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História O Príncipe e o Grood (Imagine Kim Taehyung e Jeon JungKook) - O Vortal


Escrita por: awake_s2

Capítulo 80 - O Vortal


Fanfic / Fanfiction O Príncipe e o Grood (Imagine Kim Taehyung e Jeon JungKook) - O Vortal

S/n

Era mais do que inacreditável.

Era quase impossível.

Se eu tivesse certeza de que ela estava morta poderia contestar de joelhos, mas esse não era o caso. A última coisa que ouvi dela foi que havia fugido com seu pai para não ter que lidar com as consequências de seus atos odiosos.

Ela estava diferente é claro, nada de todo aquele refinamento e luxúria com os quais estava acostumada, vestia quase a mesma coisa que os homens, mas era um modelo adaptado, mais feminino, ainda que rude. Saia mediana, camisa xadrez que alternava entre verde claro e escuro, uma armadura menor cobria ambas, feita de um aço barateado e menos brilhante que os dos soldados reais que eu sempre via, eu nunca aguentaria tanta lataria no corpo. Ela estava mais pra uma guerreira escocesa do que um viking como os outros.

Seus cabelos, ainda loiros de dar inveja, estavam mais bagunçados sem o pente real que sua serviçal passava nele todas as noites, estava preso em uma trança bem feita e alguns pequenos fios loiros rebeldes saíam para fora do penteado, revelando que ela deve ter se agitado muito a noite ou entrado em uma grande briga, ela me olhava com um grande sorriso no rosto, com certeza não tinha a mesma aparência da Lisa princesa, mas tinha a mesma personalidade.

A mulher que olhava para mim com repulsa no momento era a mesma que me olhou com repulsa a primeira vez que vim até Glorius.

Foram muitas as vezes que temi a morte em Glorius, mas com certeza, de todas elas, a ameaça daquela cobra a minha frente foi a que me deixou mais apavorada, até ainda mais que o confronto com Jeon. Ela tinha motivos, não nego, eu praticamente roubei o Jungkook dela e a raiva só deve ter aumentado depois que ela descobriu que eu nem estava mais com ele. Mas na verdade eu o salvei dessa víbora interesseira, me lembro muito bem que o único motivo dela ter o noivado foi porque seu reino estava falido e ela precisava do dinheiro dele, não era amor, era apenas um negócio.

Eu desejava a maior felicidade do mundo para Jungkook, com uma menina que o respeitasse e que o amasse de verdade, não com alguém como ela.

Minha raiva era tão grande que ainda uso até hoje seu nome como um adjetivo ruim, como “Nossa você é tão Lisa”, pra quando eu queria dizer que alguém era um lixo, ou “Nossa essa sopa tá Lisa”, pra quando eu queria dizer que estava nojenta, ou até “Nem vem que eu tô Lisa hoje”, pra dizer que eu tava virada no giraia, e por assim vai.

E agora eu me encontrava com esse pesadelo, seja lá onde ela tinha me metido não era bom, estava curiosa sobre como ela havia chegado até ali e apostava que o gordão do lado do homem misterioso era Golias, o pai dela, rei do reino falido, tão egocêntrico e vigarista quanto a filha.

“Ela é a garota real?” perguntou o homem sentado na cadeira, consegui enxergá-lo direito pela primeira vez, seu olhar era forte, penetrante, me encarava dos pés a cabeça sem nenhum disfarce, possuía olhos de diferentes cores, sempre achei bonito as pessoas que eram assim, mas no caso dele era um pouco...excêntrico, um deles possuía um tom cinza esbranquiçado e o outro um negro profundo.

Ele se sentava confortavelmente em sua cadeira dourada com as pernas cruzadas, seus cabelos eram tão esbranquiçados quanto seus olhos, mas percebi uma pequena mecha preta no meio dele, dando um certo charme ao seu look fora do normal.

Suas vestes eram diferentes das dos outros, um sobretudo lindo o cobria dos pés a cabeça, ele parecia um dos personagens de animes japoneses, a peça  era toda detalhada em linhas douradas e azul escuras, curvilíneas e deslumbrantes que enchiam a roupa de vida e de uma certa forma estranha, poder, percebi também algumas formas de estrelas e algumas escritas pequenas, muito parecidas com as que eu havia encontrado no teto minutos atrás.

Por baixo do sobretudo, mais preto, na camisa e calça, assim como nas botas de couro brilhantes que usava, ele possuía um pequeno sorriso de canto e não devia ser porque estava feliz em me ver.

“Sim senhor, vinda direto do palácio pra você” Lisa disse, cheia de pronomes respeitosos, ele deveria ser o tal do Áldono ou Áldino que falaram...o cara que comanda isso aqui.

“E você pretende apostá-la?” perguntou, apontando preguiçosamente para mim com sua mão esquerda, que possuía vários anéis diferentes em cada dedo, pelo barulho que seus braços faziam ao se mexer presumo que ele usava também muitas pulseiras ou braceletes.

Lisa sorriu mais uma vez, devia estar gostando muito daquilo. “Claro, o que tenho a perder? Afinal eu a encontrei em uma caminhada de sorte”

Ele se levantou de repente, parecia ter surpreendido Lisa e Golias, que franziam a testa ao vê-lo se aproximar de mim, vi que o brutamontes abaixou a cabeça em sinal de respeito, achei que era melhor eu fazer o mesmo antes que ele me matasse antes da hora.

Senti dois dedos gélidos virem até meu queixo, levantando minha face para que eu o olhasse nos olhos, ele virou meu rosto para esquerda, depois para direita, e pude ver ainda mais de perto seus olhos estranhos e seu cabelo divertido, pareciam mais amedrontadores de perto. Ele era mais jovem do que imaginei, devia ter um pouco mais que minha idade, se tirássemos o fato desse cabelo e esses olhos ele era até que bonito, um belo no estilo gótico de Sara.

Quase tive uma parada cardíaca quando ele de repente pegou em minhas mãos acorrentadas, passando os dedos sobre elas, as sentindo. Eu tremia com seu toque, imaginei que ele devia estar analisando se eu seria boa comida ou não.

Ele se virou, voltando a seu pequeno trono no meio da plataforma de aço que havia mandado abaixar minutos atrás. “É bonita...mas não tem as mãos de quem não faz nada no palácio, ela não é tão real quanto você disse não é? Uma serva?” perguntou ele, e Lisa me lançou um olhar mortal, como se eu fosse a culpada por não ter cuidado mais de minhas mãos, querida Dove tá difícil aqui tá?!

“Pelo que eu saiba ela é muito amiga do rei” isso pareceu ter chamado a atenção dele.

“É verdade?” ele perguntou, se dirigindo a mim.

Olhei para o brutamontes, será que eu devia falar mesmo? “Fala” disse ele entre dentes, me dando um empurrão.

“S-sim” droga...era pra ter saído um não...não lido muito bem com a pressão...

“Vê Áldeon? Não mentiríamos pra você” disse Golias.

Ele quase revirou os olhos, deu de ombros e disse: “Que seja...de qualquer modo será bem interessante ver uma mulher bonita lutar e morrer...sua aposta será aceita, preparem ela para o Vortal” ele deu sua sentença, estalando o dedo novamente, começando a ser puxado de volta para cima.

O som das correntes levando a plataforma com uma Lisa muito contente e animada eram a trilha sonora do meu filme no momento, só havia uma coisa a ser constatada: Eu tava bem ferrada.

“EI! Eu não quero ir pra esse tal de vortal! Você me ouviu?!” eu gritava, enquanto tentava desesperadamente me soltar das garras do brutamontes.

“Você não tem que querer nada queridinha, ninguém quer entrar no vortal, mas no momento você foi vendida para Áldeon e ele permitiu sua entrada e é isso que vai fazer, estamos indo te preparar” ele dizia, me levando para um lugar perto do grande buraco no centro.

“Eu não quero me preparar pra nada!” gritei, tentando chutar as partes dele para que me soltasse.

“Acredite meu bem, você vai querer, é melhor do que entrar lá sem nada”

Não havia percebido que os gritos da multidão voltaram ainda mais altos, chegando mais perto do grande buraco pude ouvir mais gritos vindos dele, mas não pareciam ser de torcida, e sim gritos que clamavam por ajuda, tentei olhar mais de perto para enxergar de uma vez o que era tão interessante e doloroso no buraco, provavelmente o vortal de que tanto falavam, mas antes que eu pudesse ver algo claro, quase morri ao sentir o vento produzido por uma rápida lâmina gigante que saía do local e se estendia até a superfície, fui puxada para trás pelo brutamontes, não antes de ouvir mais um último grito e da lâmina espirrar em mim uma quantidade significativa de sangue.

Passei uma de minhas mãos acorrentadas na face, o pigmento vermelho saiu em minha mão, forte e amedrontador, me relembrando de várias outras vezes que o vi...em Taehyung morto, no dia que lutei com as robalheiras...no soldado ferido em frente ao palácio.

Não vou vomitar, não vou vomitar...meu Deus! Eu tinha mesmo sangue no rosto? Que merda estava acontecendo ali dentro? Porque eu vi uma lâmina gigante sair dali?!

Paramos no meio do nada de novo e o brutamontes parecia esperar que algo mágico acontecesse, não é como se de repente aparecesse uma porta para um quarto de preparação não é mesmo? O que ele estava esperando?!

Só vi seu olhar subordinado a Áldeon, que nos jogando um olhar de soslaio, estalou os dedos de forma preguiçosa e desinteressada, parece que o que estava acontecendo no vortal já não era mais tão interessante para ele, já deveria ter visto muito disso por aqui.

Então, como se realmente algo mágico tivesse acontecido, o chão sob nossos pés começou a abaixar formando um círculo perfeito, quase caí pra trás com a surpresa, o som das pedras se desgrudando e descendo era alto e tudo muito confuso.

Só entendi o que eles tinham feito quando chegamos a ala subterrânea onde realmente havia um outro lugar onde iriam me preparar para seja lá o que fosse, uma luta na certa, talvez uma briga até a morte para ver quem ganharia...deve ter sido essa a aposta.

“C-como você...? O que ele...?”

Ele sorriu, como se já tivesse visto essa reação com todas as outras vítimas que passaram por ali. “Sim, sim, é incrível, você não sabe como eu fiz isso mas com o que você realmente deveria tentar se preocupar querida, é com o que você vai entrar lá” ele dizia, apontando para minha frente.

Um único pedaço de vidro gigante fazia o papel de uma janela e me mostrava exatamente o que estava acontecendo naquele buraco.

Dois homens compartilhavam o ringue, um tinha o dobro da altura do outro, mas tinha menos massa muscular que seu oponente, a força compensava sua altura, os dois estavam providos de armaduras, tão baratas quanto a dos outros homens lá em cima, a diferença é que eles não estavam se divertindo nem um pouco com a situação e transbordavam medo no olhar.

Ambos tinham armas, um confiava no machado afiado para derrotar seu oponente, o outro partiu para a velha e tradicional espada, os dois guerreavam com um objetivo final, ninguém precisava me dizer, estava claro e eu já esperava que fosse assim, só um sairia vivo dali.

Mas até aí é a parte previsível que todo mundo espera de uma caverna cheia de apostadores, uma briga, uma morte, a parte realmente interessante era a arena.

Os oponentes não estavam no chão como numa luta normal, grandes e largas lâminas saiam de fendas das paredes do tal vortal fazendo com que os dois homens tivessem que pular sempre de uma a outra, se desviando de suas afiadas pontas que entravam e saiam das fendas, eles tentavam se equilibrar enquanto elas se movimentavam em uma velocidade média ainda que rápida para quem está tentando matar outra pessoa.

Eles mal conseguiam chegar até o outro, estavam mais preocupados em permanecer vivos nas lâminas do que se atacarem, e então, quando elas pararam de se movimentar e os homens desceram ao chão, achei que tudo  havia terminado, porém tive outra surpresa quando ouvi o som abafado através do vidro que haveria um round 2.

Já no chão eles se preparavam para o novo desafio: as flechas de fogo que saíam de lugares totalmente aleatórios das paredes do lugar, elas eram rápidas e incertas, era quase impossível se desviar delas.

No final eles nem chegaram a lutar, os dois foram atingidos, nenhum saiu vivo e a regra que eu tanto prezava foi jogada no lixo.

Me virei para o brutamontes atônita. “Eu vou ter que enfrentar...” engoli em seco. “Isso?

Ele deu um leve sorriso. “Sim, mas os caras foram muito fracotes, só chegaram ao round 2, se você for bem sucedida chegará a ver as outras surpresinhas do vortal, mas é claro que as regras podem mudar pra você já que vem do palácio, sabe...Áldeon não tem muita afinidade com eles, é melhor estar pronta pra qualquer coisa”

Eu apenas arregalei os olhos sem saber o que dizer, como eles haviam criado um ringue tão...tão...incrivelmente avançado pra época deles? Eu nunca havia visto algo assim era...inteligente e bem projetado, mas ao mesmo tempo cruel e impiedoso.

“Como vocês construíram isso? Quer dizer...isso realmente é possível?!” perguntei, ainda tentando processar as imagens que havia acabado de ver.

“No momento você tem que se preocupar em como ficar viva lá dentro, não em como aquilo foi construído, vamos, já estamos atrasados, depois que limparem os corpos é a sua vez” JÁ?! MINHA VEZ?!          

Antes que eu contestasse ele começou a me empurrar para o outro lado da sala, lá pude ver que não estava sozinha.

Havia vários outros homens emanando a mesma quantidade de medo que eu, sentados em bancos de madeira espalhados por toda a sala escura, uns ainda pareciam intactos, como se apenas estivessem em uma linha de espera para que chegasse sua vez de ser testado no vortal, outros pareciam já ter passado por ele, poucos, percebi, mas saíram vivos pelo menos, feridos, muito feridos, mas vivos.

Um segurava um pedaço de tecido que absorvia grande quantidade de sangue no olho esquerdo enquanto em sua perna direita já havia enlaçado um outro pedaço de tecido fortemente na ferida que ainda parecia jorrar sangue...se ele não morreu na arena morreria de hemorragia algum tempo depois.

Outro mais a frente costurava o próprio rosto, sem nenhum espelho ou anestesia se quer, me dando tanto nojo que precisei me virar para não vomitar.

Eles me olhavam com pena, não era pra menos, eu era a única mulher no local, mas não parecia ser pelo fato d’eu ser mulher mas sim pelo fato do brutamontes estar cochichando algo com um outro homem antes de vir até mim. Parecia que eu realmente teria alguma surpresinha afinal.

“Vamos meu bem, escolha uma armadura e uma arma” ele disse, me pondo na frente de centenas de armas diferentes e de um armário que carregava dezenas de armaduras de aço barato e pesado.

O que não faltava era opção, espadas, machados, arco e flecha, bastão cheio de pregos, chicote, arpão, correntes, lanças enormes e até mesmo um estilingue se vocês querem saber.

Aí eu me lembrei dos caras lutando minutos atrás, eles mal se tocaram, a dificuldade mesmo não era a luta em si mas sim a arena e suas armadilhas terríveis, se eu colocasse uma armadura pesada e segurasse uma arma gigante por mais eficiente que fosse, eu não duraria nem 3 minutos lá dentro. Era melhor que eu não entrasse com nada, assim teria mais agilidade e flexibilidade na arena para me desviar das emboscadas, eu evitaria o contato com meu adversário ao máximo e esperava que a arena fizesse meu trabalho por mim.

“Não quero nada” eu disse, e o brutamontes virou com a maior cara de “What Bitch?!”

“Você tem que escolher alguma coisa” ele disse, quase me batendo por ser tão burra de entrar lá sem nada.

“Não quero” repeti, decidida.

“Você entende que vai entrar lá dentro mesmo assim não é?” ele perguntava, como se eu fosse uma débil mental.

“Sim querido, eu entendo” disse, cheia de ironia.

Ele me deu um olhar de deboche e apenas disse: “Tudo bem, afinal não vai ser eu que vai estar morto em menos de 2 minutos” ele dizia, me levando até o final do local onde havia uma porta de pedra retangular que se abriria para que eu entrasse no vortal.

Eu estava esperando a porta se abrir, suando frio e pensando de novo se a escolha de ter ido sem nada tinha realmente sido boa. Consegui ouvir o brutamontes gritar para seu amigo do outro lado do lugar com um tom de deboche. “Parece que ela vai durar menos que o esperado Joe!”

E apenas ouvi mais um. “Ai, que merda...é difícil ver gente do palácio por aqui”

Mas o que eles tanto tinham com a gente do palácio?!

Antes que eu pudesse pensar mais ou voltar atrás, ouvi novamente o barulho das pedras se descolando e indo para cima, abrindo caminho para que eu entrasse na arena.

Ouvi apenas um: “Apresente-se S/n” ecoando até mim, parecia ser a voz de Áldeon, que me chamava para dentro do local onde talvez eu daria meu último fôlego de vida.

Lembrando da face de Taehyung consegui juntar um pouco de coragem e encontrei motivos pra tentar lutar e vencer.

Entrei no vortal.

Esperava que aquele passo não fosse meu último.


Notas Finais


Desculpem a demora anjinhos, tá uma correria aqui HEUHEUEHUEHEUH Aproveitem a preparação pro vortal kkk


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