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História O Príncipe (Fillie) - Sacrifícios


Escrita por: robys_el

Notas do Autor


Voltei! Me desculpem a demora, mas eu precisava desse tempo. Estive doente e escrever a fic do Dustin me desgastou muito. Eu realmente recomendo que vocês leiam, porque ela é, na minha opinião, a melhor fic que eu já escrevi. O link está lá embaixo.
Eu acho que me inspirei na segunda temporada de 13 Reasons Why pra escrever esse capítulo, então se preparem!

Capítulo 18 - Sacrifícios


Fanfic / Fanfiction O Príncipe (Fillie) - Sacrifícios

“Amor é... Dar valor e se sacrificar Pela pessoa amada.”

Matos Rodrigues

 

 

Logo após o almoço, Millie sumiu. Os empregados não tinham muito o direito de ficar papeando após a refeição. Comiam e depois voltavam às suas tarefas. Millie pediu licença e se retirou. Finn decidiu que teria uma conversa com ela, mas sabia que demoraria para que se acostumasse a ser a hóspede.

 

Perguntou por ela quando foi liberado da mesa, porque, na verdade, queria sair correndo atrás dela, mas não podia esquecer os modos que seus pais exigiam à mesa.

 

Winona lhe contou que a viu indo em direção ao quarto dele e Finn se animou e foi correndo até lá.

 

Encontrou Millie cheia de gravatas penduradas em seus braços. Havia um terno na sua cama.

 

— Finn! – ela exclamou animada quando o viu na porta e ele decidiu que era necessário deixa-la daquele jeito novamente; tão alegre, como se ele não tivesse a magoado anteriormente – Eu separei as melhores. Escolhe uma.

 

Finn se aproximou e percebeu que Millie jamais poderia escolher alguma gravata feia porque ele não tinha, mas separara as mais simples. Segurava nas cores branca, preta e cinza. Somente tinha mais de três gravatas na mão, porque havia vários tons de cinza. Ele não sabia se era a falta de conhecimento da moda ou o jeito como ela enxergava o mundo. Os dois o deixavam muito triste, principalmente a segunda opção. Ele queria lhe mostrar tanta coisa...

 

Finn escolheu a preta e a colocou em cima da cama junto do resto das roupas.

 

— Obrigado, Millie – ele disse normalmente e Millie se virou rapidamente surpresa – O que...

 

— Você tá bem?!

 

— Tô... Por quê?

 

Ela deu de ombros.

 

— Nada. Só achei esquisito...

 

— Esquisito o quê?!

 

— Você falar ‘obrigado’. – Finn corou com aquilo? Ele nunca a tinha agradecido antes? Como assim?! – É um baile de gala. Eu pesquisei na internet e é isso que você deve usar.

 

— Eu tenho mesmo que ir? – Finn perguntou enquanto analisava as roupas sobre a cama. Impressionantemente, Millie conseguira escolher perfeitamente.

 

— A família toda vai.

 

— Eu sei. – Ele se aproximou dela – Mas eu quero ficar com você!

 

Finn segurou na cintura de Millie e beijou seu pescoço. Na hora ela endureceu. Agora que o efeito do álcool havia passado, não estava tão confortável sendo tocada.

 

— Nós já estamos juntos. – Ela se afastou quase que friamente e pegou as roupas da corrida de Finn.

 

— Eu sei, mas quero passar ainda mais tempo com você. Quero te levar pra um encontro!

 

— Um o quê?

 

— É. Quero sair com você. Só nós dois. Que tal hoje à tarde?

 

— Finn, você tem que se preparar e eu já tenho compromisso.

 

Uma onda de ciúmes percorreu o corpo dele. Primeiro que ela estava sendo completamente indiferente e segundo que compromisso era esse?

 

— O que você vai fazer hoje à tarde?

 

— A Sadie disse que não é da sua conta.

 

— Sadie... – ele falou entre os dentes. Só faltava ela atrapalhar sua relação agora. Então ele percebeu que não devia pensar assim da ruiva. Ela estava tentando ajudar Millie a se ajustar a sociedade e ele prometera que seria mais calmo – Tudo bem. Não precisa me contar se não quiser. Eu só queria fazer parte da sua vida.

 

Finn começou a tirar suas roupas. Estava difícil fazer as coisas sem Millie e acabou não colocando suas roupas de corrida. Millie se virou na hora. Agora que namoravam não parecia certo ver Finn sem roupas, mesmo que já tivesse visto antes. De fato, não trabalhava mais para ele. E o fato de estarem muito mais próximos a assustava, principalmente quando ele tirava suas roupas.

 

— Eu quero arranjar um emprego!

 

— O quê?! – Finn estava ainda sem camisa.

 

— Você me ouviu. – Ela se virou – Não posso depender de você pra sempre!

 

— Não é isso! É só que... – Ele tinha ciúmes, obviamente. Antes ela trabalhava para ele, fazia tudo que ele queria, salvava-o de situações inusitadas, quase morria por ele, chegou até a dar banho nele! Devia saber que Millie não ia se acomodar tão rapidamente com a ideia de viver bem sem trabalhar. Era só o que sabia fazer... trabalhar – Eu não quero mandar em você, Mills. Só quero que tenha um descanso. Você passou por muita coisa! – Isso servia. Ela ficava sem trabalhar e logo ia esquecer disso. Tinha muito dinheiro. Não se importava em gastar com ela. 

 

A posse era algo necessário para Finn ainda. Gostava muito de Millie. Muito mesmo. Mas também queria mandar nela. Machista? Com certeza. Era inaceitável namorar uma mulher melhor que ele, mas Millie já era melhor que Finn em tantos aspectos. Ela era boa, preocupava-se com os outros, prestativa, delicada, atenciosa, amigável, solidária, simpática... E eu podia ficar aqui o dia inteiro nomeando as qualidades da Millie. Então vamos agora para os seus poucos defeitos: teimosa, decidida (se isso pode ser considerado um defeito), focada demais... Não me lembro de mais nada! Percebe como é mais fácil dizer os defeitos de Millie que suas qualidades por serem muito poucos? Percebe como Finn é exatamente o contrário? Eu poderia escrever um capítulo inteiro sobre como Finn é mau, teimoso, arrogante, galinha, esnobe, acha que tem um rei na barriga (de fato me lembra o Loki) ... E de bom... ele reconhece seus erros. É isso. E é uma bela de uma qualidade se não fosse pelo fato de ele ter expulsado o Caleb, o Noah, feito da vida da Sadie um inferno, ter praticamente estuprado ela, quase deixou a Millie ser engolida pelo seu cachorro... Só assim que percebeu que deveria mudar... um pouco. Pelo menos era rico. E isso nem viera do seu sangue. Fora adotado. Como esses dois, completamente opostos, podiam se entender?

 

— É muito gentil da sua parte, Finn, e obrigada pela oferta, mas eu já descansei muito. Acordei tarde hoje – às 6h30 – me diverti muito ontem. Fiz compras, comi, bebi, dancei, fiz aquelas coisas com você... – Que ela não sabia se tinha nome – Está na hora de parar de vagabundear e colocar uma vergonha na cara! – Era brincadeira, mas Finn se ofendeu, porque ele praticamente só fazia isso.

 

— Você não pode, pelo menos, ir comigo ao baile?

 

Millie riu sarcasticamente.

 

— Finn, eu nem tenho roupa pra essas coisas!

 

— A gente pode comprar uma!

 

— Mas daí eu gastaria minha tarde com compras ao invés de procurar emprego!

 

— Millie, por favor, eu quero passar mais tempo com você! – De verdade, Finn estava doido para agarra-la e sabia que isso levaria tempo. Na noite anterior, Millie estava bêbada, e ele também. Nem sabia se sua conduta era aceitável pelo fato de que talvez, se estivesse sóbria, não teria aceitado nada daquilo.

 

— Por quê? – Millie não sabia muito bem como relacionamentos funcionavam. Normalmente os homens pegavam dela o que queriam, pagavam a sua mãe e iam embora. E Finn sempre fizera de tudo para se livrar dela. Queria que ela completasse suas tarefas rapidamente. 

 

— Porque a gente tá namorando e eu gosto de você! – Ele se aproximou e colocou as mãos na cintura dela – Por favor, Mills – Chama-la pelo apelido era algo novo –, vai comigo. Eu tô te convidando pra ir comigo como meu par!

 

— Você acha mesmo que eu sei me comportar em eventos assim? – Impressionantemente, e Finn ainda iria descobrir por que, Millie tinha um vocabulário muito bom para alguém que nunca havia estudado, mas eventos sociais de luxo, qual talher usar, como se sentar, o que dizer, já era pedir demais. 

 

— Eu te ajudo. – Finn se abaixou e deu um selinho em Millie – Por favor.

 

Ela sorriu pelo canto da boca como um ‘sim’ e ele a abraçou animado. 

 

— Tô doido pra te apresentar pro mundo!

 

Era meio estranho. Mal haviam começado a namorar e ele já queria que todos a conhecessem. Mas primeiro Millie não sabia o tempo necessário para ser apresentada e Finn queria mostrar a todos que havia mudado. Ele não estava namorando Millie por conta disso, mas já que estava, por que não tirar proveito, não é mesmo? E Finn não havia mudado assim. Estava mais calmo sim, mas ainda tinha uma cabeça muito quente.

 

Sadie emprestou um vestido seu para Millie, porque ela queria usar o que já havia comprado no dia anterior, mas a ruiva explicou que não servia para aquela ocasião. Para Millie era tudo a mesma coisa, mas resolveu confiar, ainda sim se recusou a comprar mais um vestido. Cara, que cuidava das costuras, teve que fazer alguns ajustes, mas ficou perfeito e logo Finn estava babando novamente.

 

— Você tá maravilhosa!

 

Millie sorriu timidamente e abaixou a cabeça não sabendo como responder. Finn disse com um entusiasmo que Millie nunca viu antes e se surpreendeu.

 

Não é preciso mencionar que Millie ficou completamente impressionada com o lugar. Estavam em uma outra mansão. Não era tão grande quanto a Wolfhard, mas a decoração era muito luxuosa, afinal, era um baile de gala.

 

— Coloque seu braço entre o meu – Finn disse quando foram passar pela porta e entraram juntos.

 

— Quero que se comportem! – Eric disse quando se reuniram na porta de entrada – Os negócios que estamos fazendo com a família Montgomery são muito importantes. Procurem não estragar tudo! 

 

Eric se retirou, deixando todos os jovens meio assustados. Aquilo foi uma ameaça? Maureen conseguiu falar antes que ele a puxasse para cumprimentar o pessoal:

 

— Não se preocupem. Ele só está nervoso com as novas adições na família, mas sei que vão ficar b...

 

De fato, receberam dois empregados no mesmo dia. Caleb e Millie acompanhavam Sadie e Finn, respectivamente. Aquilo era muito novo na família Wolfhard e os dois apareceram no mesmo dia. Porém, o que mais preocupava Eric era o fato de talvez a cor de Caleb entregar o seu status social, sendo que, infelizmente, é um fato de que a maior parte da população negra faz parte de uma classe social mais baixa. Não queria ser envergonhado, mas ser pobre não quer dizer ser um sem noção.

 

Os quatro seguiram os dois adultos. Tinham que ir cumprimentando todos com muita educação para manter o poder da família Wolfhard. Caleb já estava mais acostumado. Mesmo não tendo tantas oportunidades na vida, ele era muito culto. Millie era mais tímida e preocupada, mas Finn a apoiou o tempo.

 

— Ah, esse é o meu filho, Finn Wolfhard! – Eric o apresentou, quando chegaram perto dele e de mais um homem e uma mulher, sem contar a Maureen.

 

— Que rapaz bonitão! – O homem cumprimentou Finn – E você ainda tem outro?

 

— E mais uma pequenininha! Espero que possam conhece-los logo. – Era muito tarde para Ava ficar acordada, por isso ficou em casa com a babá enquanto Nick ainda estava na faculdade.

 

— Olá, sr. e sra. Montgomery! – Sadie os cumprimentou.

 

— Como você cresceu, menina! – a mulher exclamou.

 

— Cada vez que te vemos está mais linda – o homem afirmou.

 

— Esse é o meu namorado, Caleb!

 

Foram educados, mas não puderam deixar de pensar que era impressionante o fato de Eric ter permitido aquilo.

 

— Verdade. – Millie estava tão quieta e todos estavam tão engajados na conversa que ele nem a apresentou – Essa é Millie, minha namorada!

 

Os olhos pedões dela, junto com seu sorriso delicado, encantaram o casal.

 

— E como está o Dacre? – Eric perguntou já que estavam falando de filhos.

 

— Um baita dum homão! – A mulher riu.

 

— Estava por aqui... – Avistou o garoto – Dacre, filho! Dacre!

 

Sadie sorriu ao ver o garoto, agora homem, com quem brincara várias vezes durante a infância. Era quatro anos mais velho, mas com tantas reuniões de negócios acabaram se juntando, e admite ter tido inclusive uma queda por ele, mas já passara. Estava com Caleb, mas não podia negar que ele estava bonito. Vestia terno como todos, mas sem gravata e deixara alguns botões abertos, mostrando uma parte do seu peito tonificado.

 

Millie seguiu o pouco da atração até perceber que já havia visto aquele rosto uma vez. Mais especificamente, em cima dela... gemendo.

 

Imediatamente, seu rosto recebeu uma expressão de espanto, susto, medo. Não era possível que o mundo fosse tão pequeno.

 

Sadie e Dacre se abraçaram e ele cumprimentou todos, deixando Millie por último. Tinha quase certeza que aquilo não foi acidental pelo jeito como ele a olhou. Agiu como se não a conhecesse, mas no fundo de seus olhos verdes pôde ver o mesmo fogo de alguns anos atrás quando ele a dominou sem piedade.

 

— Tá tudo bem? – Finn perguntou quando teve um tempo. Claramente Millie passou a agir diferente. Estava completamente dura, mal se mexia. Já estava nervosa antes por estar em um evento diferente, mas depois daquele momento, teve quase certeza que sentiu seu coração parar. Inclusive de vez em quando colocava a mão em seu peito verificando as batidas.

Às vezes demorava um pouco para senti-las.

 

— Só preciso dar uma passada no banheiro.

 

Com isso Millie se mandou. Foi o mais rápido que pôde e colocou um pouco de água na sua nuca. Na verdade, queria molhar o rosto inteiro, mas isso estragaria sua maquiagem. Era desesperador. Ela precisava respirar, pensava que estava tendo um ataque, mas tinha que manter a calma. Aparentemente não era coisa de gente rica dar uns gritos do nada.

 

— Precisa de ajuda pra relaxar? – alguém disse do nada e Millie pulou.

 

Tinha esquecido de trancar a porta! Entrou em tanta correria que nem pensou nisso e agora Dacre estava bem a sua frente com aquele olhar arrasador que a fez por um momento pensar que ele seria gentil. Não poderia estar mais errada.

 

Foi quando Dacre trancou a porta que Millie engoliu em seco e realmente quase gritou. Tinha que se segurar, comportar-se, mas estava presa no banheiro com um cara nada confiável, o anfitrião, o que poderia fazer?

 

— Eu estou bem. Preciso voltar pra minha família, licença...

 

Ela tentou passar de cabeça baixa por ele, mas Dacre colocou seu braço na frente a impedindo.

 

— Espera. Espera. – Seu tom era totalmente de deboche – Vamos colocar o papo em dia. Faz tanto tempo que não nos vemos...

 

Millie respirou fundo. Sentia que finalmente sua vida estava se acertando e por isso não podia deixa-lo destruir isso.

 

— Olha, Sr. Montgomery, eu não estou trabalhando nem hoje, nem nunca. Só vim aqui com a minha... – Ela engoliu em seco – família. – Era esquisito dizer aquilo.

 

Dacre se aproximou mais ainda e o coração de Millie acelerou.

 

— E a sua família odiaria saber do seu passado, não é mesmo? – Sadie e Finn sabiam, mas talvez o sr. Wolfhard não reagiria muito bem. Ele começou a acariciar o cabelo dela – E não seria triste se meus pais descobrissem e desistissem de fazer negócios com a sua família?

 

Os olhos de Millie se arregalaram e ela sabia muito bem aonde ele queria chegar. Acontece que Dacre não havia mudado nada. Bernadette havia criado um sistema. Dependendo do que o homem pedisse o preço mudava e quantas vezes Dacre não foi ao extremo e ameaçou Millie para que ela mentisse e ele não pagasse tão caro.

 

Ela queria gritar, de algum modo pedir ajuda, mas sabia o quão forte Dacre era e a música estava alta. Não podia arriscar decepcionar Finn na primeira vez que saíam juntos oficialmente. O que o coração não vê os olhos não sente. Não cederia tão facilmente se já não o conhecesse tão bem.

 

— Por favor, não faça nada – ela disse se afastando.

 

Levou suas mãos para as costas e abriu o vestido falso. Na verdade, era uma saia com aquela parte de cima tomara que caia. Deixou cair no chão expondo seu torso nu e virou de costas sabendo muito bem qual era a posição favorita dele.

 

Apoiou-se na pia e se recusou a olhar a reflexão dele e a sua própria no espelho. Não queria chorar, mas não aguentaria se assistisse o ato, porém o sentiu sorrir nas suas costas, como os velhos tempos.

 

 

Finn estava ficando inquieto. Millie havia saído há minutos e não voltava. Não esperava o pior, só achava que ela podia ter se perdido. E como haviam acabado de começar a namorar, não queria perde-la de vista para ter certeza que continuariam juntos. Estava muito inseguro ainda.

 

A vontade era de passar em cada banheiro feminino procurando por ela. Pensou em Sadie primeiro, mas ela estava ocupada conversando com as autoridades sobre faculdade. Estava a esperando para pedir que fosse atrás de Millie. Só que ela estava demorando demais e ele entendia. Estava na época de correr atrás dos seus estudos. Ele também, mas pouco se importava ainda com isso. Só queria saber de diversão, mas ela não. Era esforçada e ele não queria atrapalhar, mas estava ficando realmente preocupado.

 

Quando se prontificou a invadir o banheiro feminino, Millie apareceu e estava mais pálida que o normal. Seus olhos e nariz estavam vermelhos e ela tinha uma expressão de desgosto. Primeiramente, Finn pensou no que ele tinha feito. Normalmente quem chateava Millie era ele, mas o jeito como ela andava tentando chegar perto dele logo, alertou-o de que o problema não era ele.

 

— Finn! – Millie disse aliviada ao vê-lo.

 

— Millie, onde você tava?!

 

— Eu falei que fui ao banheiro. – Ela tentou desviar a atenção do seu sumiço.

 

— E por acaso vomitou? Porque você parece tá passando mal.

 

Millie espremeu seus lábios tentando segurar o choro e Finn percebeu.

 

— Mills?

 

— Só me abraça, Finn!

 

Ela enterrou sua cabeça no peito dele e Finn arregalou os olhos não entendendo nada. Estavam no meio de um baile muito importante para seu pai, e sua namorada chorava inexplicavelmente em seus braços.

 

Finn acariciou as costas de Millie e depositou diversos beijos em sua cabeça tentando acalma-la. Queria resolver seu problema, seja lá qual fosse. Queria protege-la. Bem o raciocínio: só eu posso machuca-la. Apesar de estar se esforçando para não fazer isso.

 

— Millie, vamos – ele sussurrou e a levou para um local mais reservado. Sentou-a em seu colo e a abraçou novamente.

 

Ficaram lá por alguns minutos. Finn agradeceu que ninguém percebeu. Não estava pronto para lidar com isso ainda. Pessoas perguntando o que acontecia sendo que nem ele sabia. Queria preservar a privacidade e o direito de Millie de ficar chateada e chorar em paz. Se fossem embora, iria escutar um belo sermão de seu pai. Outra coisa que ele não estava pronto ainda.

 

— O que aconteceu? – perguntou depois de um tempo, quando Millie havia se acalmado um pouco, mas ainda tinha seu rosto enterrado no pescoço dele. Ela não respondeu e ele insistiu – Se não me disser, eu não posso te ajudar!

 

— N-não posso te contar! – Ela aceitou pensando nele. Queria ser aceita na família, não queria que seu sogro sofresse as consequências de seu passado, mas jamais quis ser infiel. Sem contar que não teve vontade alguma. Não queria aquilo, foi forçada. Mas Finn entenderia? E ele era a única pessoa que ela tinha. Pelo menos era o que achava.

 

— Você pode me contar qualquer coisa, Mills! 

 

— Isso, n-não posso!

 

Finn fechou a cara. O que havia acontecido de tão ruim que ele não podia saber? Afinal, era o rei das coisas erradas...

 

— Mills...

 

— Eu só quero ir embora, por favor!

 

Havia tantos motivos para não irem embora. E todos se dirigiam a seu pai e como ele ficaria bravo. A família interpretava um papel muito importante nos negócios da empresa e ele iria embora mais cedo, por conta da sua namorada pobre, que já foi uma prostituta! Estava morto, mas se importava mais com ela que com qualquer coisa.

 

— Espere aqui um minuto. – Finn se dirigiu à Sadie. Não queria atrapalha-la, mas ela era a única da família que entenderia o imprevisto – Podem me dar licença, por favor? – Ele puxou Sadie, porque sabia muito bem que se não a tirasse bruscamente, não conseguiria falar com ela antes que terminasse a conversa com os outros.

 

— Finn, mas o que...

 

— É a Millie! – ele a interrompeu antes que pudesse julga-lo – Alguma coisa aconteceu e ela tá chorando. Não quer me contar o que foi, então vou leva-la pra casa!

 

— Meu Deus, cadê ela?

 

Sadie já queria sair andando a procura de Millie, mas Finn a parou.

 

— Sadie, preciso que fique aqui e segure as pontas com o papai.

 

— O q...

 

— Por favor. Por favor.

 

Sadie assentiu.

 

— Vou tentar voltar o mais rápido que puder. Cuida bem dela!

 

Finn concordou e voltou para onde Millie estava. Observou-a de longe e percebeu que olhava para todos os lados como se procurasse alguém que a estivesse observando sorrateiramente. Sentia que estava sendo perseguida ou algo do tipo? O que demais poderia sair de Millie? Ela tinha uma vida tão simples. Apesar de que prostituição era a última coisa que ele pensaria dela, mas acontecera. Saber que não tinha muito jeito com as mulheres quando se envolvia sensibilidade, porque era muito bom para leva-las para cama, assustava-o, porque queria de qualquer jeito acalma-la.

 


Notas Finais


Bom, é a vida e espero que vocês entendam! Beijos e até a próxima!

Link Dustin's Party Time: https://www.spiritfanfiction.com/historia/dustins-party-time-12835997


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