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História O Rapto de Park Jimin - Stigma


Escrita por: BolinhoDiArroz

Notas do Autor


Boa Noite ^^
Não vou falar muito, estou meio desanimada e me sentindo meio mal, então ...

- Boa Leitura!

Capítulo 17 - Stigma


Fanfic / Fanfiction O Rapto de Park Jimin - Stigma

 

 

 

Submundo, Jardim da Meia Lua

Park Jimin

Suspirei pela décima vez naquela madrugada.

 

Já se fazia mais de meia hora que eu havia contado a Jeon sobre sua mãe ter aparecido para mim e desde então ele estava andando de um lado para o outro pensativo e resmungando coisas para si mesmo que eu não conseguia entender muito bem.

 

Não que ter Jeon caminhando para lá e para cá com aquela calça de couro colada nas suas belas pernas longas e torneadas, com a regata preta super cavada nas laterais que na verdade mais mostrava do que escondia pele, e com os cabelos pretos e compridos o suficiente para tocarem sua nuca não fosse uma bela visão, muito menos  seus lábios vermelhos que hora ou outra eram castigados pelos seus lindos dentinhos de coelho. Na verdade, provavelmente essa seria a coisa mais sexy, linda e fofa que eu veria hoje e durante o resto da minha vida.

 

Esse era um pensamento que me agradava… E muito.

 

Enfim, deixando toda a sensualidade barra tesão que a imagem de Jeon exalava no momento, e voltando para a linha de raciocínio do início, o que me incomodava era o fato dele não estar me dando nenhuma atenção. Poxa, eu havia acabado de descobrir que estava grávido de gêmeos e ele nem olhava direito para a minha cara?

 

Se eu havia me arrependido de ter contado isso para ele?

 

Tinha e muito.

 

Mas eu sabia que era pelo um bem maior, sem contar que se eu não dissesse nada como eu iria explicar meu sumiço? Não tinha outro jeito e eu não era bom com mentiras, então dizer a verdade era a única saída, sem contar que com certeza Jeon iria acabar descobrindo já que a mãe dele aparecia de qualquer jeito. Mas o fato aqui era que eu queria atenção dele, poxa.... eu estava grávido, carente, com fome e recém excitado.

 

- Jeooonieee... – Choraminguei fazendo bico choroso conseguindo enfim atrair sua atenção.

 

- Jiminie! – Ele exclamou preocupado se ajoelhando na minha frente. Se eu estranhei todo aquele alvoroço para o meu lado? Estranhei, mas nem tive tempo de questioná-lo ou tranquilizá-lo. – O que foi? Está com dor em algum lugar? Eu falei que deveria estar repousando. – Suas palavras saíram apressadas enquanto segurava meu rosto entre suas mãos me analisando afobado como se isso fosse o fazer descobrir o que eu supostamente tinha. Quis rir de seu desespero, mas me contive. Cruel ou sádico demais eu querer rir dele? Um pouco, afinal, eu sabia que ele ainda sentia bastante culpa dos acontecimentos de mais cedo, mas ele estava tão fofo e lindo daquele jeito que eu não conseguia evitar. Então somente assenti com a cabeça aumentando o bico o vendo arregalar os olhos mais ainda. – Está mesmo com dor? Aonde? Ai Meu Zeus, Jimin precisamos urgente de ajuda!

 

- Sim… - Murmurei fazendo beicinho. - Minha barriga dói. – Murmurei abaixando o rosto. - Eu estou morrend

 

- Eu vou chamar a Gain. – Ele falou se levantando e antes que eu pudesse falar algo a mais, ouvi seus dedos estalarem trazendo a mulher a nossa frente em questão de milésimos de segundos.

 

Detalhe.

 

Ela estava com um creme verde catarro em todo o seu rosto e roupas nada casuais para o momento. Assustada ela olhou ao redor e quando achou Jeon na sua frente seus olhos se fecharam em duas finíssimas fendas, parecia que a qualquer  momento ela iria voar no pescoço de Jeon e estraçalha-lo.

 

- YAAAH!!! – Ela gritou olhando para Jeon que arregalou os olhos ao ver a mulher apontar o dedo irada para si. – O que pensa que está fazendo, Jeon JungKook?! – Gritou furiosa avançando até ele.

 

- Ji-Jimin... – Ele gaguejou dando passos para trás. – Está com dor! – Falou de uma vez fazendo a mulher parar de avançar contra si e virar-se para mim preocupada.

 

Quando a vi de frente não aguentei, todo o riso que eu segurava daquela cena hilária que acontecia bem ali na minha frente explodiu em uma gargalhada alta e gostosa fazendo o rosto da mulher se contorcer mais ainda de raiva e o dele se contorcer em confusão e pavor.

 

- Para mim ele parece muito bem. – Rosnou ameaçadoramente se virando para Jeon.

 

- Mas ele disse que estava com dor. – Resmungou olhando acusadoramente para mim.

 

- Você não deixou eu terminar de explicar. – Falei entre as risadas. – Era dor na barriga sim, mas de fome.

 

- Fome?! – Gain indagou olhando para Jeon. – Você me chamou aqui porque seu namorado está com FOME JEON?! – Gritou por fim o fazendo se encolher com um bico nos lábios. – Francamente! – Bufou girando os dedos no ar fazendo uma névoa branca rodopiar ao redor de seu corpo gradativamente. – Da próxima vez que me chamar sem um motivo de verdade, eu mesmo terei certeza que você não terá mais herdeiros! – Vociferou olhando para o volume de Jeon que na mesma hora o cobriu com suas mãos engolindo em seco.

 

Logo a mulher sumiu e só o que restou fora a minha gargalhada alta.

 

- Jimin. – Jeon grunhiu semicerrando os olhos na minha direção fazendo o meu riso morrer na hora.

 

Fudeo.

 

 

◇◆…◆◇

 

 

 

Olympus, Campo do Éden

Casa de SeokJin (Afrodite)

 

Entrei em meu quarto totalmente desligado de tudo que acontecia ao meu redor. Tudo o que eu queria desde que deixara o lar de meu pai a seu pedido era um bom banho com tudo o que tinha direito, ou seja, com meus sais, óleos e máscaras faciais.

 

Sentia minha mente trabalhando como louca em busca de respostas e suposições. Eu havia contado e mostrando cada passo que Lilith havia dado pela casa, claro, somente os que eu havia visto. Fora bem cansativo, mas ao que me parecia isso havia o ajudado a esclarecer e a juntar as peças soltas em sua mente. O resto, ele me dissera que trataria de arrancar pessoalmente de Lilith. Pelo o que havia escutado de si em meio às minhas perguntas, ela estava presa em uma das masmorras mais bem vigiadas, era impossível fugir daquele lugar e só sairia de lá se ele quisesse.

 

Era evidente que ele pretendia fazer algo, e como não quisera me contar nada mais do que ela pretendia, além de reviver meu “amado e gentil” vovozinho, tudo o que me restou foi acatar sua ordem de ir para casa e descansar para que amanhã eu retornasse e enfim pudesse ajudá-lo, afinal, ele só podia confiar em mim.

 

Me sentia úmido e cansado, então tudo o que fiz foi começar a me despir enquanto caminhava para meu banheiro. Era costume de meus serviçais já deixarem uma banheira com água fria (para que mantivesse minha pele sempre desperta e relaxada) e sais de banho. Primeiro me desfiz de minha blusa de mangas compridas feita de seda rosa clara pura e depois me livrei de minha calça feita do mesmo tecido e mesma cor revelando minha nudez na entrada do banheiro.

 

Assim que meus olhos alcançaram a banheira pude presenciar o belo perfil de Namjoon de olhos fechados totalmente relaxado em minha banheira de cerâmica branca.

 

Seus cabelos estavam úmidos e penteados para trás, podia até mesmo visualizar a imagem dele mergulhando e logo em seguida submergindo penteando os cabelos platinados com os dedos. Uma visão realmente tentadora.

 

Me permiti descer mais meu olhar pelo seu rosto viril e bem delineado, seus lábios carnudos que tanto amava beijar levemente entreabertos... Seu queixo, maxilar, clavícula, ombros, peitoral definido... E só não pude admirar mais além, pois a água não me permitia já que estava a uma distância consideravelmente um pouco longe demais.

 

Havia algumas flores sem o caule boiando pela água liberando um delicioso aroma pelo ambiente junto ao aroma do outro. De certo, ele havia vindo direto para a minha casa após aquela confusão encontrando minha banheira já pronta para um bom banho.

 

- Só vai ficar olhando? – Sua voz soou baixa, mas rouca me arrancando de meus pensamentos sórdidos com seu corpo e boca. O observei sorrir torto e abrir seus olhos me fitando.

 

- Achei que estivesse dormindo. – Comentei deixando um sorriso um pouco mais contido se fazer em meus lábios andando até ele me sentando na borda da banheira. – É raro te ver tão relaxado assim. – Deixei meus dedos deslizarem pelos seus fios úmidos em uma carícia que o fez fechar os olhos suspirando em deleite.

 

- Decidi nos dar um tempo hoje. – Falou alguns segundos depois voltando a me olhar. – Seu pai verdadeiro havia voltado e com certeza você iria precisar relaxar depois, então fechei meus pensamentos para as súplicas dos humanos e vou me dedicar totalmente a você hoje. – Sorriu brilhante fazendo as covinhas surgirem em seu rosto.

 

- Uau... – Sussurrei arqueando a sobrancelha risonho. – Desse jeito vou achar que você realmente me valoriza.

 

- Você sabe que sim. – Sua voz mudou para um tom mais sério. – Nós só já não estamos casados por você não me achar o suficiente para você.

 

- Namie... – Comecei suspirando, mas tudo o que ele fez fora negar com a cabeça e me puxar para dentro da banheira consigo de uma vez fazendo a água espirrar para todo o lado. Assustado e por reflexo envolvi meus braços ao redor de seu pescoço me segurando.

 

- Não vamos ter essa conversa de novo. Eu sei de seus casos com humanos e não humanos, sei que não quer se amarrar a alguém por isso e muito menos alguém como eu. Só não ache que eu vou estar a vida toda a sua disposição, afinal, como você mesmo diz: “Sequitur circum orbem terrarum.” – Ele falou e por um momento vi uma tristeza nos seus olhos. Senti meu peito se apertar ao ouvir aquela frase: “O mundo dá voltas”.

 

Naquele momento, senti medo de perdê-lo para qualquer outra pessoa, afinal ele demonstrava estar realmente afetado por aquilo e a última coisa que eu iria querer era ficar sem ele. Antes que eu pudesse falar algo por impulso um sorriso travesso enfeitou seu rosto. – O que quer de mim, milorde?

 

“Não te perder nunca.”

 

Pensei comigo querendo muito ter verbalizado estas palavras, porém elas morreram em meus pensamentos quando a única coisa que fiz foi puxá-lo para um beijo enquanto me arrumava em seu colo colando meu corpo no seu deixando-o invadir minha boca e tomar-me para si.

 

Eu tinha noção que o que eu sentia por Ares era muito mais do que atração física, mas por alguma razão que não me era conhecida, as palavras amorosas que eu sempre proferia em minha mente para ele nunca eram verbalizadas. Então a única coisa que me restava era fazer o que eu sabia e fazia de melhor.

 

Me entregar de corpo e alma para ele.

 

Somente para ele.

 

“Namjoon, você não pode ser de mais ninguém.”




 

◇◆…◆◇


 

Seoul, Coréia do Sul

McDonald’s

Jeon JungKook (Hades)

 

3 Sanduíches, 8 Hambúrgueres, 4 Fatias de Queijo Cheddar, 10 tiras de bacon, incontáveis rodelas de picles, cebola, ketchup, mostarda e 6 fatias de pão com Gergelim para segundo Jimin, não ficar com o estômago “pesado” demais. Sem contar nos dois copos de McShake de uma coisa chamada Ovomaltine de 400ml e uma porção de batatas fritas com molho especial que ele havia ganhado de “brinde”.

 

Olhei para o meu humilde sanduíche com 1 fatia de frango empanado, 3 folhas de alface, uma rodela de tomate, maionese e um copo de suco de laranja Del Valle de 250ml.

 

Se eu comparei a quantidade? Comparei.

 

Se eu fiquei impressionado nas três únicas mordidas que ele deu no primeiro e pobre coitado sanduíche? Fiquei.

 

Se eu fiquei quase 15 minutos em choque olhando-o devorar tudo como se eu o tivesse deixado um mês sem comer? Fiquei.

 

Mas eu também sorri satisfeito de sua cara de prazer e satisfação enquanto comia tudo aquilo como um louco morto de fome. Depois que Gain saiu de lá, conversei com Jimin e ele me explicou que havia acordado com muita fome e por culpa da minha idiotice ele havia jogado as uvas em mim com raiva e agora estava com mais fome ainda.

 

Eu tentei convencê-lo a comer por lá mesmo, disse que as meninas fariam qualquer coisa que ele quisesse, mas ele falou que estava com desejo de comer num tal de McDonald porque não teria nenhum hambúrguer ou comida que fosse satisfazê-lo se não fosse de lá, e como ele estava com um bico adorável e olhos pidões me dizendo que nossos filhos iriam nascer com cara de hamburguer caso eu não levasse ele para comer lá, eu apenas concordei, afinal, não queria que meus filhos nascessem com cara de um sanduíche.

 

Em menos de 2 segundos surgimos numa esquina perto desse tal lugar e quando entramos seus olhos fecharam, seu nariz farejou o ar e um sorriso cresceu em seu rosto me fazendo rir baixinho de sua reação exagerada. Nada contra, mas para mim o local fedia a óleo e obesidade.

 

Nos sentamos e logo ele fez os pedidos para si mesmo sem nem olhar o cardápio, ao contrário de mim que passei um bom tempo indeciso. Foram: 2 Triplo Burguer Bacon e 1 Duplo Quarterão e 2 McShake de Ovomaltine. Até aí estava tudo bem, mas quando vi a mocinha acompanhada de outra atendente caminhar com uma bandeja cada: com 2 sanduíches enormes e dois copões de um sorvete com canudo (porque aquilo para mim era sorvete, só que quase derretido) e a outro com um copo mediano com meu suco e batatas fritas. Confesso que achei que ele estava apenas com olho grande e que não iria conseguir comer nada disso.

 

Mas eu estava errado, para variar.

 

Ele comia tudo e agora partia para o último sanduíche, enquanto eu terminava o meu primeiro e único. Era possível ver as pessoas ao nosso redor olhando e comentando entre si sobre o quanto ele comia, eu nem me importava, o importante era ele matar a vontade dele e que nossos filhos tivessem a cara normal de joelho enrugado que todo bebê tem. O vi olhar ao redor enquanto comia o último pedaço do segundo sanduíche. Enquanto mastigava suas bochechas ganharam uma coloração rosada e ele se encolhia no seu lugar. Logo o ouvi suspirar desanimado enquanto olhava para o último sanduíche. Levantei uma sobrancelha olhando-o confuso por todo aquele desânimo repentino. Será que ele estava passando mal? Ou só estava “satisfeito” demais? Sabe aquela expressão que falam: Comi que fiquei triste? Será que era isso?

 

- ChimChim, está tudo bem? – Indaguei capturando seus dedinhos gordinhos, macios e gordurosos preocupado.

 

- Desculpa. – O ouvi sussurrar e suspirar mais uma vez me fazendo franzir a testa confuso.

 

- Pelo o que?

 

- Eu estava com tanta fome que nem me toquei que ataquei a comida como um animal selvagem. – Resmungou com os olhos chorosos e eu ri negando entendendo tudo o que se passava com ele.

 

Me levantei da cadeira que estava posicionada à sua frente sem soltar sua mão e me sentei ao seu lado beijando sua testa ouvindo uma fungada sua.

 

Tão fofo.

 

- Eu não me importo com isso. – Falei sincero e ele me olhou atenciosamente. – O importante é você não sentir fome e nem nossos bebês. – Sorri levando minha outra mão livre até sua barriga a acariciando. – Pode comer o quanto quiser, desde que não passe mal ou coma muito essas besteiras, ok?

 

- Obrigada. – Ele sorriu largo e feliz me abraçando rapidamente logo voltando sua atenção para o último sanduíche o desempacotando e dando uma bela mordida no mesmo.

 

Apoiei meu cotovelo na mesa e deitei minha bochecha na palma da mão o observando comer satisfeito e animado. Era bom vê-lo bem daquela forma, comendo e feliz.

 

Quando terminou virou seu rosto para mim levando o canudo até a boca em seguida sugando um pouco do shake me observando.

 

- Você se parece muito com sua mãe. – Ele falou sorrindo tranquilamente apoiando o copo na mesa.

 

- Já ouvi muito isso. - Sorri abaixando meu rosto permitindo-me lembrar de minha mãe. Ela havia sumido a tanto tempo, que eu achei que estava morta. - Ela está bem? - Perguntei voltando a olhá-lo.

 

- Sim, muito bem. - Ele respondeu. - O lugar onde ela vive é tão lindo, Jeon. - Pude ver seus olhos brilharem de empolgação. - Eu quero ir lá com você um dia.

 

- É só você me dizer o dia e a hora que estaremos lá. - Respondi e ele assentiu sorrindo. - Você tem certeza que ela realmente pretende reaparecer?

 

- Ela me disse que agora que havia aparecido para mim, seu retorno era quase como obrigatório. - Respondeu voltando a pegar seu copo com milk shake, parando com ele no meio do caminho me olhando. - Jeon?

 

- Sim.

 

- Você realmente quer ter esse bebê comigo? - Ele perguntou me olhando sério. Sem entender aonde ele queria chegar com aquela conversa, apenas assenti para que ele prosseguisse, coisa que ele não fez.

 

O assisti beber todo o seu milk shake em silêncio, sua mente parecia estar em outro mundo e não mais ali comigo. Logo me levantei falando que iria até o banheiro ganhando como resposta sua, um balançar fraco com a cabeça. Ao adentrar no lugar pude sentir o cheiro de desinfetante de pinho por todo o ambiente e até que não era tão ruim assim, tinha cheiro de limpeza. Caminhei até a pia ficando de frente para o espelho enorme que havia ali odiando ver a imagem que eu refletia: pálido e cansado.

 

Eu estava exalando fraqueza.

 

Eu estava com minha aparência mundana, então meus cabelos estavam curtos, meu rosto pálido evidenciando bem as olheiras pretas de tanto chorar pela culpa,sem contar os ossos da maçã de meu rosto saltados. Eu não corria risco de adoecer como qualquer outro humano, mas aquela imagem apenas refletia meu interior. Eu ainda podia sentir o cheiro da culpa e da vergonha ao meu redor, mesmo com tudo isso, ainda não me descia a garganta todas as injúrias que havia cometido com Jimin por causa de Deméter.

 

Toda a máscara fria e impenetrável que eu criei rachou em questão de segundos por culpa de uma pessoa que não deveria significar mais nada para mim. Eu não poderia negar que Deméter me afetava, e muito. Não que isso significasse que eu não amava Jimin tanto quanto eu pregava aos quatros cantos do universo, mas isso significava que em meu coração uma parte havia sido consolidada de puro ódio e revolta e aquilo era perigoso. Enquanto Jimin tinha o poder de me acalmar e estabilizar, Deméter tinha o poder de me fazer rebelar… explodir sem me importar quem seria atingido pelos estilhaços.

 

Fechei os olhos com força apertando o mármore sentindo-a rachar sobre meus dedos.

 

Ela quase me fez matar a única coisa preciosa para mim. Ela quase me fez matá-la, embora fosse o que ela merecia, ainda sim, eu sabia que Jimin não ficaria feliz por saber que eu havia feito tal ato contra uma mulher. Mesmo ela sendo uma vadia, egoísta e manipuladora.

 

Grunhi furioso abrindo meus olhos fitando a minha imagem no espelho o que me assustou me fazendo recuar alguns passos. Meus olhos haviam se transformado em duas esferas totalmente negras, um par de asas com plumas como a escuridão do céu noturno e uma espécie de par de chifres da mesma tonalidade. Eu nunca tinha visto algo igual aquilo, parecia a personificação pura do mal só que com os meus traços. Aquilo me fazia sentir uma grande quantidade de poder correr por minhas veias.

 

Escutei passos em direção a entrada do banheiro e logo aquela imagem havia se dissipado com o som da porta do banheiro sendo aberta revelando um garoto que estava acompanhado de seus amigos na mesa logo ao lado. Toda aquela intensidade do momento havia passado restando apenas uma forte e opressora sensação maligna que parecia ter sido sentida até mesmo pelo rapaz que olhou ao redor como se temesse algo.

 

Sem dizer nada, apenas desviei meus olhos e lavei minhas mãos as enxugando com ajuda do papel toalha saindo logo em seguida do local. Não preciso nem dizer o enorme alívio que senti quando me afastei dali caminhando até a área de alimentação. Meus olhos se direcionaram até a mesa onde eu e Jimin ocupamos, mas o mesmo não se encontrava lá. Pude sentir meu coração bater forte contra minhas costelas enquanto a raiva e a preocupação crescia em mim.

 

- Está procurando o rapaz que estava com você? - Uma das atendentes indagou servindo a mesa que tinha logo a minha frente me olhando.

 

- Sim. - Respondi com um leve resmungo olhando ainda pelo local a procura daqueles fios tão chamativos.

 

- Ele está lá fora. - Ela apontou com um sorriso gentil em direção ao janelão de vidro me fazendo agora reconhecer o menor que estava com as mãos no bolso do casaco e com o capuz cobrindo sua cabeça.

 

Respirei aliviado sentindo todo aquele estranho receio de algo ter acontecido ou dele ter ido embora assim sem mais e nem menos.

 

Ao sair do local o vi se virar para mim com um bico nos lábios e uma careta engraçada, sorri me aproximando dele beijando sua testa.

 

- O que foi? - Perguntei o abraçando enquanto apoiava a lateral de minha bochecha sobre o topo de sua cabeça.

 

- Estou enjoado. - Resmungou me abraçando de volta. Sua voz tinha saído num tom manhoso e carente me fazendo rir.

 

- Você comeu muito, deve ser por isso. - Respondi beijando e cheirando seus cabelos me afastando um pouco para olhá-lo. -  Vamos?

 

- Por favor. - Ele sorriu me abraçando dramaticamente logo sendo arrastado por mim pelas ruas em direção ao seu apartamento. No meio do caminho havíamos decidido que hoje iriamos passar a noite lá e amanhã resolveríamos o que ainda faltava resolver e planejar o que faltava planejar. Tentava me concentrar ao máximo em Jimin tentando esquecer aquela sensação de puro poder que experimentei naquele banheiro da lanchonete mais cedo. Mesmo que aquilo tivesse parecido só uma vislumbre ou uma projeção, ainda sim, aquilo havia me atingido.

 

Essa foi a primeira vez que eu senti medo de mim, e embora isso tenha sido surpreendente, uma pergunta não saia de minha mente:





 

O quão poderoso eu posso ser?

 


Notas Finais


Então é isso, eu achei que essa fic tava perto da reta final, mas falta muuuuita coisa ainda e.e
Vou ter que correr contra o tempo pra terminar ela antes do fim do ano e.e
Gente! Lancei uma oneshot nova, aquela que prometi pra comemorar os 200 Fav <3
Aqui está o Link => https://spiritfanfics.com/historia/just-a-chance-hyung-10506520
Espero que gostem, pretendo lançar a NamJin ainda, porque NamJin é vida e amor <3

Obrigado a todos que vem me apoiando e acompanhando ^^
Queria poder postar todo dia pra vcs e.e
Bjus meus amorecos


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