História O poder ômega. - Desejo de vingança.

O som de um telefone tocando sem parar acordou Fugaku, ele se sentou na sua cama, como sempre fazia a tantos anos, levou a mão até o aparelho e o atendeu, tudo normal, como sempre, mas uma dor profunda o fez gemer ao se mexer um pouco mais e ele subitamente se lembrou de ser jogado longe pelo filho mais velho.

-Sim...Disse ao telefone, tentando se focar um pouco.

-Senhor, tenho algumas notícias perturbadoras para lhe dar.

-Diga logo, o que foi?

-Uma de nossas boates em Londres está sem seus ômegas, todos foram embora, os guardas não foram capazes de deter eles, e tivemos mais duas, uma em York e outra em Pequim.

-Como é que é? Tenho alfas treinados e eles não puderam deter um bando de ômegas fracos e cansados? Isso é brincadeira, usem a voz de comando, simples!!

-Senhor...Os alfas usaram, e usaram força bruta também, mas os ômegas tinham um poder a mais, eles não podiam ser tocados pelos alfas e os betas tiveram medo e não reagiram, o senhor sabe que a maioria dos betas fica do lado dos ômegas não é?

Fugaku se sentou e tentou se focar, viu duas capsulas sobre a mesa e um copo de água, tomou e depois se endireitou na cama, notando que seu tronco nu estava enrolado em um enorme curativo, ele muito provavelmente machucou as costelas ao cair no chão.

-Bem, mande os alfas caçarem os fugitivos, eles são somente ômegas assustados, devem ter fugido para suas antigas casas, é fácil recupera-los, puna todos depois.

-Senhor!

Fugaku xingou o homem na linha e desligou, ele estava furioso, como assim seus homens deixaram um bando de ômegas fugir?? Francamente, e em duas ou três cidades? Impossível, ele comandava uma rede gigante de boates no mundo todo, algumas não lhe faria falta, mesmo assim iria punir severamente esse malditos ômegas por fugir, uma noite sem dançar e entreter os seus clientes era prejuizo na certa.

Saiu do quarto e rumou a cozinha, encontrou sua empregada lá fazendo o almoço.

-Quanto tempo eu dormi? E o que ouve exatamente?

-Ohhh, o senhor acordou, tomou o remédio que eu deixei lá?

Ele afirmou que sim, e se sentou, imediatamente foi servido de sopa quente, pão feito na hora e um grande copo de suco de laranja.

-Bom, o senhor ficou ferido quando o menino Itachi despertou o seu lado alfa lúpus e o jogou longe, ele gritou que o senhor estava aprendendo o namorado dele e essas coisas, mas ele partiu em seguida, e eu juntamente com um dos seguranças o levamos para o quarto, fiz uma bandagem em suas costas, parece que machucou feio ao ser lançado longe, mas o sono deve ter sido reparador, dormiu quase dois dias inteiros.

Fugaku ficou boquiaberto, dois dias!!

-Dois dias!! Preciso comer e sair rapidamente, mande chamar meus seguranças.

-Quem devo chamar senhor? Pediu a mulher gentilmente, ela era uma beta antiga na casa, muito calma e submissa, morria de medo do seu patrão.

-Chame todos, absolutamente todos.

Ela se espantou, mas obedeceu sem questionar.

Fugako comeu e subiu para tomar um banho e se trocar, ele mandaria os seus homens irem pegar Obito, ele mesmo se entenderia com Itachi.

“Se aquele vermezinho pensa que pode me intimidar está muito errado, com Obito do meu lado, ele tem que me obedecer, posso manter esse beta como meu convidado de honra.” Pensou e riu de modo sarcástico, depois pensou em Sasuke, seu filho caçula era somente um ômega, nada que ele pudesse respeitar ou amar, assim como todos os outros ômegas, para ele só tinha uma utilidade, servir, ele queria ver esse pequeno encrenqueiro morto ou servindo ele, como todos os outros.

Após conversar com seus homens saíram em seus carros e pararam na frente da casa de Madara e desceram furtivamente, o plano era simples, entrar, render todos e prender os ômegas e o beta Obito, depois localizar Itachi e chantagea-lo.

Porém ele nunca na vida podia imaginar o que achou ali, olhando furtivamente pela janela viu Sasuke rindo sentado ao lado de outro ômega loirinho, bem bonito, e logo ali naquela sala tomando uma xícara de café estava nada mais e nada menos que Itachi, do seu lado o pequeno Obito parecendo ainda mais fofinho do que da última vez que ele o viu, e isso o chocou profundamente, mas nada como a imagem de sua falecida esposa sentada ao lado de seu irmão Madara, viva e bem.

Sua fúria explodiu e ele mandou o plano aos ares, arrombou a porta segurando sua arma, e outros alfas entraram logo a seguir, todos os observaram assustados.

Itachi puxou Obito para mais perto e Sasuke se levantou segurando na mão de Menma que parecia menor do que antes, mas alguma coisa em seus olhos parecia bem diferente, não havia medo ali.

Naruto descia a escada e viu tudo com olhos curiosos, sem medo...

-Todos vocês, eu vim buscar o que é meu, meu filho "querido" Sasuke que está a tanto tempo sumido...E meu filho mais velho, que se mostrou mais forte do que eu imaginava, aliás como vai seu pequenino beta? Disse Fugaku olhando diretamente para Sasuke e Itachi, rindo internamente, porque de fato ele tinha todos na mão agora.

Madara se colocou em pé e o encarou.

-Vá embora Fugaku, nunca pensou em Sasuke com carinho e todos nós sabemos disso, nunca se preocupou com Itachi também, muito menos com Obito, seu lugar não é aqui.

Fugaku se aproximou ainda de arma em punho, rindo de modo quase louco e apontou para sua ex esposa.

-Salvou ela não foi? Foi tudo uma armação então? Roubou minha ômega seu maldito e fingiu esse tempo todo??

Olhando diretamente para ela o alfa gritou com sua voz de comando mais profunda.

-Rasteje de volta para mim sua infeliz criatura, sou seu dono e não pode me desobedecer, te farei se arrepender muito por tudo isso.

Ela apenas se aproximou mais de Madara e foi abraçada por ele carinhosamente.

-Você não é meu dono, e não manda em mim, só tenho um amor em meu coração e ele não manda em mim, mas me protege e cuida, ele e eu somos um só, eu amo Madara e sempre amei.

Fugaku ergueu a arma até estar apontada na direção da cabeça da sua ex esposa, ele estava furioso, sem entender como ela não o obedecia, afinal ele a mordeu a muitos anos imaginando que isso a manteria sempre presa a ele, mesmo que ele nunca tenha a amado assim. Era somente controle e nunca foi amor.

Madara sorriu.

-A mordida é um meio de se unir um ao outro, porém tem que existir amor, sem amor a mordida é apenas submissão, e eu sou mais forte que você, pois sou um lúpus, meus hormônios suplantam os seus em grau e numero muito acima do que pode imaginar, e eu a mordi por amor, por tanto somos um do outro definitivamente, mas a mordida não é tudo, o amor é algo ainda maior, com ou sem mordida. Você é um infeliz, nunca amou sua esposa, nunca amou seus filhos, nunca amou ninguém.

Fugaku gritou irritado.

-Esposa?? Uma vadia que eu comprei numa boate?

Mikoto se adiantou e encarou a arma de forma incrédula para o alfa.

-Nunca fui uma vadia, nem mesmo os meninos e meninas que você mantém são assim, eles como eu não tiveram escolha não é? Você é um maldito, sempre foi! Finge que é um bom homem, finge que seus meninos e meninas estão seguros, mas não estão!

Ele iria atirar e acabar com tudo isso, mataria ela finalmente, um tiro no meio da cabeça, mortal, porém a arma voou longe e sua mão ardeu como se atingida por lava quente, ele gritou assustado e tudo foi muito rápido.

Seus homens atacaram e forma derrotados sem nem mesmo conseguirem tocar ninguém, os ômegas ergueram as mãos e todos voaram longe, caindo sem sentidos muitos metros além. Esse era o poder ômega, esse era o fim do domínio dos alfas sobre os ômegas.

-Nunca mais ameace minha esposa, nem seus filhos, nem ninguém, neste mesmo momento em que está aqui o mundo todo está sendo mudado, ômegas no mundo todo ensinam a outros ômegas como se defender de caras como você, seremos uma sociedade igualitária agora, com betas, alfas e ômegas tendo chances iguais, sem a dominação imprudente dos alfas que maltratavam e machucavam os mais fracos. Isso acabou. Disse Madara se aproximando e dando um soco em Fugaku que sentiu seu rosto arder tanto quanto sua mão.

-Maldito!! Gritou Fugaku se voltando a Sasuke e tentando correr para ele, com a clara intenção de usa-lo como escudo e fugir dali, mas ele foi lançado longe e tal como aconteceu antes com Itachi ele atingiu a parede oposta sentindo a dor irradiar em seu corpo no mesmo instante.

Foi cercado por Sasuke, Menma, Obito e Mikoto, todos ômegas, ele sentia o aroma subir e se misturar, mesmo o maldito do beta pequenino tinha o cheiro de um ômega, e ele também o cercou.

-Afastem-se de mim aberrações!!

-Vou chamar a polícia, quero te ver preso meu pai, e vou denuncia-lo por tudo que fez de mal a minha mãe, a mim mesmo, a aos outros ômegas que machucou, usou e vendeu em suas boates, será acusado e com sorte terá uma cela para chamar de lar. Disse Sasuke de modo calmo e simples.

-Como vai provar? Disse Fugaku, mas já vacilando, pois ele estava encurralado.

-Provarei que tentou matar minha mãe, pois Madara será testemunha, o médico que o ajudou a resgata-la também será testemunha, meu irmão será minha testemunha, ele sabe que o senhor me batia quando eu era criança, segundo as leis isso é crime, quero que seja punido...Temos centenas de testemunhas e vítimas, todos de suas boates, pegará prisão perpétua por isso, nunca mais será livre e eu me sentirei bem com isso.

-Mesmo assim você cresceu, estudou e se formou...É um ingrato.

Sasuke queria que tirassem esse traste de sua frente, mas tinha que revelar uma última coisa antes disso.

-Meu problema de coração...Acha mesmo que eu não sei meu pai?

Naruto se aproximou nervoso, ele estava ficando inquieto, não se intrometeu até agora, sabia que os ômegas mereciam isso, queriam se sentir vingados, mas o problema que Sasuke teve foi grave, ele quase morreu por isso, Itachi também ficou tenso.

-Não sei de nada. Disse Fugaku abaixando a cabeça envergonhado pela primeira vez.

-O senhor me drogou, pretendia vender minha primeira vez a um dos seus amigos ricos, eu sei, me lembro, mesmo sabendo que essa droga é poderosa e eu devia não lembrar de nada, algo deu errado, muito errado...E eu tive uma parada cardíaca antes que o homem pudesse me usar, com medo do que Itachi iria fazer me levou as pressas ao hospital e eu fui atendido, reanimado e medicado. Quando acordei ouvi sua falsa história e fingi acreditar, fingi acreditar que eu passei mal sozinho em meu quarto enquanto estudava, mas eu sabia que não.

Itachi se adiantou e abraçou Sasuke, ele chorava agora, logo Naruto se aproximou também e uniu seus braços aos de Itachi, prendendo Sasuke dentro deles, os três se sentiam chocados, aturdidos e tristes.

Foi Itachi quem rompeu o silencio.

-Fez isso no aniversário de Sasuke não é? Por isso me mandou naquela viagem de cinco dias, para me ter longe...Mas Sasuke era tão novinho, como pode?? Seu próprio filho!!!

Naruto sentia seus olhos arderem.

-Você é uma vergonha para qualquer alfa...Disse Naruto enojado.

Eles ouviram as sirenes da polícia se aproximando, muitas viaturas chegaram juntas no quintal da casa.

Mikoto se aproximou chorando e pediu para ter seu filho caçula nos braços, ela chorava sentido, mas Madara parecia nem mesmo se assustar com isso, no fundo ele sabia o tipo de alfa que seu irmão era, isso não era surpresa.

Naruto e Itachi liberaram Sasuke e ele foi abraçado pela mãe que era do seu tamanho ou talvez um pouquinho menor, eles se sentaram e choraram juntos enquanto os policiais levaram todos embora, depoimentos seriam pedidos mais tarde.

Antes de sair Fugaku viu uma ultima vez todos eles, sentiu no fundo da alma que seu tempo acabou, agora ele podia ver que o tempo dos ômegas havia finalmente chegado.

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Dois deuses viam tudo isso do alto de sua montanha, enquanto comiam pipoca.

-Acha que agora acabou? Perguntou o deus cobra afagando os cabelos loiros que caiam em seu colo.

-Sim, acho que sim...Sasuke despertou seu poder de modo espetacular, adorei...Respondeu a raposa sorrindo.

-Acha que podemos dar uma olhadinha no romance deles? Em alguns encontros quentes? 

O deus raposa riu e puxou seu pervertido ômega para mais perto, afagando seus cabelos longos e negros com desejo ardente nos olhos misteriosos e belos.

-Meu pequeno deseja um encontro quente?

Uma risadinha tímida e ao mesmo tempo safadinha se espalhou no ar, folhas caindo emolduravam a imagem linda do pequeno de cabelos negros, pele clara e olhos maravilhosos, suas curvas se moldavam as mãos que o prendiam carinhosamente.

-Ahhh eu desejo sim...

Os dois se beijaram profundamente, as flores de sakura caindo como um mar de pétalas preparavam uma cama macia para eles, que iriam se entreter no jogo de amor que jogavam a milênios...