História O Príncipe do Rei - Aquele que traz Paz e Alegria...

    Pela noite, a cerimônia se iniciou assim que a lua começou a brilhar. Tudo estava simples porém bem arrumado e iluminado, deixando o ambiente confortável e aconchegante. Todos estavam com vestes em tons dourados, amarelos ou vermelhos, já o Rei usava uma roupa com tons mais claros como o branco, e vermelho, com alguns detalhes dourados e pretos.

Como haviam posições hierárquicas, Jisung não podia se sentar ao lado de JeongIn, que acabou ficando num dos últimos espaços ao final da mesa. Mesmo assim não se importou pois era privilegiado. Uma cerimônia real onde somente os nobres da realeza e funcionários do Palácio Real estavam presentes, não era para qualquer um. No entanto sentia os olhares de todos sobre si em algum momento mas ninguém questionava pois se estava ali era por ter sido permitido.

Ao final, JeongIn ficou meio perdido no que fazer pois nunca havia tido um momento de "realeza" e era estranho para si ter alguém tirando o prato de sua mesa ou algo assim, porém Jisung apareceu e o confortou, saindo juntos para andar enquanto os outros iam para suas casas.

— E então, gostou?

— Foi muito bom, obrigado Jisungie, me senti um pouco estranho por estar acostumado a fazer tudo, mas foi bem interessante essa experiência.

— Que bom, meu docinho.

— Pode me dizer onde posso lavar meu rosto? Desculpe mas preciso retirar a maquiagem, meu pai me mataria se me visse com ela.

— Uma pena, mas entendo o que quer dizer, bem... tem uma fonte de água por aqui, vem comigo.

...

Com o rosto já limpo, JeongIn foi até o portão de saída do Palácio Real porém as ruas escuras e silenciosas o causaram um certo receio de ir sozinho.

— Vou pedir que alguns guardas o acompanhem.

— Não por favor, eu consigo ir sozinho, só preciso de uma lanterna.

— Está louco? Se te acontece algo ruim, me sentiria culpado pelo resto da minha vida!

— Ele não irá sozinho.

A voz e o ato de se curvar dos outros guardas do portão ali presentes fez JeongIn se assustar um pouco e quase congelar.

— Primo? Achei que estivesse dormindo, JeongIn queria ir sozinho para casa. Veja se não é um tonto, sem juízo?

— Entendo os motivos mas sou obrigado a discordar de sua decisão, JeongIn. Eu o levarei.

Naquele instante o corpo do Yang fez o mesmo que a expressão espantada de Jisung. Simplesmente congelaram de surpresa, mas logo o Han mudou para uma cara divertida e assentiu.

— Pronto, agora não tenho mais o que me preocupar. Estará mais do que seguro. Agora vai pois já está tarde e amanhã não precisa vir cedo, sei que precisa descansar.

— N-não é como se eu pudesse acordar tarde.

Riu fraco e se curvou levemente diante de Jisung, logo vendo o Rei subir em seu cavalo e esperar que fizesse o mesmo com o outro que trouxe. Porém ele era mais alto que o que possuía e por não estar acostumado, quase caiu, sendo segurado por Jisung e a mão do Rei Hwang.

— Esqueci de te contar sobre essa parte do cavalo... — disse para Jisung e os dois riram, deixando o Hwang com um risinho nos lábios.

— Venha, apoie o pé no meu que te puxo.

— No seu? Digo, no do senhor?

— Sim.

O Rei segurou mais firme na mão do jovem e quando puxou, o Yang veio certinho para a frente dele, se arrepiando por completo e ao mesmo tempo tenso por estar tão próximo do Rei, para não dizer colado.

— Pronto, agora vai primo, ou vai ficar tarde para você voltar também.

— Certo, e você? Vá para a cama, nada de dormir tarde hoje, entendido?

— Sim Vossa Majestade! Até mais príncipe JeongIn!

— Até, Lorde Han!

Brincou e com um leve movimento, o Rei fez o cavalo andar, fazendo o Yang se segurar na sela e Jisung rir fraco.

...

Silêncio era a base daquele passeio e o rapaz não sabia se seria melhor quebrar o silêncio ou continuar quieto, porém a voz suave do Rei o fez arrepiar mais do que prestar atenção no que disse, mesmo conseguindo entender.

— Gostou do jantar?

— Ah... sim, gostei bastante, nunca imaginei que havia comemorações como aquela no Palácio Real, por sinal, agradeço mais uma vez o convite, foi um dos melhores dias da minha vida.

— Por nada, você e meu primo são muito próximos e vejo o bem que faz a ele.

— Acredite Majestade, ele é quem me faz bem e me sinto feliz de ter o conhecido.

— Ele fala bastante de você.

— Que? Aí céus... ele fala o que, por exemplo?

— Que você pinta, dança, canta, gosta de música, faz ótimos penteados, gosta de fazer tarefas de casa... e ainda é um ótimo massagista.

— Ele disse isso? Isso tudo? Jura? Para Vossa Majestade?

JeongIn se encontrava tão vermelho quanto suas vestes e não conseguia nem encarar o Rei, primeiro por não poder, segundo por pura vergonha.

— Eu vou me jogar no rio! — disse em um agudo quase inaudível, fazendo o Rei rir, tentando se conter.

— O que disse mesmo?

— Ah... nada, nada demais.

— Peço perdão, porém não pude conter por muito tempo. Não se sinta envergonhado.

Tarde demais, o Yang já estava mais vermelho que um morango maduro, acabando por se render ao riso, relaxando um pouco.

— Pelo menos consegui divertir Vossa Alteza com minha vergonha. Oh! Agora que percebi, como pôde sair sem algum guarda?

— Dei a ordem de sair sozinho hoje, mesmo estando tarde e também não queria chamar tanta atenção ou trazer comentários a você.

— Vossa Majestade não precisa se preocupar comigo assim.

— Me preocupo com cada ser que habita esse reino, não só pela função de Rei, mas por saber que cada ser vivo é importante para a existência desse reino, até aqueles que possam trazer problemas, e principalmente aqueles que podem trazer alegria e paz.

Nisso, surgiu na frente do Yang uma pulseira dourada com uma flor de pingente, deixando o jovem quase paralisado.

— Meu Rei... é... tão linda... tem certeza?

— Absoluta. Um presente simples para deixar você ainda mais belo e por favor... não se jogue no rio, seria uma tristeza perder você.

Ambos riram e JeongIn colocou a pulseira no braço, a acariciando levemente.

— Ficou perfeita em...

— JeongIn!

Ouviram uma voz feminina aflita e passos apressados, fazendo ambos entrarem em alerta.

— Minha mãe!

— JeongIn, estava preocupada, pensei que algo pudesse ter te acontecido!

O Rei puxou as rédeas de seu cavalo com cuidado, fazendo ele parar, logo descendo dele e ergueu as mãos, pegando JeongIn firmemente pela cintura, o trazendo ao chão.

— Você está bem?

— Estou e... mãe? — apontou para o lado com a cabeça e a outra quase deu um grito.

— Vossa Majestade! — a mesma disse quase indo ao chão pela reverência, se atrapalhando um pouco e quase caindo, tendo ambos a segurando.

— Boa noite senhora Yang, pode dormir tranquila, seu filho estava bem seguro no Palácio Real e agora está em casa.

— O-obrigada Majestade, que os céus o abençoe. Deseja entrar?

— Perdoe-me por recusar, ainda tenho algumas pendências a resolver e está um pouco tarde, porém não recusarei em algum outro momento possível.

— Compreendo, Senhor. Mais uma vez obrigada por cuidar do nosso JeongIn.

— Nada mais que meu dever, senhora Yang, agora preciso ir, espero vê-los de novo em breve. Tenham uma boa noite!

Ambos mãe e filho se curvaram perante o Rei que logo montou em seu cavalo e foi saindo, galopando até rápido, deixando JeongIn com um sorriso bobo o vendo ir e sua mãe se abanando.

— Como você diz meu filho... até eu vou me jogar no rio! Caí na frente do Rei, que vergonha!

— Vamos para dentro mãe!

Disse ele e ambos foram rindo para dentro de casa, pois havia muito o que contar e sua mãe estava bem mais do que curiosa.