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História O que é o amor? - Capítulo 2


Escrita por: rachellnsx

Capítulo 2 - Capítulo 2


Acordou um pouco desorientado, com dor de cabeça e com raiva por causa dos raios de sol que batiam em seu rosto, constatando que havia esquecido a maldita cortina aberta na noite anterior. Olhou para o relógio e viu que eram 6:53 da manhã. 

Também tinha se esquecido de programar o despertador pra tocar às seis, que ótimo

Ponderou ficar em casa - até porque ainda era terça-feira - mas logo desistiu da ideia, se lembrando de que sua mãe o faria ajudá-la com o máximo de coisas possíveis só para não deixá-lo quieto, então, no momento, a escola era mais atrativa que lavar a louça ou varrer o quintal às sete horas da manhã.

Tomou um banho rápido, se trocou na velocidade da luz e optou por ir a escola de bicicleta, afinal não era tão perto assim. 

Já nas ruas, o Uchiha estava observando os lindos raios de sol contra a sua pele. Seu rosto e braços estavam queimando como o inferno, como se o sol o estivesse abraçando e dando um caloroso - literalmente - "bom dia" digno de satanás.

Chegou na escola suado, fedendo e ofegante. A pele antes pálida estava tão vermelha quanto a de uma garotinha envergonhada.

Como odiava acordar atrasado. 

Passou pela diretoria e recebeu orientação para aguardar no pátio, já que havia chegado atrasado teria que esperar pelo término da primeira aula. 

O sinal tocou e o moreno suspirou aliviado, finalmente poderia entrar na merda daquela sala e assitir aquelas aulas chatas do cacete - perdoem-no pela sinceridade. 

Chegou na porta e deu leves batidas pedindo licença ao professor. A sala toda estava quieta o observando, e, para a sua infelicidade, parecia que suas pernas se esqueceram como andar de repente, tendo quase tropeçado nas primeiras carteiras. 

Sentou-se finalmente em seu lugar e colocou a bolsa nas costas da cadeira, se virando para trás para poder pegar seus materiais. Quando levantou o olhar viu que um garoto loiro estava sentado na carteira, antes vazia, atrás de si o observando. 

Obviamente achou aquilo estranho e tomou um leve susto, afinal aqueles olhos azuis o olhavam com tanta intensidade que tinha medo de encarar demais e acabar revelando seus piores segredos por impulso.

O garoto estranho, ainda o encarando, deu um sorriso ladino que fez o Uchiha travar durante dois segundos e voltar ao normal logo em seguida. Sentiu seu coração parar no tempo também, mas ele logo voltou a bater como uma britadeira em sua caixa torácica.

Já com os materiais em mãos, Sasuke tratou de desviar o olhar e se virar para frente, tendo a plena consciência de que estava ridiculamente vermelho e tremendo de leve. 

O que mais poderia dar errado hoje? - pensou Sasuke. 

Ao longo das primeiras aulas o Uchiha tentou ao máximo prestar atenção no que os professores diziam, mas não conseguiu. Talvez fosse coisa da sua cabeça, mas se sentia observado por aqueles intensos orbes azuis, sem falar que não parava de pensar no quanto se sentiu ridículo quando olhou para eles. 

O sinal para o intervalo tocou e Sasuke esperou pacientemente todos saírem da sala para poder sair também. Se levantou lentamente de sua carteira e já estava saindo quando sentiu alguém cutucar seu braço. Olhou para trás e viu que era o loiro de antes. 

- Oi, er... Sasuke né? - disse corando de leve e coçando a cabeça sem graça. 

Okay, isso foi estranho. 

- É, isso aí - se estapeou mentalmente.

- É que eu prestei atenção na hora chamada e vi que você respondeu quando chamaram Sasuke, então... - gesticulou mais sem graça ainda - enfim, é o meu primeiro dia aqui hoje então eu gostaria de saber se você não me ajudaria a não me perder por aqui - riu sem jeito. 

- Claro, por que não? - *gritos internos* - vamos, eles já vão trancar as portas. 

- Tudo bem - respondeu o seguindo - A propósito, meu nome é Naruto - sorriu em seguida. 

- Muito prazer, Naruto - disse e ouviu uma breve risada do loiro. 

Em menos de dois segundos Sasuke já havia chegado a conclusão de que poderia se acostumar a ouvir o som daquela risada todos os dias facilmente.

O pensamento repentino o assustou um pouco, mas resolveu deixar pra lá por hora, afinal, teria que se concentrar em guiar o novato e não passar mais nenhuma vergonha. 


(...) 


- E ali é a quadra - apontou o moreno. 

- Achei que aqui era maior. 

- Pois é - deu de ombros. 

- Você não é muito de falar, não é? 

- Não muito. 

- Só essa resposta já me diz tudo - riu de leve. 

- É que eu não estou muito acostumado com interações sociais, então não costumo manter conversas longas com alguém. 

- Você deveria tentar sabe, se abrir mais... você é um cara legal. 

- Você me conhece há exatos dez minutos, Naruto. 

- E foi o suficiente pra saber que tipo de pessoa você é. Se fosse do tipo fofoqueiro me encheria de perguntas sobre a minha vida, se fosse popularzinho estaria nesse exato momento esfregando seus amigos na minha cara, e por aí vai...

- Uau, você me parece bem observador - falou impressionado.

- Eu não tenho muitos amigos, e agora que me mudei eu não tenho mais contato com pessoas da minha idade. Então, pra passar o tempo, às vezes eu gosto de observar as pessoas. 

- Interessante. 

- Você realmente é um homem de poucas palavras - sorriu ladino. 

- Estou trabalhando pra mudar isso - na verdade não estava.

O sinal tocou logo em seguida fazendo com que eles tivessem que voltar para a sala, onde iriam assitir o restante das aulas. 

Nas próximas horas Naruto não disse mais nada, aparentemente focado em prestar atenção ao que o professor dizia. Já Sasuke  o total oposto, até se esforçava em entender o que o professor explicava, mas os olhos de Naruto o observando sempre vinham a sua mente roubando sua total atenção. 

Quando o sinal que indicava o fim de mais uma manhã tocou Sasuke se sentiu subitamente ansioso por causa de Naruto, tinha medo do que o loiro poderia pensar de si. Qual foi a impressão que passou? De uma pessoa inteligente e interessante ou uma pessoa chata e burra? Ele realmente achava que era um cara legal ou só disse aquilo por educação? 

Levantou-se da carteira já sentindo os sintomas de sua ansiedade o atingirem em cheio e jogou a mochila nas costas. Aguardou novamente todos saírem para poder ir também quando Naruto passou por si e o olhou uma última vez. 

- Tchau Sasuke, até amanhã - e sorriu de leve. 

- Até... 

Sentiu seu coração batendo como um louco no peito e respirou fundo na tentativa de se acalmar.

Saiu da sala logo atrás do loiro, pegou sua bicicleta um pouco mais a frente e saiu, tendo como companhia mais umas vez seus indispensáveis fones de ouvido e suas músicas tristes. Chegou em casa rápido naquele dia pois não teve que esperar o ônibus.

Não comeu muito durante o almoço então logo voltou para seu quarto, se jogando na cama e caindo no sono logo em seguida. 


(...) 


Abriu os olhos lentamente observando o teto branco de seu quarto. Já era noite e fazia muito calor, e mesmo que a brisa leve que adentrava pela janela fossa boa, não apaziguava o forno que estava ali dentro. 

Sasuke estava costumeiramente inquieto. O coração estava acelerado chegando a ponto machucar o peito de tão forte que batia. Era incômodo, mas estava acostumado aquela sensação. 

Sentia a adrenalina correr em cada parte de seu corpo, o dando o empurrãozinho que precisava para poder fazer algo que normalmente não faria, mas estava desanimado o suficiente para apenas ficar ali deitado, se questionamento vez ou outra sobre a sua existência e o propósito de sua vida que até hoje não lhe foi apresentado. 

Começou a ofegar, sentia o peito inchando e a dor se espalhando como as chamas de um incêndio incontrolável. Queimava tanto, ardia tanto, sua garganta estava seca e suas mãos, que agora agarravam com força seus cabelos, tremiam e suavam como nunca. 

A primeira lágrima desceu e foi como se rompesse uma barragem, pois as outras vieram como uma enxurrada molhando todo seu travesseiro. Tentava ao máximo sufocar seus soluços cobrindo sua boca com as mãos para não chamar atenção mas era difícil. Não queria que ninguém que estivesse em casa se preocupasse com algo tão fútil quanto isso, além de que seria extremamente vergonhoso chorar na frente de toda sua família sem ter no mínimo uma explicação razoável para aquilo. 

Não percebeu quanto tempo ficou chorando e se lamentando de forma tão deplorável como aquela, talvez minutos, talvez horas, talvez dias, talvez tenha feito isso a sua vida inteira. 

Depois de um tempo olhou para o relógio e viu que eram 2:57 da manhã, ainda teria que ir para a escola dali a algumas horas. 

Será que conseguiria aguentar mais um dia? Ou finalmente tomaria coragem e acabaria com isso tudo logo de uma vez? Sinceramente, não fazia a menor idéia. 

Só desejava que tudo isso acabasse logo para poder, um dia, finalmente viver em paz.





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