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História O Plano Perfeito - (James e Richard) - Monstros do Passado


Escrita por: RebelD

Notas do Autor


Depois de um capítulo cheio de fortes emoções, trago outro com mais emoções ainda! Espero que gostem!
Ficha da Miyuki para vocês!
AVISO: CENAS DE VIOLÊNCIA RELACIONADAS A SEXO!

Boa Leitura!

Capítulo 51 - Monstros do Passado


Fanfic / Fanfiction O Plano Perfeito - (James e Richard) - Monstros do Passado

MIYUKI


PERSONALIDADE: É a antiga amiga de Mistye. As duas se reencontram na universidade, não como colegas, mas como aluna e professora. Completamente animada e protetora com as pessoas por quem tem consideração, costuma manter o clima agradável quando alguém está para baixo e dá o maior apoio possível. Na maioria das vezes se mantém calma e com postura impecável para manter a imagem de mulher poderosa, mas em alguns casos acaba perdendo a paciência e descendo do salto.

FÍSICO: Pele morena, olhos castanhos, duas pintas no canto direito do nariz, cabelo cacheado longo abaixo da cintura em tons de castanho e mechas loiras e ruivas. Relativamente magra com curvas definidas.

CURIOSIDADE: Carrega sua pasta de desenhos onde registra monumentos históricos do antigo Egito para ilustrar suas aulas e nunca sai sem fones de ouvido. Adora assistir filmes, séries, animes e doramas.

DADOS: 25 anos --- 03/02/1990 --- Aquário --- AB+ --- 1,71m

 

 

 

Tag, You’re It – Melanie Martinez

Pela janela, via sua cidade de cima. As luzes se destacavam no cenário fresco e chuvoso. O céu estava cinza, há muito tempo não via o céu daquela cor. Queria sentir o cheiro da chuva, teria que esperar o avião pousar para realizar este desejo.

Uma senhora ao seu lado não tirava os olhos da tela do celular jogando um joguinho viciante. Na cadeira do corredor, um menino não parava quieto, tinha por volta de dez anos de idade, usava roupas coloridas e soltas com tênis piscantes. Ela respirou profundamente, era bom ter aqueles pequenos incômodos, sem se preocupar com provas, trabalhos ou em encontrar pessoas indesejadas. Será que Julie já a esperava no aeroporto? Ficou ansiosa. O voo durou mais de um dia, com duas paradas.

Saindo de seu portão, pegou a bagagem despachada e passou pelo Free Shop, voando, não iria se preocupar em fazer compras depois de passar meses longe e estar morrendo de ansiedade para ver a madrinha. A maioria das pessoas que passavam por ela era de turistas. Mas o que eles faziam ali no outono?

 Assim que colocou os pés na área externa do aeroporto sentiu o choque de temperatura. 10°C com chuva para quem saiu de uma cidade ensolarada e quente gera grande impacto térmico.

- Meu amor, vai morrer de frio se ficar aí parada! – Julie veio correndo em sua direção.

Retirou o casaco e colocou envolta da sobrinha que usava apenas uma regata de tecido leve.  Mistye largou as coisas no chão para abraçar fortemente Julie. Ficou apertando-a por alguns minutos sem querer que o tempo passasse.

- Eu quase morri lá! – disse desesperada. – Não via a hora de voltar!

- Não te trataram bem, amor? – ficou preocupada.

Mistye precisava tomar cuidado com o que falava.

- Claro que trataram, eu só estava com saudades mesmo. – desviou a atenção para a bagagem.

Elas entraram em um táxi e foram para casa. Nas ruas tranquilas, pessoas caminhavam com guarda-chuva, outras corriam, e tinham as que caminhavam sem ligar para a água. Outono era lindo, as folhas em tons de laranja brilhavam e as flores quase não eram vistas em meio as majestosas árvores.

- Fez tempo bom a semana toda, justo hoje tinha que chover? – Julie reclamou pegando as malas da menina e correndo para dentro da casa.

- É porque estou cansada do calor! – ficou feliz ao olhar para o céu e sentir as gotas irem contra a pele.

Por um breve segundo, viu a cena do bistrô francês passar por sua cabeça, James a encarando, segurando o guarda-chuva ao lado dela e perguntando o que ela fazia parada no meio da chuva.

“Saia da minha cabeça!”

Olhou para frente, a casa de dois andares rústica em meio ao grande jardim tomou conta dos pensamentos de Mistye. Estava exatamente como se lembrava, as janelas brancas fechadas, esculturas ao lado da porta de madeira, plantas para todos os lados e uma pequena escadinha de cinco degraus na entrada.

Passou pela porta, encharcada. Julie lhe lançou um olhar bravo que dizia “direto para o banho!”. Ela foi, literalmente, direto para o banheiro, não passou no quarto nem na sala da lareira onde gostava de ler. Despiu-se, deixou enchendo a banheira de madeira que se assemelhava mais a um barril enorme, enquanto tomava uma ducha. Usou os sabonete e os produtos para cabelo de Julie, elas dividiam o banheiro e as suas coisas ainda estavam dentro da mala. Depois que estava limpa, destrancou a porta deixando-a entreaberta e ficou relaxada dentro da banheira com água até o pescoço.

Julie empurrou a porta depois de algum tempo, encostou-se ao batente esperando Mistye dar atenção a ela.

- Está tarde, não demore muito. – disse. – Tem macarrão, está com fome?

Ela carregava uma cumbuca com macarrão ao molho de frutos do mar.

- Sabe que eu adoro! – disse estridente. – Passa pra cá!

- Não coma na banheira, vai passar mal. – recuou com o macarrão.

- Só hoje! – suplicou com as mãos unidas. – Por favor.

E venceu a batalha com a cumbuca na mão e o corpo na banheira. Deliciou-se com seu prato preferido. Sempre pedia para Julie fazer aquele macarrão e ela sempre retrucava falando que não se pode viver de macarrão.

Saiu da banheira quando a cumbuca ficou vazia. Lembrou-se de que deveria avisar Miyuki quando chegasse... e James.  Mandou uma mensagem para os dois. James visualizou no mesmo instante, não respondeu. Yuki não viu na hora, mas a tarefa estava cumprida.

Ela foi até o quarto da tia e bateu como uma criancinha acanhada. Depois que recebeu o sinal para entrar, foi correndo e pulou na cama em cima da outra.

- Não estou com sono, dormi quase vinte e quatro horas com algumas pausas para comer. – falou energética.

- Se não dormir agora vai ficar com sono quando for dia. – Julie aconselhou.

- Vou assistir televisão, ler algum livro, acender a lareira, qualquer coisa. – falou decidida. – Não farei barulho e quando me der sono eu durmo.

- Está bem, vá e me deixe dormir, sua pentelha.  – deu um beijo no topo da cabeça dela antes de a mandar para fora.

Mistye caminhou pelos corredores da casa devagar, prestando atenção em cada detalhe, quadro, porta-retratos. Lar, doce lar. Sentou-se no sala da lareira, lá seus pais lhe contavam histórias, na parede foi embutida uma estante cheia de livros. Escolheu um livro grosso de contos de fadas, seria bom sair um pouco da realidade e ler pequenos contos, contos simples e felizes para fazer crianças dormirem. A chuva batia na janela, colocou fogo na lareira e leu até ver os primeiros raios de sol aparecerem no céu. 

...

O dia estava claro com o céu na coloração azul brilhante e nuvens branquinhas distribuídas por ele. Seus passos rápidos percorriam a extensão do lago perto de casa. A grama era uma mistura de laranja e verde, árvores pequenas ocupavam o caminho e pássaros sobrevoando a água. Viu um cabelo encaracolado voando com o vento, de longe não identificou se realmente era ela, ao correr para perto viu claramente.

- Kaia! – gritou para que a outra parasse de correr.

A menina girou os calcanhares ficando de frente para Mistye com a expressão surpresa e alegre. Era mais alta que Mistye, com pele mais bronzeada e olhos castanho chocolate com o cabelo escuro cheio de cachos, armado.

- Menina, o que você faz aqui? – correu para ela e lhe deu um abraço rápido. – Pensei que alguém estivesse bancando a estrangeira na África.

- Volto no final de Julho, até lá terá que me aguentar! – riu feliz em ver alguém conhecido.

Kaia levou Mistye até a lanchonete do bairro para as duas conversarem e se atualizarem sobre os acontecimentos. Mistye falou como era morar em outro país com pessoas diferentes, que foi difícil se adaptar no início e agora já se virava bem. O mais difícil era estar longe das pessoas que amava e que estava adorando estudar arqueologia.

- É melhor do que eu imaginei, fiquei feliz em ter acertado o curso, esse era o meu maior medo: chegar lá e ver que não era isso. – contou para a amiga.

- Ainda bem que você acertou. Eu comecei a estudar farmácia, não gostei, vou mudar. Não entrei de férias ainda, assim que o semestre acabar vou pedir transferência para fisioterapia. – contou sem ânimo. – Nem todo mundo tem a sorte de nascer sabendo o que vai fazer pelo resto da vida.

- Não fique triste, é normal. – a tranquilizou. – É melhor mudar do que continuar fazendo algo que não gosta.

Elas pediram dois sucos bem gelados e continuaram colocando a conversa em dia enquanto voltavam para suas casas. Quando chegaram no ponto em que cada uma iria para um lado, Kaia falou:

- Há um bar novo que abriu no centro, podemos ir um dia desses. – convidou. – Aproveito e chamo algumas pessoas que não vemos há um tempo. Convide alguém se quiser.

- Eu prometi a Julie que a ajudaria a limpar o jardim. Pode ser daqui a alguns dias, quando tudo estiver em ordem.

Voltou para casa sem pressa, pois quando chegasse, teria uma longa dança com o rastelo. Há tanto tempo não dançava com ele. Todos os outonos eram marcados por danças semanais com seu querido amigo rastelo, aquele que tirava as folhas secas do gramado enquanto Mistye o guiava pelo jardim ao som de Chopin, na maioria das vezes, em algumas ocasiões colocava suas músicas assombrosas para acompanhar o som do vento.

Julie tinha tinta até nos cabelos, pintava uma tela do tamanho da janela quando Mistye colocou os pés dentro de casa. O rastelo lhe esperava encostado no batente da porta. Só bastou um olhar com um gesto de cabeça sugestivo para ela entender que era hora de retirar o monte de folhas do jardim.

“Julie deve ter adorado a minha vinda para me fazer de escrava.”

E a escrava dançava ao som de “Mariage D’amour” com o rastelo na mão juntando os gravetos e folhas em um amontoado ao canto perto da lixeira. Logo as músicas foram avançando e conforme o ritmo mudava Mistye mudava com ele, girando, abaixando e correndo, por vezes mais espalhando do que juntando. Tudo bem, o primeiro dia era divertido.

 Após quase uma hora, o excesso foi retirado e deixado em um montinho para ser levado pelo lixeiro. Ela colocou por cima do monte uma espécie de jaula de arame para que não voasse com a ventania que aumentava ao anoitecer.

- Nem para ir me ajudar. – reclamou assim que entrou em casa.

Julie não respondeu, continuava a pintar o quadro com muita concentração. Mistye a cutucou e fez cara de brava.

- Você se divertia lá fora, fiquei com receio de estragar se fosse ajudar. – respondeu verdadeiramente feliz. – Vamos ter muito tempo pela frente, estou deixando minha afilhada se acostumar sem ficar em cima dela como uma mãe paranoica. – justificou colocando o pincel no suporte.

- Você não precisa ficar em cima de mim para parecer paranoica. – riu pelo comportamento protetor de Julie em relação à comida, hora de dormir, vestir agasalhos. - Puxou isso do meu pai.

- Semana que vem faremos juntas. – declarou decidida. – Agora vou me limpar, este quadro ainda está no começo, temos que fazer a janta.

Mistye a olhou toda atrapalhada guardando os materiais. Julie não era muito artística, se dava melhor em tarefas práticas e eficientes. Não sabia exatamente a razão da madrinha começar o curso de pintura, o que sabia é que deveria estar preenchendo o espaço que Mistye deixou com arte, a melhor forma de se lembrar dela.

Tomou banho e foi ajudar Julie a fazer o jantar. O cabelo preto preso em um coque alto ameaçava cair toda vez que ela se esticava bruscamente para pegar algo na bancada. Julie não era a melhor dona de casa. Mistye desandou a rir sem parar. Há quanto tempo não presenciava algo assim?

- Não fique aí rachando o bico enquanto eu morro nessa cozinha. – lançou as palavras, brava. – Venha me ajudar, menina.

Elas fizeram salada com frango desfiado, bem mais fácil do que a sopa que Julie tentou fazer. O cabelo dela despencou quase caindo na sopa, foi aí que Mistye pegou a água e despejou na pia se recusando a comer.

- Onde já se viu um ser humano de vinte e sete anos que não consegue nem fazer uma sopa direito? – provocou enquanto as servia.

- Onde já se viu uma menina de dezessete anos que parece ter dez! – retrucou.

As duas comeram vendo as notícias locais. Sol pelo resto da semana. Alguns assaltos no centro, os responsáveis estavam presos. Aumento nos preços de vegetais devido à baixa nas colheitas. Os preparativos para a festa de casamento de uma celebridade local.

“James”

O nome veio em sua mente instantaneamente. Ele ainda estava em sua cabeça, toda vez que ouvia a palavra celebridade ou festa ele lhe vinha à mente.

“Praga”

Acrescentou. Tirou férias dele, não deveria pensar nele.

- Podemos ir à praia, amanhã? – Mistye pediu tentando pensar em algo que não a faria pensar nele.

- Eu trabalho durante o dia. Só se for de noite. – lembrou a sobrinha deste pequeno detalhe.

- E quando sai de férias?

- Pego quinze dias no fim de junho. – respondeu passando a mão pelo cabelo da menina.

- Falta muito, ainda. – entristeceu-se. – Vamos de noite mesmo, é melhor do que nada.

- Chame uma amiga. – sugeriu.

- Não tenho muitas amigas. – seu humor piorou. – Só Kaia com quem já falei hoje, não posso ficar enchendo-a o tempo inteiro.

- E Billy? – perguntou contente por achar uma saída.

- Não sei...

...

Os dias foram passando devagar. Mistye passava a maior parte do tempo em casa. Ela gostava de ficar no quarto dos pais sentindo o aroma do ambiente, em frente à lareira lendo muitos livros e no jardim tirar cochilos ao pôr-do-sol. A solidão lhe fez bem nas primeiras semanas, três longas semanas só. Saía com Julie em algumas noites, em outras elas organizavam algo para fazerem juntas em casa ou na praia. Uma das razões pelas quais ela não tinha muitos amigos, sua tia sempre foi a pessoa com quem preferia passar o tempo, e na escola, não se dava muito bem com a maioria dos alunos. Mistye era extrovertida e com uma personalidade explosiva, a dona da razão. As meninas sentiam-se ameaçadas em sua maioria, os garotos não gostavam dela por agir como se não precisasse de ninguém e tratá-los mal, com exceção de Billy. 

“Aquele acampamento...”

Nas férias do primeiro ano de ensino médio, os alunos de sua turma organizaram um acampamento para comemorar a nova fase. Adolescentes com os hormônios à flor da pele que queriam festejar por tudo, ficar bêbados sem que os adultos soubessem. Bando de imbecis. Mistye não planejava ir com eles, mas Kaia insistiu, disse que seria divertido e que valeria perder uma única semana das férias para conhecer melhor seus colegas. Ela já os conhecia, só não se dava muito bem com eles.

Tudo bem, não vai doer – disse a si mesma.

Era em um local perto da praia, com piscinas e cabanas que contava com monitores para ajudar a manter a ordem. Dois monitores, uma para as meninas e outro para os meninos. Nos primeiros dias, ela conseguiu se enturmar mais com os colegas em meio a rodas na fogueira beira-mar, cafés da manhã em conjunto e algumas guerras de comida que eram fortemente repreendidas com limpeza bruta pelos próprios alunos, nada mais que justo.

Em uma noite, a última, as meninas se reuniram na piscina, enquanto os garotos jogavam vôlei e futebol, pelo menos era isso o que pensavam.  O local possuía luzes no chão e um clima tropical aconchegante e belo. Todas vestindo seus trajes de banho e conversando sobre vários assuntos, inclusive garotos.

- Eu achei a pegada do Tim meio fraca, prefiro dez mil vezes o Gary. – Audrey fofocou fazendo caras e bocas, ela se achava demais. – Sabe, os dois são bonitos, a diferença está no trabalho que cada um faz. – completou.

- Mas o Tim é tão gato, não tem melhor. – uma das amigas dela disse. – Você fica com ele e ainda reclama. Nós daríamos tudo para tê-lo. – e as outras riram.

Tim e alguns de seus amigos espiavam a uma distância suficiente para ter a bela visão delas e ainda ouvir sua conversa. Ele estava se sentindo O Cara, os outros também se divertiram com o assunto enquanto davam nota para os corpos das garotas. Audrey ganhava em disparada.

- Ei, Mistye. – Audrey a chamou vendo que ela não ria. – Não tem nada a dizer sobre os meninos?

Mistye não queria dar opinião, isso porque ninguém queria saber sua verdadeira opinião.

“Um bando de garotas tolas com garotos tolos!”

- Não. – falou dando seu melhor sorriso, não tão simpática.

- Ah, qual é! – Audrey se sentou na borda da piscina ao lado dela. – Eu tenho certa influência, posso te ajudar a conseguir até Gary se quiser ou mesmo o Tim. – piscou cheia de charme como se estivesse abalando.

Revirou os olhos.

- Quer minha opinião? – perguntou séria. – Quer mesmo? – reforçou.

Audrey sorriu, ela queria arrancar as verdades de Mistye, a achava bonita e cheia de atitude, por essa razão precisava recolher informações para usar contra a amada e futura Cleópatra, pois esta era a pessoa que poderia atrapalhar sua popularidade.

- Ok. – cedeu encarando Kaia que sorria contente. – Não tenho interesse em garotos infantis como eles. Não importa que sejam bonitos, como você disse, é questão de atitude. – terminou confiante vendo a expressão de Audrey se desfazer, não era o que queria ouvir.

- Qual é? – continuou insistindo. – Você é bonita, pode conseguir o Tim, não fale assim. – bancou a gentil.

- Ela não se preocupa tanto com garotos, está ocupada pensando em como conquistar o mundo como os pais. – Kaia se intrometeu vendo que o assunto não fluiria, com um tom divertido para descontrair.

- É. Não que eles sejam ruins, eu só não me interesso por este tipo. – concluiu querendo terminar o assunto assim como Kaia.

Ela se levantou e disse a amiga que iria dormir, pois no dia seguinte voltariam na hora do almoço para casa. Sorriu e disse boa noite para o resto das garotas antes de seguir rumo à cabana que dividia com Kaia e mais duas. No caminho trombou com Tim, achou que era uma estranha coincidência. Não era. Pediu desculpas, educação é plena cordialidade. Continuou a caminho da cabana. Passou por Gary apoiado em um dos postes. Outra coincidência, não? Não!

Quando chegou à cabana, entrou no quarto e não trancou a porta, já que as outras meninas viriam depois. Não era perigoso, em um acampamento vigiado com monitores e seguranças rondando nenhum ladrão ou criminoso viria até ela. Garotos não estavam inclusos na lista.

Entrou no banho, esta porta ela trancou. Saiu com uma camisola de tecido leve e frio, fazia calor, muito calor. Ao colocar os pés no quarto e dar de cara com os dois sentados em pontos diferentes da cabana, um perto da porta e o outro no batente da janela fechada, se perguntou o motivo e fez expressão desentendida.

- O que fazem aqui? – perguntou desconfiada. – Precisam de algo? – manteve-se atenta.

- O que garotos infantis como nós poderiam querer? – Tim começou em tom insinuativo.

“Ele ouviu?”

- Afinal, é questão de atitude. – Gary completou levantando da cadeira e trancando a porta. – Viemos lhe mostrar um pouco de atitude. – encostou na porta.

Tim saiu da janela em passos lentos para perto dela que continuava parada olhando para ele, estava presa naquele olhar cheio de raiva.

- Tipos como nós não são ruins, Mistye. – falou baixo e grave. – Vai se interessar de um jeito ou de outro.

Ela largou as coisas no chão, quebrando o vidro de perfume que usava antes de dormir. Virou-se o mais rápido que pôde para ir na direção oposta, Gary bloqueou o caminho e a empurrou. Sentiu as mãos de Tim puxarem sua camisola contra ele e a agarrou por trás, firmemente. Mistye tremeu, seu corpo se arrepiou e a voz sumiu. O que eles estavam fazendo? Tim pressionava o corpo dela com força, subindo as mãos firmemente pela lateral até a altura do quadril, aproximou os lábios dos ouvidos dela para sussurrar com uma voz ameaçadora.

- Não devia menosprezar caras como nós, somos o melhor que vai ter na vida. – declarou áspero. – Acho que erramos, Gary. – levantou o olhar para o outro. – Mistye é ainda melhor que Audrey.

- Te demos oito e meio, mas acho que o Tim está aumentando sua nota. – Gary riu apoiado na porta, observando o horror no rosto da garota. – Não faça essa cara, você é bonita, precisa sorrir quando alguém lhe elogia.

Tim passou os lábios no pescoço de Mistye que se contorcia tentando sair das garras dele. Não conseguia. Eram dois garotos maiores e mais fortes que ela, uma menina com a maior e única força na língua.

“Isso é o inferno?”


Notas Finais


Link da casa: https://i.pinimg.com/564x/99/92/6b/99926b153296f83fffb45fef731b69f3.jpg
Gente do céu! O que foi esse capítulo?! E vou contar que ainda não acabou! Esperem só pra ver como vai ser o próximo!
Contem-me como estão se sentindo com essas revelações!

Estou pensando em colocar a ficha do Charlie no próximo.


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