Uma semana se passou desde que Nerobasta e Ryudoshel haviam se entregado completamente um para o outro. Tudo corria bem para ambos e tudo estava na mais plena perfeição.
Ryudoshel havia readmitido Nerobasta como subordinada e a asa da dita cuja teve uma melhora considerável, além dela ter recuperado sua magia e sua direção para voar.
(...)
Certa vez, na semana seguinte, a Divindade Suprema havia pedido a Ryudoshel e Tarmiel que fossem até um determinado local da Britânia para abençoar uma aldeia de sacerdotes adoradores.
Os arcanjos se prepararam imediatamente para cumprir o que Vossa Divina Graça lhes pedira.
Enquanto Tarmiel estava ainda se aprontando, Ryudoshel aproveitou o tempo para se despedir de Nerobasta e dar algumas instruções sobre as tarefas da mulher como Furriel.
- TRÊS SEMANAS?! - exclamou Nerobasta.
- Fique tranquila, Nerobasta. - tentava acalmar sua amada - Não são exatamente três semanas. A aldeia é bastante longe, então leva um tempo até chegar lá.
- Entendo. - respondeu um pouco triste.
- Ei, não fique assim, meu amor. Em breve estarei de volta. - dizia Ryudoshel.
- Não sei se vou conseguir ficar todo esse tempo sem vê-lo.
- Já disse para não se preocupar, Nerobasta. Quando você menos esperar, eu estarei de volta. - falou sereno depositando, em seguida, eu beijo na testa de Nerobasta.
- Tudo bem, Ryudoshel-sama. Vou aguardar ansiosa. - respondeu Nerobasta se aproximando do rosto de Ryudoshel ao esticar seu corpo para alcançá-lo.
De repente, Ryudoshel e Nerobasta foram interrompidos (de novo) por uma voz familiar.
- Gente, eu sei que vocês se amam, mas não precisam fazer amor no corredor onde todos passam. - disse a voz misteriosa.
- M-Mael-sama... O-O que faz aqui?!
- Mael? - indagou Ryudoshel curioso.
- Eu estava procurando vocês e quando eu os encontro, vocês estão quase fazendo amor. Safados! - provocou Mael rindo da situação.
- Você não tem mais o que fazer, seu idiota?! - Ryudoshel retrucou envergonhado.
Mael ria sem parar da expressão dos dois deuses. Já Ryudoshel, não achava a mínima graça, e Nerobasta estava tão vermelha quanto um morango.
- Sorte minha não estar no lugar de Tarmiel. HAHAHA! - continuou Mael.
- Sorte sua mesmo, desgraça. - implicou Ryudoshel com leves socos no braço de seu irmão.
(...)
A hora da despedida chegou. Nerobasta não se conteve e abraçou Ryudoshel com a inteira força que tinha.
- Vou sentir saudades, Ryudoshel-sama. - dizia Nerobasta com o olhar apaixonado.
- Eu também vou sentir sua falta. - respondeu Ryudoshel beijando a superfície da mão da dama - Até breve, Nerobasta.
- Até. - respondeu com um ar de esperança.
- Vamos logo, Ryudoshel! - gritou Tarmiel ansioso.
- Estou indo, Tarmiel!
E assim, Ryudoshel e Tarmiel foram rumo a aldeia; a viagem que duraria três semanas.
(...)
Dois dias se passaram desde que Ryudoshel e Tarmiel partiram. Para ocupar a mente, Nerobasta ia para a Biblioteca Divina ler algum livro que a tirasse da solidão de não ter Ryudoshel em sua companhia.
O Sol estava se pondo e, no Palácio das Deusas, Nerobasta lia um bom livro acompanhada de uma taça de néctar. Tão envolvida com a leitura, se desprendeu de seu foco para apreciar a vista que tinha da varanda da biblioteca.
- Que pôr do Sol mais lindo... - disse a deusa suspirando pesadamente - Gostaria que fosse assim todo dia.
- Nerobasta! - uma nova voz chamou pelo nome da deusa - Finalmente te achei.
- Sariel-sama, como vai?! - perguntou ao pequeno - Há quanto tempo, não?
- Ah... Pois é. Eu tive uma enxurrada de compromissos repentinos. Não tive tempo para fazer uma pausa, tampouco dormir. - explicou o arcanjo - O que está lendo?
- Ah, sim! É um lindo romance. - respondeu a Sariel empolgada - Gosta de romances, Sariel-sama? - questionou ao pequeno. Sariel parou por uns instantes e olhou para o horizonte.
Aquela vista encantadora que lhes proporcionava um momento tão tocante deu a Sariel a inspiração e determinação para declarar seus verdadeiros sentimentos para Nerobasta.
- Na verdade, sim. - Sariel respondeu a Nerobasta - Mas o único romance que me interessa é o nosso.
- Sariel-sama?
(...)
Se passaram, exatamente, três semanas depois que Ryudoshel e Tarmiel foram até a aldeia de sacerdotes. Mael, Elizabeth e Jelamet os aguardavam em um pátio especial, onde todos os membros do clã pudessem ter um lugar para seus pousos de emergência ou chegada de alguma missão.
- Ryudoshel! Tarmiel! - exclamava Elizabeth feliz por ver seus amigos de volta sãos e salvos.
- Como foi lá, irmão? - perguntou Mael curioso.
- Não passam de meros humanos. - respondeu Ryudoshel - Mas são muito acolhedores e educados.
- É verdade. - confirmou Tarmiel - Eles até me deram presentes. Muitos presentes!
- Que tipo de presentes, Tarmiel-sama? - perguntou Jelamet que se manteve em silêncio por um tempo.
- Ah, que bom que perguntou! Eles me fizeram um colar estilo havaiano, uma túnica nova, me deram um baú cheio de comida, umas máscaras de festa,... - contava Tarmiel bastante empolgado com os presentes dos aldeões. Aproveitando o momento, Ryudoshel chamou Mael em um canto para conversar.
- Mael, onde está Nerobasta?
- Eu não a vi hoje, maninho. - respondeu claramente.
- Você fez o que combinamos?
- É claro.
- Ótimo. Vou procurar por ela. Até mais tarde, maninho. - Ryudoshel se despediu de Mael tocando no ombro do mais novo.
(...)
Procurando Nerobasta por alguns minutos, Ryudoshel finalmente a achou na Biblioteca Divina.
Parecia que naquelas três semanas, Nerobasta havia ficado mais bela e encantadora do que nunca, coisa que Ryudoshel notou logo que a viu sentada na mesa da varanda lendo um livro romântico.
Ele foi se aproximando lentamente de Nerobasta. Planejava surpreendê-la com sua chegada repentina. Estando próximo a ela, quando Ryudoshel ousou dizer algo, Nerobasta o saudou.
- Seja bem-vindo, Ryudoshel. - disse Nerobasta fria fazendo Ryudoshel recuar um pouco.
- É bom estar de volta. - respondeu Ryudoshel. O tradicional silêncio constrangedor surgiu entre eles.
- O que quer aqui? Não devia relatar seu retorno para a Divindade Suprema?
- Nerobasta? - indagou curioso com o comportamento da deusa que não desprendida o foco do livro - O que aconteceu? Não é costume seu agir desta forma.
Nerobasta se levantou de onde estava e se pôs perante Ryudoshel.
- Se eu tenho esse tipo de atitude, não é problema seu! - disse a mulher - Agora, se me der licença, tenho mais o que fazer com as minhas responsabilidades como Furriel Divina.
Então, ela saiu da biblioteca deixando para trás um Ryudoshel triste e se perguntando o porquê dela ter dito aquilo.
Ao olhar para trás, por onde Nerobasta havia saído, viu Sariel encostado na grande porta de bronze. O pequenino estava com um sorriso de canto malicioso visto o que tinha acontecido há pouco.
- Você deixou ela irritada, Ryudoshel. - implicava Sariel.
- Não tem mais o que fazer, Sariel?!
- "Não é problema seu, não é?" HAHAHA!
- O que você quer, seu anão miserável?!
- Apenas te desejar as boas vindas, pois ela serão muito boas. Vai perceber que muita coisa mudou em três semanas, inclusive o comportamento da Nerobasta.
- VAI EMBORA, SARIEL! - gritou Ryudoshel frustrado.
- Tudo bem, tudo bem! Eu vou embora. - disse Sariel - Ah! Só mais uma coisinha que você ainda não sabe.
- Diga de uma vez!
- Eu e Nerobasta estamos juntos.
Continua...
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