História O Por do Sol de cada Dia! - Conversando

O dia seguinte foi um saco, Gusta logo ficou sabendo e começou a mandar várias mensagens de explicação sobre o caso que por sinal não foram respondidas.

Nill não as respondeu, apesar de querer brigar ele achava que se ignora-se ele estaria ganhando, de noite no colégio ele acabou respondendo as mensagens desesperado de ex melhor amigo, elas estavam reagrupadas uma em baixo das outras em horários distintos, porém uma entre elas o irritou tanto que ele teve que rebater. Nela dizia que ele entendia o motivo de Nicolas não querer conversa, mas no final ele pediu para Nill ser adulto.

"Cresça Nill"

Como dito ele foi infantil mais uma vez e resmungo em palavras digitalizadas:  "Adulto? Eu que tenho que ser adulto? Ah... Vai se ferrar e para de me mandar mensagem". Como Gusta não era como Nill, ele conseguia ligar com a criancice dele e lhe respondeu aquilo com uma breve paciência de que não era isso que ele pretendia fazer, mas aconteceu e Nill foi infantil de novo e o desprezou novamente, era perceptível que não sabia lidar com os próprios sentimentos conturbados, nem com amor ele era capaz, imagina com isso, ele amava demais até que esses tais sentimentos o sufocasse, orgulhoso demais para responder Gustavo, magoado demais por estar longe de casa, no entanto achava melhor encarar esse acaso de longe do que de perto pois suspeitava que não conseguiria que da maneira que estava seria difícil olhar para os dois de agora em diante.

De tal maneira que ele mordia os lábios pensando no novo casal em sua mente, a situação de ganho se virou contra ele quando seu telefone tocou no bolso da calça, ficou nervoso com tamanha ousadia, ligando no Whatsapp, e pensou "Filho da Puta, nem se dá o trabalho de gastar seus bônus?". Era assim então, lhe atendeu em um canto do Colégio próximo do portão e desatou a falar com sarcasmo para quem um dia ele confiou e que nem teve a mínima decência de olhá-lo cara a cara e dizer o que sentia na real.

Custava?

Gusta tinha a voz firme e calma para alguém que estava em uma situação tão difícil e dizia para Nill ter paciência o que em vez de acalmar só deixava ele mais nervoso. Disse á Nill que não pretendia gostar dela, porém aconteceu e o coração era algo que não se podia controlar e pela razão que Nicolas entendia isso só o deixou mais chateado. Respondeu um breve "Ok" totalmente frustrado, mas decidiu por si mesmo desfazer essa amizade, manter contato sobre pressão á de um coração partido era o mesmo que encarar a realidade todos os dias, preferia se desligar delas, resmungou quando desligou porque Gustavo falou que era bobagem, mas se Nill queria, o que ele podia fazer? Talvez nada por enquanto.

Esfregou o cabelo com nervosismo, bufou aborrecido e foi ao banheiro masculino que ficava na lacuna entre duas carreiras de pia escolares de seis bocais cada, adentrou e lavou as mãos, o espaço era pequeno, os das mulheres deveria ser bem maior, uma injustiça. Escutou o acionar de uma descarga, sugou o ar entre os dentes, desejando que estivesse sozinho porém era meio difícil já que estava em uma escola com mais de quatrocentos alunos no período da noite.

Poxa, ele havia perdido dois amigos de uma só vez!

Se os perdeu é porquê nunca os teve.

Achou razoável que pudesse e devesse tentar recomeçar do zero e arranjar novos amigos, se apaixonar de novo com certeza, o mais rápido possível.

Agilidade era o que Nill precisava.

Observou seu reflexo no espelho, até que ele era "jeitosinho" como dizia sua mãe, bagunçou o cabelo e viu alguém além de seu perfil espelhado, aquele garoto novamente, o karma estava agindo ao favor dele, não que Nill tivesse necessariamente algo contra Bryan mas o jeito dele de ser e de falar eram incómodos.

Suspirou quando Bryan fechou a porta, olhou os próprios sapatos e reparou em Nill e insinuou com aquelas palavras petulante de uma boca atrevida.

— Nossa... Você tá horrível. — Ele riu, colocou as mãos nos bolsos da calça jeans e apoiou o corpo na divisória das cabines.

— Engraçado eu tô acostumado a vê coisa feia na frente do espelho. Mas atrás de mim? Nunca. — Nill soou irônico usando a sua boca malcriada para flertar com aquele homem ousado, secou as mãos na blusa.

Bryan deu um sorrisinho exagerado, tocou o piso verde musgo com o bico do sapato e olhou para Nill com um sorriso viajado.

— Eu só estou dizendo! — Murmurou , passou por Nill, pensou em algo e então parou e o chamou com um "Ei".

— Quê? — Revirou os olhos impaciente.

O que ele estava querendo de novo?

— Sabe... — Bryan pensou se deveria falar ou não, optou por dizer. — Ultimamente eu ando comendo muita goiabada, no café da manhã, no almoço e antes de vir para escola. Meu pai comprou muitas, ele faz esse tipo de coisa quando bebe.

Nill olhou para Bryan com uma certa curiosidade e estranheza, qual seria a razão de ele estar contando isso a um estranho, no entanto não o interrompeu, somente continuou o escutando.

— Afinal alguém tem que comer tudo aquilo. Eu acabei pegando gosto, porém eu já tô enjoado.

— Te deu dor de barriga por isso você tava no banheiro? — Nill o provocou e quase se atreveu rir.

— Mas é claro... — Bryan fez que sim porém negou afrontando. — Quê não, o que te interessa o que eu estava fazendo lá dentro?

— E o que eu tenho haver com isso? —Nill o questionou sobre a pergunta Inicial.

— Eu só queria saber! — Bryan suspirou. — Vai dar diabete em mim ou tá de boa?

— Olha eu não sei. — Nill pensou, seu pai era médico do coração. — Comer coisas doces demais nunca é bom, eu não costumo á comer isso.

Bryan fez um bico infantil de quem não sabia de nada também, olhou para Nill com compreensão de quem agradescia por ter sido escutado, e foi em direção á porta novamente, Nill suspirou mais uma vez pensando em como seria o pai de Bryan e se ele era capaz de ficar bêbado á ponto de fazer uma loucura e comprar muitas latas de goiabada ou aquele garoto só estava tirando uma da cara do menino novo.

"Que triste!" Sussurrou, no entanto Bryan voltou e apontou o dedo indicador e o fez voltas no próprio rosto e disse "Arruma isso que tá feio" e por fim realmente foi embora. Nill olhou para o cabelo desgrenhado que ele mesmo bagunçou e o ajeitou com um leve riso, esse menino era uma piada ambulante, pensou que deveria fazer algo pra consumir o tempo, alguma atividade, havia uma academia de artes marciais que ele viu em frente a praia, passaria por lá em busca de extravasar todo esse sentimento de culpa através de um esporte.