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História O poder das circunstâncias ( Taeyoonseok) - Eu gosto de você


Escrita por: ParkMinRocah

Capítulo 5 - Eu gosto de você


Fanfic / Fanfiction O poder das circunstâncias ( Taeyoonseok) - Eu gosto de você

  Jimin tinha acabado sua aula um pouco mais cedo naquela manhã, então ele foi até o andar de dança contemporânea para assistir algumas apresentações e depois iria almoçar com Tae, mas então sua mãe mandou mensagem avisando que exigia sua presença para um brunch num restaurante ali perto e Tae precisou desmarcar o encontro deles por causa de trabalho. 

 Não é como se Jimin não tivesse saudade da sua família, apesar deles serem odiosos muita das vezes, então confirmou com sua mãe, colocou a boina azul, o óculos escuros e saiu para o ar livre do Campus lotado.

 Sua visão estava parcialmente bloqueada do estacionamento central por causa dos grupos de alunos reunidos por todo o lugar, inclusive no gramado extenso onde ele estava agora, mas uma pessoa em frente à um sedan preto filmado o encarando era bem difícil não notar, principalmente quando essa pessoa esteve na mente de Jimin a noite anterior inteira.

 Jimin não sabia exatamente se seu coração martelava no peito de ódio ou surpresa, mas resolveu ir na direção oposta daquele ser inconveniente.

 O acinzentado não era narcisista. Jeon Jungkook poderia muito bem estar esperando algum outro cliente ou talvez um namorado. Não é como se o cara fosse lá só para vê-lo.


Certo?! 


- Sr. Park? - Um segurança correu até Jimin, o obrigando a parar curioso.

 Merda! Era Yugyeom.

- Sim? - Jimin se virou, sentindo seu rosto todo queimar de vergonha.

- O Sr. Jeon gostaria de um minuto do seu tempo. - Jimin bufou irritado lembrando o porquê da sua irritação de minutos atrás.

 Aquilo era ridículo, ele rejeitou todas as últimas ofertas de programa de Jungkook, mas e daí?! Tinham vários outros caras muito mais bonitos que ele na agência. 


- O que faz aqui? - Jimin perguntou grosseiro, mesmo que suas pernas tremessem com um pouco de medo daquele homem.

- Park, você tem me evitado, não havia mais nada que eu pudesse fazer. - Jungkook disse calmo e com um sorriso sutil no canto dos seus lábios.

 Jimin tentou não reagir ao ouvir seu nome na boca daquele homem, mas era algo muito difícil de se fazer.  

- O que quer? - Jimin tentou parecer mais uma vez determinado, mas sua voz saiu falhada e insegura.

- Quero saber por que anda rejeitando meus pedidos para um encontro?

- Um programa, você quis dizer. - Jimin riu em escárnio ao ver a mandíbula de Jungkook travar enquanto ele olhava em volta com medo de alguém ouvir aquela conversa.

  Jimin achou aquilo ridículo.


 Quem Jungkook pensava que ele era?!


 - Você sabe como isso funciona, Sr. Jeon? - Jimin perguntou com a voz afinando no final um pouco.

- Eu ligo, você vem. É assim que funciona - Jungkook respondeu entre dentes, obviamente irritado.

- Não. Você liga e eu penso se vou ou não e para você, de agora em diante, minha resposta será sempre não. - Jimin foi tentar desviar do carro de Jungkook, mas Yugyeom entrou na sua frente e o impediu de passar.

 Jimin sentiu sua bochecha colorir mais uma vez, já que jamais esqueceria o segurança, como o cara que o viu em seu momento mais humilhante de todos os tempos não muito tempo atrás.

 Era vergonhoso, mas também um pouco excitante.


Argh! Era confuso.

 

- Jimin. Eu não sei se você entende muito bem quem eu sou… - Jungkook disse detrás dele.

 Jungkook não entendia exatamente o que estava acontecendo, ninguém nunca o rejeitou antes, muito menos um Garoto de programa.

- Eu não me importo com quem você seja, se não largar do meu pé, vou pedir uma ordem de restrição da agência e você nunca mais vai poder chegar perto de mim ou sequer falar meu nome.

- Foda-se a agência.

- Foda-se você. - Jimin gritou, ganhando um pouco de atenção ao redor. - Agora sai da minha frente. - Jimin exigiu para o segurança, vendo Jungkook confirmar com a cabeça por sua visão periférica e o segurança sair do seu caminho.

- Eu não vou desistir até ouvir sim, Sr. Park. - Jungkook meio que gritou na sua direção.

 Jimin já lidou com clientes que queriam mais do que podiam ter durante seu tempo na agência, mas nada havia lhe assustando antes, não como Jungkook o assustava.


 Ele podia jurar que mesmo depois de alguns quarteirões, ainda podia sentir sendo observado por olhos negros perversos, mas era óbvio que era coisa da sua cabeça ou pelo menos assim ele esperava.

 Quando Jimin entrou no restaurante sua mãe acenou do canto de uma mesa privada, fazendo Jimin caminhar até o local com um pouco de resistência, ele e sua família não se davam muito bem.

 Jimin saiu de casa com 18 anos, quando seu pai quis obrigá-lo a se casar com a filha de um dos sócios da empresa de telecomunicações da família Park. Na verdade, Jimin gritou para todo mundo que era gay, mas todos decidiram acreditar que Jimin tinha surtado e falado aquilo só como desculpa para não se casar.

 O pai de Jimin andava muito doente de uns tempos pra cá e agora sua mãe estava tentando se reaproximar do menor, apesar de Jimin ter sido tirado do testamento, ela ainda achava que Jimin deveria ir até o hospital pedir desculpas para o pai antes dele morrer. Como se Jimin precisasse pedir desculpas por ele ser quem era. Às vezes ele achava que seu pai tinha razão e que ele era o louco da família, mas às vezes ele só queria ter nascido numa família menos hipócrita. 

- Jimin querido,  quase não te reconheço, suas bochechas estão enormes.

 Jimin rosnou na direção da mão e beijou os cabelos do irmão mais novo Jihyun, que não tinha culpa de estar seguindo os passos da mãe como um patinho. 

- Oi pra você também mãe.

- O que vai comer querido? 

 Jimin viu a atendente se aproximar, entendendo o corte da mãe de repente. Ela não aceitava que ninguém achasse que eles não fossem nada menos que uma família perfeita, o que definitivamente não era o caso.

 Jimin pediu um croissant de queijo e um café, ignorando o sedan preto parado do outro lado da rua nada óbvio.

 Aquele cara estava começando a dar nos nervos.

 - Não é atoa que você esteja tão gordo querido. Já viu o tamanho da sua bunda? - Sra. Park falou quando Jimin mordeu meio sem vontade o seu croissant sem se incomodar em responder a mãe. 

- Enfim, como eu estava dizendo é óbvio que eu não pediria para você visitar seu pai se eu não soubesse tudo o que vai acontecer com essa visita.

- É óbvio. - Jimin resmungou irritado.

- A mãe de Julia e eu vamos dar uma festa beneficente na semana que vem e seria adorável se você e Julia reatassem o noivado durante o pequeno evento, nós duas sempre achamos vocês um casal adorável e ela compreendeu que você estava sob grande stress na semana que se seguiu todo aquele horror de escândalo que quase causou nosso suicídio social.

- Deus nos livre disso. - Jimin debochou sendo ignorado pela mãe.

 Sua mãe sempre fora assim, só ouvia quando o assunto lhe interessava. 

- Com o perdão do seu pai e o noivado reatado vai ser bem mais fácil convencê-lo de que volte para casa e assim terá sua herança de volta e não vai precisar viver naquele muquifo e depender da bolsa da faculdade. Seu pai pagou a construção da biblioteca, pelo amor de Deus, é quase ofensivo que tenham te dado essa bolsa ridícula.

 Jimin travou a mandíbula, machucando a palma da sua mão com suas unhas curtas pela pressão em que as apertavam contra a pele.

 - Eu tenho a bolsa por mérito meu, não pela minha posição social.

 Jimin na verdade tinha perdido a bolsa, justamente porque descobriram que ele vinha de família rica e tinha como pagar as mensalidades, não que sua mãe soubesse disso. Foi na verdade por esse motivo que começou a trabalhar na agência de Namjoon. Preferia depender do seu corpo para viver do que de sua família.

- Jimin querido, eu só quero seu bem. Me dói saber que você vive de forma tão degradante.

 Jimin suspirou desanimado. Sua mãe era ridiculamente alienada e em seu mundo dinheiro era tudo e Jimin não tinha muito com o que discordar, apesar de ser bem mais feliz longe de todo aquele luxo. 

 No fundo ele entendia que sua mãe só queria seu bem do jeito dela, mesma que a mulher fosse uma louca narcisista.

- Não vou me casar com a Júlia só para dormir numa cama mais confortável mãe. - Jimin disse na mais calma voz possível.

- Enfim. - A mulher deu de ombros, parecendo muito com Jimin. - A festa será incrível, sabe aquele salão na ala leste da mansão? Então…

 Jimin olhou para Jihyun, sorrindo pequeno para o irmão que o encarava como se ele fosse uma espécie de Deus enlouquecido por enfrentar alguém como sua mãe.

 Ele queria ter mais tempo com o irmão, mas sua mãe o proibiu de visitar Jimin sem que estivesse junto, aliás aquele brunch deveria ter sido por insistência do irmão, Jimin tinha quase certeza.

 " Eu te amo" . Jimin disse sem som na direção do irmão que sorriu tímido e abaixou a cabeça.

 A mulher continuou fazendo um milhão de outras ofensas e quando Jimin saiu do restaurante, se despedindo do seu irmão introvertido e deslocado pela última vez, seu peito encheu de algo horrível e pegajoso que o fazia querer gritar e chorar ao mesmo tempo.

 Jimin atravessou a rua e bateu na janela escura do sedan, vendo o segurança abrir o vidro e o encarar com o olhar neutro à espera. 

- Diga ao seu chefe que ele venceu, a próxima vez que ele marcar algo através da agência, eu direi sim. - Jimin disse irritado.

 Ele precisava esquecer toda a merda com a sua família e fazendo tudo que eles mais desprezam na vida, parecia ser uma boa coisa.

 Jimin sentiu o estômago embrulhar e as lágrimas começaram a correr assim que o sedan virou a esquina e ele pôde respirar um pouco mais aliviado.


...


 Taehyung respirou fundo. Ajeitando a boina marrom para se proteger do sol, o Mullet e os óculos de armação preta o deixava ainda mais bonito do que já era. Ele agradeceu ao motorista que foi buscá-lo em casa àquela manhã e sorriu ao ver Yoongi esperando na calçada em frente à uma joalheria especializada em jóias raras no centro da cidade. 

- Você está ainda mais lindo. - Yoongi disse ao beijar o mais novo no rosto.

- Você também está, Suga. Como sempre. - Taehyung olhou para a frente suntuosa do lugar, as vitrines repletas de jóias e os lustres de cristais no corredor que dava uma iluminação amarelada através do vidro.

- O que estamos fazendo aqui?

 Yoongi riu e pegou na mão úmida e quente de Taehyung. 

- Venha! Tenho um presente para você.

 Taehyung sorriu de um jeito retangular ao ver os dentinhos pequenos de Yoongi à mostra, naquele sorriso gengival tão delicado e doce, extremamente doce. Do tipo que te deixa com água na boca.

 Yoongi cumprimentou a todos com pequenos meneares de cabeça, aceitou o champanhe e sentou no sofá de couro, rindo da cara de surpresa quando mostrou à Taehyung um único brinco com um rubi enorme vermelho e dezenas de diamantes cravejados ao redor da jóia. 

- Não posso aceitar, Suga.

- Pode sim e por favor não venda o presente dessa vez.

 Taehyung riu e pegou a jóia com uma das mãos, admirado. 

- Também tomei liberdade de mandar a nova coleção da Gucci para o seu apartamento. Jimin foi muito simpático pelo telefone quando eu liguei pedindo autorização para que guardassem as roupas no seu quarto.

 Taehyung enrugou a testa. O " seu quarto" era praticamente composto de uma cama e cômoda simples, porque ele normalmente só ia para lá quando precisava dormir e sua casa estava longe demais para isso ou quando tinha algo para fazer pela manhã. Se bem que, ultimamente, andava dormindo demais lá. 

- Você disse que mandou uma coleção? Que parte da coleção. Do tipo blusas e calças? - Tae perguntou tentando calcular onde guardaria as roupas sem atrapalhar Jimin em sua própria casa.

 Yoongi deu de ombros. 

- Toda ela.

 Taehyung arregalou os olhos, suspirando em exasperação. 

- Yoon, isso é demais.

 Yoongi sorriu trêmulo, seu coração martelava e ele precisou morder o lábio inferior para não gritar. 

- Tae, eu.. eu acho que gosto de você.

- Eu também gosto de você Yoongi, mas…

- Não. Você não entendeu, eu… - Yoongi abaixou a cabeça, tentando não surtar mais do que já estava desde a noite anterior.

- Eu recebi a herança de Hoseok esta tarde e um contrato assinado com um acordo que fizemos. Neste acordo tinha o seu nome, porque nós negociamos você, como se você fosse uma posse, um objeto negociável e eu nunca me senti tão sujo em toda a minha vida. Fiquei duas horas no banho, esfregando a bucha no meu corpo como se dependesse disso para respirar, até ficar vermelho e arder. Ainda assim, me sinto sujo. Eu tô gastando tudo isso com você porque eu quero, porque você merece, mas principalmente porque quero que saiba que dinheiro não significa nada quando se trata de você, não mais. - Yoongi fez um bico fofo, soltando a mão de Taehyung para alisar o suor dos seus dedos longos no jeans. - Eu sei que isso é ridículo e que você só me vê como um cliente idiota, mas eu não ligo, eu quero ser para você o que você quiser que eu seja, qualquer coisa, eu só…

 Taehyung o interrompeu, beijando sua boca com tanta força, que Yoongi acabou suspirando em surpresa, mas depois disso, o beijo foi curto e gentil e Yoongi não poderia amar mais todo esse contraste.

- Eu sou o que você quiser que eu seja também, Suga. Sou o que precisar de mim.

 Yoongi sorriu.

 Taehyung era profissional e Yoongi queria se chatear pelo fora gentil que estava recebendo, mas estava satisfeito por pelo menos ter uma fração do garoto só pra si. 

- Ótimo, então vamos escolher um terno para você. Hoje a noite Hoseok dará uma festa em casa e será a oportunidade perfeita para usar a jóia que ganhou.

- Ainda não somos exclusivos Hyung, eu não sei se vou pod…

- Já estamos cuidando disso. Agora venha.


 O dia com Yoongi foi bom e incrivelmente prazeroso, mas Taehyung teve que esconder o sorriso e enrugar a testa no momento em que entrou no apartamento de Jimin e ouviu os barulhos, agora já tão comuns, de alguém vomitando no banheiro do corredor. 

- Chim? - Tae entrou no banheiro sem muita cerimônia e inclinou o corpo na direção do pequeno ser de joelhos no chão frio, abraçado com a privada e vomitando como um louco.

- Acho que bebi muito ontem. - Jimin tentou se defender, mas Taehyung não acreditava mais em suas desculpas tinha um tempo.

 Ele pegou a toalha de rosto, molhando com água fria e a encaixou na nuca suada de Jimin. Suas mãos foram até a franja acinzentada do menor, puxando seus cabelos molhados de suor para trás, a outra mão alisando suas costas, como sua avó costumava fazer com ele, quando ele passava mal. 

- Coloca tudo pra fora Jimin, vou preparar um chá pra você mais tarde. - Tae disse com a voz doce, apesar do seu som grave natural não ajudar muito com a parte do conforto que ele estava tentando empregar.

 Taehyung não podia negar, ele odiava o quanto o menor machucava a si mesmo, mas ele também não se sentia no direito de julgar.

 Jimin suspirou desanimado, concordando com a cabeça enquanto seu rosto mostrava culpa e tristeza.

 Tae resolveu dar banho em Jimin, usando a banheira que, por algum motivo, quase nunca era usada e depois, muito mais tarde do que eles previam, Tae estava na cozinha preparando o chá de Jimin com o máximo de atenção que podia para não se queimar ou pior.

 Seu pai era um cozinheiro já há muito tempo, então era de se imaginar que ele também fosse bom na cozinha, mas o pai de Taehyung nunca teve muito tempo para o filho, na verdade ele precisava sair de madrugada para trabalhar e voltava sempre muito tarde e cansado.  Tae teve sua avó, para mimá-lo e impedi-lo de cozinhar, alegando que lugar de criança era brincando no quintal.

 Taehyung sorriu com o pensamento, sendo dispersado abruptamente pelo celular tocando impaciente no bolso da calça.


"Oi" - Tae disse sem nem olhar quem era.

" Cadê você, V?"

 Taehyung parou o que fazia, tentando assimilar o que estava acontecendo.

" Suga? Estou atrasado para algo?"

" A festa de hoje a noite. Lembra?"

 Tae não lembrava, até aquele telefonema. Quando Jimin tinha suas crises, geralmente duravam alguns dias, então sua mente automaticamente bloqueava qualquer coisa que ele deveria fazer que não fosse cuidar do amigo.

" Não vou poder ir, estou ocupado". 

 Tae levou o chá para Jimin e acariciou seus cabelos, ganhando um beijo molhado na bochecha e um agradecimento manhoso.

" Onde você tá? "

 Taehyung travou com a voz áspera e tão repentinamente mal humorada, do outro lado da linha. Se Tae tivesse que dizer um defeito em Yoongi, esse definitivamente seria um. Ele era um mimado que sempre tinha tudo o que queria nas mãos. 

"Em casa" - Taehyung disse suspirando audivelmente. Ele também não era muito bom em esconder frustração.

" Com quem?"

" Desculpa, mas não sei se isso é da sua conta".

 Taehyung não ouviu nada por um bom tempo, mas achou que não deveria desligar o telefone por algum motivo.

" Taehyung, eu paguei por essa noite, então eu quero essa noite pra mim. Você é meu… " - Yoongi engasgou na última parte. " … Por essa noite". - ele resmungou meio a contragosto.

" A agência não me mandou nenhuma mensagem e como eu disse hoje cedo, o contrato de exclusividade ainda não foi assinado e aceito". - Tae disse com a voz calma e pacífica, nada do que ele realmente estava sentindo.


Quem aquele cara pensa que é, afinal?


" Certo" - ele ouviu Yoongi dizer.

 Yoongi provavelmente estava pensando sobre ter pago a jóia e o terno como forma de pagamento para ele ir na festa e Taehyung não teria visto nenhum problema nisso se fosse qualquer outra noite, mas na sua vida sua família sempre vinha em primeiro lugar e Jimin era da família.

 Tae sentou no sofá e colocou os pés de Jimin no colo, visto que ele havia terminado com o chá.

 Jimin era muito desastrado, era bom não brincar com a sorte.


 Nunca mexer com Jimin, enquanto o mesmo está manipulando líquidos quentes.


 Era uma dentre várias regras mentais que Tae criou afim de manter Jimin com o número de contusões reduzidas.

" Eu achei que sua palavra fosse o suficiente" - Yoongi finalmente voltou a falar, parecendo chateado e consideravelmente infeliz.

" Desculpa Suga, mas não posso sair agora".

 Tae começou uma massagem nos pés de Jimin, recebendo um gemido manhoso e necessitado que fez Tae travar em choque.


Que Yoongi não tenha escutado. Que Yoongi não tenha escutado...


" Que porra, Taehyung?" - Yoongi gritou do outro lado da linha e desligou na sua cara.


Porra. Ele escutou. 


 Tae não sabia muito bem o que fazer sobre isso. Não tinha feito nada de errado, ele era livre, não tinha nada que o prendesse à ninguém.

- Algum problema? - Jimin perguntou confuso, ao finalmente perceber que Tae estava travado na mesma posição tinha um tempo.

- Acho que coloquei na boca mais comida do que eu sou capaz de mastigar.

 Jimin ignorou. Não é como se Taehyung não falasse esquisitice o tempo todo de qualquer forma.


 Já passava das 22h quando a campainha do apartamento tocou. Taehyung estava dormindo agarrado às pernas de Jimin, mas não foi muito difícil se livrar do panda carente, principalmente quando Jimin habilmente trocou sua perna por uma almofada macia e grande.

 Jimin sorriu ao ver Taehyung já babando na almofada recém adquirida, mas a careta irritada voltou com força ao ouvir a campainha tocar insistente.

- Quem diabos ė você? - Jimin perguntou irritado assim que abriu a porta, se arrependendo no mesmo instante ao notar o homem lindo e com o rosto inexpressivo lhe encarando de volta.

- A segurança desse prédio é um lixo. - O cara falou sem se importar em não ser bem recebido.

 Honestamente Jimin sentiu suas pernas bambas com a imponência daquele homem ou poderia muito bem ser fraqueza, já que ele não comia tinha um tempo. 

- Obrigado pela rica observação, vou levar em consideração na próxima reunião de condomínio. - Jimin falou revirando os olhos. E não! Eles nunca tiveram uma reunião de condomínio desde que se mudaram para aquele lugar.

 O desconhecido levantou uma sobrancelha, reconhecendo o tom de ironia de Jimin e desceu seu olhar pelo corpo do baixinho, que pela primeira vez, se sentiu quase envergonhado com o pijama de unicórnio que vestia. 

- Posso ser um mal caráter, interessado em assaltar seu apartamento, baixinho. Já parou pra pensar nisso?

- Seu relógio é mais caro que os bens do meu apartamento inteiro senhor e honestamente preferia que não tivesse falado da minha altura, assim não precisaria bater a porta na sua cara. - Jimin resmungou pronto para bater a porta na cara daquele homem maravilhoso, mas foi impedido por uma mão forte cheia de anéis, que segurou a porta com uma intensidade tão grande que Jimin se impressionou pela madeira não ter virado poeira com aquele aperto. Pelo menos a madeira naquele lugar parecia decente.

- Desculpe meu comportamento, só fiquei preocupado com a segurança do garoto que supostamente mora nesse apartamento.

 Jimin enrugou a testa e escancarou a porta quando o homem bem arrumado na sua frente lhe permitiu. 

- Por acaso você está falando sobre aquele ser ali?

 E pela primeira vez na vida, Jimin acreditou na existência divina. O rosto carrancudo e assustador do homem desconhecido de repente parecia o próprio sol. Seu sorriso era tão cativante e acolhedor que Jimin entendeu como Icarus devia ter se sentido quando precisou enfrentar tal tentação.

 Jimin sentiu suas bochechas corarem ao ser pego quase que se inclinando na direção daquele rosto encantador.

 O cara tossiu um pouco desconcertado e voltou a atenção para Jimin. 

- Desculpa, eu não sabia que estavam dormindo. - De repente o cara não conseguia parar de olhar para o Tae todo desengonçado no sofá.

- Você quer entrar? - Jimin perguntou um pouco tonto.

 Ele realmente precisava fazer algo a respeito. Talvez deitar até passar e não é como se fosse sua primeira vez convidando um estranho para seu apartamento de qualquer forma.

- Não devia convidar um desconhecido para seu lar, garoto. - O homem disse, refletindo os pensamentos do menor.

- Prazer, Jimin. Pronto nos conhecemos, entra ou vai embora. - Jimin resmungou parecendo uma criança emburrada, mas quando o homem de sorriso encantador puxou sua mão pequena para beijá-la, Jimin arregalou os olhos e abriu a boca num "O" perfeito.

- Jeon Hoseok. Muito prazer.

  Jimin tremeu um pouco ao sentir os lábios gelados tocando sua pele e Hoseok finalmente enrugou a testa confuso e um pouco chateado. 

- Você parece pálido e suas mãos estão suando de um jeito preocupante, baixinho. Sou tão feio assim?

 Jimin lambeu os lábios secos e afastou sua mão do aperto firme do tal Hoseok, antes de tossir nervosamente. 

- Eu passei mal hoje mais cedo. Tae está cuidando de mim.

 Os dois olharam para o babão do Tae jogado no sofá. 

- Certo. - Hoseok resmungou incrédulo.

 Jimin olhou meio sem graça para Hoseok e estava prestes a se despedir, mas ele foi mais rápido que o menor.

- Você confiaria em mim para cuidar de você também?

 Jimin suspirou encantado, mas logo balançou a cabeça, fazendo Hoseok rir.

 O garoto era bem expressivo, parecia uma criança que não consegue esconder o que está sentindo.

 Jimin se afastou, deixando o homem entrar, afinal o tal Hoseok não parecia o tipo de pessoa que aceita um não como resposta. 

- Poderia me mostrar a cozinha, pequeno?

 Jimin bufou pelo apelido, rebolando seu rabinho de unicórnio até a cozinha, com um bico do tamanho do mundo. 

- Não tô com fome, senhor. - Jimin mentiu, sentando em cima da mesa e balançando os pés no alto, já que seus pés não alcançavam o chão.

 Hoseok não entendia porque o garoto era tão avesso ao apelido, afinal ele era realmente muito pequeno.


 O mais velho veio soltando fogo pelo nariz, depois de aturar Yoongi choramingando pelos cantos a porra da noite toda no seu ouvido. Então, sim! Ele foi até o apartamento tirar satisfação com quem quer que estivesse tomando o tempo de Taehyung que não fosse ele ou seu marido, mas ao ver o pequeno ser delicado abrir a porta, suas preocupações evaporaram.

 E também reconheceu o nome de Jimin quando vasculhou o contrato de locação do endereço em que Taehyung dizia morar.

 Jimin devia ser seu colega de quarto ou algo assim, ele duvidava muito que fosse o namorado. Taehyung podia parecer todo certinho, mas definitivamente não era o tipo de garoto que namora pequenos seres fofinhos, apesar de que a cena na mente de Hoseok daqueles dois juntos não era terrível, mesmo que um sentimento incômodo e até então sem nome, quisesse estragar tudo. 

- O que está fazendo senhor Hoseok? - Jimin perguntou, pronto para ouvir o homem lhe corrigir pelo honorífico que tinha acabado de usar, mas ele não falou nada, o que fez Jimin pensar em uma coisa.

- Vou fazer uma sopa leve e te colocar para dormir, então se você não se importar ficarei até Taehyung acordar.

- Você por um acaso é o cara casado que anda deixando a cabeça do Tae toda confusa?

 Hoseok enrijeceu visivelmente enquanto tirava o terno Armani e dobrava a camisa social na altura do cotovelo com toda falsa calmaria do mundo. 

- Eu realmente espero que eu seja ele.

 Jimin riu, depois de obviamente se arrepiar com o tom ameaçador na voz daquele homem. 

- Só um conselho. Da próxima vez que bater no meu melhor amigo até ele quase não conseguir andar, tente usar óleo de arnica, camomila não faz efeito no Tae.

 Hoseok sorriu daquele jeito encantador mais uma vez e Jimin não conseguiu evitar fazer o mesmo, sorrindo de um jeito fofo de volta.

- Vou me lembrar disso.

 Sinceramente, Hoseok estava achando extremamente estranho que seu pau não tivesse reagido ao tal Jimin ainda. Antigamente aquele jeito meigo era tudo que precisava para fazê-lo acordado e levemente frustrado.

 Taehyung tinha estragado sua vida sexual ativa ultimamente. Ele jurava que tinha falado da boca pra fora com Yoongi, quando prometeu que terminaria tudo com Jackson, mas honestamente, ele não sentia mais nada por ninguém que não carregasse Yoongi e Taehyung no nome. O que sinceramente, lhe assustava um pouco. 

- Desculpa, o que disse? - Hoseok perguntou ao notar que Jimin tinha dito algo durante seu devaneio.

- Disse que ainda não me decidi se você é muito sortudo ou muito azarado. Seu marido é muito lindo e Tae…Bem! Taehyung é o Taehyung.

 Hoseok riu. Ele também não sabia dizer qual dos dois ele era, mas ultimamente ele se sentia bem mais sortudo que azarado.


 Ele não fazia ideia qual tinha sido a última vez que ele fez algo para alguém, mas ver Jimin comer com tanta vontade lhe deu um certo prazer em assistir. 

- Você se sente melhor? - Hoseok perguntou quando Jimin terminou de comer.

- Sim, senhor. Obrigado.

- Que porra é essa? - Taehyung perguntou visivelmente confuso e um pouco… enciumado? Ao entrar na cozinha e encontrar os dois conversando baixinho entre risos complacentes.

 Hoseok entortou levemente o rosto, analisando Taehyung todo descabelado e com a voz rouca. Seu pau resolveu finalmente acordar, o que confirmava o fato de que ele tinha todo motivo para se preocupar com o que estava acontecendo com ele em relação àquele ser irritante que obviamente ainda lhe daria muito trabalho. 

- Taehyung. Que bom que acordou. Por que não senta e eu te sirvo um pouco de sopa? - Hoseok não demonstrou nenhum sentimento em seu tom de voz, apesar de ser firme e deixar bem pouco espaço para contradição.

- Não, obrigado. - Taehyung não pareceu com dificuldade nenhuma em argumentar.

   O que fez Jimin arregalar os olhos e se encolher.

 Como Taehyung tinha coragem de enfrentar Hoseok ninguém ali sabia dizer. 

- Bratzinho, filho da puta. - Hoseok resmungou entre um suspiro irritado.

 Jimin deu uma risadinha sapeca, já que estava mais próximo do mais velho e acabou escutando. 

- Bom! Eu vou pra cama. Senhor Hoseok obrigado pela comida, estava maravilhosa e por favor não quebrem a casa.

 Hoseok concordou com a cabeça, mas não tirou os olhos de Taehyung, que por sua vez, decidiu encarar como um desafio de quem tinha o olhar mais matador.

 Jimin quase saiu correndo dali, sentindo a temperatura do lugar descer à proporções negativas ao redor dos dois. 

- Meu apartamento é terminantemente proibido para visitação à partir de agora. Passe o recado para Yoongi, por favor.

 Hoseok travou a mandíbula, concordando sutilmente com a cabeça. Ele não sabia exatamente o que aquele garoto tinha, mas algo nele fazia as mãos de Hoseok coçarem toda vez que ele abria a porra da boca. Talvez tenha sido por isso que o mais novo chamou sua atenção. Ele lembra a época em que Yoongi lhe tratava daquele jeito, sem medo no olhar, o nariz arrebitado, o desrespeito na ponta da língua. Aliás, foi por isso que ele se apaixonou por Yoongi para começo de conversa. Seu marido ainda era ignorante com ele, mas aprendeu a temê-lo com o tempo, o que tirou um pouco do encanto inicial, não que ele não amasse mais o marido, ele amava e muito, mas faz tempo que falta algo entre eles e agora o tal " algo" parecia estar tentando falar alguma coisa para ele. 

- Gostaria de acrescentar algo Taehyung? - Hoseok perguntou com sua falsa calma e desinteresse, que ficaram quase que natural fingir com o passar  do tempo.

 Hoseok sempre fora muito estourado, mas incrivelmente eram poucos os que realmente conheciam seu verdadeiro lado.

 Hoseok sorriu de um jeito fofo e gentil, finalmente arrepiando Taehyung que pareceu vacilar nas suas intenções. 

- Eu… Eu sinceramente não sei se estou confortável com vocês dois agindo dessa forma. É estranho, invasivo e honestamente assustador.

 Hoseok levantou da mesa com toda calma do mundo, sorrindo largo quando Taehyung bateu na parede na tentativa de ganhar mais espaço entre eles. Ele desenrolou sua camisa e vestiu seu terno com toda calma do mundo, antes de passar as mãos nos cabelos avermelhados e se aproximar lentamente de Taehyung.  

- Yoongi está em casa se sentindo um lixo por você tê-lo rejeitado esta noite. - Hoseok sorriu genuinamente ao ver arrependimento tomando as feições de Taehyung por uma fração de segundos antes de voltarem ao neutro. - E sim, eu sei que ele é exagerado e francamente mimado, mas ele é o meu garoto mimado e ninguém…  - Hoseok se aproximou de Taehyung e agarrou sua cintura sem nenhuma delicadeza. - … Ninguém tem o direito de magoá-lo. Pelo menos ninguém além de mim. - Hoseok sussurrou, puxando Tae para mais perto enquanto se enfiava entre o pescoço do mais novo e o chupava de um jeito dolorido e dominante.

- Eu espero que tenha ficado bem claro com a minha visita. - Hoseok apertou ainda mais a cintura de Taehyung, o empurrando contra a parede da cozinha, o que arrancou um gemido involuntário no mais novo. - Caso não tenha sido o suficiente. - Hoseok passou o beijo para a orelha de Taehyung. - Da próxima vez que alguém, que não seja o Yoongi, gemer do seu lado, eu não vou sutilmente lhe lembrar a quem você pertence como fiz hoje. E Taehyung, você não vai querer ver meu nada sutil aviso de cuidado, então eu sugiro que entenda de primeira.

 Hoseok sorriu soprado ao sentir a cintura fina de Taehyung tremer entre seus dedos.

 Era bom ver que Taehyung também tinha certo medo dele. Fazia massagem para o seu ego ferido. 

- Da próxima vez que você entrar no meu apartamento sem permissão, eu vou na agência e proíbo qualquer tipo de contato seu ou do Yoongi comigo. - A voz de Taehyung vacilou algumas vezes, mas Hoseok não pareceu notar.

 Seus dentes praticamente rangeram com a pressão que ele fazia com a mandíbula, suas mãos soltaram o mais novo de forma brusca, como se o toque de repente o queimassem e o deboche e raiva em seu olhar faria qualquer um se ajoelhar e pedir perdão.


Bom! Aparentemente, qualquer um menos Taehyung que riu e negou com a cabeça. 


- Algo engraçado?

 Taehyung riu seco mais uma vez. 

- Eu não sou idiota a ponto de negar o óbvio, afinal sou prova viva de que tudo tem seu preço, mas eu falo sério quando digo que quero os dois bem longe da minha vida pessoal. Se quiser me foder, me pague e então me foda, mas minha vida não está a venda.

- Está me ameaçando garoto? - Hoseok parecia francamente fora de si a esse ponto.

 Taehyung o deixava descontrolado, ele mal enxergava algo através da sua fúria. 

- Estou te avisando e como prova de que eu não sou tão inofensivo e fodido como você pensa que eu sou, vou ligar para agência e colocar o contrato de exclusividade em espera. Se vocês se comportarem eu libero o pedido, se não, foi muito bom conhecê-los. Agora se me dá licença. - Taehyung saiu da cozinha, abriu a porta do apartamento e foi para o quarto, deixando Hoseok com os olhos arregalados e a respiração falha na cozinha.

 Ele sentiu suas pernas fraquejarem e seu coração acelerar e obviamente não passou despercebido o fato de que Hoseok praticamente socou a porta da sala ao passar por ela.

 Taehyung honestamente só queria não pensar mais no ocorrido, mas era difícil quando sua raiva lhe impedia de dormir.


 O moreno acordou bem cedo no dia seguinte, garantiu que Jimin estivesse melhor e foi direto para agência, no entanto todo o resto foi mais lento do que o esperado. Por algum motivo que Taehyung não sabia explicar, Lalisa estava dando um chá de cadeira nele aquele dia.

 A Sra. Manoban era praticamente a segunda em comando na ausência de Namjoon e era óbvio que Taehyung preferia falar com ela do que com Namjoon. O cara o perturbava de uma forma que ele nunca sabia se era bom ou ruim, sem contar que Lalisa não o encarava como se ele fosse um pedaço de carne suculenta ou algo assim. 

- Entre, querido. - A mulher num rabo de cavalo e um corpete preto estonteante disse de forma amorosa e delicada.

- Bom dia, Lalisa.

- Pode me chamar de Lisa anjinho. Diga-me, o que o trás em minha sala? - A mulher levantou uma das sobrancelhas, obviamente curiosa.

- Tem um casal que abriu um pedido de exclusividade para os meus serviços. Gostaria de saber como funciona esse processo, confesso que desconheço.

 Lalisa levantou de novo uma sobrancelha curiosa, quase debochada e se inclinou na mesa, puxando uma pasta grossa e transparente de uma das gavetas.

 - Sr. Kim, nessa pasta tem um total de 50 requerimentos para exclusividade desde sua chegada na agência. Eles nunca são, nem nunca serão aprovados. - Lisa abriu a pasta e pegou a última folha da pilha. - O requerimento de Jeon Hoseok, também não será aprovado.

 Taehyung ignorou o arrepio na espinha ao ouvir o nome de Hoseok tão pautadamente e encarou a mulher na sua frente com a cara mais neutra que conseguiu de última hora. 

- O que isso quer dizer, exatamente?

- O conselho que toma a decisão de tudo, nem sempre entram em acordo quando se trata de exclusividade contratual. Acredite, isso causa mais mal que bem à firma, mas o seu caso é um pouco diferente, já que Kim Namjoon é o causador do impedimento automático.

- Namjoon? - Taehyung parecia ainda mais confuso agora.

- Ele não aceita que ninguém ponha as mãozinhas em você. No começo eu achava que era porque você trás muitos clientes novos e fiéis para firma, mas honestamente, acho que ele é só muito possessivo quando o assunto é você, já que eu descobri que todas as suas solicitações de programas são passadas para ele, antes de serem enviadas de volta para você.

 Taehyung parecia cada segundo mais confuso. Namjoon adorava maltratá-lo, ele nunca imaginaria tal fascinação da parte do seu chefe, nem agora, nem em um milhão de anos. 

- Será que posso conversar com ele? É importante pra mim. - Taehyung perguntou quase que pra si mesmo.

- Ironicamente, você é o único que eu tenho certeza que ele concordaria em ver no momento. 

 Lalisa saiu da sala, já com o telefone no ouvido e depois de alguns minutos, Taehyung estava dentro de um carro filmado, sendo levado para sabe lá Deus onde.


 Quando o motorista virou a quarta esquina do centro comercial de Seul, Taehyung já sabia onde estava.

 O que poucas pessoas sabiam sobre Namjoon, é que ele tinha um coração por trás de toda aquela placa de vidro que ele carregava na parte central do peito. Taehyung era uma  dessas poucas pessoas que sabiam sobre o motivo do derretimento de geleiras ter um nome. Kim Seokjin, o chefe de um restaurante pequeno, mas significativamente movimentado.

 Namjoon tinha uma queda quase que obsessiva pelo garoto gentil de grandes lábios e cabelos  loiro arroxeado, mas obviamente Namjoon nunca se aproximou do cara. Ele era mais uma espécie de obra de arte que Namjoon visitava vez ou outra para admirar. Taehyung nunca entendeu aquilo, mas também não fazia questão.

 Seus pés vacilaram conforme ele se aproximava da mesa reservada, onde o homem dono do submundo de Seul estava elegantemente sentado.

 Namjoon levantou o olhar da sua taça de vinho e sorriu, a medida que comia Taehyung com os olhos.


Merda! 


- Tae. Lalisa fez parecer que isso não podia esperar.

 Taehyung acenou com a cabeça para o segurança mal disfarçado na mesa ao lado da deles e sentou elegantemente de frente para Namjoon. 

- Espero não estar atrapalhando. Eu perdi a atração principal?

 Namjoon sorriu ao lembrar que Taehyung comparava sua obsessão por Seokjin como a de um entusiasta fascinado por uma bela e única pintura. Ele gostava disso, o fazia parecer menos louco, mas pouco o iludia. 

 Namjoon podia ser muitas coisas erradas, mas alienado não era uma delas, ele sabia bem quem era, sabia que não era uma pessoa boa e já tinha algum tempo que não se incomodava com o fato. 

- Ele deve chegar a qualquer momento. Pedi um prato especial hoje. - Namjoon disse com a voz serena e um pouco curiosa. - O que é tão importante que não pode esperar minha ida até a agência Taehyung?

 Tae engoliu em seco e ignorou sua insegurança, passando uma imagem relaxada e indiferente que pouco tinha efeito em Namjoon. 

- Lalisa comentou que você rejeitou o pedido de exclusividade do meu cliente. - Taehyung achou melhor deixar de lado o fato de que ele fez o mesmo nas outras 49, até então desconhecidas, vezes.

- Isso te incomoda?

 Tae deu de ombros.  Ele tinha inicialmente ido na agência para travar o processo de liberação do contrato como castigo para o casal atrevido, mas agora que ele sabia da real situação, o incomodava mais do que deveria ao saber que não os teria só pra ele nem se quisesse.

- Gostaria de saber o porquê. Só isso.

- Você trás um bom dinheiro para a agência, não vejo porque deveria conceder exclusividade.

- Meu cliente ofereceu pagar três vezes o valor pedido.

 Namjoon levantou uma sobrancelha, coçando o queixo com a ponta dos dedos longos e delicados. 

- Interessante.

 Os dois se encararam por tanto tempo que Taehyung quase agradeceu aos céus por poder piscar decentemente ao ouvir uma tossida nada sutil do chef do restaurante. 

- Tae tae, meu Deus. Há quanto tempo. - Seokjin praticamente jogou os pratos na mesa antes de puxar Taehyung para um abraço apertado de genuína saudade.

 Taehyung abraçou de volta, descendo suas mãos na cintura delicada de Seokjin para provocar Namjoon, mas se afastou assim que seus olhos fizeram contato com a máquina mortífera sentada na mesa. 

- Jin seu restaurante está ainda mais acolhedor que na última vez em que estive aqui. - Taehyung disse educado, como se tivesse nascido em berço de ouro igualmente àqueles dois.

- Eu tirei minhas férias na Itália e confesso que agreguei alguma das coisas que vi por lá. Você viu a arandela na entrada? Não são lindas?


Mas é claro que ele não tinha visto. 


- Tá brincando? Não tem como passar por aquela beleza e não parar para admirar. - Taehyung disse de forma encantadora e charmosa, que ele usava sempre que queria impressionar um cliente. O que obviamente não passou despercebido por Namjoon.

- Olá, Seokjin. - Namjoon disse com sua voz grave e falsamente encantadora, o que fez as bochechas de Jin colorirem vergonhosamente.

 Taehyung quase tinha dó de Jin. O garoto parecia um passarinho hipnotizado com o som de chocalho da serpente à sua frente. 

- Oi, Namjoon.

 Taehyung revirou os olhos, roubando um pouco da carne coreana do prato do seu chefe que estava entretido com o rosto angelical de Jin.

 Não tinha como negar. O garoto era tão lindo e angelical que desconsertava qualquer ser vivo ao redor.

 Ele era realmente muito lindo. 


- Vai continuar beliscando minha comida? - Namjoon perguntou quando Jin finalmente foi chamado na cozinha para conter algum acidente iminente.

- Já tá fria. - Taehyung disse sorrindo de forma debochada, mas animada.

- Taehyung, espero que saiba que Seokjin está fora dos seus limites. - Namjoon fez uma observação sutil e aparentemente inofensiva, mas Taehyung sabia que era uma ameaça.

- Relaxa. Eu não tenho tempo para transar por diversão, sem contar que todos sabem que Seokjin é seu. Quer dizer, todos menos o coitado do Seokjin.

 Namjoon fez uma careta, causando outro sorriso divertido em Taehyung. 

 Tae gostava de Namjoon, o único problema é que errar com Namjoon era cometer um erro mortal e ele prezava por sua vida o suficiente para entender que Namjoon não tinha amigos. 

- O quanto você quer a exclusividade do casal? - Namjoon perguntou, fazendo Taehyung perceber que ele não era tão alheio aos pedidos de exclusividade como Lalisa fez parecer.

- Não sei ainda, mas seria bom ter uma agenda mais tranquila pra variar.

- Hoseok passou o nome do apartamento em que vocês têm se encontrado para o seu nome. Preciso me preocupar?

- Ele tá tentando me conquistar. Sou só mais um objeto raro na sua estante, nada com o que se preocupar. Não dou um ano para ele cansar.

 Namjoon limpou o canto da boca com o guardanapo parecendo satisfeito, tanto com a comida quanto com a conversa. 

- Ótimo, então farei um contrato de exclusividade com a validade de um ano, contando a partir do dia do primeiro programa de vocês dois.

 Taehyung enrugou a testa. Nada era fácil demais quando o assunto era Namjoon e sua obsessão por controle. 

- Qual a pegadinha?

- Nenhuma. Mas tem um preço.


Claro que tem.


- Qual?

- Uma noite, livre de termos, comigo.

 Toda vez que Taehyung era mandado para um programa com o Namjoon, uma lista de condições era enviada para seu e-mail e ele reenviava com as proibições na qual ele se negava a fazer, ainda assim, sexo com Namjoon era sempre perturbador, de forma que ele se sentia sujo e estranho por dias. Uma noite sem restrições era algo bem pior do que parecia ser.

 Taehyung mordeu os lábios, já querendo chorar com o que aquilo podia significar. 

- Você tem 24 horas para me responder. - Namjoon se levantou da mesa, sendo agarrado no braço por Taehyung.

 Ele podia jurar que até o som de conversa alta ao redor diminuiu quando ele fez isso. Ninguém tocava em Namjoon sem sua permissão.

 O segurança levantou da mesa um pouco preocupado com a tensão dos dois, mas Namjoon fez um gesto com as mãos o impedindo de fazer algo sobre.

- Me dê mais tempo, um dia é pouco. - Taehyung pediu um pouco desesperado e inocente.

- Muito bem, agora você tem um minuto para se decidir. - Namjoon disse irritado enquanto olhava para o aperto da mãos de Taehyung.

 Tae soltou o braço de Namjoon, o assistindo olhar os ponteiros de seu relógio ridiculamente caro.

- Seu tempo acabou. Qual sua resposta?

- Sim. - Taehyung respondeu e se arrependeu imediatamente.

- No meu apartamento às 21h. E Taehyung ? - Namjoon puxou o queixo do mais novo na sua direção, beijando sua testa de um jeito quase dolorido. - Não se atrase.


 Era palpável o medo que Tae estava sentindo ao digitar a senha no painel do elevador que o levaria para a cobertura de Namjoon.

 Não é que era ruim, Namjoon era muito bom no que fazia, era só estranho. Ele se pegava gostando de coisas que ironicamente ainda eram um tabu na sua mente.

 Taehyung adorava sexo e sinceramente era um pouco viciado nele, mas Namjoon conseguia deixar tudo vulgar e quase errado demais para sua cabeça, talvez ainda um pouco fechada. Ele tentava fortemente não julgar.

 

 Quando seus pés tocaram o chão do apartamento, seu coração começou a bater desesperado, já Namjoon, parecia mal ter notado sua presença. Sentado na escrivaninha no canto da sala, com um semblante relaxado, imerso no que quer que fosse. 

- Tira a roupa.

 Taehyung se assustou com a voz grave e repentina ecoando na sala, mas tirou a roupa, deixando tudo jogado no chão de qualquer jeito. 

- Vista isso. - Namjoon apontou para uma calcinha de renda e uma blusa de moletom, parecia muito com algo que Jimin usaria na verdade e o pensamento o fez rir.

 Ele vestiu a roupa, que francamente, coube perfeitamente e sorriu ao reconhecer o cheiro do perfume cítrico do Namjoon no moletom gigante. 

- Vai para o quarto.

 Taehyung fez o que lhe foi ordenado, mas quase quis correr para fora dali quando viu a cama.

 Tinha algemas, dildos, palmatórias e chicotes por todo o lençol preto de seda.

 Honestamente parecia propício para assustá-lo, mas ele não podia debochar do que estava funcionando. 

- Assustado? - Uma voz grave e assustadora sussurrou atrás dele, o fazendo quase morder a língua com o nervosismo.

- Não. - Taehyung só respondeu, porque sabia o quanto Namjoon odiava conversar sozinho nos seus joguinhos.

- Espero que Hoseok valha a pena.

 Taehyung revirou os olhos, engolindo seco com o mesmo argumento em forma de pergunta na cabeça. 

- Deita com a barriga para baixo, mãos na cabeceira, joelhos dobrados.

 Taehyung fez, sentindo mais do que vendo, Namjoon colocar algemas pesadas ao redor dos seus punhos.

 Ele viu algumas algemas aveludadas por perto, se perguntando se a algema de metal no seu punho era propositalmente para lhe deixar marcas, provavelmente era.

 Namjoon suspirou e bem, ele não podia negar que adorava a admiração que o mais velho tinha pelo seu corpo. Isso mexia com ele toda vez. Taehyung gostava de ser admirado, não tinha vergonha de admitir isso. 

- Empina sua bunda pra mim e não se mova. Você pode usar sua palavra de segurança para me fazer parar, mas se eu parar você perde o contrato. Entende isso?

- Entendo. - Taehyung disse num fio de voz.

 Namjoon não fez nada no entanto. Ele saiu do quarto, foi tomar banho, comeu algo na cozinha, conversou com alguém por telefone e só voltou quando Taehyung sentiu suas pernas tremerem pela posição desconfortável e exposta de maneira vergonhosa.

 Namjoon pegou uma das palmatórias em formato de coração e começou a bater na sua bunda e doeu muito, tanto que pareceu até natural que seu choro fosse audível, com direito a soluços e tudo mais. Ironicamente no final de vinte palmadas, Tae se sentia leve e quase em êxtase. Seu corpo estava tão sensível que foi preciso apenas o vento da janela aberta para que ele notasse que tinha uma ereção gritante no meio das pernas e essa era uma daquelas horas em que ele se sentia estranho por gostar de algo assim.

 Namjoon puxou seu cabelo agressivamente e enfiou um vibrador enorme na sua boca, o fazendo engasgar algumas vezes e depois de babar no objeto inteiro, Nam abriu um lado da bunda do mais novo e enfiou sem muita cerimônia o vibrador de silicone na sua entrada fazendo ele gritar de dor. Tae estava tão sensível que acabou gozando na primeira estocada e era vergonhoso, ele estava envergonhado por gozar sentindo dor e por um objeto de silicone daquela grossura obscena e mais uma vez era tudo muito confuso. Ele podia até ser um garoto de programa, mas a verdade é que eram raros os momentos em que o sexo ficava esquisito naquele nível. Pelo menos era o que ele pensava por sua experiência.

- Pede para parar Taehyung.

- Não. - Tae resmungou manhoso.

 Não ė como se tivesse tão terrível ao ponto dele querer parar, ele não sabia se estava disposto a admitir que tinha gostado até agora, mas meio que tinha. 

- Último aviso. - Namjoon falou, pegando o chicote depois de encaixar o vibrador na próstata do menor em velocidade máxima.

- Continua, Monnie. - Taehyung pediu manhoso, fazendo Namjoon xingar baixo e se empenhar em bater o chicote entre aquelas pernas branquinhas e trêmulas.

 Namjoon estava muito próximo de  gozar e isso o irritava, porque queria fazer Taehyung desistir daquela porra. Odiava admitir, mas não queria ficar um ano sem tocá-lo. O tal Jeon Hoseok estava tirando o garoto de suas mãos e ele odiava abrir a mão de qualquer coisa que na sua cabeça lhe pertencia, mesmo que por pouco tempo.

 Taehyung caiu na cama, gozando pela segunda vez e Namjoon sorriu, achando que tinha finalmente ganhando aquela, mas o garoto se levantou, apesar da dificuldade em se manter de joelhos e empinou sua bunda, mesmo que obviamente fraco demais para tal.

 Namjoon xingou mais uma vez, tirando o vibrador sem muito cuidado e abrindo o zíper da calça jeans para colocar seu pau pulsando, inchado e dolorido para fora.

 Ele se enfiou no garoto, ganhando um grito incrivelmente sexy e rouco do menor que caiu na cama mais uma vez, mas dessa vez não conseguiu levantar sem o apoio de Namjoon que forçou as mãos em seu quadril, deixando a marca dos seus dedos no local. 

 O mais velho não tinha colocado camisinha como todas as outras vezes, ele sabia o quanto Taehyung se preocupava com isso, mas mesmo assim o garoto não mandou ele parar.

 Namjoon não precisou de muito para gozar, Tae se mexia tanto embaixo dele, tentando impedí-lo de alcançar sua, já surrada e sensível próstata, que não dava pra negar o prazer nos choramingos de dor e prazer que o mais novo soltou quando ele finalmente encontrou o que procurava e começou estocar com ainda mais brutalidade.

 Namjoon gozou, mas não saiu de dentro do garoto, acariciando a ereção dolorida de Tae enquanto beijava suas costas marcadas pelo chicote de couro com pequenas garras de metal que ele usou.


 Ele ficava tão lindo todo marcado.


 Taehyung gozou pela terceira vez seguida e parecia quase desacordado. A forma em que seu ânus se contraiu fez com que o pau de Namjoon ganhasse vida novamente, ficando tão duro e tão rápido que foi quase doloroso e irritante.

 Taehyung estava quente e muito lubrificado de porra, então Namjoon acabou demorando mais do que deveria para gozar de novo e honestamente, duvidava muito que Taehyung conseguisse andar depois disso.

 Ele saiu de dentro do garoto e o soltou de suas algemas.

 Seus punhos tinham enormes marcas roxas e avermelhadas, sua calcinha estava rasgada na altura da cintura e bom, o garoto tava todo fodido. O que era bom para o que ele planejava a seguir. 

- Tenho mais uma coisa para pedir antes de dizer sim.

 Taehyung resmungou nada em específico, jogado na cama quase desacordado. 

- Você só precisa ir andando até a sala e ficar do meu lado enquanto eu assino o contrato.

 Taehyung levantou a cabeça, encarando Namjoon que também não parecia melhor que ele, apesar de não ter as marcas no corpo, parecia igualmente fodido. 

 Namjoon fechou o zíper da calça e sorriu, mostrando covinhas fofas que não combinavam em nada com sua personalidade.

- Só isso? Achei que ia me foder até eu desmaiar.

- Eu adoraria. - Namjoon disse divertido. Taehyung parecia realmente inocente às vezes. - Mas tenho planos melhores para hoje.

 Taehyung enrugou a testa, precisando de um pouco de ajuda para levantar.

 Assim que ele ficou em pé, uma quantidade considerável de porra começou a escorrer do meio das suas pernas, o deixando incomodado. 

- Posso usar o banhei…

- Não. Esteja na sala em cinco minutos e não se ajeita ou vai perder o acordo.

 Taehyung bufou irritado, descendo o moletom mais baixo que podia enquanto mancava vergonhosamente apoiando a mão na parede para poder andar até a sala.

 Ele não estava machucado, mas estava dolorido e acabado. Seu quadril doía muito e a bunda ardia a cada passo.

 Taehyung travou no meio do corredor ao ouvir uma conversa baixa na sala, então suspirou, era óbvio que Namjoon queria exibir Taehyung para algum milionário idiota.

 Ele suspirou mais uma vez e continuou andando, agora um pouco mais ereto, apesar de que a porra no meio das suas pernas não fizeram em nada para manter sua dignidade. No entanto, não havia nada que ele pudesse fazer que o preparasse para dar de cara com Hoseok, olhando na sua direção com igual, porém melhor disfarçado, espanto.

- Oh! Tae, você é bem lento. Espero que não se importe, convidei seu cliente para assinarmos o contrato hoje mesmo.

 Taehyung travou a mandíbula, tentando não notar a ironia na palavra cliente, saída da boca de Namjoon com uma considerável quantia de deboche desnecessário.

 Para falar a verdade, se uma bomba caísse naquela sala agora, metade da economia de Seul sofreria. Aqueles dois homens eram os homens mais poderosos que ele conhecia e só agora notou que estava bem no meio do fogo cruzado em busca de poder e posse daqueles dois.

 Taehyung meio que se arrastou até o sofá ao lado de Namjoon e encostou o braço no seu ombro, deixando em evidência as marcas roxas em seu punho. 

- Hoseok. - Taehyung o cumprimentou, fingindo desinteresse, mas estava há bem pouco de surtar.

 Hoseok desceu o olhar para as pernas expostas de Taehyung, travando a mandíbula ao notar todas as marcas e aquela porra toda, literalmente. 

- Não vai se sentar querido?

 Taehyung riu, gargalharia se não tivesse tão cansado.  

- Não seja ridículo, Monnie. - Taehyung foi áspero, mas sabia quanto o apelido mexia com o maior.

 Namjoon suspirou, sem conseguir disfarçar as lembranças vívidas dos gemidos manhosos de Tae na cama. 

- Eu poderia te ameaçar com palavras Jung, mas sei bem como atos falam mais alto nesse caso, então te trouxe aqui hoje, para deixar bem claro a quem Taehyung pertence. Espero que tenha sido o suficiente.

- Você poderia só ter me dito, eu entenderia. - Hoseok disse e parecia visivelmente incomodado.

- E qual graça isso teria? Afinal vou ficar um ano sem meu garoto preferido. - Namjoon acariciou a cintura de  Taehyung que fez seu melhor para não gemer de dor.

- Certo. - Hoseok encarou Taehyung com algo parecido com frustração?!

- O contrato. - Namjoon disse, pegando uns papéis da mesa de centro e entregando para Hoseok, que precisou se esforçar muito para olhar para qualquer lugar que não fosse onde Taehyung estava agora.

 Taehyung rangeu os dentes. Ele odiava a posição em que estava. 

- V. Por que não prepara uma banheira quente para nós dois e…

- Na verdade… - Hoseok começou, interrompendo Namjoon. - … o contrato diz que a partir das assinaturas o V é meu.

 Taehyung bufou. Isso era realmente humilhante.

 Namjoon se mexeu incomodado, ele odiava admitir derrota, mas Hoseok não estava errado. 

- Claro, então vá se trocar.

- Não precisa. - Hoseok disse seco. - Eu o quero assim, do jeito que ele está.

 Taehyung segurou as lágrimas que acumularam sem nenhum motivo aparente, talvez ele só estivesse sensível da incrível transa mais cedo, talvez fosse o fato de  não se evitar temer Hoseok, seja o que for, sair com ele do apartamento de Namjoon, vestido com nada menos que um moletom foi estranho demais. 


- Você não precisava passar por isso só para conseguir o contrato, eu daria meu jeito. - Hoseok disse seco quando já estavam no elevador.

- Não foi nada demais.

- Nada demais? - Hoseok gritou, olhando para Taehyung pela primeira vez. - Sabe o tamanho do esforço que tive que fazer para não socar o cara até ele perder a consciência pelo que ele fez a você?

- Você fala como se não quisesse fazer o mesmo. - Taehyung fez um biquinho infantil que Hoseok preferiu ignorar.

- Você é meu. Só eu posso fazer isso.

- É, eu sou seu. - Taehyung disse resmungou irritado. - Por um ano.

 Hoseok travou a mandíbula, fingindo não entender o que Taehyung dizia, mas ele entendia. Entendia muito bem  e odiava, porque não era algo que ele podia controlar. Pelo menos não ainda.



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