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História O que nasce do ódio? - 'Com quem você está, Zule?'


Escrita por: A324K21F

Capítulo 11 - 'Com quem você está, Zule?'


Fanfic / Fanfiction O que nasce do ódio? - 'Com quem você está, Zule?'

Pov Macarena

Naquele dia consegui assistir a última aula e voltar para casa dando a sorte de não encontrar meus pais por aqui. Uma blusa limpa e sem manchas já estava guardada em meu armário. Helena fez de tudo para conseguir me entregá-la antes de irmos embora.

A garota, até hoje, ainda me envia mensagens se desculpando pelo ocorrido e enquanto eu ouço a música 'Only when I sleep' penso no que poderia ser o favor que vou pedir à ela em troca dessa situação. Afinal, Helena já havia concordado que faria qualquer coisa para se livrar da culpa de ter derramado o café em minha blusa. Achei até que ela estava exagerando bastante inclusive, mas reparei que ela não tinha um amigo sequer na escola. Será que a menina acha que uma aluna nova como eu pode ser sua amiga? Acho que ela está depositando uma certa confiança em mim que talvez não devesse, mas penso que sim, que o que ela quer é realmente fazer amizade comigo e vou me aproveitar disso o quanto puder, afinal, quero saber que tipo de relação ela mantém com Zulema Zahir.

Sinto então um cansaço me consumindo e logo adormeço ainda exausta de tudo que passei hoje pela manhã.

{{{ You're only just a dream boat
Sailing in my head
You swim my secret oceans
Of coral blue and red
Your smell is incense burning
Your touch is silken yet
It reaches through my skin
Moving from within
And clutches at my breast
But it's only when I sleep }}}

Pov Helena

Maca havia chegado de Barcelona e quando pensei que poderia finalmente fazer amizade com alguém naquela bendita escola quase estrago tudo derramando café na menina.

Eu sei que pode ser um grande exagero, mas não quero causar nenhum problema à ela. Afinal, preciso de alguma companhia antes que eu enlouqueça de vez passando esses anos apaixonada por uma professora e fazendo de tudo para conquistá-la.

Vou me empenhar em resolver bem as coisas com Macarena, quem sabe isso me ajude a poder até me afastar da professora Zahir...

Pov Autora

Helena, ao lembrar de Zulema, se levanta e vai em direção à sua escrivaninha. Ela hesita, mas decide abrir a gaveta onde tem apenas um álbum com algumas polaroids e sua máquina. Retorna então para a cama, se deita e observa as fotos tiradas mais recente.

Desde sempre Helena gostou muito de fotografar e depois que se descobriu apaixonada pela professora era exatamente para a mais velha que seu olhar recaía. Ela tinha um número considerável de fotos, e Zulema jamais percebera quando estava sendo observada enquanto o dedo da mais nova dava cliques freneticamente quase tentando capturar sua essência. Se tinha uma coisa que Helena sabia fazer bem era se entocar atrás de algum lugar, se fazer despercebida, invisível... E assim, obter seus tesouros.

A menina agora olha para uma foto específica onde Zahir estava vestida com seus coturnos pretos, saia longa, blusa de manga comprida e casaco. Helena já estava com a mão entre as pernas quando percebeu, na fotografia que tirou logo cedo,  que a sala a qual a mulher estava prestes a entrar era a sala de informática...

'Não foi nessa sala onde Maca resolveu gazear uma das aulas de hoje?' Pensou a garota um pouco intrigada, mas logo voltou a olhar para o perfil da elegante mulher desenhada em sua foto. Depois de gozar, adormeceu.

Pov Zulema

Já é noite de sexta-feira e estou ao telefone com minha amiga e ex-companheira de presídio, Saray Vargas. A mulher não pára quieta, faz seis meses que viaja com a filha em uma caravana... Como consegue dinheiro para sobreviver não lhe pergunto.

Nesse momento estamos bebendo algumas doses... Ela vinho, debaixo de um céu estrelado sabe-se lá onde, e eu um copo de uísque com pouco gelo, afinal, está muito frio ultimamente por aqui.

A cigana, depois de alguns minutos falando das peripécias que fez durante a estrada, percebe algo diferente em minha voz, comentando que eu parecia mais animada e insinuando algumas coisas tentando arrancar mais detalhes do que estava acontecendo.

Reviro os olhos dando um último gole no meu copo que agora vazio pede por mais uma dose. Sei que amanhã é sábado e darei aula para Macarena. Eu estava a pouco tempo atrás mais do que preparada para chegar provocando a menina, mas se estou bebendo mais do que o normal... Talvez eu esteja nervosa com isso?

Pov Autora

Zulema é arrancada de seus pensamentos pela voz de Saray que grita ao telefone:

- Que que tá pegando, Zulema!? Você parece mais animada, mas não me conta mais detalhes e já faz alguns minutos que está calada. Garanto que se pedir para repetir o que eu disse a cinco minutos atrás, você não vai saber responder.

Saray escuta a respiração pesada da amiga e se pergunta o que houve já que a mesma estava muito animada no início da ligação e agora parece preocupada... A cigana resolve então jogar um verde para ver se colhe maduro:

- O que tá pegando, Zule? Ou melhor... Quem você tá pegando?

Zulema escuta a voz maliciosa de Saray do outro lado da linha e, entre um gole e outro de uísque, responde pausadamente:

- Só estou tentando me divertir nesse inferno de escola.

- Joder, Zulema! Tais ocupada com alguma aluna, hum? - Saray parece mais do que animada pela novidade, mas não demora muito para a cigana ficar em silêncio com ar de preocupação.

- Ei, puta elfa del infierno... - ela começa a falar com um jeito carinhoso demonstrando verdadeiramente se importar com o que poderia acontecer.

- Não vá comprometer sua liberdade com isso, ouviu? Me diz, já aconteceu? Já ficaram... Ou...? - Zulema respira fundo antes de começar a falar, não sem antes se surpreender com a própria resposta.

- Ainda não, cigana.

Ela desliga a chamada depois de contar para a outra detalhes do que houve durante o dia, sem esquecer da cena toda na sala de informática. A cigana oscilava entre incentivá-la a continuar o que pretendia fazer e dar sermão comentando sobre o perigo de uma professora ficar com uma aluna. Acontece que perto de Macarena facilmente vinha à tona uma Zulema que ficou bastante tempo adormecida...

Quando seu corpo se aproxima do dela, a morena esquece que é sua professora, tudo o que se passa em sua cabeça são as diversas formas que pode fazer para obter prazer provocando e torturando a menina. Ela fecha os olhos imaginando novamente a loira de quatro, amarrada, implorando pela sua língua entre as pernas.

Pov Zulema

Sinto mais uma vez o uísque quente descendo pela minha garganta. Olho o relógio mais próximo apoiado perto da minha TV... Percebo que já são quase três da manhã e meu sono está longe de me fazer uma visita.

Caminho até o banheiro, abro o chuveiro... Escolho uma temperatura média apesar do frio que faz lá fora. Sinto a água descer pelo meu corpo que está fervilhando. Preciso de uma ducha para apagar meu fogo por hoje.

Pov Macarena

Acordo com um barulho de copo quebrando no andar de baixo. Logo percebo ser obra de meu pai que pra variar chega bêbado em casa. Dou graças por minha mãe ter me avisado que se daria a oportunidade de espeirecer a mente. Hoje ela não está em casa, pois saiu com as amigas para assistir a um filme no cinema e certamente todas foram para uma pista de dança curtir a sexta à noite. Quanto ao estado de meu pai não me preocupo, sei que em breve ele estará no sétimo sono roncando alto deitado no sofá. Só dele não causar problemas para a minha mãe já é um pequeno alívio para mim.

Resolvo me sentar na cama percebendo que dormi demais, tanto que já está de madrugada. Pego o meu celular que acumula algumas mensagens de uma Helena curiosa para saber que favor vou solicitar que ela faça para ficarmos quites depois do acidente.

Mordo meus lábios agora imaginando como Zulema estará vestida amanhã. Me pego pensando com que roupa devo ir... Já que terei aula em pleno sábado, não será preciso usar uniforme. Balanço a cabeça tentando fazer com que tudo isso cesse de perturbar a minha mente a essa hora me impedindo o sono. O que foi em vão, pois lembro do sonho que tive a pouco com a morena. Sentia seus cabelos tão sedosos entre meus dedos... No sonho os puxava com força enquanto a professora rebolava nos meus dedos úmidos brincando em sua entrada.

'Macarena, sua doida! Em que encarnação você conseguiria ser tão ativa com alguém, ainda mais com uma mulher!? Sem contar que ela é sua professora e você não quer mais problemas do que já acumulou no primeiro dia de aula, né?'

Escuto a voz que me reprimia por vezes me auxiliando em não me meter em confusão... Mas lá no fundo tem uma outra vozinha que mesmo estando bem longe consigo dar ouvidos:

'Mas, afinal, com que roupa você vai amanhã, menina? Está preparada para provocar essa mulher só por brincadeira como você sempre gostou de fazer com as moças de Barcelona?'

Dou um salto animada. Abro as portas do meu armário em busca das peças que vou vestir. Separo cada uma em cima da cadeira que fica em frente à minha mesa de estudos. Antes de dormir mordo os lábios... Repito para mim mesma a frase que escutei do meu outro eu: 'preparada para provocar essa mulher amanhã só por brincadeira...?'

E antes de pegar no sono me escuto questionar: será que é só por brincadeira? 



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