História O poderoso chefão! (Imagine Kakashi e Obito) - O café vira meu herói

Eu paraliso, sentindo minhas mãos quererem suar frio e o coração bater mais rápido. Eu estava parecendo alguma estátua humana do Centro parada em frente a garrafa de café, apenas piscando os olhos pra demonstrar que estava viva. Eu respiro fundo e me viro pra Kakashi, que me encarava tão profundamente que faziam borboletas surgirem no meu estômago, ele pisca os olhos e volta sua atenção pro computador.

Kakashi: O arquivo que eu te pedi ajuda. Talvez eu já tenha encontrado, ele é um com a foto verde-limao não é?

S/n: Cla-claro.

Ele acha que me engana igual fazem com as mocinhas dos filmes e livros. Tão clichê. Eu sabia que ele estava falando de alguém, que talvez poderia ser eu... ou Aika. Ou nenhuma das duas, mas todos os fatos apontavam que: Ele tinha um certo carinho por mim, confidência, e claramente gosta de passar seu tempo comigo; Ele sente algum desejo extremamente excitante sobre a Aika, ou só gosta de ve-la dançar e cantar.

Eu volto a me sentar ao seu lado, mas dessa vez ele estava mexendo no celular, então nem chegou a reparar em mim. Ele estava na galeria, já que observava uma foto e dava alguns zoons nela, e eu me cobro mentalmente por estar indo invadir a privacidade de uma pessoa, mas estico o pescoço para ver melhor e levo um choque. A foto era de dentro da boate, como ele conseguiu tira-la já que não permitimos fotos, eu não sei, mas a minha foto se via nítida no palco, e ele deu zoom no meu rosto e aumentou a qualidade da foto. Eu não entendi o que ele pretendia, quando eu vejo ele contornar toda a minha máscara com uma linha vermelha. De início eu não pensei em nada, mas quando um "retirando máscara" eu entrei em desespero. Meu coração batia forte como nunca, e eu me sentia aflita. Por isso não permitimos fotos, já que haviam aplicativos que poderiam revelar nossa identidade, como neste exato momento.

Eu precisava pensar rápido. O carregamento em 87% e só indo mais e mais rápido. Em um ato desesperado, eu olho para os dois copos de café e jogo em cima dele, acertando o telefone que cai no chão molhado com o líquido quente. Com certeza ele estava queimando, já que corre até o bebedouro e joga água gelada em cima de si mesmo. Eu me levanto indo até ele, tentando parecer o máximo possível que eu não fiz aquilo por querer. Ainda bem que meu irmão me ensinou a me fingir de vítima, então não seria difícil.

S/n: Kakashi! Por favor me perdoe! Eu ia colocar o copo no aquecedor e acabei derrubando, eu sou um desastre natural. Eu quebrei seu telefone né! Me desculpe... E-eu te ajudo!_ Achei que ele seria super grosso, com razão, mas acho que nem uma derrubada de café mas calças pode abalar esse homem.

Kakashi: N-não se preocupe S/n... Só está doendo um pouco, mas eu vou ficar bem. Esqueca o Telefone_ ele encara o aparelho com uma expressão triste._ Na verdade, se você pudesse me ajudar a subir até lá em cima pra eu não sujar ainda mais sua sala, eu agradeço.

S/n: Claro. Só vou chamar a faxineira, aí eu fico lá em cima pra não atrapalhar ela.

Kakashi: Ótima ideia e- AIII!

Eu seguro a risada e aperto o botão pra chamar uma das faxineiras, e logo depois, vou com Kakashi para o elevador segurando sua camisa que pingava café. Nós subimos e entramos no apartamento, correndo para o banheiro pra não sujar tudo. Eu entro com ele, quando percebo que minha roupa também estava suja, um preço a se pagar pela minha salvação.

Kakashi: Tô vendo que você não saiu ilesa. Você se queimou? Você tá bem?

S/n: Tô sim. Eu devo ter me sujado quando te ajudei.

Kakashi: Sinto muito por isso.

Ele tira seu terno e começa a desabotoar sua blusa de baixo. Foi tão rápido, que quando eu percebi ele já estava sem camisa na minha frente. Eu arregalo os olhos e sinto minha bochecha esquentar, então me viro pra ele ter mais privacidade.

Kakashi: Nunca viu algum homem sem camisa S/n?

S/n: Já vi homens com muito menos que isso senhor.

Kakashi: Então por que a vergonha?

S/n: Não gosto de olhar ninguém semi-nu sem sua permissão._ Que mentira, que mentira, que mentira.

Kakashi: Bom, não se acanhe. Pode ficar a vontade._ Eu o xingo de 15 maneiras diferentes no meu pensamento e me viro pra ele de novo, que estava de costas para mim.

S/n: Por que?

Kakashi: Você também se sujou não foi? Me virei pra você se trocar. Tem alguns roupões ali, acho que tem algo pro seu tamanho na segunda gaveta.

Eu fico impressionada com sua evolução, já que a algum tempo atrás ele mesmo derrubaria café em mim pra me comer com os olhos enquanto me troco. Eu tiro minhas roupas e as dobro na beirada da banheira, pegando o primeiro roupão de seda que vi na pilha. Depois de amarra-lo, eu limpo a garganta e Kakashi se vira, vindo em minha direção. Ele estava bem próximo agora, e eu podia sentir sua respiração no meu rosto. Kakashi se abaixa e nossas bocas ficam muito próximas e fecha os olhos, e eu aperto  meus olhos com força esperando. Algo que não veio. Eu abro os olhos, ele ainda estava próximo, mas fecha os olhos devagar e se abaixa pra pegar minhas roupas. Eu olho pra ele, e percebo a decepção em seu jeito. Ele queria me beijar, mas não o fez. Eu solto um ar que nem sabia que segurava e vou atrás de Kakashi, que jogava minhas roupas em algum tipo de máquina.

S/n: Ei! As minhas roupas!

Kakashi: Elas estão sujas e podem manchar. Relaxa, vão lavar rápido e centrifugar, depois eu as coloco na secadora e você já pode vestir.

S/n: E quanto tempo vai demorar?

Kakashi: Uma hora mais ou menos.

S/n: E o que eu faço até lá?

Kakashi: Pode fazer que quiser. Eu vou sentar ali caso precise de mim._ ele começa a andar em direção ao sofá que se encontrava perto da janela.

S/n: Kakashi!_ ele se vira para mim.

Kakashi: Sim?

S/n: Eu posso me sentar com você?

Ele ri e me estende a mão. Nos sentamos no confortável sofá, e quando menos percebemos, o papo estava fluindo entre nós.

[QUEBRA NO TEMPO]

S/n: Eu não consigo acreditar que a sua primeira vez foi em Las vegas. No seu aniversário de 18 anos! Achei que você já era um mulherengo antes disso Hahahahahahaha.

Kakashi: Você é muito mal comigo Hahahahaha. Mas sim, minha primeira vez foi exatamente assim. Mas... Se me permite perguntar. Como foi a sua primeira vez?

S/n: Eu imaginaria que você faria essa pergunta._ Eu respiro fundo pra lembrar daquele dia._ Eu tinha por volta dos 17 anos, quando eu comecei a namorar uma pessoa. Nós nunca comentamos do assunto, até que chegou em um momento que eu me sentia pronta para o próximo nível, e ele também. Nós fomos pra casa dele e lá mesmo rolou, e com certeza foi mágico. Ficamos juntos por um bom tempo e ficamos noivos, mas infelizmente houve... impasses do destino.

Kakashi: Traição?

S/n: Acho que pode se considerar.

Kakashi: Ele... É aquele cara com quem você estava almoçando no sábado não era?

S/n: Como você sabe?

Kakashi: Você parecia feliz com ele, tinha um brilho no olhar especial. Algo que não se adquiri de uma hora pra outra, mas algo cultivado com os anos. Como eu sei disso? Bom, era exatamente o mesmo olhar que minha mãe dava pro meu pai...

S/n: Kakashi eu... Posso ver como ela era?

Ele me olha, tristeza, alegria e alívio se viam misturados em sua forma de me encarar. Ele levanta e vai até perto da cama, voltando com uma moldura que ele me entrega. Sua mae tinha cabelos castanhos, olhos escuros, um filhote de cachorro no colo, e uma pinta no queixo do lado direito, que só a deixou mais linda. Kakashi me conta a história de quando ele achou esse filhotinho na rua, e depois de muito insistir, meu pai concordou em ficarmos com ele. Quando perguntei onde estava o cachorrinho, ele disse que Pakkun estava no outro apartamento com a babá. Babá pra cachorro, que fofo.

Kakashi: Sabe, um dia quem sabe, eu te leve até lá.

S/n: Você anda prometendo a me levar em muitos lugares senhor Hatake.

Kakashi: E um dia ainda vou te levar a todos eles... Só preciso desfazer alguns nós na minha cabeça.

S/n: Como assim?

Kakashi: Nada que você tenha que se preocupar agora coraçãozinho. Obrigada por ficar comigo hoje, você me aconselha como ninguém. Você me faz extremamente bem, e eu amo isso. Obrigada por tudo!

Eu assenti com a cabeça e ele abre os braços, me chamando pra um abraço. Seu abraço era quente e confortável. Ele me segurava com cuidado, como se tivesse medo de me quebrar, mas também era firme, como se tivesse medo de que se abrisse qualquer brecha, eu fugiria de seus braços. Algo que com certeza eu não faria.

Eu não sabia quais eram os "nós" que Kakashi queria desfazer, mas com certeza eu precisava desembaraçar os meus próprios.

Quais?

Bom... meu coração se via dividido, e essa divisão era um embaralho de sentimentos. Mesmo aqui nos braços de Kakashi, eu me lembro de como Obito me abraçava e me fazia me sentir nas nuvens. Obito e Kakashi, dois homens num único coração.

O que eu vou fazer daqui pra frente? Estou tratando os dois como segunda opção porque não faço ideia do que quero com nenhum. E ainda tem o meu maldito emprego que ainda vai me tirar uns 4 anos de relacionamentos felizes, sendo que eu nem sei se quero me relacionar ou só estou sendo confundida pela minha cabeça. Com certeza tenho vários "nós" que eu mesma criei pra desfazer, e não ia ser fácil.

Kakashi fazia carinho na minha cabeça, e ali naquele cafuné gostoso eu percebia que o dia de amanhã poderia ser melhor...

Ou talvez não.