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História O Peso da Coroa - Capítulo 1 - A fuga


Escrita por: LyraRocha

Notas do Autor


Esse é o primeiro capítulo da fanfic e minha primeira fanfic. Espero que gostem.
Ela se passa anos após a seleção da Eadlyn.
Aviso de antecipadamente que os acontecimentos descritos nessa história em nada tem vínculo com o andamento do livro da Herdeira da Kiera. Eu criei meu próprio final para história que terá impacto direto para os acontecimentos desta. Já faz tempo que pretendo postá-la porém como ano que vem a Kiera já publicará o final do livro quero terminar antes pois sei que o final do livro dela não terá nada a ver com o meu rsrs
Enfim, para quem gosta de histórias com muitos segredos, dramas e romance está no lugar certo.

Boa leitura

Capítulo 1 - Capítulo 1 - A fuga


Fanfic / Fanfiction O Peso da Coroa - Capítulo 1 - A fuga

Roupa? Ok. Maquiagem? Ok. Sapatos? Ok. Peruca? Ok. Lentes de Contato? Ok.

Tudo Certo. Estou pronta. Coração palpitando.... Não que fosse a primeira vez a fazer isso mas o medo de ser reconhecida, medo de ser pega, medo do que minha mãe diria se soubesse... Minha nossa, os jornais me trucidariam. Não, definitivamente não é uma boa ideia. Hesito ao abrir a maçaneta mas a força de entrar é maior. Finalmente abro a porta e lá estou.

Luzes piscando, música alta, corpos dançantes, alegria contagiante... Sim, agora sim. Toda hesitação, todo medo, toda angústia se desfez. Era isso que eu queria. Essa sensação de liberdade que tomava conta do meu ser.

Vou para a pista de dança e deixo a música me levar. Como era bom esses breves momentos que eu tinha. Nessa hora não existia responsabilidades, não existia deveres e nem manual de comportamento. Eu era apenas eu.  Ao som da música alta meu corpo remexia para lá e para cá, o suor já escorrendo pelas minhas costas, adrenalina ativa...como eu amo tudo isso.

Fiquei ali por um tempo, dancei com um, dois, três caras até meus pés doerem. Modéstia parte eu dançava muito bem. Anos de aulas e práticas dá nisso. Muitos homens queriam dançar comigo mas não queria chamar atenção então achei por bem ir beber alguma coisa. Vou em direção ao balcão e peço ao garçom uma água. Bebida alcóolica não era uma opção, já estava me arriscando o suficiente estando naquele lugar não precisava chegar em casa de ressaca. O garçom me entregou o copo e quando me viro sinto uma trombada. Merda. Derramou tudo. Agradeci mentalmente por não ter pedido cerveja. Ressaca não seria bom mas chegar em casa com as roupas cheirando a álcool também não.

- Droga. Você não presta atenção não? Me molhou todo. – Disse o homem com a camisa molhada com a água que derrubei.  Ergo os meus olhos, consigo ver o tronco do rapaz devido sua camiseta branca agora molhada pregada ao corpo.

Olho para ele. Merda de novo. Não tinha uma pessoa melhor para que eu pudesse esbarrar não? Tinha que ser logo o Thomas, Thomas Illea. O rapaz prodígio da Universidade de Angeles. O pupilo do professor Dr. Paul Kenion que é uma lenda da Universidade. O que tinha de detestável o Thomas tinha também de admiração aos olhos dos professores e alunos da faculdade. Havia entrado com bolsa integral e logo no início suas notas já eram destaques. Tão novo já terminou sua graduação em Administração e ingressou no Mestrado de Gestão Pública. Sua inclinação para política era notória e seus discursos e teses levavam vários alunos a lotarem os auditórios. O professor Paul muitas vezes cedia suas aulas para ele ministrar alguns temas. Confesso que ele era bem eloquente e a forma como fazia seus discursos eram muito convincentes e invejáveis. O que me dava mais ódio pois parte deles falavam a respeito de coisas negativas da administração Real.  Em outras épocas isso poderia ter levado a morte mas nos dias de hoje não existe mais tais punições. As pessoas podem ter voz em sua opinião desde que não seja ofensivo. Claro que para mim os seus discursos eram bem ofensivos mas ao que parece aos seus olhos eram “apenas” uma forma de mostrar os pontos negativos da administração atual e propor melhorias ao governo. Seria uma tese brilhante. Argh. Odeio ele.

- Não, não prestei. Desculpa. – Falo e saio logo de perto antes que toda raiva que tomou conta de mim expelisse pela minha boca. Ele não era isso tudo que diziam, para mim ele só está onde está porque seu pai é Prefeito de Angeles. E por mais este fato ele acha que pode falar o que bem quer.

Saí andando e quando penso que já me afastei sinto uma mão puxando meu braço e me virando com um pouco de brutalidade. O que é que ele quer agora?

- Eu não te conheço?

- Não sei, eu te conheço? – Preferi me fazer de desentendida a dizer que não na cara e ele achar que estou fugindo dele. Era só o que me faltava agora. Terceira meleca do dia. Já estava imaginando todas as capas dos jornais amanhã mostrando meu disfarce e tudo o que eu fiz para ir para a balada de Angeles.

- Poderia jurar que te conheço de algum lugar. Talvez da Faculdade. Leciono algumas aulas na Universidade de Angeles. – Senti todo o orgulho dele transparecer quando disse essa frase. Tive vontade de vomitar mas tinha que fingir que estava tudo bem.

- É talvez. – Quis cortar o assunto. A pior coisa que poderia acontecer no dia além de ser descoberta era Thomas Illéa achar que eu estava interessada em ter algum tipo de conversa com ele.

- Desculpe ter sido grosso. Foi o susto. Deixe-me retratar o mal entendido. Prazer, Sou Thomas Illéa. E você? – Pronto, agora lascou. Era só o que me faltava. Pensa rápido. Fala um nome qualquer e sai daí o mais rápido possível. Era bem isso o que eu ia fazer.

- Ok, sem problemas. Mellanie Smith. – Apertei a mão dele que estava estendida para mim. – Agora preciso ir – Curta, simples e sutil. Poderia ter pensado em um sobrenome melhor mas Smith estava ótimo, ele nunca descobriria, tem milhões de Smith no mundo. Ri internamente do nome fajuto que eu dei.  Dou alguns passos em direção a pista e novamente sinto aquela mão no meu braço. Mas que merda de dia é esse que eu não posso aproveitar sozinha e ser feliz. O que ele quer agora?

- Prazer Mellanie. Eu realmente acho que te conheço, você me parece muito familiar. Posso dançar com você uma música? – Ele me pediu já se ajustando comigo e começando a mexer o corpo conforme a música.

Olhei para os dois lados. Já estávamos no meio da pista. Dei de ombros. Melhor dançar do que ficar tendo que responder da onde ele me conhece. Quem sabe assim eu ficaria livre dele. Começamos a dança e por incrível que pareça ele dança incrivelmente bem. Parece que não sou só eu que tive aulas e treinos por aí. Mas é claro que não sua tonta. Lembrei que o Thomas sendo filho do Prefeito, deve ter passado por muitas etiquetas e aulas chatas como eu. Claro que nem tanto mas o suficiente para ter as benditas aulas de danças para os bailes da época. Quando dei por mim já havíamos dançado três músicas. Nossa, chega. Já era suficiente de Illéa por um dia. Era o máximo que minha bondade e simpatia forçada pudesse chegar.

Em um segundo me lembro do seu pai Sr. Marcus Iléea discutindo com a Rainha e os murmúrios em alguns lugares do país dizendo que eles que deveriam voltar ao poder. O reinado da Rainha foi bem turbulento e complicado. Sua Seleção foi dada como a mais desastrosa de todos os tempos. Levou um belo período para o governo se reestruturar de todo o caos que foi formado. No meio dessa confusão surgiu todo tipo de manifestação e uns deles diziam “Illea tomem o seu poder de volta”. A lembrança daqueles cartazes me fizeram recuar. Dei um passo para trás encerrando a dança bruscamente.

- O que foi? – Thomas perguntou com o olhar intrigado para mim. Acho que ele notou minha indigestão àquilo tudo e minha repulsa nos olhos em meio a tantas lembranças.  

- Nada – Disse mais para mim mesma do que para ele. Virei e resolvi que definitivamente era hora de ir embora. Aquela festa já tinha ido para o ralo mesmo. Ficar ali não era mais uma opção além do que não podia vacilar em revelar minha identidade. Dei passos rápidos em direção a saída, abri a porta e senti  a brisa do vento naquela noite escura quando ouço uma voz.

- Porque está fugindo tão depressa? – Pergunta ele com um ar misterioso, não sei se senti preocupação ou presunção em sua voz. Acho que foi uma mistura dos dois. Me viro para ele, arqueio as sobrancelhas. O que ele quer dessa vez.

- Não creio que seja da sua conta querer saber da minha vida. – Respondo rispidamente. Minha paciência acabou. Chega, já tolerei o suficiente em uma noite.

- Não sei o que te fiz para agir dessa forma comigo.

- Não fez nada. Então já pode ir. Não precisa ficar seguindo cada passo que eu dou.

- Olha se não te fiz nada não entendo porque tem que me tratar dessa maneira então.

Bufei. Que vontade de soltar tudo que eu tinha entalado na garganta. Não conseguia entender como seu avô poderia ser tão próximo do meu e seu pai tão distante. De rebeldes a amigos e depois de amigos a quase inimigos. Tá bom que nossos pais não eram inimigos, isso era mais coisa fantasiosa da minha cabeça mesmo. Mas certo também que de amigos não tinham nada. O pai do Thomas ficou irado com minha mãe após A Seleção. Minha mãe tinha perdido muita credibilidade para seu cargo e ela e Marcus brigaram diversas vezes. Em uma dessas ele acabou colocando em dúvida a capacidade dela liderar em público e isso foi parar em todos os jornais e revistas do país. O peso de um Illéa , conselheiro real, dizer isso assim ao vento era muito grande. Acho que esse foi um dos motivos de alguns manifestantes quererem a sua volta ao poder. Minha mãe poderia ter o destituído do cargo mas em nome de toda amizade do seu Avô August Illéa com o meu ela preferiu colocar ele como Prefeito de Angeles. Longe o suficiente de nossa casa para não precisar olhar para a cara dele direto e perto o suficiente para supervisioná-lo para que não fale asneiras novamente. Não é à toa que Thomas proferia aqueles discursos lamentáveis na faculdade. Puxou ao pai. Idiota.

- Olha aqui Sr. Thomas, eu simplesmente não estou a fim de conversar com você. Eu sou livre para ir e vir de onde eu quiser, conversar ou não com quem eu quiser. Então se não se importa neste momento eu quero ficar livre de você. – Pronto. Já não aguentava mais. Falei logo de uma forma que ele não precisaria nem olhar no meu rosto mais. Virei para continuar indo embora quando ele me toca novamente segurando meu braço só que dessa vez com mais firmeza como se não quisesse que eu escapasse.

- Não sei se tem tanta liberdade assim como fala, Vossa Alteza!


Notas Finais


Espero que tenham gostado desse capítulo.
Próxima postagem será domingo. No decorrer dos capítulos vocês terão noção de vários segredos que circundam a história e aos poucos vão saber o que aconteceu na Seleção da Eadlyn. Os fatos que ocorrem no passado da Rainha acarretarão impacto direto nos eventos atuais.... não deixem de desvendar esse mistério.
Aguardo vocês no próximo capítulo.
Beijos


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