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História O Que Não Aconteceu Naquela Viagem. - Um dia e tanto


Escrita por: ketlenVictoria6

Capítulo 7 - Um dia e tanto


Fanfic / Fanfiction O Que Não Aconteceu Naquela Viagem. - Um dia e tanto

Fernando acabara de chegar na empresa, seu semblante era calmo,  ele estava feliz. Chegou mais cedo que todo mundo, e aproveitou para ir à sala de sua assistente que ainda não havia chegado.


Observou suas coisinhas, tudo arrumado do jeito que ela deixou. Ele riu ao ver uma foto dele mesmo próximo ao computador, ela já gostava dele a quanto tempo?— Se perguntava.

Sentou na cadeira dela, pegou uma caneta cor-de-rosa com uns frufrus na ponta... Sorriu.


Tão meiga.... 


Olhou aquela mesa ao todo e lembrou do dia anterior, onde quase faz amor com ela lá mesmo.  Havia perdido total controle, e percebeu isso, que toda vez que está com ela, ele perde o controle total.


Fernando


Ouvi passos em minha sala, me levanto e vou até lá.


—Omar! 


— Meu estimado presidente! Não sabia que já havia chegado.... 


—Sim, e você o que faz tão cedo aqui? Já que não é de seu costume isso acontecer.


—Tive insônia... —Sentou na cadeira frente minha mesa. — Soube que cancelou seu noivado com Márcia.


—Quem contou?


—Ela fez questão de me informar.... Culpando a mim! 


—Sinto por isso.... 


—Eu não achei que seria capaz de terminar com ela, logo agora, que estamos no fundo do poço. 


—Ela não fará diferença alguma Omar! 


—Eu sei mas...


—Mas nada! Se você está tão incomodado assim, case-se você! Com ela!


— Fernando, Fernandinho... Calma... Você já tomou sua decisão.... E aliás, cadê a... Horrolety já chegou?


—Omar, o nome dela é Lety... Letícia pra você! 


—Está bem... Homem... —Riu. — A estimada Letícia já chegou?


— Não!


—Bom mas... –olhou o relógio. — já deveria ter chegado não? É quase oito horas...


—Sim.... Deveria, mas não demora ela chega... 


— E como anda o romance de vocês?


—O que?


— O romance... The love... El amor... —Gargalhou. — Ela ainda está caidinha por você?  Você não me contou mais nada...


—Isso não é da sua conta Carvajal.


—Então.... Ainda segue dormindo com ela? Fernandinho você continuou o que começou na Alemanha? —Riu impressionado —Está se aproveitando da Feia?


— Cala a boca! Pelo amor de Deus Omar! É claro que não estou me aproveitando de ninguém! E outra coisa, Letícia Padilla Solís, Não é feia, nem aqui, nem em outro planeta! Ouviu?! 


—Não precisa se alterar irmão! Mas você deve está bem cego, porque aquela mulher nem pode ser considerada mulh...


Não demorou para uma mulher entrar, e ao fazê-lo, Omar e eu a olhamos abismados. Não podia crer. 


Levantamos ao mesmo tempo.


—D-deseja alguma coisa? —Omar perguntou à mulher....


Ela sorriu fazendo uma careta.


—Trabalhar? Seu Fernando perdão o atraso.... —Falou ela entrando.


Omar caiu na cadeira.


—Q-que-quem é você? — Perguntou ele novamente.


—É a Lety, Omar —Falei hipnotizado —É a Letícia!


—No-no-não, não pode ser! Você não é a Lety.... 


—B-bom, eu... Vou por as minhas coisas na... Salinha... Com... Com licença.... 


Enquanto ela se afastava a acompanhavamos com o olhar. 


Sorri de lado depois que ela entrou, dei um tapinha no rosto de Omar que encarava a porta fechada. 


—Fecha essa boca Carvajal... 


—Fernando! Viu o que eu vi?


—A Lety? É claro....


— Um anjo! Impossível de acreditar que essa deusa é a horro.... Digo, a sua... Assistente a Lety....


—Pois eu não me ponho tão surpreso.... Eu já sabia que ela era linda!


—Mas é claro, então é por isso que não conseguiu deixar ela? Céus imagine o corpo que ela guarda por dentro daquelas roupas.... 


O puxei pelo paletó.


—Não quero você nem sequer imaginando Omar! E Mais respeito por favor!


—Está bem, está bem... Me solta... — O soltei. — Seja lá  como foi que você fez com ela parabéns! Fez muito bem!  —Balancei a cabeça exausto. — Você acha que ela me daria uma chance também?


—Óbvio! Que não! E ela já tem namorado! Então tire o cavalinho da chuva! 


—Quem é o namorado dela?


—Eu! —Falei convencido. — E vou quebrar sua cara se continuar babando pela minha namorada.... 


—Foi mal... Mas quando não quiser mais, me avisa....


—SAI DAQUI CARVAJAL! 


Ele caminhou até a porta e saiu ainda pasmo.


Fui rapidamente à sala de Lety e a olhei admirando-a da porta. Ao notar minha presença ela levanta e sorri ternamente.

Estava linda de terninho preto justo, com os cabelos soltos em um corte de camadas,  com assessórios e com uma maquiagem leve, mas que destavavam bem os seus olhos,  olhos sem óculos à frente. Sem aparelho.... Estava mais linda ainda.... Não sei como isso pôde acontecer tão rapidamente. Foi só um final de semana longe, e ela volta assim. Totalmente transformada.


—Seu Fernando?... — Mas sua voz continua sendo a mesma. Ela continuava sendo a minha Lety.— O senhor está bem?


Saí do meu transe.


—Estou... Muito bem... Aliás, melhor que nunca. —Me aproximei dela. — Você está maravilhosa Letícia...


—Seu Fernando...


—Não Letícia,  Não tenho nem palavras para descrever o quanto eu estou encantado! Você é muito linda! E agora está mais ainda!


—Obrigada! –Me abraçou forte.— Eu achei que havia exagerado sabe, mas... Eu me senti tão bem... —Me olhou com aqueles olhos sinceros que faz meu coração disparar — E eu queria ficar bonita para o senhor, eu percebi que o senhor já gostava de mim antes, e isso fez eu gostar de mim também. 


—Eu não gosto de você Lety! —Segurei em seu rosto a fazendo olhar em meus olhos —Eu te amo! E tenho certeza disso a cada vez que te vejo! Que sinto meu coração disparar, quando vejo seu sorriso, e sinto seu toque.... Tudo em você é especial! E não importa a maneira como se vista, eu aprendi que o importante, é o que você carrega aqui! —Toquei  o lugar em que seu coração batia. 


Seu Fernando.... Assim o senhor vai me fazer chorar... —Falou sorrindo e limpando algumas lágrimas que caíam.


—E mal posso esperar para declarar para o mundo inteiro que estamos juntos!


—Estamos?


A puxei contra o meu corpo fazendo-a dar um pequeno sobressalto e em seguida gargalhar.


—Sim! Estamos... Isso é, se você me aceitar, Tirando o fato que eu não aceito um 'não' como resposta —Falei beijando seu pescoço, ela riu, mas em seguida suspirou.


—Seu Fernando... —Notei a mudança em seu tom de voz, e a olhei. 


—Algum problema?


—Mimha mãe sabe sobre nós dois!


—S-s-sua mãe sabe sobre n-nós? 


—Não falei nada seu Fernando! Juro, mas ela nos viu... Lá, naquela manhã... Ela... Viu nós nos beijando. E juntou tudo, a noite em que dormimos juntos...


—E, ela ficou chateada com você? Ou brigou? Contou ao seu pai???


—N-não.... Ela, apenas conversou comigo.... Mas no fim me apoiou, disse que não comentaria nada com meu pai, mas que era pra eu dar um jeito de, sabe, não esconder por muito tempo, ela tem medo de que eu me machuque....


—Ela não precisa se preocupar... Porque...  Vamos conversar com ela, e eu mesmo irei, e s-se eu ainda estiver com coragem, falarei com o seu pai...


—O o senhor tem certeza? Não acha que estamos indo rápido demais?


—Você acha que estamos indo muito rápido?


—Não acho, porque eu o amo seu Fernando.... Mas não quero que se arrependa caso queira voltar atrás em relação a mim e....


—Shhh! Não fale mais isso! Lety, eu te amo.... E não quero que nada nem ninguém a tire de mim!  Quero você ao meu lado por toda a vida! 


—Seu Fernando.... O senhor me diz tantas coisas bonitas.... 


—São apenas verdades Lety! —Acariciei seu rosto...


—Às vezes penso estar sonhando... 


—Minha Lety.... Fica comigo? Seja minha namorada? Minha mulher! Minha companheira..... Por favor.... Seja minha!


Me beijou com ternura. E em seguida me olhou nos olhos.


— Sempre serei sua! 


π



Chegamos à frente de minha casa, e bom,  seu Fernando estava mais nervoso que o normal.


— Meu amor acalme-se! Assim você vai ter um treco!


— E se sua mãe não gostar de mim? — Se olhou pelo espelho retrovisor. — Eu até que caprichei hoje... Mas e seu pai? Meu Deus... Ele vai matar! Certeza!


Segurei em seu rosto o fazendo olhar pra mim.


— Você é perfeito! — o beijei em seguida demoradamente. — E eu te amo! Vou ficar do seu lado.... Não se preocupe.


— Ai Lety... Só você para me acalmar em um momento desses!


—Então vamos?


— Mas já?


—Ou o senhor não quer? — Cruzei os braços.


— É cl-claro que eu quero minha Lety! Mas eu pensei que aproveitaria meus últimos momentos de vida melhor... Com você... Aqui no carro...


— Engraçadinho! — Bati de leve em seu braço.


Ele avançou e me beijou rapidamente. Logo desceu e abriu  porta para que eu saísse.


Abri a porta de casa com a minha chave.


— Boa noite mami! —Falei assim que entramos. Minha mãe, que estava na cozinha, veio até nós, enxugando suas mãos em um guardanapo.


— Olá meu amor... Chegou cedo? Seu Fernando! Que surpresa.... 


—Olá dona Julieta, creio que daqui a um tempo não será tão surpresa assim minha presença... —Sorriu. — pois minhas visitas se tornarão tão frequentes que se enjoará de mim.


Minha mãe me olhou significativamente. E sorriu largo para seu Fernando.


—Bom, eu estou terminando de preparar o jantar, fique à vontade....


— Quer ajuda mamãe?


—Não minha filha, não será preciso... 


Sorri.. 


—E onde está papai?


—Ele... Saiu, foi caminhar com o Motty, mas se soubesse que você chegaria cedo ele teria ficado... Não demora ele chega... Mas fiquem a vontade enquanto eu termino aqui...


Concordei. Minha mãe voltou a cozinha.


— Estou feliz que esteja aqui. — falei à ele.


— E eu mais... — Disse sorrindo acariciando-me no rosto. Percebi que iria me beijar, mas balancei a cabeça negativamente.  Fazendo menção à minha mãe. — Perdão.


— Vamos ao meu quarto... — Segurei em sua mão...


Ele arregalou os olhos.


— E sua mãe? —Sussurrou. 


—Não se preocupe com isso...E não vamos fazer nada demais!


— Ah, não? — Perguntou sorrindo.


— Ai seu Fernando... Quero só mostrar uma coisa.... 


— hmmm... E o que é? — perguntou malicioso.


Revirei os olhos... E o puxei pela mão.

Subimos as escadas. O levei até meu quarto.


..


—Uau.... Esse é seu quarto?


— Sim... — Falei sem graça..


—Imaginei que seria assim.... —Me olhou sorrindo. — Tudo é tão... Meigo... É tão você... —Disse analisando tudo. 


O admirei por um tempo, até lembrar do motivo que o trouxe ali.


—Ah... Seu Fernando, eu precisava falar com o senhor a respeito de algo. —Sentei à mesa do computador e o liguei. — já deveria ter dito, mas é que com as coisas, realmente não deu tempo. E aproveitando que está aqui, posso ser mais especifica. 


Me olhou preocupado. E se aproximou.

Falei a respeito de que haviam investimentos que não estava dando retorno, e focalizei no que estava dando problema. Mostrei alguns orçamentos básicos para ele ficar atento....

Nessa nossa conversa o tempo passou voando.  

Até a porta ser aberta. Era meu pai.


— Lety.... Seu Fernando?


Levantamos.


—Oi papai... 


—Seu Erasmo. —Estendeu a mão para ele. Papai segurou meio a contra gosto.


— O que este senhor faz em seu quarto?


—B-bom... Nós estávamos... —Seu Fernando tentou falar, mas o interrompi.


—Estavamos tratando de negócios, como o senhor pode ver, está tudo uma bagunça...


—Que eu saiba trabalho é na hora de trabalho. Ao menos paga a hora extra?


Seu Fernando me olhou sem saber o que falar...


— Papai.. Relaxa, realmente foi algo que eu... Eu esqueci de falar à ele.... E como ele está aqui, aproveitei a oportunidade....


— E sim... O que ele veio fazer aqui?


— Jantar conosco... 


— É alguma comemoração importante?


—Ora papai...


—Sim... Seu Erasmo... Será uma comemoração importante.. —Me olhou.


Meu pai balançando a cabeça continuou.


— Julieta mandou avisar que o jantar está pronto... E Lety... Porta... Aberta... 


—Claro papi... 


Ele se retirou... Mas não sem antes dar uma última olhada para meu chefe.


Seu Fernando me olhou e "caiu" sentado em minha cama.

Ri da cara que ele fazia... Estava com medo.


—Lety seu pai me odeia....


—Meu amor é claro que não...


—Shhh não me chame de meu amor,  ele pode escutar! — Falou olhando atentamente em direção a porta.


Sorri, e fui até ele sentando em seu colo. Ele arregalou os olhos.


—Seu Fernando...  —Fiz olhar pra mim. — Vai dar tudo certo....


Sorriu mais relaxado...


—Mas ele me odeia...


— Não odeia... O jeito dele é assim...  E ele sempre diz a mesma coisa quando Thomás vem aqui...  —ri lembrando das vezes....


—Q-quem vem aqui? Thomás? O do pacote?


— Sim... — disse sorrindo. — ele é meu amigo desde bem pequeno...  Mas meu pai nunca se acostuma....


— E o que o senhor Thomás vem fazer aqui no seu quarto?


— Senhor? — Gargalhei — Bom... Ele vem... Vem para conversamos... Ou para me ajudar em algo da empresa aqui em casa —Suspirei. — É como se fosse meu irmão.


— E ele te vê como irmã?


— Creio que sim...


— Rum.... Pois eu duvido muito... 


— Por que diz isso? — Levantei.


— Por nada... Nada... Mas eu não quero mais que esse irmãozinho venha aqui no seu quarto...


— Seu Fernando... — Cruzei os braços — Está com ciúmes? Do Thomás?


— Do Thomás não, de você! — Levantou.


Rindo o abracei.


—O senhor é tão lindinho...


— Não tem graça Lety.... — Falou ainda chateado. — Mas é melhor descermos ou seu pai me expulsa de casa....


Concordei tirando meu blazer, ficando somente com uma blusa de cetim branca de alcinhas...


Lety.... Não estamos sozinhos, calma... — Sorriu maliciosamente...


Corei cruzando os braços. Ele riu e me beijou na testa.


—Vamos? — Me estendeu a mão.


Sorri. E o acompanhei.


***


O jantar correu até que agradável... Minha mãe sorria a todo momento, ao contrário de meu pai, que estava sério até demais.

Depois de comer, fomos até o sofá.


— Seu Fernando, aceitas uma bebida? — papai ofereceu. Arregalei os olhos. Seu Fernando me olhou.


— É-é.... Aceito.


— Julieta, onde é que está aquela minha garrafa de Whisky? O senhor já tomou WILD TURKEY? 


— Não senhor, ainda não tive a honra.


— Meu velho você vai querer beber a essa hora?


— Estamos em uma comemoração Julieta! Ou não? —Nos olhou.


Minha mãe mesmo a contra gosto, foi buscar a bebida. Logo, voltou com dois copos e colocou sobre a mesinha de centro.

Meu pai ofereceu um copo para o seu Fernando. E o serviu. Depois fez o mesmo para si.


— E então.... Senhor Fernando. A quê estamos comemorando? 


Toquei a perna dele, e ele pôs sua mão sobre a minha. Nos olhamos e esboçou um sorriso terno.


— Seu Erasmo... Sei que pouco me conhece. —Suspirou —Mas já faz mais de um bom tempo que... me encontro... Perdidamente apaixonado por sua filha..... Ela mostrou.. ser a pessoa na qual desejo viver pro resto da minha vida. Não posso dizer quando meus sentimentos começaram, mas citaria aqui como. Ponto por ponto, de como aprendi a ama-la. Quero cuidar e fazer todo o possível para fazê-lá feliz. Seu Erasmo, eu não consigo mais viver sem ela! E gostaria da sua permissão, para viver esse amor livremente, e com a bênção de vocês. 


O olhei pasma. Nunca ninguém havia dito algo tão bonito para mim. Minha mãe suspirou encantada.


Depois de um tempo meu pai se pronunciou. 


—Seu Fernando, Isso não é um pedido de casamento é?


— Não ainda... M-mas, se ela quiser e o senhor permitir, casamos amanhã mesmo.... Sem problemas.... 


 O olhei assustada. 


— Acha mesmo que eu deixaria minha filha casar-se tão rápido?


— É que eu a amo senhor... E faria de tudo para ficarmos juntos.


— Letícia, tem algo a dizer? 


— Eu também o amo papai... E isso pode até parecer estranho para o senhor, mas eu sou apaixonada por esse homem desde a primeira vez que o vi, e saber que ele me ama também é algo maravilhoso... Por favor, permita que sejamos felizes... 


— É isso mesmo que você quer Lety? — Perguntou meu pai novamente.


— É tudo o que eu mais quero...


Ele suspirou dando um gole na bebida.


—Bom... Sendo assim... Eu permito. Mas só porque quero ver minha filha feliz — Seu Fernando apertou minha mão. E eu sorri. 


—Muito obrigada papai! —Falei emocionada.


—Seu Erasmo, o senhor não vai se arrepender.... 


— Espero que não senhor Fernando... É... Senhoritas poderiam me dar licença para eu dar uma palavrinha básica com este homem?


Fernando apertou mais minha mão. O olhei tensa... Minha mãe me estendeu a mão. E mesmo contra vontade a acompanhei até a cozinha.


Fernando


Depois que Letícia e sua mãe se afastaram. Engoli em seco. Seu Erasmo me olhava sério.


— Seu Fernando, o senhor não é o primeiro homem que vem até essa casa com juras de amor por minha filha. E eu sinceramente não estava com a mínima vontade de permitir esse romance, e se o fiz, foi por ela, porque amo ver minha filha feliz. Mas se porventura, uma lágrima escorrer daqueles olhos por sua culpa, eu não tenho medo de morrer, ou de ser preso depois de lhe dar uma boa surra. — Meu coração acelerou — E como chefe dela, espero que essa relação não venha interferir no trabalho, e espero também que não grite tanto! Seu Fernando... Realmente espero que isso tudo não seja só um capricho seu, e depois que enjoar querer jogar tudo para o ar e magoar minha filha.... Então pense bem.... Pense muito bem, se quiser desistir pode falar agora mesmo, e sair por essa porta. Pois é melhor minha filha se entristecer agora, do que depois.


Assimilei todas aquelas palavras com cautela. 


— Senhor Erasmo. Quero que deposite um voto de confiança em mim. Pois da sua filha eu não desistirei, nem agora, e nem nunca. Porque eu amo Letícia Padilha Solís, com todas as minhas forças! Não se preocupe.... Cuidarei dela quando o senhor não estiver por perto.


Me encarou por um tempo. 

Até esboçar um sorriso. 


— Então assim sendo... Bem vindo a família Fernando Mendiola. — Me estendeu a mão. Fiz o mesmo sorrindo. — Fique a vontade quando quiser nos visitar! 


— Muito obrigado. Seu Erasmo. De verdade.


— Pois bem... — Levantamos. — Preciso dormir. Julieta, vamos? 


—Claro meu amor...  


As duas se aproximaram de nós.


—Boa noite seu Fernando.


—Boa noite dona Julieta. 


Depois de alguns segundos, o casal subiu finalmente. 


Letícia me olhou.... E em seguida nos abraçamos.


— Meu amor... Viu... Deu tudo certo!


— Sim... Deu... — falei pasmo.


—Estou tão orgulhosa de você! Foi tão corajoso. — Me olhou sorrindo.


— Eu fui?


— Sim.... E disse muitas coisas bonitas... 


—Apenas verdades Lety...


— Eu te amo... Muito, muito, muito....  — Me abraçou mais forte.


— Muito? 


— Humrrum... Muito... 


— E eu te amo bem mais... Bem mais que tudo. 


Sorrimos como dois bobos... Bom, eu sorri como um bobo, ela não. Ela tem o sorriso mais lindo de todos....


A beijei da maneira mais terna que pude. Que mostrasse o quanto eu estava feliz, e o quanto eu a amava.


— Você é a mulher mais linda do mundo! 


Me olhou envergonhada.


— O senhor sabe que não.... Que tem mulheres muito mais bonitas por aí...


— Mas você tem mais vantagens....  Você é maravilhosamente linda por fora, e lindamente maravilhosa por dentro.


Me olhou desconfiada.


— Aonde o senhor leu isso?


— Li no livreto frases românticas e verdadeiras de Fernando Mendiola para Letícia Padilha Solís!


Gargalhou e me beijou rapidamente.


— O senhor é um príncipe encantado....


— O senhor? Lety... Você pode me chamar de você agora... 


— É que eu não consigo! Seu Fer.... Fer... 


—Fernando... —completei


—Fernando!


— Repete....


— Fernando.


— Mais uma vez!


— Fernando, está bom? 


— Muito... — A abracei pela cintura. — Você fica linda falando meu nome... 


— Dorme comigo hoje?


— Oi?


— Por favor? — falou manhosa.


— Lety.... Seu pai mal me engoliu e você já quer que eu seja morto? 


Me abraçou.


— É que eu vou sentir saudade...


— Eu também.... Meu amor...


— Então, só fica mais um pouco... Vamos ao meu quarto e ficamos quietinhos... Meu pai quando bebe dorme como uma pedra, daí depois se você quiser, pode ir embora.... 


—Querer ir embora eu nunca iria querer... —Sorri... — Mas eu não sei se isso é uma boa ideia, conhecendo você, aposto que você vai ficar tudo, menos quietinha. 


— Ai... Fernando.... Como pode dizer algo assim? —Vi que ela ficou sem graça. E ri dela... — Mas tudo bem se não quiser... Deixamos pra próxima....


—Negativo! O que faz parada aí? Vamos logo... — A peguei pelo braço e a levei até seu quarto.


— Seu.... É, Fernando... — Sorriu sem graça. — Eu vou tomar um banho... Não demoro... Fique a vontade...


—Tudo bem meu amor... Pode ir.


Ela foi até seu banheiro lá mesmo do quarto, e fechou a porta. Eu fui até a porta de entrada de seu quarto e a fechei na chave —Vai que o seu Erasmo decide entrar, não posso correr o risco — Depois fui até uma cadeira e coloquei meu paletó sobre ela, assim como a gravata. Abro alguns botões da camisa que vestia, tirei os sapatos e fui até sua cama.  Sentei nela e brinquei com alguns ursinhos que tinha lá. Ri do jeito que seu quarto era decorado. 

Era tudo um tanto infantil. Coisa que a Letícia está deixando de ser a um bom tempo. Ela continua com seu jeito meigo, mas percebo que a cada dia, se torna mais mulher. 

Sinto seu perfume em tudo aqui.


Uns vinte e poucos minutos depois ela saí do banheiro, eu já estava deitado em sua cama.


— Espero que eu não tenha demorado... —Falou sorrindo indo até o canto do quarto apagar a luz. A olhei e ela vestia uma camisolinha branca que batia no meio das coxas. Provavelmente de seda. 


Se aproximou e acendeu um pequeno abajur ao lado, que não deixou o quarto totalmente escuro.

Dei espaço para que ela deitasse ao meu lado e assim ela fez.


Hmmm... É tão bom ter você aqui...— Falou enquanto me abraçava.


— Digo o mesmo.... — Senti o aroma de seus cabelos misturando-se com o de seu corpo. E sorri satisfeito. — Mal posso esperar para dormirmos juntos todas as noites...


 Meu amor... — Me olhou. — Meus pais aprovaram nosso relacionamento, mas e os seus?


Pensei um pouco...


— Você sabe que o meu pai gosta de você...


— Mas a sua mãe... A dona Márcia, o Omar....


—A minha mãe terá que aceitar, e o restante não importa.


Sorriu e se aconchegou mais em meu corpo, colocando sua cabeça em meu braço e sua perna em minha cintura... Continuamos conversando enquanto ela acariciava meu peito de leve com as unhas e eu à sua coxa macia...

 Acabamos pegando no sono.


Consegui acordar no meio da noite, abro os olhos meio atordoado, e lembro que estava na casa da Letícia. Olho para o lado e ela dormia ternamente. Meu braço estava adormecido, mas não queria acorda-la... 

Sorri a admirando. Tão linda. Acariciei seu rosto e beijei seus cabelos. Ela se mexeu sonolenta, espreguiçou, e suspirando me olhou.



—Seu Fernando....


Sorri.


 Oi... Minha Lety...


— O senhor Já vai?


— Devo ir.... Não quero estar aqui quando seu pai acordar...


— O que ele falou pra você que o deixou com tanto medo?


— Além de dizer que me daria uma surra? E subentender que me mataria se fizesse você chorar?


— Meu pai disse isso?


— Sim. Mas eu entendo. E sabe, ele me contou que eu não sou o primeiro a ir falar com eles, é... "Fazendo juras de amor" como ele disse. Lety... Com quem você esteve antes de mim? Você namorou com alguém? Foi antes de me conhecer ou... Depois? 


Eu sei que poderia estar sendo inconveniente, mas aquelas dúvidas não saiam da minha cabeça. 


Ela me encarou por um tempo. E suspirou sentando à minha frente.


— Ma-mas se não quiser me falar...  Não tem problema. Eu só fiquei curioso.


 Eu lamento que meu pai tenha dito, essas coisas para... Você. — Mordeu o lábio inferior pensando no que me diria. — Eu... Estive, com alguém sim. Mas já faz muito tempo, eu ainda fazia faculdade.


— E... Vocês namoravam.—Pausei — Amava ele?


— É... Namoramos por... Muito pouco tempo. E bom, eu achei que o amava. Mas só gostava, gostava da atenção que me dava. Que eu nunca tinha recebido de ninguém.


—E depois terminaram.... Foi com o Thomás?


— Não! Não foi com o Thomás. Foi com um... Carinha do bairro, que nem mais aqui mora.


—Lety... Eu sei que não se sente confortável falando sobre isso. Perdão, mas me deixe perguntar só mais uma coisa?


Ela assentiu.


— Foi com ele a sua primeira vez?


— Sim. E antes que pergunte, depois que transamos ele terminou comigo. Tudo foi apenas uma aposta boba de moleques.


Senti uma enorme vontade de matar quem fez isso à ela. Respirei fundo. Não a perturbaria mais com esse assunto. Mas como puderam? Agora mais do que nunca, faria de tudo para que ela fosse feliz.


— Seu Fernando.... Eu espero que, não comece a me ver com outros olhos...


A puxei para meu colo e a abracei.


— Meu amor é claro que não... Muito pelo contrário. Vejo você como uma mulher mais forte. Que apesar de ter sido grandemente magoada no passado, não desistiu de acreditar no amor. E agora eu a admiro mais ainda!


 Te amo tanto Fernando Mendiola.... Tanto.


— Minha Lety... 


Me beijou de repente. Sorri. E retribuí.  Nos beijavamos com toda a vontade que tínhamos. 

Segurou em meu rosto intensificando o beijo. Apertei sua cintura.

E sem parar, sentou de frente pra mim, me deixando entre suas pernas. Passei minhas mãos com vontade por toda a extensão de seu corpo, e sentia a seda de sua camisola deslizar entre os meus dedos. 

Sem ar paramos os beijos, e senti sua boca ir em direção ao meu pescoço e ela a se mexer em meu colo. Abri um pouco a boca. E fechei. Olhei para a porta. E o medo dos pais dela nos pegarem aumentou quando senti que já queria fazer amor com ela alí.


—Le... Lety.... — Tentei falar enquanto tentava parar ela com os beijos em meu pescoço.

Segurei forte em seus dois braços. Finalmente ela me olha, mas com um sorriso malicioso. — Lety... Por Deus... Seus pais... — tentava falar. Mas assim como ela, estava ofegante.


— Eles estão dormindo. —Sussurrou rindo.


— Eu.... Eu acho que isso não é.. Uma boa ideia. — Falei sentindo já um incômodo entre as pernas.


Ela me olhou nos olhos mordendo o próprio lábio. E retirou a própria camisola deixando os seios a mostra. 

Minha boca secou. Dos seios voltei ao seus olhos.


 Tem certeza que quer ir? —Sussurrou de forma sexy.


Começou a abrir botão por botão da minha blusa. A observei. Aquela cena docemente erótica à minha frente.

Foi beijando a cada descoberta nova. E meu coração agitava desgovernado. 

Chegou à barra do meu cinto, e o abriu. 

Suspirei e segurei suas mãos.


Lety...


Shhhh! 


Levou minhas mãos até suas costas e veio mais pra cima de mim. Voltando a nos beijar.

Nossas respirações pesadas eram abafadas por cada beijo que se recomeçava.


Deslizei minhas mãos e retirei sua calcinha. 

E rapidamente me vejo despido de minha calça. 

Começo então a acariciar seus seios com a minha boca, estava deliciosa, levo minha mão com afinco por seu corpo e ouço seu gemido baixo.  Estava queimando. Sentia suas mãos por meus cabelos e costas... Me arranhando, me apertando. 


Não aguentaria por mais tempo, e tempo é o que a gente não tinha naquele momento.

Com apenas um jeito retiro a última peça que me faltava. 


Se acomodou sobre mim. Lentamente deslizou até o fim. E novamente voltou à cima. 

Suspiros. Controle. Não podíamos fazer barulho. O que é quase impossível para nós dois. 


—Fernando.... — Sussurrou mordendo o lábio, enquanto seguia naquela dança cadenciada.


Segurei em seu rosto, e a beijei. A beijei como sempre. Sentindo todo o amor recíproco, toda a entrega. O que sempre me fazia ficar. O que sempre me fazia e me fará eternamente feliz.


π


Letícia


Despertei sonolenta. Olhei no relógio ao lado e o despertador iria tocar em cinco minutos. Sentia uma paz sem igual, e um sorriso brotou em meu rosto ao lembrar da noite anterior.


Mas, uma dúvida surgiu em meu interior. —Será que tudo não passou de um sonho?


Olhei ao redor e não o encontrei. Obviamente já teria ido embora. —Mas nem o vi partir...— E como veria? Se depois eu apaguei completamente.  Depois.... Depois de termos feito amor aqui nesse quarto. Nessa cama. 


Suspirei satisfeita. E levantei, mesmo percebendo que estava nua.


—Meu Deus somos loucos.... Se meu pai nos pega, ou melhor, eu sou louca.... Onde já se viu? Não sei o que deu em mim. Mas a felicidade era tanta de finalmente ter o homem que amo só pra mim que não me aguentei esperar. — Falei sozinha indo até o banheiro.


Depois de pronta desci. Encontrei Thomás que já estava na mesa comendo.


—Bom dia minha filha! 


— Bom dia mamãe! Olá Thomi... — Fui até ele o abraçando rapidamente e me sentando na cadeira ao seu lado.


Ele me olhou estranho.


— Acordou de bom humor em.... — Comeu um pedaço de pão ainda me analisando. 


— Como não ficaria? — Perguntou mamãe sentando-se também. —Depois de se assumir  com o seu Fernando, quem não ficaria?


—Você ta namorando o Fernando Mann.... Diola?


— É... Sim Thomás. — respondi sem a mínima vontade de corrigi-lo.


— E ele sabe disso?


— Engraçadinho.... — Falei colocando um pouco de suco em meu copo.


— É bom que assim você finalmente me dá um emprego!


— Sou apenas namorada dele, não dona da empresa!


—Tecnicamente você é!


—Thomás! — O repreendi.


Minha mãe riu.


—Por falar no Seu Fernando minha filha, ontem ele demorou muito para ir?


Encarei meu suco por uns segundos. Meu coração acelerou.


— N-não mamãe.... Por quê? — O bebi.


— Ah... Por nada filhinha, eu pensei ter ouvido vozes nessa madrugada...mas devo ter sonhado.  


Quase engasgo com o suco.


— Ai Dona Julieta! Não fale uma coisa dessas... Cruzes, não venho mais aqui...


— É... Mamãe, tenho que ir. —Falei levantando.


— Mas já minha filha?


— Sim... Tenho um dia cheio. Mas tenham um bom dia.... 


Praticamente voei daquela sala. 


π


Dona Julieta foi ao quarto de Lety para recolher as antigas roupas de sua filha pra doar à algumas colegas da igreja. 


Que bagunça... Jijiji, essa minha filha deixou esse quarto uma zona.... Tadinha... Não tem tempo nem para comer. 


Deixou as sextas com roupas ao lado. E começou a arrumar algumas coisinhas fora do lugar.

Mas algo lhe chamou a atenção.


Se abaixou e ajuntou algo embaixo da cadeira.


— Uma gravata? — Se perguntou confusa. — Espera aí... Essa é a gravata que o seu Fernando estava ontem....





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