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História O Reino Caído - Capítulo 1 - Desejo


Escrita por: LapisBranco

Notas do Autor


Hey ho!
Espero que gostem! <3

Capítulo 2 - Capítulo 1 - Desejo


Um... Dois... Três...

Quando Lamir deixou sua amiga cair no chão, ela já estava desmaiada. Escutou a treinadora aplaudir atrás de si e virou-se rapidamente, tentando recuperar o fôlego.

- Muito bem, meninas. - ajudou a garota a levantar-se do chão, que se regenerava lentamente. - Já são 48 vitórias seguidas, Lamir. Meus parabéns.

A menina sorriu e segurou no braço da amiga, desculpando-se.

- Tudo bem. - respondeu e deu um suspiro, descansando no ombro de Lamir.

- Para vocês, hoje é só. Estou esperando a próxima dupla, podem ir.

As duas saíram da arena, correndo em direção ao campo gramado que ficava bem próximo dali. Lamir jogou-se no chão, fazendo o aroma das flores espalhar-se.

- Você quase arranca meu pescoço dessa vez, idiota! – estapeou o braço da amiga.

- Bom, da próxima, irei me certificar de fazer direito. - as duas se olharam, caindo na risada.

- E então, você tinha algo pra me contar, não era? Acho que já tá na hora de concluirmos aquela conversa. - sentou.

- Não sei bem o que te dizer, Elisa. Esse lugar não é para mim.

- E como pretende levar isso a frente? - levantou uma sobrancelha.

- Você pensa que eu sei?! Isso é uma merda. Eu estou presa aqui, dia após dia. Eu quero explorar o mundo. É deveras frustrante ver todo mundo ir embora e eu ter que ficar aqui.

- Você sabe o que seu título significa, sua mãe assumiu o...

- Eu sei. - interrompeu-a, virando-se para o lado oposto ao da amiga. - E se eu fugisse? - brincou.

- Se você quiser parar em Emigh, fique a vontade! - as duas riram. - E você sabe o que acontece com os nossos dons se descermos, é um sacrifício muito grande.

- Nenhum sacrifício pode superar a sensação de liberdade, Elisa, eu estou confinada a esse mundo desde o momento que minha mãe me criou.

- Por que quer tanto conhecer o mundo dos mortais? São apenas criaturas criadas por nossos familiares, não tem nada de tão interessante nisso.

- Não são somente criaturas criadas por nossos pais, Elisa. - pôs-se de pé rapidamente. - São fascinantes! - seus olhos brilhavam enquanto falava. - Sobreviveram aos exilados, destruíram impérios, construíram seus próprios reinos. Tem tantas raças diferentes, tantos gostos, a música...

- Tá, chega! Se sua mãe te vê falando isso, não só você, como eu vou para o castigo também! - irritou-se. - Se quer tanto fazer isso, Lamir, faça, mas estará desobedecendo a sua mãe, renunciando ao trono, e você sabe muito bem o que isso significa. - suspirou, apoiando uma das mãos nos quadris. - Nunca mais poderá voltar aqui. Você tem que cumprir suas obrigações, sua família, seus amigos, seus deveres, seu povo, não pode sacrificar tudo isso por uma aventura idiota.

A postura cabisbaixa de Lamir agora era bem visível. Sua expressão fechou-se.

- Olha... – Elisa ponderou, aproximando-se da amiga. – Me desculpe, não é só uma aventura idiota. Sei que desde sempre você sonhou com isso, - levantou o queixo de Lamir com o polegar, observando os olhos cinza da menina. – mas me diz, vale mesmo a pena? Todas essas faltas que você vai gerar aqui, podem ser substituídas somente com esse sonho?

- Acho que está na hora de eu ir, Elisa. – afastou a mão da amiga. – Tenho que ver minha mãe daqui a pouco.

- Tudo bem, até depois. – cruzou os braços, visivelmente triste.

Lamir dirigiu-se até sua casa. Nada ali era muito diferente de um local para o outro, as estradas prateadas não chegavam a serem tão glamorosas quanto os campos de flores que as rodeavam. Um local de tamanha beleza fazia jus aos seres que ali moravam. Era completamente divino, e tornava-se tudo ainda mais belo a medida que aproximava-se do lar de Emif. O jardim daquele lugar era tão belo quanto a própria dona. E por ali mesmo Lamir ficou. Não sentia-se nem um pouco disposta a ouvir do que se tratava a conversa que vinha lá de dentro.

Aquela tinha sido uma das muitas discursões que presenciara nos últimos dias. Lamir sempre observava seus primos e tios discutirem sobre as mesmas coisas repetidamente, e na mesma frequência tentava resolver, mas não adiantava muito. Era um cenário repleto de arrogância. Às vezes brincava consigo mesma dizendo que um dia pegaria sua espada e conseguiria cortar a raiva no ar. Muitos dos herdeiros de seus tios já haviam ido conhecer o mundo, e por lá mesmo ficavam, mesmo que aquilo significasse ter seus poderes ridiculamente reduzidos, ainda era melhor que viver ali.

Rolou na grama preguiçosamente. Quando aquilo iria acabar, afinal?

- Lamir? – sentiu passos se aproximando.

- Oi, mãe... olha, eu posso explicar...

- Faltou as suas obrigações novamente.

Apenas suspirou, virando para o outro lado.

- Sabe que vai precisar assumir suas responsabilidades em breve, não é? Não pode fugir para sempre.

- Já te falei o que quero, mãe.

- E o que é?

- Eu quero descer, todos os meus primos podem descer, não é justo!

- Eu fiquei como herdeira do trono, Lamir, você é a minha sucessora – Emfi agachou ao lado da filha. – Não tem como fugir de suas obrigações.

- Nunca pedi por isso, mãe.

- A maioria das coisas nós não pedimos.

Lamir voltou a deitar-se, olhando para o outro lado.

- Sabe o que tem que ser feito. – levantou-se e saiu.

O tempo parecia não passar para Lamir, sua mente estava presa. Atirava pedrinhas irritantemente na grama, tentando encontrar uma lógica em meio a tantos devaneios confusos.

Não tão distante dali, uma música suave começou a ressoar, despertando Lamir de seus pensamentos. Era tradição deles festejarem no dia de Emistag quando a lua cheia aproximava-se, em homenagem a rainha Emif. Ali eles comemoravam a beleza e a música. Era um dos dias mais encantadores daquele lugar. Ali se reuniam muitos, alguns levavam seus instrumentos, outros comidas, bebidas e passavam toda a noite comemorando. As filhas mais novas de Emif dançavam no meio das rodas de música, exibindo as belezas herdadas da mãe. Possuíam traços tão delicados quanto seda, cabelos longos que cobriam todos os seus corpos e olhos brilhantes como joias.

Qualquer um que as vissem, era impossível desviar a atenção, mas nenhuma jamais se comparara a Lamir. Dona de longos cabelos brancos e belos olhos cinzentos, nunca foi capaz de passar despercebida. Era tão bela que enfeitiçava todos que a olhavam. E era em meio a esses olhares extasiados que Lamir dançava. Amava a admiração que recebia, e naquele dia, era tudo dela. De suas mãos lâminas prateadas se formavam, atirava-as no ar, rodopiavam graciosamente, embalando com o ritmo da sua dança. Era a coisa mais bela qualquer um deles poderia relatar ter visto em suas vidas.

Ao terminar do festival, era comum Lamir sair para casa de Elisa junto com a amiga, no entanto aquele dia foi um tanto incomum. O dia já estava próximo de amanhecer quando Elisa finalmente começou a procura-la, mas não importava onde ela ia, Lamir não estava. A última conversa que tiveram ressoava em sua cabeça insistentemente, a preocupação estava visível em seu rosto.

- Elisa! – ao ouvir seu nome, sentiu seu corpo arrepiar da cabeça aos pés, virou-se lentamente, como quem estava congelada.

- Vo... Vossa Majestade! – forçou um sorriso, tentando parecer calma.

- Você ficou até tarde hoje aqui – seu tom de estranhamento estava claro. – Já que está aqui ainda, onde a Lamir se enfiou? Preciso falar com ela.

- Bom... – qualquer lugar com exceção do rosto da rainha parecia seguro para olhar naquele momento. – Eu creio que ela tenha ido para minha casa sem mim, por eu ter demorado bastante hoje. Não a encontro em lugar algum. – apesar da frieza em sua voz, não fazia a mínima ideia do que tinha acontecido.

- Ah... – suspirou. – Tudo bem, assim que encontra-la, fale com ela que preciso vê-la.

- Certo! É claro. – sorriu. – Até mais, majestade.

Assim que Emif virou-se, ela correu dali em direção a sua casa. Afinal, onde Lamir havia se metido?


Notas Finais


Espero que tenham aproveitado! <3
deixem suas opiniões, são muito bem vindas!!
bjs


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