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História O preço do poder - Cheater


Escrita por: teamvauseman

Capítulo 20 - Cheater


Naquela tarde, Piper me pediu para levá-la até em casa no começo da tarde, ela precisava ir até a empresa, mas tinha que tomar um banho antes devido ao nosso momento juntas. Eu concordei, embora continuasse preocupada caso Larry resolvesse aparecer em casa, mas tentei não pensar muito nisso pois pensar nele me fazia sentir nojo, tudo que eu podia pensar no momento era em trabalhar para poder o mais rápido possível tirar Piper de lá e  viver com ela de uma vez por todas.

Após o almoço, fui para meu carro esperar por ela. Me perdi em pensamentos ao lembrar dos policiais e o que eu faria caso eles resolvessem de fato voltar lá com um mandato. O problema do cheiro já havia sido resolvido, e eu estava rezando para que ninguém fosse inconveniente o bastante para nos denunciar novamente, ou então eu e Max teríamos que bolar um plano desde já. 

Piper cruzou a porta de entrada da ONG, caminhando até o carro com um sorriso direcionado a mim, e então todos os meus problemas sumiram rapidamente.

-Oi. -Ela falou, sentando ao meu lado. 

Ela me beijou, mas como ainda estávamos em público tivemos que nos afastar rapidamente quando um grupo de pessoas se aproximou do carro. Era incrível como meu corpo chamava por Piper, nós poderíamos ficar horas e horas juntas que nunca seria o suficiente. 

Me apressei em chegar a casa dela, parando apenas em um sinal vermelho algumas ruas de distância da ONG. Então, o celular dela tocou.

-Larry. -Ela disse, me lançando um olhar preocupado. 

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, sem dizer nada. Eu não conseguia ouvir o que ele dizia, mas parecia alterado. Eu simplesmente encostei e desliguei o carro, não podia arriscar chegar na casa dela sem saber o que tinha acontecido.

-Pode ir, não foi nada demais. -Ela disse despreocupadamente, após guardar o celular no bolso.

-Nada demais? Não parecia. -Falei, rindo e ligando o carro novamente.

-É que parece que houve algum roubo na empresa ou algo assim. -Ela disse, gesticulando. -Estão dando falta de algumas substâncias e vão começar a interrogar quem trabalha lá.

-Entendi. -Falei, mantendo meus olhos na estrada e tentando disfarçar o nervosismo súbito.

O caminho pareceu se arrastar desde então. Piper tentava conversar comigo mas eu ainda pensava no que ela havia acabado de dizer. Ótimo, então quer dizer que estavam dando falta da metilamina? O que iríamos fazer? Desde a minha última visita a empresa Franklin roubou mais alguns galões, mas nada tão grande quanto da primeira vez. Suspirei, tentando pensar em algo, então tive uma ideia bem arriscada e que poderia ir por água abaixo caso um mínimo detalhe não acontecesse como o planejado.

Era minha única chance no momento, então, como sempre, preferi arriscar.

-Posso entrar? -Perguntei, enquanto estacionava em frente a casa de Pipes.

-Tem certeza? -Ela disse, parecendo pensativa. 

-Claro, só quero passar mais tempo com você. -Sorri, beijando seu rosto levemente. -Posso te dar uma carona até a empresa depois.

Piper por fim cedeu, então entramos na sua casa. Subi até o quarto com ela, evitando olhar para os detalhes de Larry ali.

-Vou tomar um banho rápido e já volto. -Ela disse, me beijando forte nos lábios, então foi até o banheiro. 

Respirei fundo, precisava agir rápido. Olhei em volta, abri umas gavetas da mesinha do lado da cama e não encontrei nada, então deduzi que os arquivos da empresa deveriam estar no escritório de Larry. Andei sem fazer barulho pelo corredor do segundo andar, abrindo todas as portas para verificar.

-Porra, por quê uma casa tão grande? -Sussurrei para mim mesma, irritada com a situação.

Abri a última porta do corredor e cheguei ao meu objetivo. O escritório era grande, tinha várias estantes repletas de livros e uma mesa gigantesca com várias folhas jogadas por cima de forma desorganizada. Eu entrei, fechando a porta atrás de mim, começando a procurar pela mesa.

Era tudo da empresa, mas não consegui achar o que queria. Sentei na poltrona de frente para um computador que parecia estar em modo de espera. Ele acendeu quando eu toquei na tela e vibrei silenciosamente, mas a alegria passou quando vi uma foto de Larry e Piper juntos numa praia no plano de fundo da área de trabalho.

-Argh. -Me apressei em mudar aquela visão, entrando no site da empresa que por sorte já estava logado no computador.

Sim! Era isso. Estava tudo ali, ao alcance das minhas mãos. Eu consegui ver todas as trocas efetuadas e para onde ia todo o dinheiro que eles ganhavam. Tive acesso também aos prejuízos mensais, e metilamina estava lá, em queda. Parece que alguns compradores avaliaram a pureza e constataram que havia uma porcentagem maior que a necessária de água misturada. Era através daquela página que Larry e os outros diretores estavam descobrindo meu plano. Procurei o painel de controle e achei todas as senhas de acesso do sistema da empresa, com certeza isso ia ser útil para Franklin mudar alguns dados de lá. Eu poderia fazer aquilo ali mesmo, mas só era possível modificar algo do site em algum computador autenticado da empresa. 

Enviei tudo para ele do meu celular, conferindo várias vezes para não errar. Então eu ouvi alguns passos no corredor.

-Alex? -Piper chamou, e eu pude ouvi-la descendo as escadas.

Fechei tudo rapidamente e pulei da cadeira, guardando o celular no meu bolso. Coloquei tudo no lugar que estava, inclusive os papéis. Abri a porta de forma silenciosa, agradecendo mentalmente por ela não ter rangido.

-Pipes? -Chamei, saindo de um banheiro do corredor. 

-Onde você estava? -Ela perguntou, me olhando do andar de baixo.

-O que você acha? -Perguntei rindo, apontando para a porta do banheiro atrás de mim.

Ela assentiu, então sorriu.

-Vai me levar até a empresa? 

-Claro. -Eu respondi, descendo as escadas e colocando meu braço em volta da sua cintura. -Eu adoro aquele lugar.

 

 

Deixei Piper lá e em seguida liguei para Franklin, ansiosa para contar tudo o que havia conseguido.

-Eu sou seu fã. -Ele disse, assim que atendeu. 

-Eu sei. -Falei, rindo. -Quero que você mude tudo o mais rápido possível, ok? Não quero que isso nos atrase.

-Pode deixar, vou fazer isso hoje mesmo quando meu turno começar. É fácil distrair o guarda que cuida das câmeras, vou causar algum problema por lá e então entro no computador da sala dele. 

-Perfeito. Sabia que você não ia me decepcionar. Amanhã me liga assim que sair de lá. -Eu disse, desligando logo em seguida. Franklin com certeza era um profissional, e isso não tinha como negar. 

Com Larry em Phoenix novamente, eu não podia passar meu tempo livre com Piper e de certa forma isso me decepcionava. Dirigi até a ONG sem pressa, não tinha muito o que fazer ali já que Max tinha saído para fazer algumas entregas.

Conversei com algumas pessoas que estavam na recepção, eles eram todos tão simpáticos comigo que me faziam querer nunca mais sair do meu escritório. E era para lá que eu ia, quando uma figura conhecida entrou na minha frente. 

-Alex. -Megan disse, jogando o cabelo todo para um lado. 

-Olá. O que está fazendo aqui? Pensei que Piper tinha trocado a recepcionista.

-Eu sei que vocês estão juntas. -Ela disse, ignorando tudo o que eu falei antes, com os olhos queimando de raiva.

-Que? -Me limitei a dizer. Sabia do que ela estava falando, mas queria entrar no seu jogo.

-Não se faça se idiota, Alex. Só os mais cegos daqui não vêem que vocês estão tendo um caso. Qual é, vocês sumiram por três dias e voltaram juntas, e agora ela passa horas dentro do seu escritório com você. -Megan gritou, atraindo a atenção de algumas pessoas ao nosso redor. Eu mantive minha expressão o mais impassível que consegui, não queria parecer suspeita.

-Megan, não deixe uma paixãozinha por mim acabar com a sua vida da mesma forma que acabou com o seu emprego. -Falei, passando por ela sem esperar uma resposta.

Entrei no meu escritório, me jogando no sofá. Eu lembrei dos momentos que tive ali com Piper mais cedo e meu coração se apertou com a falta que ela fazia.

"I miss you" 

Mandei para ela algumas mensagens que não foram respondidas. Era difícil ter que dividi-la com alguém, mesmo sabendo que aquilo tudo era por minha causa.

-No final, vai valer a pena. -Eu disse para mim mesma. 

Pelo menos era disso que eu estava tentando me convencer.



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