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História O Príncipe e o Grood (Imagine Kim Taehyung e Jeon JungKook) - Laços de Sangue


Escrita por: awake_s2

Capítulo 71 - Laços de Sangue


Fanfic / Fanfiction O Príncipe e o Grood (Imagine Kim Taehyung e Jeon JungKook) - Laços de Sangue

Taehyung

Quando finalmente mostrei um dos meus lugares prediletos e a deslumbrei sob as luzes dos meus velhos amigos tretsis, eu soube, que ela era o motivo, o motivo de ter trazido eles de volta, de ter trazido a luz da minha vida de volta.

Dançamos, rimos e eu ainda não me conformava em como eu podia estar tão enfeitiçado pela beleza daquela linda mulher de agora, 18 luas, voltamos pra casa e de repente ela me disse que estávamos sozinhos e meu coração simplesmente parou, assim como o meu cérebro tinha parado de funcionar.

Eu tinha certeza que perderia o controle, então estava prestes a dizer que dormiria lá fora e por algum motivo do além não consegui pronunciar palavras, já que eu estava ainda mais nervoso pelo fato de talvez ela realmente querer alguma coisa e...eu não soubesse o que fazer.

Isso era muito constrangedor para um homem, imagine para um grood...eu nunca tinha estado com uma mulher antes, não que eu estivesse desesperado pra que isso acontecesse, na verdade eu nunca tinha sentido vontade de dar um passo a mais com nenhuma das mulheres com quem já saí. Eu planejava ter isso um dia com Thalia mas nunca senti necessidade de estar com ela ou ficar ao seu lado...entende? Éramos só...pessoas que estavam juntas.

E então ela chega e desaba todas as minhas estruturas e meu controle e eu só quero estar perto e mais perto, quando caí no chão igual a um idiota queria fugir dali no mesmo instante depois da humilhação, então ela se sentou ao meu lado, brincando e me lançando aquele feitiço em seu sorriso...eu simplesmente não conseguia mais me levantar.

E tudo realmente saiu dos eixos quando ela me disse que aquele colar que ela guardava e levava para todos os lugares era feito de algo meu...me senti amado, me senti querido...algo que dificilmente era demonstrado em minha família...senti que amava aquela mulher com todas as minhas forças e me odiei por não me lembrar de alguém tão marcante quanto S/n.

Eu queria viver com ela, estar com ela, casar com ela e ter filhos, era algo louco e insano, quando na vida eu pensaria algo do tipo?

Então estivemos perto demais aquela noite e eu simplesmente a amei, ela merecia ser amada com delicadeza e gentileza, meu corpo ferveu a sentindo em meus braços. Seu corpo sobre o meu, a quentura deles juntos, sua pele macia e suave sendo tocada por minhas mãos curiosas, ela era uma flor muito rara e eu um explorador muito sortudo. Onde eu acharia na natureza algo mais belo do que aquela mulher em meus braços?

Quando ela beijou minhas cicatrizes tudo ficou ainda mais real, eu não precisava sentir vergonha ou remorso, ela me amava do jeito que eu era e isso só fez a urgência se tornar maior e eu precisar dela de todo o coração.

Nunca me esquecerei daquela noite nem que apaguem minhas memórias mil vezes mais...

Então acordamos e eu ainda sou um iniciante no quesito “mulheres”, digo sobre seu ronco e sei que dei uma bola fora, rio, e depois posso ouvir os planos que ela tem pra vida e fico pensando que ela realmente está certa, que devemos viver falhas e vitórias, então determino que quero ter uma vida imperfeita ao lado dela.

Pela primeira vez em anos eu estava sentindo algo que havia me esquecido como era...felicidade...eu estava feliz e...completamente e absolutamente apaixonado por ela.

Por isso pensei que algo deveria estar errado, o general Taehyung nunca vai ser feliz, ele tem um destino selado...então qual era a falha? Qual era a parte que eu tinha deixado passar em tudo isso, o que poderia dar errado?

Perguntei a ela sobre o livro que a trouxe de volta, geralmente eles são repletos de cláusulas e condições para viajar entre mundos, mas ela disse que não havia nada então...a falha será Etérica? Ela vai tentar matar S/n? O que pode dar errado?

HÁ...o que eu estou falando...tudo pode dar errado...ser feliz não dura muito tempo na minha vida, e agora tenho que impedir um casamento e levar a mulher que eu amo pro campo de batalha.

Não acho nada disso justo.

Eu sabia que mesmo que amarrasse ela em uma pedra ela arrumaria um jeito de sair e me seguir até o dia que seria fatídico e o pior da minha vida, então estava sendo praticamente obrigado a levá-la comigo.

Isso me assustava, muitas coisas poderiam acontecer, eu não me lembrava do que ela tinha visto dos groods da última vez, mas tenho certeza que não enfrentou a fúria de uma Alexa sem casamento, detalhe, no dia dele.

Seria um completo desastre, disso eu tinha certeza, mas meu plano inicial e o mais provável que acontecesse era que eu seria chutado por algumas horas depois de contar que o casamento não iria acontecer, enfrentar o olhar frio e decepcionado do meu pai e toda a toca e depois me considerar definitivamente banido por Etérica, e aí sim eu poderia sair dali.

Esse era o plano, receber minhas punições e deixar S/n fora disso.

Eu tinha que seguir o plano.

E foram essas preocupações que me deixaram completamente alienado da realidade, acho que eu não havia dito mais nada depois que S/n disse que ia comigo, não me lembrava de ter comido ou dado adeus para Zeny enquanto caminhávamos em direção a toca, eu só me lembrava de pensar e pensar, até minha cabeça explodir.

A floresta parecia perto, eu sentia algumas folhas tocarem minha pele, a terra estava mais fofa e úmida, o sol mais quente, eram sensações que eu conhecia e amava, mas não naquele momento.

Nos aproximávamos, perto demais, eu ouvia os groods discutindo, argumentando, uma euforia, senti que eles haviam descoberto sobre minha presença.

“Taehyung...chegamos...” avisou S/n, com a mão delicada sobre meu braço direito.

Meu coração acelerou, minhas mãos começaram a suar, meus olhos estavam definitivamente mais brilhantes, eu sentia, estava nervoso, e é claro, como um bom guerreiro, nunca iria demonstrar isso na guerra.

“Taehyung?!” ouvi uma voz longínqua e amiga, uma cabeça virou-se para mim enquanto eu continuava a me aproximar, ainda estava enxergando um cenário borrado mas a face que me fitava com olhar desacreditado pude reconhecer.

Que saudade tive dele. “Taehyung!” exclamou, anunciando finalmente para todos que o noivo havia chegado, recebi um abraço apertado e caloroso de um amigo de verdade, do único amigo que eu gostava de conservar, o abraço me serviu de escudo enquanto as centenas de cabeças começavam a murmurar sobre minha chegada, minha irresponsabilidade, minha loucura...entre outros...o povo grood pode ser bem venenoso.

“Pelos ancestrais do céu! Onde você tava irmão?! Estamos te procurando há semanas!” ele exclamava, a movimentação começou a se tornar intensa e meus olhos começaram a enxergar claramente.

O altar para o meu sacrifício estava pronto e...bonito, posso dizer, as casas haviam sido enfeitadas com Flécias em abundância como a tradição demandava, as flores preferidas da noiva, o caminho até o círculo trivial, onde nós supostamente trocaríamos o juramento sagrado, estava enfeitado com tranças de materiais diversos, cheios de pétalas, folhas e verde. O local onde estavam guardadas as espadas que deveríamos trocar estava adornado com diversas escritas ancestrais, cheias de juras de amor eterno, respeito e longevidade.

No círculo trivial a tradicional Zefta, um círculo de água que flutuava no meio do ar por ato simplesmente mágico, cortesia de Etérica, eu deveria entender, ela realmente sabia que eu viria de um jeito ou de outro...às vezes é assustador.

“Já vou avisando...teu pai tá uma fera, principalmente com a mensagem que você deixou, acho que você poderia ter escrito algo melhor” quase ri, tanto pelo jeito com que Jimin colocava as coisas, como se o problema fosse somente com a bronca que eu ia tomar do meu pai e não com o exílio que eu iria passar da toca inteira, quanto pelo fato de que eu realmente tinha escrito aquele bilhete.

“Eu sei...estão todos aqui?” perguntei, não querendo entrar muito no assunto, eu precisava agir logo antes que me arrastassem para usar um promi (terno) ou algo assim.

“Estão...inclusive os líderes nortistas, estão prontos pra selar a aliança depois do casamento e...ei, aquela é a S/n?! S/n!” Jimin falava várias coisas ao mesmo tempo, era até bom que ele se distraísse por enquanto.

A razão do meu destino estava bem ali...eu podia ver os líderes do exército grood do norte em pé, perto do dormitório principal de onde provavelmente sairiam meu pai e Etérica, eles esperavam, impacientes, não tão animados com a chegada do noivo quanto o esperado, é claro que eles sabiam que algo estava errado, suas facetas carrancudas e sem graça me espiavam de longe, um deles punha a mão na longa barba enquanto me analisava minuciosamente com seus brilhantes olhos marrons, o outro apoiava sua mão na espada enquanto checava uma parte de sua armadura de couro, eles estavam ali somente para fins burocráticos, não para me desejar felicidades ou se alegrar por mais uma união grood, e sim somente para presenciar um contrato em que todos os groods dos quatro cantos da floresta poderiam se reunir e formar um grande e forte exército.

Enquanto Jimin, alegre até demais levando em conta a situação, conversava com S/n, pude tremer ao ver meu pai sair do dormitório com seus olhos furiosos, procurando por toda parte seu filho bastardo. Quando ele finalmente se deu conta da minha presença pareceu que tinha se transformado em um trovão certeiro vindo em minha direção, tão rápido quanto o vento, de repente comecei a me sentir fraco e impotente, mesmo com toda força que eu tinha ele era uma das poucas pessoas que faziam minha confiança se abalar.

Era como um conto ao vivo, a toca não estava presenciando apenas um casamento, e sim uma história que tinha tudo pra se tornar uma batalha épica.

As crianças pararam de brincar com as flores, os groods que preparavam a comida pararam o que estavam fazendo, o mundo pareceu dar uma pausa no momento em que Daigo pôs os pés pra fora.

Meu coração estava saindo do peito, a Zefta parecia uma simples bola borrada e as flores nem estavam mais tão bonitas aos meus olhos, a terra estava mais quente, o ar estava em uma temperatura absurdamente elevada, meus ouvidos se fecharam, dando lugar a um zumbido agonizante que durou exatamente 7 segundos, o tempo necessário para que Daigo chegasse até mim.

Seus pés se fincaram no chão, ele estava ereto, mantendo sua posição superior como o general que tinha tudo sob o controle, tão perto que podia sentir sua respiração quente e rápida em meu ombro, quando comecei a abrir a boca para discursar minha incrível desculpa (a qual eu ainda não tinha), com medo de receber logo de cara um soco no olho, ele simplesmente me abraçou.

Forte e firme, um abraço de meu pai, um dos poucos que ele já me deu na vida, Daigo não gostava de demonstrar afeto na frente dos outros, mas naquele momento a toca inteira estava presenciando nosso reencontro, bem diferente do que eu tinha esperado.

“Pai, eu...” tentei começar a falar, e só ouvi uma voz grossa e cortante, que refletia o que realmente estava acontecendo. “Não quero mais nenhuma palavra” disse ele, olhando em meus olhos, dando um leve sorriso forçado. “Que bom que está vivo” pronunciou, olhando para toda a toca a sua volta, ficando de frente para todos eles, erguendo minha mão e dizendo. “Meu filho está vivo!” exclamou, e a toca inteira o saudou com gritos, berros e pulos, se alegrando com seu general, afinal, seu filho voltou, eu estava vivo.

E isso queria dizer que em segundos eu estaria morto.

Meu pai começou a me levar até o dormitório com seu braço forte, passando pela multidão que ainda gritava meu nome. “Pai...” tentei conseguir sua atenção de novo, mas novamente fui interrompido.

“Você vai andar comigo ao dormitório, vai fingir que está feliz por estar de volta, vai se arrumar para este casamento e vai fazer isso muito bem” ele dizia entre dentes, por fora, feliz como um pai que recebeu seu filho de volta do destino, por dentro, querendo me jogar nos caldeirões mais quentes de Glorius para que eu queimasse até não restar mais nada.

Consegui dar um último olhar para trás e vi S/n tão preocupada quanto eu, só sustentei sua imagem por mais dois segundos até que a porta foi batida na minha cara e a escuridão dominou o lugar.

+++

“Ora, ora, ora...o pequeno grimlin chegou” já estava dentro do dormitório, o silêncio era notável, até mesmo parecia que estávamos em um lugar a prova de som, como se ali dentro existisse um mundo completamente diferente do de fora.

Etérica estava me esperando radiante, pela primeira vez em 19 luas de existência a vi em algo que não fosse sua velha e entediante potra, as roupas que geralmente a toca inteira costumava usar, seus longos cachos estavam presos em um coque enorme em cima da cabeça que de alguma maneira estranha a deixava ainda mais poderosa, vestia um vestido longo, feito de um tecido leve tingido por um roxo escuro, não sei porque mas toda cor que ela usava me parecia sangue. Ao seu lado o inseparável vortsus, pronto para ser usado se necessário.

Ela me dava as boas vindas recostada em sua mesa de escritório, me chamando de “grimlin”, para ser mais exato, “Desaparecido”, mas pelo jeito que ela falava estava mais pra um “Desaparecido ferrado”.

“Vejo que você decidiu voltar por conta própria não é mesmo...” ela dizia, calma e serena por fora, cuspindo fogo por dentro, se sentando graciosamente em sua poltrona gigante, não tirando o olhar de mim nem por uma vez. “Foi boa a viagem? Se divertiu?”

“Eu só voltei pra deixar as coisas claras” pronunciei, criando coragem para me rebelar em frente ao meu pai que me fitava de um jeito tão potente quanto Etérica.

“Há!” ela riu de modo irônico, como se eu realmente tivesse feito uma piada. “Deixar as coisas claras?” repetiu, tocando seus dedos na mesa, fazendo um barulho irritante e ritmado com suas unhas. “Me diga futuro general nortista, o que você tem que deixar claro?”

Juntei forças pra dizer o que eu devia sem gaguejar, naquele momento nem meu pai com seus desafios de auto controle me fariam mudar de ideia. “Não vou me casar” pronunciei, e foi como se eu tivesse jogado uma bomba na sala.

O olhar de Etérica ficou venenoso, já meu pai, de modo surpreendente, me olhava com indiferença, como se aquilo fosse só mais uma ação de um adolescente mimado e rebelde que logo seria estabilizada por suas poderosas mãos oniscientes.

“Daigo, saia” Etérica ordenou, como sempre fazia, ela era a única pessoa a quem meu pai obedecia, se fosse alguém comum na toca morreria por tratar meu pai como um mísero servo desta maneira.

“Não temos mais tempo pras loucuras dele, não é necessário uma conversa ou interrupções, ele vai se casar e vai fazer isso agora, as pessoas estão impacientes” era incrível como ele ainda estava pensando no casamento, pra começo de conversa eu nem mesmo planejava voltar! Que parte ele não ouviu de “Eu não vou me casar”?!

“É claro que ele vai, só nos dê mais alguns minutos e entregarei ele vestido e pronto pra selar seu destino” ela disse, ríspida, dizendo que seria o que ela quisesse e pronto.

Meu pai deu mais uma olhada longa e decepcionada a mim e logo após saiu.

“Me diga Taehyung...como foi a viagem pelas negras florestas?” eu odiava sua ironia e sarcasmo, esse jeito entediante de lidar com assuntos sérios, por que ela simplesmente não gritava comigo e pronto?!

“Foi bem interessante...mas as coisas ficaram ainda melhores quando encontramos Vortur” ela não parecia surpresa, mas também não esperava que eu entrasse nesse assunto.

Eu conhecia seus jogos e até onde ela podia chegar, mas ouvir o que ela fez com S/n, ouvir que ela apagou minhas memórias e tentou matar em prol do destino, me fez perceber que estávamos sendo liderados por uma doente.

“E essa garota entra de novo no jogo...interrompendo todo o processo!” ela gritava consigo mesma, olhando para frente sem foco. “Eu ia matar ela, ia mesmo...mas quando se quer dar uma morte mais lenta e elaborada olha só o que eu ganho! Estaca Zero e lá vamos nós!”

Aquilo não podia chegar mais longe, eu estava no meu limite de todo aquele discurso sádico e sem sentido que eu ouvia há anos, era hora de acabar com aquilo de uma vez por todas para que eu pudesse finalmente fugir de toda maldade que emanava de Etérica e de seus planos insanos.

“Dá pra você parar de ser louca?! Eu sei o que você fez com S/n, e ainda que não me lembre de tudo, tenho consciência suficiente pra saber que você sempre chega a extremos, nem mesmo eu entendi porque de uma hora pra outra decidi aceitar essa loucura de “responsabilidade” e “dever”, mas não importa o que você faça, eu não vou me casar!” gritei, batendo os punhos com toda minha força grood na mesa do escritório perverso dela, deixando duas cavidades profundas fincadas na madeira, só me dei conta do quanto eu estava alterado quando retirei minhas mãos e vi as ramificações das rachaduras que eu havia acabado de fazer.

Etérica já não estava mais tão calma, também não aparentava querer continuar com suas ironias e rodeios, estava estampado em sua face que na verdade ela queria que o mundo inteiro fosse morto por ela naquele instante.

“Já chega!” ela exclamou, colocando seu vortsus em sua frente, ele brilhava com o toque de sua dona, que pretendia usá-lo.

Eu sempre ouvi histórias sobre como a magia podia ser poderosa demais, como ela influenciava a mente e o coração das pessoas quando elas viam que a utilizando era possível criar e viver maravilhas, foi por isso que ela foi erradicada da toca pela própria floresta, que deu aos anciãos e aos magos do destino exclusividade para manipulá-la.

Eram necessários treinamentos intensivos para ter a honra de se tornar o mago do centenário, não só isso como ser um dos melhores guerreiros, você tinha que ser destaque, tinha que demonstrar que era e será a melhor opção por 100 luas, já que os magos ficavam em seus postos exatamente por esse tempo.

Etérica tinha um rosto jovem, mas já tinha umas boas 52 luas, se não mais, estava na metade de seu tempo e não parecia estar preocupada em quando ele iria terminar, o jeito que ela sempre agiu desde que eu era uma pequena criança, era de alguém que nunca seria substituída, de alguém que sempre tinha o controle sob tudo.

Eu imaginava as maldades e atos corruptos que ela deveria ter feito para ser escolhida, e também já imaginei que ela pudesse ter sido alguém de coração inocente e honroso, alguém que realmente quisesse o bem para toca, mas se esse fosse o caso essas luas que ela passou com a magia afetaram tanto seu caráter quanto suas ações.

Depois que se experimenta o poder é difícil voltar a ser o mesmo.

Seu olhar beirava a insanidade, não haveria uma segunda chance para mim, não haveria outros planos para que eu finalmente dissesse sim, ela me mataria ali mesmo, e não parecia se sentir desconfortável com isso.

“Quando me disseram que você seria uma criança com um destino incerto, eu realmente me preocupei” ela voltava a falar, com seu vortsus ainda reluzente, pronto para me atacar a qualquer momento, eu não ouviria mais nenhuma palavra daquela grood, fui andando para trás, queria encontrar a maçaneta da porta para fugir, sabia que minha singela espada não seria párea para a magia de milhares de anos que se encontrava dentro daquele bastão.

“Tsc, tsc...não é hora de ir embora” ela dizia, sorrateira, se aproximando.

“Aruinidia” pronunciou, fazendo com que três cordas azuis brilhantes saíssem de seu vortsus e viessem até o meu encontro, tão rápidas que eu nem pude tentar escapar, uma entrelaçava minhas mãos enquanto outra cuidava de minhas pernas, e a última apertava minha barriga, tornando difícil minha respiração.

“Mas eu era uma mulher imatura, jovem e ingênua, ainda que tivesse com minhas 33 luas não consegui ser madura o suficiente para não deixar que uma coisa como você acontecesse” minha respiração era falha, ela continuava a dizer coisas sem sentido.

“Mas do que você está falando?! Se quer lutar comigo por que simplesmente não...” eu tentava protestar atado, imobilizado em sua frente, mas ela me interrompeu e continuou a contar, ao que parecia, sua história de vida, grande hora pra isso querida Etérica! É! Super legal! Você era um bebê bonito?!

Ela deu um sorrisinho, olhando para o nada, como se estivesse relembrando de algum tempo esquecido. “Parece que está no sangue, você cometeu os mesmos erros que eu...se apaixonando por gente que não é do mesmo nível, não é da mesma raça...que não tem o mesmo destino”

Franzi o cenho, irritado, quase ri, o que aquela mulher estava tentando falar?!

“Ele era como sua preciosa S/n...sem medo, destemido, diferente de tudo aquilo que eu tinha visto na toca...foi uma loucura...e então a lua da seleção tinha começado, iriam escolher o próximo mago, aquele que definiria o destino da toca por mais 100 luas...eu me candidatei é claro...e no momento em que os anciãos me deram o vortsus pela primeira vez, senti que eu precisava daquela sensação...do controle...pra sempre, eu tinha que ganhar, tinha que tê-lo pra mim...” ela continuava, perambulando pela casa enquanto meu cérebro e meu corpo entravam em pânico.

“E então eu conheci a verdade, se eu quisesse ser a maga daquela lua precisava aceitar que o destino está acima de todas as coisas...do amor, e até mesmo da família...” olhei para ela desesperado, talvez eu estivesse só entendendo tudo errado.

“O que você está querendo dizer?!” gritei, gastando minhas forças com aquela louca em minha frente.

“Eu o denunciei por ter uma relação amorosa com um dos nossos...era o certo a se fazer, outra grood levou a culpa por mim, eles foram banidos, mas era necessário, eu que tinha que ser a escolhida, eles se sacrificaram por um bem maior...” não estava mais conseguindo respirar...não era possível...

“Mas então eu tive a surpresa na hora do sacramento final...os anciãos viam outra vida em mim, uma vida que não estava nos planos do meu destino...então para que eu finalmente pudesse me tornar a maga eu precisava sacrificar uma vida, por todas as outras da toca...a criança tinha um destino incerto afinal, eu pensava, é  melhor que ela esteja fora do meu caminho...mas infelizmente, quando eu olhei para o seu rostinho tão inocente e pequeno...aquela pequena parte de mim que ainda não tinha sido morta, o pequeno resquício de amor que eu tinha, me impediu de fazer aquilo por mim mesma, então eu te mandei para as negras florestas, para que a natureza fizesse aquele pequeno trabalho por mim”

Não.

Não...aquilo não era possível, não podia ser, ela estava errada!

É claro que estava...Etérica não pode ser nada minha...é um jogo, isso, um jogo...ela quer me desestabilizar...ela quer mexer com minha cabeça, não posso deixar!

“Mas olha que pequeno infortúnio...na noite em que você foi deixado pra morrer, por obra do amado destino você foi encontrado por Daigo, ele se compadeceu vendo que você era um grood, e você foi criado por ele como um filho, era exatamente do que ele precisava, de um descendente...e todos viveram felizes para sempre, os anciãos permitiram que você vivesse já que a natureza quis assim, e eu tive meu cargo sem precisar me preocupar por ter matado meu próprio filho”

Filho...

Meu próprio Filho...

Isso é mentira...

Eu estou alucinando...

Não pode ser verdade...

Pode?


Notas Finais


Aposto que não esperavam por essa KKKKKKKKKKK Só digo que ainda temos altos conflitos por vir em moçada HEUEHUEHEUEHUEHEUEH


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