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História O preto é poético. - Coisas precisam ser ditas.


Escrita por: ErrorDufe

Notas do Autor


t r e t a s

Capítulo 14 - Coisas precisam ser ditas.


Eu não sabia se ficava feliz ou bravo, ou então meio triste. Não sei. Feliz por saber que ele saiu de perto daqueles dois esquisitos, bravo pelo tapão que ele me deu ou então triste porque eu sei que vou ser julgado. Talvez tudo junto. 

— Bonito né? Eu sei que eu sou, obrigado. - respondo. 

— Engraçadinho você em, mas eu tô falando é dessa sua atitude de criança mesmo. - ele diz parecendo bravo. 

— Você não deveria estar de bom humor por causa da chuva? - corto o assunto.

— É eu deveria, mas como você pode ver eu não tô. - responde. — Por que será? 

— Você não parecia chateado quando tava andando com seus amiguinhos mais cedo, que estranho não é mesmo? - olho pra ele.

— Não são meus "amiguinhos", eu odeio aqueles dois, se eu pudesse passava longe. - Lee responde. 

— Você também me odeia e olha as coisas que a gente faz. - digo. — Eai? 

— Como assim? - ele pergunta confuso. — O que você quer dizer com isso? Tá achando que eu vou passar o rodo na faculdade inteira, é isso? 

— Não foi isso que eu disse, MAS, se você quiser fazer isso você vai fazer. - respondo. — Olha o tanto de gente te querendo. 

— E eu com isso? Tô nem aí pra ninguém não, eles que se fodam. - ele diz.

— Sei, sei.. Mesmo assim, não gosto de você andando com aqueles dois, o JP e o Enzo. - decido falar a verdade. 

— Nem eu gosto de andar com eles, eu já disse. - ele se senta bravo no banco. — Você tem que parar de me encher o saco com isso. 

— Não quero que você fique com aquele viado lá, esse tal de Enzo. - acendo outro cigarro. — O JP nem me importa na verdade. 

— O que? - ele me olha. — Eu não gosto desse menino não, mas escuta aqui, e se eu quisesse ficar com ele, qual o problema? 

— Não deveria ter problema.. esse é o problema. - respondo. — Eu não deveria me preocupar com quem você beija ou não, mas fazer o que. 

— Então tá se preocupando por que? É só não se preocupar. - ele diz e tenta apagar meu cigarro. 

— Sai sai sai. - protejo o cigarro. — Não sei porque eu me preocupo com você, esse é outro problema. 

— Apaga essa merda caralho! - ele cruza os braços bravo. — Escuta, eu não vou ficar com esse tal de Enzo, eu não tenho interesse nele, eu odeio ele, entendeu agora? 

— Mas eu me lembro muito bem de você falar exatamente isso sobre mim. - olho ele. — Mesmo depois de eu te beijar, você continuo falando isso. 

— Tá mas o que tem a ver? Você é uma pessoa e o menino lá é outra pessoa porra. - ele argumenta. 

— Ahan, mas se você fala pra mim todo dia que me odeia e que quer me matar mas já me beijou mais de uma vez, que garantia você me dá de que quando você tá falando que odeia esse Enzo, você não quer ficar com ele também? Resolva. - digo e solto a fumaça do cigarro no rumo dele. 

Lee ficou vários segundos apenas tentando entender o que eu disse, para depois ficar pensando em como me responder. Ele parecia surpreso com a pergunta mas isso o deixou mais bravo do que ele já estava. 

— Escuta aqui, você conseguiu me deixar irritado num dia chuvoso desse. Parabéns, só digo isso. - ele responde. 

— Que bom, adoro te deixar irritado. - fico o olhando. — Não vai responder não? Vai deixar por isso mesmo? Vai fazer eu ir atrás desse menino e matar ele? 

— Como você é chato cara, ninguém merece. - ele começa a juntar água da chuva na mão. 

— Então não responde, beleza, mas quando precisar de ajuda nos seus trabalhos vai pedir seu amiguinho tá bom "Lulu"? - implico. 

— Cala a boca cara, eu já te disse que aquele menino não é meu amiguinho e muito menos um pretendente. - ele observa a chuva. — Que chatice. 

— Eu não acredito. Não conseguiu me convencer de que você não tenha interesse naquele viado. - continuo implicando.

— Problema seu então. Não vou perder meu tempo. - ele senta mais perto de mim para sair da chuva. — Mas que fique bem claro que eu não quero nada com ele, nem de menino eu gosto.

— Ata, não deve gostar não. - deixo ele se aconchegar. — Imagina. 

— Você não entendeu, não é isso. - ele responde irritado. — Eu não gosto de menino, eu gosto de homem. 

— OI? - eu levo um breve susto e fico o olhando surpreso. — O que foi que eu ouvi?

— Se escutou bom, se não escutou problema seu. Não vou repetir. - ele pega o cigarro da minha mão. 

— Tá bom Luccas, agora eu acredito em você. - sorrio e passo meu braço por trás dele me aproveitando. — Ou isso é uma das suas mentiras? 

— Não, eu não brinco com coisa séria. - ele dá um soco de leve no meu peito. — Tira o braço de trás de mim caralho.

— Não se faz de inocente, você que veio chegando pra perto de mim com esse jeito de quem quer alguma coisa. - implico. 

— Eu não.. - ele joga a água da chuva que estava juntando na mão no meu rosto. 

— FILHO DA P.. - seguro o palavrão. — Ah porra, vai se fuder, olha o que você fez! Pra que isso? Me diz, pra que?? 

— Trouxa. - ele fica rindo da minha cara aparentemente feliz com a situação. — Bem feito.

— Como assim "bem feito"?? Você que fez isso, foi de propósito! - digo e fico olhando ele rir. 

— Eu nada, você que é burro. - ele continua rindo malignamente. 

— Não vai parar de rir não seu projeto de gente? - sorrio e fico olhando ele rir. — Idiotinha. 

— Você é muito trouxa, burro, muito burro. - ele diz e coloca o cigarro que tinha pegado na boca. — Isso parece ser coisa de gente má, como eu sou mau eu quero saber usar. 

— Nunca vou te entender, você muda muito rápido. - respondo. — Tudo bem, vou te levar pro mau caminho comigo. 

— É o único lugar pro qual você consegue levar alguém mesmo. - ele implica. 

— Errado, eu também consigo levar as pessoas pra minha cama. - digo dando uma piscada pra ele. 

— Que.. Você tá dando em cima de mim cara? Porque se for isso, eu vou fingir que não vi nada. - ele responde. 

— Eu sei, você sempre se finge de cego. Mas eu tô jogando seu joguinho, então faz do seu jeito. - sorrio. 

— Você não tá jogando nada, tá é atrapalhando meu jogo Raffael. - ele me dá outro soco daqueles no peito. — ENFIM, vai me ajudar a acender isso aqui ou não?

— Claro, claro, não fica nervoso, calma. - digo irritando ele e o ajudo.

— Eu tô calmo caralho, quem tem que se acalmar aqui é você. - me responde.

— Não tá dando certo não, o vento não vai deixar o cigarro acender. - olho ele. — Perdeu. 

— Afs, culpa sua que fica enrolando só pra me passar aquelas cantadinhas ridículas. - ele arruma o cabelo.

— Iiih, nem adianta tentar arrumar essa coisa bagunçada que você chama de juba. - passo a mão no cabelo dele bagunçando. 

— Não não não não, porra! Não cara! Faz isso não! Afs. - ele me olha querendo me matar. 

— Não me mate, foi só vingança. - sorrio e dou um selinho demorado nele. — Tem alguma coisa marcada pra fazer agora? Ou tá livre? 

— Ahan..tenho, tenho. - ele fica confuso. — Não, não, agora não, na verdade tenho de noite, tipo umas oito horas, mas agora não. 

— Interessante, vai fazer o que oito horas? Espero que não seja um encontro com algum contatinho. - digo. 

— Não não..eu..não tenho essas coisas de contatinho não. - ele diz ainda confuso. — Eu vou sair com a minha irmã pra ir comer sanduíche. 

— Porra, isso que é vida em. - sorrio e dou um soco bem de leve no peito dele. — Por que você tem essa mania? 

— Sei lá cara, não faz pergunta difícil. - ele responde e passa a mão no cabelo arrumando.

— Por que não vai arrumar o cabelo na frente de um espelho? Não seria mais fácil? - digo o olhando. 

— Verdade, até que você sabe usar o cérebro pra alguma coisa em. - ele levanta e coloca a mochila nas costas. — Me devolve.

— Hun? Me devolve o que? - pergunto. — O que eu te roubei cara? - me levanto também. 

— Minha jaqueta. - ele diz. — Me devolve que eu tô com frio. 








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