da primogênita dos Mellarks e a morte dela parecia ter afetado seriamente Peeta.

Soltei um suspiro frustrada. Não havia nada de interessante ali, na pasta de 1952 encontrei outros arquivos sobre Melanie. Não sei por que, mas também recolhi algumas folhas, talvez me ajudasse a entender melhor a família. Nada sobre política ou o trabalho do Coronel.

Fui para a escrivaninha. Como suspeitei estavam todas trancadas. Mas não era a toa que eu era melhor amiga de Gale. Aprendemos a arrombar portas e fechaduras antes dos 15. Nada criminal, apenas uma forma de sacanear os meninos da minha sinagoga que viviam implicando com ele.  Demorei excruciante dois minutos (eu sabia que teria que sair dali logo).

Quando a gaveta abriu percebi que ela continha dados de operações realizadas pelos subordinados do coronel Mellark. Peguei as páginas do meio e deixei as outras intocadas, como eu havia aprendido, para que não suspeitassem do roubo. Meu coração deu um pulo quando li que em alguma delas havia dados das prisões efetuadas. Será que havia alguma coisa sobre Hazelle?

Mal consegui fechar a gaveta a tempo quando senti uma presença, era engraçado mas a senti antes de ouvir passos se aproximando.

-Eu sabia- ouvi Peeta falar.

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa no entanto, o Coronel Mellark entrou pela porta do escritório.

-O que está acontecendo aqui?

Peeta me olhou, se eu não o conhecesse diria que o garoto estava em pânico. No entanto, como era de costume ele logo assumiu sua postura impassível.  Eu já ia responder quando ele me corta com um olhar.

-Ela está comigo papai- respondeu Peeta, calmamente- Você, mais do que ninguém deve saber o que é querer privacidade quando se está com uma garota.

Senti minhas bochechas esquentarem involuntariamente. O que, diabos, o Mellark pensava que estava fazendo? Apesar da raiva, decidi que o mais seguro era jogar o jogo dele. Embora sentia um calafrio ao pensar no preço de aceitar a ajuda de Peeta.

O Coronel Mellark não estava sozinho, estava com o General Snow. O homem me encarou por alguns segundos e o sorriso que deu fez minha espinha gelar.

-Peeta, preciso ter uma conversa séria com Snow. Tire sua namorada daqui.

O garoto deu de ombros, como se aquela fosse apenas mais uma travessura. Peeta me segurou pelo braço. Não de forma rude, pelo contrário, parecia mais uma súplica "Vamos sair daqui, agora".  Quando íamos saindo, Snow fez questão de me encarar, o mesmo sorriso viperino.

-Moças bonitas e escritórios... uma combinação perigosa.

Senti meu coração acelerar o ritmo, mas retribui o sorriso tentando parecer uma mocinha boba, pega na travessura do namorado.  Só consegui respirar quando estávamos bem longe. Queria voltar para festa logo, na verdade, queria ir para casa e esquecer de tudo.  

No entanto, havia Peeta e a inevitável conversa que teríamos que ter. Ele abriu a porta de um quarto e me empurrou para dentro.

-Ok, o que você tem na cabeça?-  Dava para ver que o garoto estava se controlando muito para não gritar. Isso só aumentou minha raiva.

- O que você acha que eu estava fazendo? Estava procurando Cato e me perdi.  Não tenho culpa que a casa grande- respondi  rápido- Nossa, Vocês Mellarks são bem dramáticos. E o que você pensa que estava fazendo?

Peeta me encarou sério.

-Não banque a tonta comigo! Você conhece essa casa desde criança Katniss. O que. Por.Deus. Você. Pensa. Que. Está. Fazendo?

Peeta suspeitava então. Ela se lembrou de Coin e de sua recém dada missão. Ele podia saber que eu estava na resistência mas não sabia que ele era meu alvo principal.

Suspirei.

- Você sabe o que penso sobre tudo isso. Sabe o que fizeram com Cinna.  Viu o que eles fizeram  com Johanna. Se eu puder evitar o que aconteceu com eles, eu vou.

Eu precisava ganhar a confiança de Peeta. Se ele achava que sabia tudo o que no que eu estava envolvida...Bom, esse seria o caminho mais fácil.  Ela sentiu um calafrio ao perceber a ameaça nos olhos do Peeta.

-Você está usando Cato?- A raiva na olhos de Peeta era inconfundível. Hora de jogar.

-Eu jamais faria mal a Cato. Ou a sua família.

-Você tem ideia de que, se eu quisesse, a esta hora você já estaria em uma baita encrenca?

Katniss sabia muito bem disso. E ela sabia que estava na corda bamba. Qualquer passo em falso...Mas ela estava preparada para isso

 - Eu não vou fazer mal a sua família-repeti.

Peeta levantou uma sobrancelha para mim.  Me encarou por alguns segundos e deu um longo suspiro encarando a porta, como se ela tivesse todas as respostas.

- Só quer ter certeza de que as eleições do final do ano ocorram- falou, a mão passando nervosamente pelos cabelos loiros.  O gesto fez com que eles ficassem um pouco despenteados.

O garoto era esperto. Isso eu não podia negar. E ele era muito bem informado para alguém que Morada tanto tempo no exterior. Me perguntei mais uma vez o que ele escondia. A  voz de Coin  e Plutarch ressoava em minha  cabeça, “ganhe a confiança deles ”. Por enquanto, ainda tinha a confiança de Peeta. E para isso eu tinha que fingir confiar nele.

-Peeta, se o que você acha é que estou na resistência armada, você está enganado. Acredite ou não, eu sei os meus limites- Mentir estava ficando cada vez mais fácil desde que eu começara a agir pela resistência- Mas vou te contar porque acho que tem o direito de saber. Estou coletando dados. Dados para uma organização de estudantes.

Peeta  fez menção de abrir a boca para dizer algo, mas se conteve e foi em direção a porta. Percebi que ele fazia o possível para não me encarar.  Antes de sairmos do pequeno quarto, no entanto, ele se virou para mim.

-Você tem noção que isso é perigoso Katniss, mesmo essa pequena busca de informações? Tenha cuidado, da próxima vez não serei eu a fazer as ameaças.

Senti meus punhos se fechando. Não só pelo medo. Odiei Peeta naquela hora. Odiei porque ele estava certo. Saímos em direção a festa que parecia estar ficando cada vez mais animada.  Eu me lembrava de algumas festas na casa de Cato quando erámos crianças. Aniversários, comemorações. Só não me lembrava o quanto me sentia estranha nesse ambiente. 

Felizmente, Peeta parecia querer evitar falar sobre o que acontecera tanto quanto eu.  A Tia dele logo nos encontrou assim que chegamos na sala e abriu um enorme sorriso. Eu tinha gostado de Effie Trinket. Meio espalhafatosa, mas ela me lembrava o tipo de mulher que eu queria ser. Forte, vibrante, livre e determinada. Pena que eu não era nada disso.

-Ah até que enfim, achei vocês!- Comentou ela- Francamente, essa festa sem conversar com jovens me dá náuseas.

Ri da sinceridade de Effie.  Uma sinceridade diferente de Johanna que era feita para analisar e modificar o que ela achava necessário. A honestidade de Effie era feita mais para divertir do que qualquer outra coisa. Uma honestidade livre e alegre.  Resolvi que passar o resto da festa com ela seria o melhor que eu poderia fazer. Peeta ficava sempre perto da tia, então tecnicamente ainda estava aproveitando para cumprir minha missão.

Quando Snow passou por nós ele cumprimentou Effie e Peeta que apenas acenaram para o homem, que apesar de bêbado, andava e conversava perfeitamente bem. Quando o homem sorriu e me encarou percebi que o sorriso dele era frio e não sei porque, senti uma onda de medo. O olhar intrigado que ele me lançou foi rápido, mas o bastante para me deixar completamente desconfortável.

Quando a festa estava terminando Cato veio conversar conosco e se ofereceu para me levar para casa depois que levasse Clove, o que Peeta respondeu que poderia me levar sem problemas. Tentei ignorar o desconforto de ficar com Peeta em um carro, mas eu sabia que isso poderia me ajudar na missão.

Peeta dirigia devagar, cada movimento na direção calculado.

-Você não precisava me levar em casa, sabe. Nem ficar preocupado. Mesmo que eu consiga informações, nunca colocaria sua família em perigo- garanti, pelo que pareceu a milionésima vez.

Peeta continuou com os olhos na estrada.

-Lembra quando disse que uma mulher não deveria se envolver em protestos? Eu estava falando sério- Falou ele depois de um tempo- É perigoso. E você não me parece o tipo imaturo que não liga para a própria vida.

Lá estava ele! O bom e velho machista de sempre. Deus,  me aproximar desse garoto estava sendo uma tarefa mais complicada do que eu esperava! Só podia torcer para que no final valesse a pena.

-É. Esqueceu de mencionar também que não preciso que fiquem cuidando de mim.

Ele me olhou como se dissesse "Você é a pessoa mais inconveniente e irritante desse planeta. Sabe disso, não sabe?"

Quando abri minha boca para falar algo sarcástico sobre o que ele estava pensando mudei de ideia rapidamente por que algo estava errado. Muito errado.

Havia um carro Preto estacionado na frente da minha casa. Eu nem havia percebido que tínhamos chegado na minha rua,mas levou apenas alguns segundos para entender o que estava acontecendo.

- Peeta, pare o carro, agora!

 Apesar de confuso ele fez o que pedi. Estávamos há alguns metros da minha casa, em uma boa posição  para que eu pudesse enxergar o que estava acontecendo lá  sem ser vista.

- Fique aqui- ordenei a Peeta que apenas me lançou um olhar zangado.

Sai sem me importar com as perguntas dele. Peguei minha bolsa e o encarei séria.

-Fique aqui. Se eu não voltar em 15 minutos vá para casa.

- Katniss...

- Volte para casa! Não importa o que aconteça... Volte para casa.

Sai, sem me importar se ele seguiria minha recomendação.  Fui até a rua de trás da minha casa e subi em uma árvore que havia atrás de nossa casa. Ninguém de dentro conseguiria me ver, isso eu sabia porque já havia feito a mesma coisa várias vezes quando era criança. Só que agora o perigo era muito maior.  Por sorte, a janela que eu conseguia ver da árvore dava direto para a sala da nossa casa.  E o que vi pela janela fez meu coração pular.  Me segurei firme na árvore para que pudesse sentir algo firme. Tudo parecia estar girando.

Haviam 5   homens fardados na sala da nossa casa.  Meu pai tentava conversar com eles enquanto minha mãe abraçava minha irmã que estava totalmente assustada. Um deles estava claramente questionando meu pai.  Me aproximei um pouco mais para conseguir ouvir melhor.

-Onde está a garota?- Senti como se tivesse engolido uma bebida extremamente amarga quando percebi que eles estavam falando de mim.

-O senhor sabe que horas são?- Perguntou meu pai irritado- São mais de 10 horas da noite. Não se invade a casa de uma familia respeitável a essa hora.

Os Soldados pareciam estar perdendo a paciência.

- Onde está a garota? –  Questionou o homem que estava diretamente na frente do meu pai.

-Minha filha está na festa de aniversário de uma senhora respeitável, diferente do senhor e seus soldados. O que querem com a minha Katniss?

O soldado atingiu meu pai com uma coronhada.  Ouvi minha irmã gritar, minha mãe tentando lutar contra os outros dois soldados. Também ouvi os galhos em movimento.  Não ouvi meus pés caindo no chão, só o que conseguia ouvir eram os gritos da minha família enquanto meu pai era atingido por mais uma coronhada do soldado.  O sangue que vi escorrendo do rosto do meu pai foi o que fez com que eu corresse ainda mais rápido.

Não me importei que todos eles eram maiores do que eu. Não havia problemas se eles estavam todos armados.  Eu só precisava tirá-los da minha casa e de perto da minha família.   Senti minha bolsa pesar ao lebrar que Coin havia me dado uma arma. Meu coração acelerou com a possibilidade de ter que usá-la, mas eu não me importava.

Não quando o homem deu mais uma coronhada em meu pai que estava no chão. Não me importei porque eu sabia que eles levariam meu pai para interrogatório. E isso não significa uma conversa. Fiz a única coisa que poderia fazer... e mal senti minhas pernas enquanto corria para dentro da casa.


Notas Finais


Oláaa. Espero que tenham gostado. Vou demorar para postar mais do que de costume pois estou viajando. Mas eu volto! Então, desejo a todos um ótimo 2016. Beijos seus fofos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...