História O primeiro olhar - Capitulo 13

Eu estou deitada no sofá, desde quando cheguei junto com o David do jogo. Ele teve uma reação que eu não imaginava, e pela primeira vez eu vi o David sem dar uma risada por pelo menos trinta minutos, e foi meio chocante para mim, não sei se aconteceu alguma coisa além do resultado do jogo para ele reagir assim, mas também acho que não tenho o direito de querer saber, pensei em ir la no quarto dele, o lugar onde ele esta trancado desde quando ele chegou, mais é um pouco estranho, e resolvi que seria melhor não ir.

Estou no meu quarto agora, tomei um banho e vesti um moletom, meias, coloquei meus óculos, que não tinha usado durante o dia e meus olhos estavam ardendo, meus óculos são daqueles mais grandinhos por que eu gosto assim, e varias pessoas já falaram para mim usar lentes, inclusive meu ex, que era ignorante o suficiente para me chamar de feia de óculos, o que me fez sentir um pouco insegura de óculos, então uso mais com um pouco de receio, o que eu acho que é bobeira da minha parte mais pensar nisso me fez ver o quanto eu ando carente de elogios, e me fez lembrar de David quando me elogiou e aquilo que eu senti dentro de mim que eu acho que nunca tinha sentido.

Com isso eu pensei que ele poderia não estar se sentindo bem lá, e resolvi fazer uma visita a ele, fui caminhando com as mãos do bolso do casaco, me senti um pouco nervosa antes de bater na porta, mas reuni a pouca coragem que eu tenho e dei três batidas fracas na porta, e nada. Ele já deva ta dormindo voltar para o meu quarto, quando dei as costas senti a porta destrancando e um David só de short e com um rosto um pouco inchado e os olhos vermelhos apareceu abriu a porta e virou para dentro e saiu andando em direção a cama, eu não sabia o que fazer, me detive um pouco mas depois segui o David que se sentou na cama encostado na guarda e ficou olhando para o  vazio.

Meu Deus o que esta acontecendo com ele? Eu tenho que fazer alguma coisa, fui andando para o outro lado da cama, que era grande o suficiente para dormir umas três pessoas e ainda sobrava espaço, me ajoelhei e sentei encostada na guarda da cama como ele, e fiquei olhando para o espaço como ele, aquela sena era um pouco engraçada mais me obriguei a não rir.

- esta tudo bem com você?- perguntei baixo.

- acho que sim- respondeu ele naturalmente.

- aconteceu alguma coisa além do jogo?

- não.

- se você continuar respondendo em respostas curtas vai chegar uma hora que eu não vou ter mais perguntas interessantes para te fazer, e vou ter que ir para o meu quarto me sentindo fracassada..- falei rindo um pouco.

- não vai, fica aqui um pouco, será que eu posso deitar no seu colo?- me surpreendi com essa pergunta, mas o que eu poderia responder além de sim?

- claro!- ele se ajeitou e colocou a cabeça sobre o meu colo, e eu não tinha o que fazer agora, olhei para ele daquele tamanho e que ainda conseguia parecer com uma criança sensível, e comecei passando a mão pelos cachos dele, fazendo cafune, e me lembrei que minha mãe reclamava que eu não conseguia fazer cafuné direito.- sabe, - comecei puxando assunto- minha mãe sempre reclamou que eu não sei fazer cafune direito, então se ao invés de carinho parecer que eu estou furando seu cérebro você pode avisar que eu paro.- fiquei feliz quando ouvi o David rindo alto e ri junto.

- o carinho esta ótimo!- falou ele.- você sempre tenta fazer o outro rir quando esta triste?

- desde que eu goste dessa pessoa, eu faço o possível..

- então isso quer dizer que você gosta de mim?- hesitei um pouco com essa pergunta e acho que eu tenho que ser sincera.

- é eu gosto um pouco de você! Por incrível que pareça você me faz bem, e quando eu te vi mal assim, foi como se eu estivesse mal também.

- você sabe que isso não é só gostar não sabe?- perguntou ele me surpreendendo de novo. Eu respirei fundo e respondi:

- pior que eu sei!- respondi um pouco absorta em pensamentos. Ele sorriu e virou de barriga para cima, podendo olhar para mim e perguntou:

- no que você esta pensando?

- no quão perigoso isso que eu estou sentindo pode ser..

- nossa!

- David, eu já quebrei minha cara, uma vez e não posso fazer isso de novo!- senti lagrimas descendo do meu rosto- eu gosto bastante de você, só que é como se eu não pudesse fazer isso..

Ele se levantou apoiando um braço na cama depois das minhas pernas, e  ficando de frente para o meu rosto, e pela primeira vez, eu me permiti olhar dentro dos olhos dele sem receio. Ele se aproximou mais e mais, e eu não tinha mas o que fazer a essa altura, ele já estava roçando o polegar nos meus lábios, e  depois a boca dele estava grudada na minha, no começo um pouco lento e suave, mais depois começou se intensificando, e a mão dele agora estava na minha cintura e a minha fazendo carinho no pescoço dele, ate que ele começou diminuindo  ate que nossos lábios que só estavam roçando um no outro, se distanciaram e ele sorriu para mim, e voltou a deitar no meu colo, eu estava tão eufórica que aquilo foi simplesmente um castigo para mim, que estava toda pegando fogo e cheia de adrenalina depois de toda essa demonstração de  masculinidade. Voltei a fazer carinho nele, e encostei minha cabeça na parede e por incrível que pareça, estava me sentindo tão bem, ali, parecia minha casa, meu lugar e eu sabia que estava agindo certo!