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História O Plano Perfeito - (James e Richard) - Por que fingir se tornou tão fácil?


Escrita por: RebelD

Notas do Autor


Boa Leitura!

Capítulo 36 - Por que fingir se tornou tão fácil?


Ocean Drive – Duke Dumont 

Mistye sentiu o cheiro forte, aproximou da boca e deu um gole. Sentiu sua garganta pedir socorro ao realizar o ato e afastou o copo da boca. Ela definitivamente não gostava daquilo mesmo que fosse feito com limão. Caminhou para a sala e ao chegar, mãos pálidas e fortes seguraram o copo e puxaram para si. Era Richard, com uma expressão não muito agradável tentando tirar o copo da mão dela.

- Se você não gosta, não deveria tomar. – repreendeu sério ainda puxando o objeto.

- Se quer um, vá buscar o seu. – puxou de volta.

- Escuta, Mistye! – suspirou cansado. – Beber não resolve nenhum problema, ainda mais se você não bebe. - Inclinou a cabeça para baixo.

- Olha quem fala!

Ele soltou o copo e a deixou com a bebida. Não queria despertar a fúria da garota que estava voltando a falar com ele aos poucos.

- Não vai tomar? Estou esperando. – disse apoiando-se na parede mais próxima.

- Não gostei. Pode ficar. – estendeu a mão dando a bebida a ele.

Richard contorceu o rosto desentendido. Para que ela estava discutindo com ele se não queria tomar?

- Poderia ter me dado logo de início e evitado a conversa desagradável. – reclamou.

- Não gosto que tentem fazer nada sem minha aprovação. Você não perguntou se eu queria, veio logo tirando da minha mão. Que modos são esses? – contrariou dando passos rápidos para perto dele.

Richard riu. Claro que ele tinha que achar graça de tudo, mas não era nada engraçado. Cruzou os braços e mordeu os lábios antes de continuar a falar.

- Você é mesmo impossível! – declarou sorrindo. – De agora em diante vou perguntar antes de tomar qualquer conclusão.

- Seria ótimo! – abriu um sorriso para deixar o clima mais confortável.

- O que achou da festa? – ele perguntou puxando assunto.

- Normal. Pessoas bebendo e se pegando. Cheiro de fumaça. Música podre. Nada demais.

- É! A música é muito ruim. Conheço uns lugares não muito longe com música de verdade. Um dia desses que não estiver ocupada posso te levar. – jogou o convite ao vento sem querer forçar a barra.

Mistye viu os olhos esperançosos dele para que ela aceitasse, mas não tinha certeza se era uma boa ideia. Richard era um idiota, no entanto, um idiota que estava se comportando muito bem ultimamente e ela podia lembrar-se de como se sentia ansiosa com ele antes, como se sentia em relação a ele. Esteve esperando pelo dia que Richard seria uma pessoa descente e queria acreditar nisso, mas tinha medo de se prender aos sentimentos do “passado” e não enxergar a verdade de que ele continuava o mesmo.

- Quando eu não estiver ocupada te aviso. Obrigada pelo convite. – era melhor ir com calma.

Sua atenção foi tomada pelo cabelo loiro perfeitamente arrumado e a figura alta do Palentir parado perto da varanda observando-a. Ele não havia interferido na conversa de Richard, não ficou estressado e nem tentou afasta-la do garoto. Ele estava decidido a dar um pouco de espaço a ela e deixá-la ter relacionamentos reais com outras pessoas, mesmo que tivesse que ser escondido, ele não queria prendê-la como estava fazendo. A expressão de seu rosto era diferente de todas que ela já tinha o visto fazer. O rapaz estava meio inerte, sem atitude e nem piscou ao perceber que ela o olhava.

- Olha quem chegou! – apontou com a cabeça para James. – Vou fazer companhia a ele, com licença. O coitadinho não sabe se misturar. – disse ao Richard, humorada e se distanciou.

A verdade é que ela precisava aparentar tranquilidade e felicidade, pois vê-lo de novo após o que aconteceu a fazia ficar enjoada. Ela tinha a imagem dos olhos fechados dele antes de beijá-la e sentia a mão dele segurando a dela delicadamente. Não deveria sentir isso! Não mesmo! Ele ainda era um Palentir imundo. Foi sem pressa, indiferente e com a cabeça para cima sem desviar o olhar. Queria parecer inabalável. Queria que ele pensasse isso. 

“Você não faz a menor diferença para mim, James!”

- Olá! – saudou a um palmo de distancia dele. – Eu me pergunto o que o príncipe do Egito veio fazer aqui. – disse animada exageradamente.

- Vim te ver, não é óbvio. – respondeu sem humor ainda inerte. – Esse lugar é péssimo.

- Pode ir, ninguém te obriga a ficar. – falou sorrindo de forma ácida.

James fechou os olhos e passou uma das mãos pelo cabelo como que para arruma-lo, mas estava perfeito. Nervosismo, talvez? Virou o corpo sem olhar Mistye e foi até a varanda que tinha apenas uma menina fumando.

- Saia. – ele falou encarando a menina.

Ela não gostou e mostrou o dedo do meio para ele, mas saiu.

- Olha como fala com as pessoas, pode não ser venerado por todas. – sentou-se em um dos bancos ao lado dele.

- Peço desculpas. – respirou fundo e ficou fixado nela. – Deveria ter te avisado sobre os repórteres. Deveria ter pedido permissão.

- Isso já era. Não é nada tão importante. – pronunciou com desdém.

Ficou surpresa pelo pedido de desculpas, mas não demonstraria. Ele estava mesmo arrependido?

- Talvez aconteça de novo. – contou temeroso. – E preciso da sua aprovação.

- E se eu não quiser? – retrucou inquieta com a possibilidade.

- Eu entendo que fique com Richard. Sei que gosta dele. – disse sereno demais. – Pode ficar com quem quiser, mas tem que atuar direito. Beijos são só beijos, nada tão importante. – usou o argumento de Mistye contra ela.

- Não me sinto confortável com isso. – continuou negando, mas parte de si estava tentada a concordar e tratar aquilo como “nada”.

- Parecia bem confortável no meu aniversário. – estreitou os olhos e levantou um dos lados da boca. – Se agir assim vou pensar que está com medo de gostar.

- Gostar? – Mistye se enfureceu. – Quero ficar com o Richard e ele não vai gostar se eu beijar você! – disparou para atingi-lo. 

Ela viu o olhar dele vacilar e o canto da boca voltar ao normal. Conseguiu seu objetivo de falar o que agrediria o ego de James. Nem tinha cogitado a possibilidade de ficar com Richard tão cedo, mas James a estava provocando depois de tudo.

- Não quero estragar seu conto de fadas, mas ele não é esse tipo, não é como você. Richard está pouco se lixando se você tem namorado ou não. Ele não se importa com ética ou fidelidade, só quer o que quer a qualquer custo. – falou frustrado por Mistye se iludir com gente daquele jeito.

- Não! Esse é você! – o acuso encostando o dedo indicador no tórax dele. – Não mede esforços e quer o que quer a qualquer custo! Faz tudo por fama e credibilidade, é tão horrível ou pior do que ele. – ficou sem ar e se apoiou no rapaz.

Assim que percebeu que estava praticamente debruçada sobre ele, se afastou e lhe lançou um olhar de ódio.

- Você é tão egoísta. Não sei como ainda me surpreendo.

Passou pela multidão, passou pela porta de entrada e se viu no meio do corredor sem rumo. Já estava cheia da festa. Um acontecimento pior que o outro. James tinha que aparecer? Ela não achou que ele realmente viria quando comentou no dia anterior. Será que o garoto não tinha mais ninguém para atormentar?

Ficou sentada no corredor de pernas cruzadas e antes que pudesse pensar em qualquer coisa, já estava chorando. Suas lágrimas escorriam incessantemente pelas maçãs do rosto e seus olhos ardiam intensamente. Alguém abriu a porta. Ela não olhou para ver quem era. Não queria saber. Só queria entender o motivo de estar triste. James não era tão importante. Ele não era ninguém! Não queria admitir que odiava odiá-lo! A fazia tão mal. Por que ele não podia ser aquela pessoa que segurou sua mão? Por que ele tinha que estar certo sobre Richard! Ela sabia que era verdade, só não queria reconhecer. Ela sabia que o que sentia por Richard era só atração e nada mais a aquela altura, e ele provavelmente também. Mas não sabia o que estava acontecendo com aquela relação estranha de ódio mútuo e amor falso com Palentir.

“Por que fingir se tornou tão fácil?”

Fingia tanto que passou a sair naturalmente, tão natural que ela se perguntava o que era real e o que era falso.

Ficou chorando por alguns minutos até se esgotar. Levantou e voltou para o dormitório, onde encontrou Charlie dando risada vendo algum programa.

- Ei, Mistye! – ele gritou sorridente antes de ver o estado dela. – Vem ver isso!

Seu sorriso se desfez assim que percebeu os olhos inchados e as veias oculares completamente vermelhas. Deu um pulo do sofá e foi correndo até ela que caminhava lentamente até o quarto.

- Amanhã eu vejo, prometo! – disse sem tirar a visão do chão.

- Aconteceu alguma coisa?

- Vou ficar bem, Charlie. Preciso dormir agora.

Andou até o quarto e murmurou “boa noite” com o melhor tom que conseguia. Ela não queria dizer nada, muito menos para Charlie. Ele já estava preocupado com ela por causa de Richard, não queria acrescentar James.

Deitou na cama e sentiu cheiro de álcool impregnado em sua roupa. Checou os e-mails sem tanta esperança como antes e como o esperado, não havia nada, nenhum sinal de sua madrinha. Mandou outro e-mail para lembrar Julie caso ela tivesse esquecido. Levantou para lavar o rosto e tomar uma ducha na intensão de tirar o odor desagradável do corpo. Lyne estava na sala conversando com Charlie e não parecia muito feliz também. Mistye quase foi falar com ela, mas lembrou-se que a situação entre as duas não era tão agradável e não queria falar sobre si.

...

Acordou com o despertador, levantou sonolenta e foi tomar uma xícara de café para despertar mais rápido. Os companheiros estavam dormindo ainda. Mistye colocou o despertador antes da hora para não ter que cruzar com ninguém. Comeu cereal com iogurte, arrumou a louça e foi se trocar para o início da semana. Início de abril significava um turbilhão de provas e trabalhos. Precisava se concentrar no que era importante e esquecer os problemas pessoais para ter sucesso. O semestre estava no fim, cerca de três meses para as férias. Já tinha até comprado a passagem de avião para casa, precisava voltar para ver Julie, pois sentia muita saudade dela.

Fez uma trança embutida no cabelo e maquiagem leve. Vestiu a blusa de babado clara com estampa floral que deixava parte da barriga à mostra, calça marrom, botas românticas na mesma cor de cadarço e cano baixo, blazer vermelho e uma bolsa de mão para colocar o estojo e outros utensílios.

Quando estava saindo ouviu barulho vindo do quarto de Charlie, ele estava acordando tarde e Lyne também. Mistye se perguntou o motivo e anotou mentalmente que deveria falar com ele depois sobre isso, não era a primeira vez. Talvez seus amigos estivessem com problemas e ela estava sendo egoísta por não se preocupar com eles.

“Todos têm problemas.”

Saiu do dormitório e foi para a aula de Pré-História. Ótima aula por sinal. Ryo estava sentado perto da janela como de costume. Pensou antes de sentar ao lado dele por impulso, mas decidiu fazer isso já que Ryo era cauteloso e sabia quando as pessoas não queriam conversar. A aula começou, Mistye anotou tudo o que conseguia, registrou as referências de livros e sites para procurar no quarto, guardou o material e levantou-se para ir à sala da próxima aula. Ryo não percebeu sua presença, estava ocupado lendo jornal.

Mistye parou na frente dele antes de sair para cumprimenta-lo.

- Alguma novidade? – iniciou a conversa de forma casual.

- O de sempre. – falou entediado, mas franziu as sobrancelhas e a encarou antes de continuar. – Na verdade, calmo demais. Nenhuma manifestação.

- A situação pode ter melhorado. – tentou ser positiva mesmo sabendo que era bem difícil ser verdade.

- Não conte com isso. – negou frustrado. – Eu não conto. Acho que estão sendo reprimidos ou planejam algo maior para chamar mais atenção da sociedade.

- A maioria das manifestações são abafadas na mídia, mas as pessoas que presenciam comentam. Não dá pra silenciar todos. – apoiou um dos braços na mesa dela comprimindo os lábios.

- Verdade. – concordou com a expressão mais leve. – Ouviu sobre o trabalho do final de semestre?

- Ouvi e achei meio chato para ser sincera.

- Grupos de três pessoas a quatro. Estou pensando sobre isso, com quem fazer. – contou guardando o material.

- Podemos fazer juntos, eu e você. Nosso último trabalho foi muito bom. Miyuki adorou.

- E quem mais? – ele perguntou avaliando a ideia.

- Não sei. Pode ser o Charlie. Vou perguntar para ele. O que acha?

- Por mim, tudo bem. – afirmou sorrindo levemente e levantando da cadeira.

Mistye se despediu de Ryo e foi até a sala no fim do corredor na qual aconteceria a próxima aula. Tirou uma garrafinha de água da bolsa e tomou para hidratar-se, sentou no fundo perto da janela e começou a organizar o caderno em cima da mesa. As manifestações poderiam estar sendo abafadas pela equipe do Palentir com alienação ou promessas vazias, quem sabe. Adiar as questões pendentes poderia ser uma solução eficiente em curto prazo, mas era uma questão de tempo até que os nativos percebessem o jogo. Palentir deveria estar arquitetando uma estratégia mais eficiente do que isso para conter as manifestações a longo prazo. 

“O que estão planejando?”

Agora era uma questão de dever descobrir como mudar a situação e ajudar aquele povo a conquistar seus direitos. As corporações e empresas de Palentir não eram o único problema, Howard tinha segredos e sabia de coisas sobre os pais dela, e ela iria até o inferno para descobrir.

- Mistyca! Olá! – uma voz estridente cortou sua linha de raciocínio.

Virou para o lado e deparou-se com Mathilde sorridente e evidentemente cheia de interesses.

- A aula já vai começar, espero que seja breve. – avisou voltando a visão para frente.

- Como você está? Eu vi as notícias e as revistas com você e seu lindo modelito estampados nas páginas impressas. – contou com os olhos brilhando. – Como é ser famosa?

- Não tão incrível como você pensa. – afirmou olhando para a loira.

- Eu sei como é, fui modelo por um longo período da minha vida. – contou tornando-se mais natural. – Porém, não foi por isso que vim até você.

Mistye prestou um pouco mais de atenção na garota querendo saber o motivo, que por alguma razão demorou a ser dito.

- Aquele trabalho que fiz com você no começo do ano foi ótimo. O que você fez com Ryo para antropologia também ficou surpreendente. – disse orgulhosa por Mistye. – Gostaria que fizéssemos o de Pré-História juntas de novo.

Mistye esperou que ela desse risada ou fizesse uma cara debochada, mas a garota não fez, ela estava falando sério e tentava conter a arrogância ao máximo.

- É sério? – perguntou e recebeu um olhar de confirmação. – Eu já combinei de fazer com o Ryo.

- Ótimo! O trio está feito! – falou vitoriosa e decidida. – Mando mensagem para vocês quando formos nos encontrar para decidir o tema.

- Ei, Mathilde! – protestou alto demais.

A loira levantou da cadeira e foi sentar na primeira fileira fingindo que não ouvia. O que ela estava pensando? Que Mistye e Ryo iriam aceitar passar o precioso tempo deles com ela? Ah, não! Não iriam! Mathilde não havia causado mais problemas e nem implicado com Mistye. A relação delas era de simples cumprimentos quando estavam de bom humor e trocas de palavras mínimas durante o período de aulas. A loira tinha sossegado depois de conversar com Mistye sobre Richard e contar para ele a conversa. De alguma forma, Mistye não entendia o motivo de Mathilde ter feito aquilo, mas não achava que era implicância. Talvez a garota só não conseguisse manter a boca fechada.

A aula passou lentamente, Mistye contava os minutos para acabar. Charlie havia chego atrasado, portanto estava sentado nos lugares vazios do outro lado na fileira da frente. Algo não ia bem para ele. Quando o som do término da aula soou, ela pensou em ir até ele e conversar um pouco para saber como ele estava, mas Charlie saiu antes e sumiu pelos corredores. Mistye aproveitou para comer uma salada no refeitório acompanhada de água. Marilyne sentou-se na mesa com ela. Disse coisas casuais e perguntou como havia sido a manhã já que as duas tinham muitas aulas diferentes. Mistye esforçou-se para conversar com ela por dez minutos o mais natural possível. Ao terminar a refeição rumou até a biblioteca e pegou o livro indicado pelo professor para pensar em temas do trabalho. Quanto antes começasse a pesquisa, antes terminaria.

Passou cerca de três horas lendo as partes mais importantes que lhe chamavam atenção e fez anotações de consulta. Marcou os melhores temas e os mandou para Ryo por mensagem. Mistye estava empenhada, queria concentrar-se em sua vida, sua carreira profissional. Algo que valia a pena.

Voltou ao dormitório no meio da tarde, colocou uma roupa confortável e foi correr pelas trilhas do Campus. A música de seus fones era o tipo que se ouve em viagens, aquelas agitadas, mas confortantes. Deu a volta em várias quadras onde grupos de adolescentes praticavam esportes. Sim, ela estava precisando gastar um pouco de energia com algo além de pensar. Passou pelo muro de arame com visão para o deserto e fez uma pausa naquele local com a intensão de admirar a paisagem.

“Um bom lugar para se perder.”

Sentou na grama e ficou por muitos minutos só admirando. Seu celular tocou, era Ryo. Ela atendeu. Ryo queria se encontrar para discutirem o trabalho. No fim da discussão, ele a convenceu de ir até onde ela estava para falarem do assunto.

...

- Acho o primeiro capítulo muito bom, mas pode ser difícil arranjar informações consistentes e completas. – constatou analisando os fatos ao chegar.

- Gosto muito da diversidade na América. – Mistye disse animada.

- América é enorme. Vamos definir o continente analisando América do Norte, do Sul e Central separadamente. 

- É melhor fazer sobre a África. Podemos conseguir ir mais a fundo estando aqui. – ela refletiu.

- Estou levando isso em conta. Temos sítios arqueológicos acessíveis, mesmo que seja um trabalho teórico.

- Profissionais dispostos a dar entrevista.

Eles se entreolharam. Estava decidido. No entanto, faltava restringir a região, o grupo que seria estudado. Continuaram o raciocínio de unir o útil ao agradável pelo resto da tarde. Mistye mencionou a imposição de Mathilde e Ryo não teve nenhuma reação contra. Ele parecia indiferente apesar de franzir o cenho com o nome da menina. Estava um pouco surpreso pelo interesse repentino dela, mas não achava tão relevante. Não era nada com o que ele precisasse se preocupar.

“Queria ser mais como você.”

            Pensou vendo que era fácil para Ryo ignorar o que deveria ser ignorado. Era uma tarefa simples quando não dava importância e se concentrava em outros assuntos. Era o que ela estava fazendo. O garoto a convidou para comer em seu dormitório, mas Mistye queria encontrar os colegas, então recusou o convite e disse que iria em uma próxima.

            - Não precisa se preocupar, eu só a estou convidando para comer, porque cozinho muito bem.  – ele justificou achando que Mistye o estava mantendo a uma distância significativa. – Não estou tentando nada além de passar um tempo descontraído com você.

            - Não é isso. – respondeu tranquilizando-o. – Eu preciso resolver uma coisa hoje. Prometo que amanha irei provar sua comida.

            - Até amanha, então. – acenou em despedida.

            O céu já estava escuro, as estrelas brilhavam intensamente e o clima era mais agradável. O trajeto de volta foi bem melhor, pois sentia o vento mais forte contra o rosto enquanto corria. A movimentação de alunos estava no auge, hora da socialização antes do toque de recolher. Entrou no prédio diminuindo o ritmo da corrida e parou um pouco antes de sua porta por encontrar uma cena não muito familiar: Lyne e Richard conversavam na esquina do corredor fazendo expressões tensas e não muito amigáveis. Ela só esperava que Lyne não estivesse arranjando encrenca com o moreno.  



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