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História O Príncipe e o Sol (em ajustes) - Zeus não é tão gracioso como minha mãe dizia


Escrita por: LV_356

Capítulo 9 - Zeus não é tão gracioso como minha mãe dizia


Acordei assustado, suava e sentia calafrios em minha espinha. Estava em meu quarto no Olimpo. Me senti aliviado. Aquilo que vi.. não parecia um sonho, era muito real para ser um sonho. Não lembrava muito dos deuses para identificar aquela moça que apareceu, o que me deixou frustrado. Tentei me levantar, mas logo fui impedido pelas mãos de Apollo me colocando na cama novamente.

-- Opa, calma. Não vai sair daí tão cedo, precisa se recuperar. Aquela coisa tinha algum tipo de veneno, seu corpo mortal precisa de repouso. -- ele diz num tom calmo.

O encarei por um tempo, não podia perguntar quem era aquela moça e o quem ela havia pedido para Apollo matar. Resolvi guardar isso para mim. Apollo havia cuidado de meus ferimentos enquanto estava inconsciente, achei gentil da parte dele ficar aqui durante todo esse tempo. Fiquei o resto do dia naquela cama, minha mente não parava. Decidi ficar em alerta para qualquer coisa estranha no Olimpo, mesmo que tenha sido só um sonho... até agora.. meus sonhos não erraram uma vez sequer. Isto é estranho.

Será algum Deus tentando me ajudar com visões?

Pensei comigo mesmo. Algo não parecia certo, cada vez mais eu sentia que estava entrando em um buraco mais fundo ainda do que eu já havia entrado. Nada fazia muito sentido desde que descobri que os Deuses são reais.. sinto que estou prestes a me envolver em assuntos que não são meus.

Decidi então investigar um pouco o Olimpo, sei que não posso simplesmente perambular por aí, mas eu preciso de respostas.. preciso encontrar a deusa da minha visão. Quando Apollo finalmente se retirou de meus aposentos, esperei ele ficar longe o suficiente e sai pelo Palácio.

Fui em direção aos aposentos de Eros, ele era o único naquele lugar que eu realmente sentia que podia confiar. Fui recebido gentilmente por aquele rapaz.. não importa quantas vezes eu o veja, a beleza de Eros é realmente interessante.

-- Em que posso ser útil, Andreas? -- perguntou o Deus.

-- Sei que é um tanto de repente, porém.. preciso de sua ajuda para encontrar uma deusa em específico.

-- Uma deusa em específico? -- Ele arquea a sobrancelha. -- Olha.. praticamente as Deusas já estão casadas ou fizeram um juramento de se manterem castas.. mas provavelmente deve ter alguma do qual aceite um relacionamento poli-amoroso! Ou.. tem os Deuses também, caso você goste de ambas as frutas..

-- O que..? -- minhas bochechas coram. -- N-Não, você entendeu errado! Não estou e busca de parceiros amorosos!

-- Oh, jura? Que pena.. você é um rapaz muito bom, sabe?..

Suspirei. Contei a Eros sobre a visão de Apollo com a tal deusa e sobre achar que isto poderia ser um aviso. Dei uma descrição da Deusa, a cada detalhe que eu dava, Eros passava de uma expressão de curiosa para de pavor. Ele parecia inquieto, se aproximou de mim, suando um pouco.

-- Olha.. Andreas. Tá tudo bem. Foi só um sonho, melhor não ir a fundo disso. -- ele me dava um sorriso nervoso, como se dissesse "nunca mais vamos tocar neste assunto."

-- certo... você tem razão, devo estar paranóico. Obrigado pela conversa, Eros. -- disse saindo do local.

Com certeza tem alguma coisa acontecendo e eu vou descobrir. Andei pelo palácio, conversando com os Deuses normalmente, enquanto analisava alguma deusa do qual fosse parecida com a do meu sonho. Andei por todas as áreas, todos os aposentos.. até mesmo bebi com Dionísio! Estava ficando sem esperanças... até que me toquei que não havia ido em um local ainda. Fui andando com cuidado para não ser visto e enfim parei em frente a uma grande porta. O local onde Apollo me proibiu de ir. Os aposentos de Hera e Zeus.

Coloquei o ouvido na porta, para ver se havia alguém ali dentro, ouvi passos indo em direção a porta e me encostei na parede. Quando a porta se abriu, me cobriu completamente.

-- NÃO QUERO MAIS OUVIR SUAS DESCULPAS! -- Um voz feminina grita, do qual eu chuto que seja Hera.

-- Minha rainha.. eu juro que estava com Ares naquele momento! -- Zeusa segue no mesmo momento.

Coloquei um pouco o rosto para fora da porta e vi que ambos já haviam sumido. Aproveitei o momento e entrei no quarto imediatamente e fechei a porta. Quando olhei em volta, não pude acreditar. Era o local da minha visão! Então, tudo indica que a Deusa que estava com Apollo só pode ser..

-- Você não é o humano do Apollo? -- uma voz grossa diz, atrás de mim.

Me viro bruscamente com o susto para avistar quem era.. lá estava, em carne e.. bem, músculo. Zeus. Eu estava em pânico, tentei parecer calmo e tentei pensar em algo.

-- Perdão a intromissão, senhor! Ainda não me acostumei com o local.. me perdi do caminho.

-- Não minta para mim, rapaz. Apollo deve ter lhe mostrado bem o Olimpo. O que faz aqui? -- ele se aproxima. -- Hmm.. já sei. Veio ver como é a área do Deus do Olimpo, certo? Ora, era apenas ter me dito! Seria um prazer mostrar meus aposentos para um súdito.

Burro pra cacete. Pensei.

-- I-Isso mesmo.. isto pode ser um tanto inadequado, estou envergonhado.. -- dou um sorriso nervoso.

-- Ora, não fique envergonhado, venha! -- ele me pega pelos ombros e me faz andar colado com ele.

Neste momento, eu apenas queria desaparecer. É tão estranho estar ao lado de uma pessoa do qual minha mãe teve um romance sem ser o meu pai.. ainda mais se ele for Zeus. Ele me mostrou o lugar, era enorme, bem iluminado. O céu parecia ir de acordo com as emoções do Deus, o que eu achei interessante. Andamos um pouco, até chegarmos no quarto do casal. Ele abriu a porta para que eu entrasse. Fiquei apreensivo, mas entrei mesmo assim. Era lindo.. eu nem conseguia descrever. As paredes tinham detalhes de ouro com diamante, o teto era um reflexo do céu e os lençóis da cama pareciam uma nuvem!

-- Pode se sentar, é bem macio. -- ele diz.

Eu me sentei sobre os lençóis. Eram tão macios que eu sentia todo o estresse do meu corpo se esvaindo.

-- Este lugar é incrível. -- sorri gentilmente.

-- Achei que iria gostar. Pode me chamar para andar pelo Olimpo sempre que quiser! -- ele sorri e se senta ao meu lado.

-- Ahm.. meu lorde. Posso lhe perguntar algo? Não quero que se sinta invadido nem nada.. -- olho para ele.

-- Diga, rapaz. -- ele direciona seus olhos azuis para os meus.

-- Eu ouvi um discussão mais cedo do senhor com Hera.. aconteceu algo entre vocês?

Ele suspira e olha para frente.

-- Sabe.. Hera é uma mulher difícil. Ela é destemida, independente e forte. Mas também vingativa.. eu, bem.. cometi alguns "deslizes" em nosso casamento..

-- Foi um deslize que fez vocês brigarem? -- questionei.

-- Ela é exagerada demais! Eu passei a noite com uma humana do qual eu havia achado atraente e ela descobriu. Ela provavelmente deve estar indo agora se vingar. Pobre garota. -- ele parecia incomodado, mas não arrependido.

-- Ahm.. por que o senhor não impede ela de fazer algo com a tal humana? -- questionei.

-- E encarar a furia de Hera? -- ele ri. -- boa piada, garoto.

-- É só que.. não me parece justo os outros sofrerem por um relacionamento do qual não são deles. Você e Hera poderiam se sentar e conversar sobre, se resolverem. -- eu o olhava nos olhos com uma expressão séria.

--... Sabe garoto, você é a segunda pessoa do qual me diz isso. A primeira foi uma mulher que conheci faz um tempo...Ela era uma princesa de uma Polís. -- ele coloca sua mão em minha bochecha. -- Seu jeito me lembra ela.

No impulso, me levanto rapidamente, pedi perdão a ele por ter que sair e disse que tinha trabalho a fazer. Sai daquela área o mais rápido possível, estava tremendo. Não sabia se era de nojo ou de nervoso com a situação. Zeus me pareceu egoísta e medroso, que ao invés de simplesmente se resolver com sua esposa e parar com o adultério, prefere se esconder e deixar que ela faça mal a outras pessoas... Esse não foi o Zeus que minha mãe descreveu.

Voltei para meus aposentos, onde Apollo me esperava na porta do quarto. Gelei assim que vi o rapaz, pensei em sair mas era tarde demais, ele já havia me visto. Fui até ele, já esperando reclamações.

-- Onde esteve? -- ele cruza os braços.

-- Fui tomar um ar.. Não aguento ficar no meu quarto o dia todo.

-- Por Zeus, Andreas, você precisa de repouso.. isto é inaceitável.

Eu estava cansado, confuso e irritado com toda essa situação. Puxei Apollo para o quarto e tranquei a porta.

-- Mas que porra você tá.. -- o cortei na hora o encostando na parede e colocando minhas mãos na parede, em ambos os lados do corpo dele.

-- O que você vai fazer quanto a isso, hum? Me punir? Mesmo machucado? Não é tão filho da puta assim, Apollo. -- mantive a voz firme e a aproximei meu rosto ao máximo que pude do rosto dele. -- Estou cansado de ouvir ameaças, se vai meu punir, me puna logo, porra.

Os olhos do Deus estava arregalados e ele estava boquiaberto. Esperei uma reação do Deus, uma advertência, qualquer coisa. Mas ao invés disso, Apollo abriu um sorriso convencido. O que me deixou bem irritado.

-- Você é corajoso, príncipe. Falar assim com um Deus.. muitos já teriam te lançado uma maldição ou algo do tipo. -- ele diz, sorrindo pra mim.

-- Você vai me amaldiçoar, Apollo? -- questionei.

Ele me encara em silêncio por um tempo antes de soltar uma gargalhada. O olho meio confuso, afinal não havia feito nenhuma piada para ele rir daquele jeito. Quando ele para de rir, cruza os braços e me encara com um sorriso maroto.

-- Por que eu faria isso? Bom.. ainda estou meio irritado com o seu plano com Eros, porém não o suficiente pra te transformar numa criatura bizarra ou algo assim. -- Ele toca levemente os meus braços e os tira rapidamente da parede, me jogando contra ela logo em seguida. -- Não sabia que tinha tanta bravura assim.. eu gostei.

-- Você é abusado, ein?

-- Você quem me jogou na parede primeiro, "Andrê".

--... Justo. -- digo passando por baixo dos braços dele. -- E "Andrê"? Jura?

-- Estou tentando ser simpático! -- ele anda até mim sorrindo e pega minha mão, tirando as armaduras. -- novinho em folha.

Minha mão estava com uma cicatriz, porém não havia mais aquele buraco na minha carne. Apollo podia ser um babaca, mas era bom no que fazia.

-- Obrigado por cuidar de mim.

-- Era o mínimo que eu podia fazer. Como você faria as coisas para mim com a mão daquele jeito?

Dei um soquinho no braço dele, rindo em seguida junto com ele.

-- Enfim, tire o resto do dia para descansar. Nada de andar por aí sozinho.

-- Por que? Tem medo de me roubarem?

-- Algo do tipo. -- os olhos cor de mel dele se encontram com os meus. -- Qualquer coisa, basta rezar para mim.

-- Não irei. -- digo sorrindo.

Ele sai do quarto, me deixando sozinho. Podia sentir uma melhora vindo dele, porém ainda tinha o sonho. Quem Hera havia pedido para ele matar? Não era da minha conta.. mas algo me fazia querer saber mais sobre isso.

As vezes eu gostaria que tudo isso fosse um sonho...



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