(Eu) – Meu Deus... A gente mal chega... E já acontece isso!
(Cadu) – É o Rio não está fácil... Mas o que vamos fazer?
(Taxista) – Esperar e rezar!
O taxista liga o rádio e ficamos acompanhando as notícias. E para nosso azar não era nada boa.
(Eu) – O que?... Nós estamos no meio... Do tiro cruzado?
(Cadu) – Infelizmente!... Mas vamos ficar calmos...
Começamos a ouvir tiros cada vez mais alto.
(Taxista) – Que droga... Eles estão aqui!
(Eu) – Amor!... Eu estou com medo!
(Cadu) – Calma... Nada vai acontecer!
Começamos a ouvir que os tiros passavam de raspão no carro.
(Taxista) – Se abaixem... Rápido!
Nos abaixamos e depois de alguns segundos todo ficou um silêncio torturante.
(Eu) – Cadu?
(Cadu) – Oi amor!
(Eu) – Eu... Eu fui... Baleada!
(Cadu) – O quê?... Onde?
Fernanda não conseguiu responder, tinha acabado de desmaiar nos meus braços.
(Taxista) – Meu Deus... Eu vou para o hospital mais próximo!
O taxista dirigiu como um louco e finalmente chegamos no hospital. Eu não consegui perceber qual foi a distância. Só consegui chorar e pressionar onde estava sangrando.
(Taxista) – Chegamos... Pega ela... Que eu vou pedir ajuda!
(Cadu) – Ok!
comecei a chegar perto da porta ele apareceu com um enfermeiro, uma médica
(Doutora) – Coloca ela aqui na maca senhor... Vamos... Rápido... Anderson!
(Cadu) – Eu também vou...
(Enfermeiro) – O senhor não pode... Por favor senhor!
(Cadu) – Mas... Ela é minha noiva!
(Doutora) – Senhor?... Fica tranquilo... Ela vai ficar bem... A qualquer momento eu volto com mais informações... Mas fica tranquilo... Por favor!
Comecei a chorar e senti o taxista me dando um abraço.
(Taxista) – Fica calmo... Ela vai ficar bem... E você tem que fazer o registro dela... Vem vamos!
Fiz o registro e avisei a todos eu ficaram em choque. Depois de horas esperando a doutora apareceu com um sorriso.
(Doutora) – Família da Fernanda Oliveira?
(Todos) – Aqui!
(Doutora) – Eu sou a Doutora Marie... Nós tivemos que fazer uma cirurgia as pressas... Por ela ter perdido muito sangue... Mas agora ela já está em um quarto sedada... Por causa das dores...
(Leonora) – Eu posso vê minha filha?
(Dr Marie) – Sinto muito... Mas hoje vocês vão só poder vê-la de longe... Para não passar nem uma bactéria... E agravar a recuperação!
(Cadu) – Tudo bem!... Podemos ir agora?
(Dr Marie) – Podem... Uma enfermeira já vem para levar vocês!
No meio disso tudo, descobri o nome do taxista. Era Antônio, era casado e tinha um casal de gêmeos de um ano de idade. Tinha quase minha idade, e era formado em administração, só que estava como taxista por não conseguir trabalho na área e tinha que sustentar a família, já que a esposa cuidava dos filhos em casa, por não poderem colocar em uma creche.
(Cadu) – Pai?
(Sergio H.) – Fala filho?
(Cadu) – Você poderia ajudar o Antônio?
(Sergio H.) – Como?
Contei toda a história dele para o meu pai que ficou comovido com tudo.
(Sergio H.) – Já até sei como vou fazer isso!
(Cadu) – Sério pai?
(Sergio H.) – Claro!... O Antônio?... Vem aqui por favor!
Meu pai ficou uma hora conversando com Antônio, que acabou a conversa chorando e abraçado no meu pai. Depois fomos embora para voltar no dia seguinte para saber os resultados dos exames.
Na manhã seguinte...
(Cadu) – Bom dia Dr?
(Dr Marie) – Bom dia Cadu!... Já temos os resultados!
(Leonora) – E que minha filha tem?
(Dr Marie) – Então... Ela está...
Eu não me cansava de olhar para ela, mesmo depois desse tempo ela continuava linda. Com o tempo eu aprendi a ter fé, muita fé. Eu estava cochilando no sofá, já que praticamente meu mudei para o hospital, até que ouvi um barulho diferente.
(Cadu) – O que... Amor você acordou?... Não se esforça... Vou chamar sua médica!... Dr... Dr Marie... Ela acordou!
(Dr Marie) – Acordou?... Vamos lá... Flávio... Chama o dr Fred... Por favor!
Voltamos para o quarto e ela estava olhando o quarto. Até sentir nossa presença.
(Fernanda) – Cadu?... O que aconteceu?...Por que eu estou em um hospital?
(Cadu) – Você...
(Dr Marie) – Vamos com calma... Para ela não se alterar!... Então Fernanda... Eu me chamo Marie Crispim... E sou sua medica!
(Fernanda) – Eu sofri algum acidente?
(Cadu) – Um tiro... Em um arrastão quando a gente chegou de viajem!
(Dr Marie) – Você não se lembra?
(Fernanda) – Não!
Depois de alguns minutos explicamos toda a situação para ela, que ficou surpresa com tudo.
(Dr Marie) – Vou deixar vocês sozinho para conversarem melhor!
(Cadu) – Amor?... Como você está?
(Fernanda) – Meio perdida!... Quanto tempo eu fiquei desacordada?
(Cadu) – Uns... Quatro meses!
(Fernanda) – Quatro meses?... Meu Deus... Isso é muito tempo!... Onde estão meus pais?
(Cadu) – Estão vindo!... Mas eu tenho que te contar uma coisa!
(Fernanda) – Pode falar!
(Cadu) – Nós vamos... Ser papais!
(Fernanda) – Eu... Eu estou... Gravida?
(Cadu) – Sim amor!... Com cinco meses!
(Fernanda) – Amor... Eu... Como você ainda está vivo?... Meu pai não tentou te matar não?
(Cadu) – Na verdade... Quando eu soube da gravidez... Eu desmaiei... Então não deu tempo dele me matar!... Eu acho!
(Fernanda) – Amor!... Nós vamos criar nossa família!... Nosso bebê está bem?
(Cadu) – Sim... Eles estão!
(Fernanda) – Eles?... São...
(Cadu) – Gêmeos... Um casal na verdade!
(Fernanda) – Nossa!... Eu sou... Mãe!...
(Cadu) – Sim... E eu pai... Você me fez o homem mais feliz desse mundo!... Quando você estava em coma... Eu vinha aqui e fica horas conversando com eles... Já reconhecem minha voz!
(Fernanda) – Sério?... Fala com eles... Eu quero ver!... Mas antes eu quero tomar um banho!
Chamei uma enfermeira que a ajudou a tomar um banho, e minutos depois ela saiu do banheiro com um sorriso no rosto.
(Cadu) – O que foi?
(Fernanda) – Vou ser mãe!... A ficha ainda não caiu!
(Enfermeira) – Uma mamãe linda... Parabéns aos dois... Eles vão ser lindos!
(Cadu) – Obrigado!
(Enfermeira) – Vou deixar vocês sozinho... Qualquer coisa me chama!
Três dias já tinham se passado e a Fernanda teria alta hoje. Eu estava ansioso para contar as novidades para ela.
(Dr Marie) – Então minha mamãe favorita... Aqui está a sua alta... Te passei algumas vitaminas... Que são normais na gravidez... E quero que você tenha bastante descanso... Mesmo que o seu acidente não tenha afetado os bebês, quero que descanse... Para não prejudicar a saúde de vocês três!
(Cadu) – Pode deixar dr!... E muito obrigado!
(Dr Marie) – O prazer foi todo meu... Até mês que vem... Fernanda!
(Fernanda) – Tchau dr... E muito obrigada!
Só eu fui buscar a Fernanda no hospital, e ela estranhou os pais não estarem ali.
(Fernanda) – Amor?... Por que meus pais não vieram?
(Cadu) – Eles estão fazendo um almoço para sua chegada!... E tem algumas novidades!
(Fernanda) – Novidade?... Quais?
(Cadu) – Quando a gente chegar em casa... Você vai descobri!
(Fernanda) – Ok... Olha... Eu passei uns meses dormindo... Mas tenho certeza que esse não é o caminho para minha ou sua casa!
(Cadu) – É um atalho!... Fica tranquila... E eu vou passar na casa que meus amigos estão ficando rapidinho... Se importa?
(Fernanda) – Não... Tudo bem!
Depois de uns dez minutos chegamos em um condomínio de “casas” e paramos em frente a um portão. Buzinei e o portão se abriu.
(Fernanda) – Que casa linda!... Não só a casa... Mas todo o espaço!
(Cadu) – É uma chácara... Não uma fazenda... Mas é legal!
(Fernanda) – Sempre tive o sonho de ter uma chácara... Eu acho tão aconchegante a ideia de está entre a natureza!... Isso me acalma sabe?!
(Cadu) – Ainda mais aqui... É perto da cidade... Mas do portão para dentro... Tudo se transforma... Não acha?
(Fernanda) – Acho... Mas nós vamos ficar no carro... Ou vamos falar com seus amigos... Na verdade!... Quem são seus amigos?... Nunca vim aqui!
(Cadu) – Vem... Você os conhece muito bem... Vamos entrar!
(Fernanda) – Mas não vai bater na porta?
(Cadu) – Não eles sabem que estamos aqui!... Vamos!
Fui guiando ela pela mão, mas ela estava tão maravilhada com o lugar que nem percebeu quem estava na nossa frente!
(Cadu) – Amor?... Meus amigos!
Quando olhei para frente, todos estavam ali com um sorriso no rosto, vindo na minha direção. E a única coisa que eu consegui fazer foi chorar, e retribuir o abraço.
(Angie) – Gostou da surpresa?
(Fernanda) – Sim!... Vocês estão morando aqui?
(Cadu) – Na verdade amor... Essa chácara é nossa!... Vamos morar aqui...
(Fernanda) – O que... Nossa?... Mas... Eu moro com os meus pais!
(Cadu) – Aproveitando que todos estão aqui... Eu gostaria de pedir a permissão do seu pai... E saber se você Fernanda Oliveira... Aceita se casar comigo?
(Fernanda) – Casar?... Claro que sim... Amor... Eu aceito!
(Cadu) – Que bom que você aceitou... Vai ser em duas semanas!
(Fernanda) – Tudo bem!... O QUÊ?!... Como vou conseguir um vestido... Tão rápido assim!
(Estela) – Deixa comigo querida... Essa parte eu resolvo!
As duas semanas se passaram voando, e já era o tão esperado dia. Estava nervosa, mas tentava me controlar pelos meus filhos. Não queria ficar muito nervosa e fazer a eles, nem nasceram e já passaram por um susto grande desses. Eu estava do lado do meu pai, prestes a entrar na capela que tinha na chácara. Um filme se passou na minha cabeça, desde o momento que eu salvei a Angie e a família do perigo, conheci o homem da minha vida, fiz e tenho amigos eu vou levar para o resto da minha vida. Finalmente eu sou o verdadeiro significado da frase “Fazer o bem, sem vê a que”, eu não sabia que uma simples ação faria minha vida mudar tanto. E agora estou preste a dizer sim ao homem que amor, o pai dos meus filhos. E...
(Sergio) – Filha?... Tudo bem?
(Fernanda) – Sim pai... Vamos logo... Que seus netos estão com fome!
(Sergio) – Nem acredito... Que vou ser avô... Eu estou tão feliz!
(Fernanda) – Saber que você ia ficar feliz eu sabia... Mas eu pensava que você tentaria matar o Cadu!
(Sergio) – Pensei nisso também... Mas depois eu vi o quanto vocês são felizes juntos... Então não valia a pena!
(Fernanda) – Ainda bem!... Vamos?
A cerimonia foi simples, todos os nossos amigos estavam presentes. E dava para vê que eles estavam felizes por nois.
(Jaime) – Então... Será que nós podemos saber quais os sexos... Dos bebês?
(Fernanda) – Vão sim!
(Angie) – Quando?
(Cadu) – Quando a gente cortar o bolo!
Passou algumas horas e já era a hora de cortar o bolo.
(Fernanda) – Vamos cortar o bolo?
(Angeliquita) – Vamos!
Todos começaram a rir. Finalmente cortamos o primeiro pedaço.
(Cadu) – O que vocês acham o que é?...
(Otto) – Fala logo Cadu?...
(Heidi) – Qual a cor?
(Cadu) – Rosa...
(Fernanda) – E azul!
(Elena) – Nós vamos ter uma priminha... E um priminho?
(Jaime) – Isso meu amor!
(Carol) – Vamos comemorar!... Um brinde... Aos meus sobrinhos!
Ficamos mais duas horas na festa. Fernanda já estava cansada e com os pés inchados. Deixamos todos onde a festa estava sendo feita e fomos para o quarto. Ajudei a Fernanda a tomar banho e ela deitou na cama.
(Fernanda) – Amor... Se quiser descer... Pode ir... Eu...
(Cadu) – Não... Vou ficar aqui com minhas meninas... E meu meninão!
(Fernanda) – Eu estou tão feliz... Por ser um casal!
(Cadu) – Eu também... Vou ter que ensinar o... Qual nome vamos colocar neles?
(Fernanda) – Eu gosto de Felipe!... O que acha?
(Cadu) – Eu gosto de Felipe... Sempre gostei de Maitê!... E você?
(Fernanda) – Gostei... Então os nossos filhos vão se chamar... Maitê e Felipe!
(Cadu) – Isso mesmo!... Então eu vou ensinar o Lipe a proteger a Mai!
(Fernanda) – Já tem até apelido?
(Cadu) – Sim amor... Nossos pequenos!
Já havia se passado três meses, e eu já estava começando a ficar cada vez mais inchada! A hora deles nascerem já estava chegando, e eu cada vez mais ansiosa!
(Fernanda) – Amor?... Amor?... A bolsa...
(Cadu) – Que bolsa?
(Fernanda) – Nossos filhos... Vão nascer!
(Cadu) – Ai meu Deus!... Vamos para a maternidade... Rápido!
(Fernanda) – Cadu?... Você sabe que rapidez agora não vai rolar!... Né?
(Cadu) – Desculpa... Eu... Eu...
(Fernanda) – Ei... Fica calmo... Primeiro pegas as malas deles e a minha!
(Cadu) – Pronto, já peguei!
(Fernanda) – Agora me ajuda aqui!
Fomos para a maternidade, e horas depois eu já estava no quarto esperando meus bebês.
(Cadu) – Amor!... Eles são lindos... Eles têm a sua boca... E...
(Enfermeira) – Com licença papais!... Podemos entrar?
(Fernanda) – Claro!...
No dia seguinte o quarto estava cheio, nossos pais estavam lá e eram só sorrisos.
(Leonora) – Cadê meus netos?... Eu quero conhece eles.
(Cadu) – Vovós e vovôs... Esses são o Felipe e a Maitê!
(Estela) – Bem-vindos a família... Meus amores!
Depois que acabou o horário da visita “só” ficou nós quatro no quarto. E ouso o Cadu suspirando.
(Fernanda) – O que foi amor?
(Cadu) – Eu estava pensando... Bendito seja o dia que eu entrei naquele avião!
(Fernanda) – É verdade...
(Cadu) – Como nossa vida pode mudar tanto?... Foram as melhores férias da minha vida!
(Fernanda) – Eu já achava que minha vida estava sendo um sonho por... Me tornar parte da família da Angie!... Mas... O melhor ainda estava por vir!
(Cadu) – Conheci a mulher da minha vida... Me casei com ela... E agora temos dois filhos lindos...
(Fernanda) – E uma linda vida para construir... Juntos!
(Cadu) – Sim... Linda!... E esses dois aqui... São só o começo!
(Fernanda) – Eu mal pari... E você já está falando em ter mais?
(Cadu) – Claro... Eu quero uma casa bem cheia... Sabe?
(Fernanda) – Sei... Mas... Vamos curtir eles primeiro... E depois de alguns anos... A gente aumenta a família... Pode ser?
(Cadu) – Pode sim... Mas até lá a gente vai treinando!
(Fernanda) – Não senhor... Eu tenho que ficar... Alguns dias de repouso!
(Cadu) – Vou contar os dias nos dedos!
(Dr Marie) – Eu acho que você vai precisar de mais mãos... Para isso!
(Cadu) – Tantos dias assim?
(Dr Marie) – 45 dias!
(Cadu) – Tudo isso?... Eu... Eu...
(Fernanda) – Cadu!... Por favor!... Dr?... Tem algum problema com os nossos filhos?
(Dr Marie) – Não estão ótimos!... E você também!... Amanhã já vai poder ir para casa... Com bastante repouso!
(Cadu) – E se eu fizer o maior esfor...
(Fernanda) – Cadu!
(Dr Marie) – Sem estripulias... Cadu!... Pelo bem da sua esposa!
(Cadu) – Ok!
Já havia se passado um mês do nascimento dos gêmeos. E nós dois estávamos exaustos.
(Cadu) – Cansada amor?
(Fernanda) – Muito... Mas faria tudo de novo!
(Cadu) – Com toda a certeza... Sabe?... Eu sempre fui um bom filho... Mas antes de te conhecer... Eu estava fazendo algumas besteiras!
(Fernanda) – Quais?
(Cadu) – Quase usei drogas... Por isso eu fui para a Califórnia.
(Fernanda) – Então você está dizendo... Que foi eu que te “salvei”... De um futuro errado?
(Cadu) – Sim... O poder do seu amor... Me transformou em um homem de verdade... Um homem que a cada dia vai tentar ser melhor por vocês... Pelos amores da minha vida. Eu te amo!
(Fernanda) – Eu... Eu também te amo!... E você me orgulha cada dia mais... Te amo!... Obrigada por tornar um sonho real... Obrigada por me mostrar o verdadeiro amor!
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