I.
Jung Hoseok nunca pensara que ganharia como presente de formatura uma excursão para o Japão. Achava que toda aquela história de festejar o fim do ensino médio era uma grande baboseira; mas acabara extremamente animada em ouvir da professora Lee que todas iriam para o Japão.
Sempre tivera vontade de visitar o país que servia de lar para a maioria dos animes que acompanhava, queria conhecer a Torre Tóquio ao lado das melhores amigas de infância, assim como queria ver se os rapazes eram mesmo tão bonitos quanto aparentavam nos filmes. No fundo, era uma menina sonhadora – mesmo que muitas coisas dali não levasse tão a sério quanto deveria.
Já era dia de se despedir dos pais e passar uma longa semana fora. Com um bocado de esforço, arrastava a mala pesada casa afora, com seu típico sorriso em formato de coração desenhando os lábios pintados num batom vermelho vivo. Na escola não costumava usar maquiagens que gostava, assim como o tom vivo de laranja em seus cabelos que era estritamente proibido – as garotas estavam sempre da mesma forma, com pouca base no rosto, os cabelos negros como a noite e o uniforme horroroso no corpo. Detestava todas aquelas regras; e estava dando glória aos deuses por estar livre da escola – somente para meninas – e prestes a entrar na faculdade. Poderia ser, finalmente, livre.
A buzina ecoou alta dentro de sua casa, assustando-a e quase fazendo com que deixasse a mala cair em seu pé, mas fora salva por seu pai – que soltava risadas do afobamento da filha. O homem ajudou-a e carregou a mala para o carro do vizinho, o senhor Min, que levaria sua filhinha até o aeroporto.
– Hoseok, meu amor, tome cuidado – o mais velho murmurou, segurando-a pelo rosto. – Se comporte e não apronte por lá. Fique sempre perto de Yoongi e Namjoon, sim?
– Pode deixar, papai – sorriu e beijou a bochecha do mais velho, deixando-lhe com a marca de sua boca. – Ficarei sempre perto das meninas e da professora Lee, eu prometo. A semana passará rápido! Diga a mamãe e Dawon que as amo e mande meus sentimentos e desejos de melhoras a titia Sunhee.
O mais velho riu e abraçou a filha uma última vez. Ignorou o aperto em seu peito e o pesar em suas costas – era a primeira vez que a filha de apenas dezoito anos saía de suas vistas. Sua esposa e a filha mais velha estavam na cidade natal da família, Gwangju, tomando conta de uma tia que adoecera de maneira rápida. Dawon, como a única médica da família, logo seguira para lá acompanhada da mãe para cuidar da mais velha, despedindo-se de Hoseok apenas por mensagens e ligações rápidas.
Hoseok acenou para o pai uma última vez e, assim que o carro deu partida, virou-se para as amigas animada, abraçando-as com força.
– Hoseok! – Namjoon exclamou tirando a amiga de cima de si enquanto ria. – Pare com isso!
– Meu Deus, Namjoon! – fitou a garota de traços delicados e bonitos. – Você está tão linda com o cabelo assim. Não acredito no que estou vendo. Só você que não mudou em nada, não é, Yoongi?
– Eu cortei mais o cabelo, Hoseok – a mais velha entre as três revirou os olhos enquanto tinha um sorriso contido nos lábios. Os cabelos de Yoongi estavam cortados na altura das bochechas, num estilo chanel e a franja com uma mecha branca cobria-lhe olhos.
– Novidade – revirou os olhos e voltou-se para Namjoon, acariciando-lhe os frios recém pintados de loiro e que iam até os ombros.
– Você deveria cortar o seu também – Yoongi comentou, olhando as unhas longas. – Não sei como aguenta essa coisa batendo em sua cintura.
Hoseok deu de ombros e murmurou qualquer coisa, logo mudando de assunto ao notar que os pais de Yoongi riam de si nos bancos da frente.
O caminho até o aeroporto fora calmo e rápido. Todos conversaram e brincaram muito, felizes com a viagem e com o fato de estarem, finalmente, de férias. Os pais de Yoongi estavam aliviados sabendo que as três meninas haviam sido aprovadas com notas acima da média e muito provavelmente passariam no vestibular. Eram garotas de ouro.
– Não se esqueçam de avisar quando chegarem em Tóquio, ok? – a mãe de Yoongi murmurou de maneira suave acariciando as bochechas coradas da filha, logo dando-lhe um abraço apertado. – Muito juízo, garotas!
– Isso temos de sobra, tia – Namjoon murmurou com um sorriso largo, mostrando suas covinhas bonitas nas bochechas e aceitando o abraço da mulher mais velha. – Fique tranquila.
– Ok, ok – suspirou, abraçando Hoseok em seguida. – Confio em vocês.
Conversaram por alguns minutos, enquanto viam outras alunas chegarem acompanhadas da professora Lee. Caminharam em direção a mesma, cumprimentando-a e ficando por perto. Não demorou muito para que todas estivessem com check-in feito e as passagens já em mãos.
– Boa viagem, garotas – os pais de Yoongi disseram em uníssono, abraçando-as uma última vez.
Sorrindo e acenando, o trio seguiu as outras colegas e a professora responsável – que assegurara todos os pais presentes que outras professoras iriam encontrá-las lá, além de outras profissionais japonesas as aguardando.
– Será que conseguiremos visitar alguma festa? – Namjoon perguntou baixinho, apenas para as amigas ouvirem.
– Tsc, Namjoon, se acalme – Yoongi pediu com um risinho contido, jogando o cabelo curto para trás. – Com certeza conseguiremos sair sem que ninguém veja.
– Eu preciso de um cigarro – Hoseok murmurou, fazendo com que as outras rissem. – Estou nervosa.
– Está com medo de voar, Hoseok? – Yoongi provocou, fazendo a outra revirar os olhos e sorrir. – Que pergunta a minha, é óbvio que sim. Por sorte nossas poltronas são juntas, apenas sente-se no meio e segure nossas mãos, sim?
– E você tem alguma dúvida de que ela fará isto, unnie? – Namjoon revirou os olhos, sorrindo em seguida. – Nós vamos proteger você, princesa – referiu-se à Hoseok, puxando-a para um abraço apertado e fazendo-a rir. – Agora vamos, senão nos perderemos da professora Lee.
E juntas, apressaram o passo.
j a d e
A viagem fora rápida, porém um tanto cansativa já que o voo saíra cedo demais para um sábado de férias. No entanto, o trio de amigas não se importara muito com o cansaço. Logo, Yoongi, Namjoon e Hoseok foram as primeiras a pegarem as malas e seguir em direção à saída do avião, atrás de alguns poucos passageiros. Aguardaram as colegas e a professora Lee e foram para a área de desembarque.
– Estou tão animada! – Hoseok murmurou no ouvido de Namjoon, enquanto Yoongi falava alguma coisa com a professora Lee ao longe. – O Japão é um país tão bonito...
Namjoon riu da amiga e deu-lhe um beijo na bochecha, fazendo-a sorrir mais. Eram amigas desde crianças, as três. Por isso tinham aqueles atos carinhosos o tempo inteiro e o instinto de proteger umas as outras. Se amavam e cuidavam tanto que nem mesmo seus pais saberiam como descrever uma amizade tão bonita.
– Nós faremos um passeio amanhã – Yoongi se juntou às mais novas, abraçando-as pelas cinturas por ser a mais baixinha entre as três. – Logo, ao chegarmos ao hotel... Teremos a tarde e noite livres. Só precisamos ser rápidas e discretas para que ninguém note nosso sumiço.
– E se notarem, a culpa será sua – Namjoon murmurou. – Nós estaremos apenas sendo coagidas pela mente maligna de Min Yoongi.
– Idiota – Yoongi empurrou Namjoon, e logo as três estavam rindo enquanto seguiam o fluxo de passageiros.
Foram necessárias duas vans para que todas as alunas fossem acomodadas. As professoras japonesas eram muito educadas e simpáticas, além de saberem coreano fluentemente – e provavelmente serviriam de guias para todas ali.
O caminho até o hotel fora barulhento e agitado. Todas conversavam e comentavam sobre tudo, rindo e brincando umas com as outras. No entanto, Hoseok notara uma garota um tanto deslocada, apoiada na janela e olhando a paisagem.
– Por que ela sempre é tão isolada? – perguntou para as amigas, que pararam de conversar e seguiram seu olhar.
– Não faço ideia – Yoongi deu de ombros. – Talvez não saiba como socializar.
– Ou ninguém quis se aproximar – Namjoon completou. – Ela estudou conosco apenas esse ano, talvez ainda se sinta como novata.
– É, talvez... – Hoseok suspirou, voltando ao assunto anterior das amigas. Não queria prender-se àquela menina dos cabelos castanhos, mas algo em seu interior dizia que precisava se aproximar, ou talvez mostrar um bocado de interesse. Sentia-se extremamente incomodada por vê-la sempre tão distante.
Ao chegarem no hotel, ficaram divididas da forma que quiseram – já que todas as alunas estavam pagando pela estadia. A divisão facilitara bastante as ideias que Yoongi tramava em sua cabeça diabolicamente inteligente, e as amigas estavam deveras ansiosas para o resultado de tudo aquilo. Eram boas garotas, claro que eram, mas adoravam festejar e conhecer as boates de Tóquio seria maravilhoso para elas. Tentariam sair à noite, escondidas. Não conheciam o lugar, no entanto, não temiam nada por ali. E o GPS do celular poderia ajudá-las.
Após ouvirem todas as informações da professora – horários e afins – seguiram para o quarto antes das demais colegas, aproveitando o elevador. Estavan conversando e rindo das coisas que tramavam para aquele restinho de sábado quando a garota dos cabelos castanhos adentrara o elevador em seguida, carregando consigo uma mala pequena.
Automaticamente, Hoseok a fitou. Aquela garota era tão interessante aos seus olhos, lembrava-se dela nas aulas de matemática avançada e sabia que era a mais inteligente da turma – Kim Taehyung, o seu nome.
Logo ao lado, Yoongi e Namjoon notaram os olhares da amiga para a outra garota que permanecia fitando o chão conforme o elevador subia. Deduziram, então, que estavam no mesmo andar e que Hoseok muito provavelmente daria um jeito de criar amizade com a Kim durante aqueles sete dias – e esperavam que, assim, a ruiva aquietasse e sanasse sua curiosidade de uma vez por todas.
As portas metálicas se abriram e Taehyung ergueu o rosto, reparando os olhares do trio sobre si. Sentiu as bochechas corarem automaticamente e ofereceu um sorriso retangular para as três colegas de classe, que sorriram de volta. E em seguida, saiu em passos apressados.
– Você deveria ser mais discreta, Hoseok – Yoongi murmurou. – Vai assustar a garota se sempre olhá-la desta forma.
– Não diga besteiras, unnie – Hoseok deu de ombros e puxou sua própria mala para fora do elevador. – Apenas estou curiosa em relação a ela.
– Sabemos bem disso, Seok... – Namjoon murmurou enquanto segurava uma gargalhada e saía do elevador junto às outras.
Seguiram dando risadas e fazendo piadas umas com as outras até encontrarem o quarto que reservaram, adentrando o mesmo com pressa. Yoongi ainda tinha um grande plano para finalizar.
A noite caiu e, com ela, a ansiedade das três amigas cresceu. Yoongi não parava de sorrir enquanto se maquiava em frente ao espelho do banheiro, assim como Hoseok e Namjoon – já de maquiagens prontas – se vestiam com toda a dedicação possível.
– Yoongi – Namjoon chamou, recebendo apenas um murmúrio como estímulo para continuar falando. – Você não está esquecendo de nada?
– O que? – a mais velha parou, indo até à porta e apoiando-se no batente da mesma para encarar as amigas.
– Nós somos menores de idade – Hoseok revirou os olhos. – Como vamos entrar nessas festas?
– Por acaso temos cara e jeito de menores? – a garota sorriu, realçando ainda mais o batom roxo chamativo em seus lábios pequenos e bonitos. – Como vocês são bobas. Acharam mesmo que eu esqueceria de algo assim? Me dei a liberdade de pedir ao meu primo para fazer identidades falsas. São idênticas as originais. Estão na minha carteira, podem pegar.
Hoseok riu de forma escandalosa e animada, batendo palminhas. Já Namjoon, apenas suspirou e foi procurar os documentos – não que fosse a chata do trio, mas simplesmente se sentia incomodada, às vezes, com toda aquela inconsequência de Yoongi. Contudo, não havia nada a se fazer senão aproveitar as regalias que a mais velha conseguia para elas. Nunca foram pegas e, se continuassem daquele jeito discreto, jamais seriam.
Acabaram de se arrumar devagar, sem se preocuparem com o horário – pois quanto mais tarde saíssem, melhor; sabiam que seriam barradas se alguma professora as encontrasse àquela hora zanzando por ali. Separaram dinheiro, celulares e guardaram numa bolsa que ficaria com Namjoon – a mais responsável entre as três.
– Certo, vamos lá. Hora de nos divertir! – Hoseok exclamou animada, tentando não gritar como sempre fazia.
Saíram juntas do quarto e a passos rápidos porém silenciosos. Desceram os andares de escadas, já que poderiam encontrar qualquer responsável no elevador. Tinham certeza que a professora Lee era do tipo que andava por todo o hotel antes de dormir e não queriam – nem iriam – ser pegas. Em questão de poucos minutos, estavam do lado de fora do hotel contemplando a noite de Tóquio.
A noite estava mais fresca do que esperavam e um vento gostoso bagunçava-lhes os cabelos.
Um tanto quanto perdidas, esperaram por um táxi, pegando-o e seguindo para a boate mais próxima dali. Ao chegarem no local, sorriram automaticamente. Gostavam da sensação de liberdade e de estarem num lugar novo; estavam prestes a provarem se a noite japonesa era tudo aquilo que sempre falavam – e esperavam que fosse melhor.
Passar pela segurança com os documentos falsos fora fácil e somente aquilo bastou para terem certeza que a noite seria incrível, mesmo que tivessem que sair dali cedo demais. Adorariam ver o dia clarear enquanto dançavam e pulavam, mas sabiam que não poderiam; às três da madrugada teriam que voltar para o hotel e não deixar que ninguém desconfiasse daquele passeio noturno.
E sem pensarem mais, sorriram uma para a outra, deixando que a música alta chacoalhasse seus corpos de uma vez por todas.
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Voltaram para o hotel pouco depois das três da madrugada – acabaram perdendo a hora conversando com alguns rapazes japoneses de forma enrolada e que só arrancaram-lhe risadas; sequer se lembravam do que estavam falando. Subiram as escadas tentando não fazer muito alarde e olharam o corredor devagar, procurando qualquer sinal de alguma responsável. Contudo, o que encontraram fora uma garota magra e esguia sentada no chão, apoiando-se contra a parede e a cabeça baixa, deixando que os cabelos caíssem sobre seu rosto e a franja escondesse seus olhos.
Hoseok fora a primeira a reconhecer a garota dos cabelos castanhos. Afastara-se das amigas e seguira até Taehyung, ajoelhando-se em sua frente. A menina tinha a respiração ofegante e o rosto marcado por lágrimas, enquanto o rubor lhe tomava as bochechas e o nariz. Namjoon e Yoongi ficaram de longe apenas observando, não saberiam o que e como fazer já que Hoseok era a mais sociável entre elas – e a melhor com conselhos e cuidados também. Ficaram apenas de longe, apoiadas na porta do quarto em que estavam.
– Taehyung? – Hoseok chamou, segurando o rosto da garota entre as mãos, erguendo-o. – O que aconteceu, você precisa de ajuda?
– Ho... Hoseok – Taehyung chamou baixinho. – Eu... Eu preciso que você me tire daqui, por favor, me ajude.
– O que...? – Hoseok ficou confusa, tentando encontrar os olhos da colega. – Me explique o que está acontecendo.
Taehyung, então, fungou. Seu coração se apertou e o desespero lhe tomou outra vez, jogando-se contra Hoseok de forma automática. Não queria que levassem-na novamente; não queria ter o resto da vida controlada; não queria render-se à fraqueza que sentia. E sabia que Hoseok poderia ajudá-la – iria ajudá-la. Desde a primeira vez que vira a Jung em sua sala, sentira que ela era especial – quase um anjo. Um dia sonhara com a ruiva e, quando acordara, um de seus protetores gritara em sua cabeça o quão especial aquela garota era. Taehyung só precisava se aproximar, no entanto, falhara devido à vergonha e o medo de sentir-se entregue rápido demais.
E agora estava ali, aos prantos no colo de sua protetora.
Um vento cortou o hotel, fazendo com que todas as meninas – menos Taehyung – procurassem por janelas grandes o suficiente ali, mas não havia. A ventania ficou mais forte, fazendo com que Hoseok segurasse o corpo frágil entre seus braços com mais força, para que não voasse. Assim como Namjoon e Yoongi seguraram a mão uma da outra com força, enquanto se seguravam no batente da porta com a mão livre.
– Hoseok – Taehyung chamou. – Não há mais tempo. Por favor, não me deixe desaparecer completamente. Vá atrás de mim. Eu sei que sente que isto é necessário... Por favor, não me deixe sozinha.
– Mas eu... – Hoseok tentou falar, mas a ventaria pareceu piorar e areia surgiu por todo o corredor, fazendo com que todas estreitassem os olhos ao máximo, para que não tivessem as vistas invadidas por aquelas coisas.
Por um segundo, Hoseok, Namjoon e Yoongi acharam que estavam drogadas e imaginavam tudo aquilo – mas era real. Taehyung fazia tudo ser real demais.
Yoongi fora a primeira a soltar-se do batente e fazer com que Namjoon segurassem-nas sozinha, em total desespero. Hoseok sentiu o corpo arrastar aos poucos para longe de Taehyung, mas não atreveu a soltá-la. Tudo estava estranho demais; queria gritar, mas sua voz parecia ter sumido.
– Hoseok – Taehyung chamou ofegante. – Fique com este colar de Jade. Quando chegar a hora, você saberá o que fazer com ele. É um colar muito poderoso; é o que tenho de mais valioso. Tenho certeza que uma pessoa muito especial irá encontrá-la logo e contará toda a verdade por trás destas coisas. Por favor, não me deixe sozinha. Você é minha protetora agora... Vocês são – se corrigiu olhando de relance para Namjoon e Yoongi abraçadas no chão, aproximando-se mais da ruiva em seguida para olhá-la nos olhos. – Por favor, não esqueça-se de mim ao acordar. Proteja-me. Proteja o colar. E coma isto para se sentir forte – a morena estendeu um embrulho redondo e Hoseok aceitou; não havia mais o que fazer.
– Taehyung... O que diabos...? – Hoseok arregalou os olhinhos, sentindo-se cada vez mais confusa. No entanto, não tivera tempo de perguntar mais alguma coisa. O vento que cortara aquele corredor de hotel fora forte demais, tirando Taehyung de seus braços. E de forma automática, sentiu o coração apertar ao conseguir segurá-la somente por uma das mãos. Apertara a outra com tanta força que sentira seus dedos estalarem, mas não dera importância. Só sentia no fundo de seu âmago que não deveria deixá-la partir – estava sendo doloroso demais, como se alguma forte lembrança atingisse sua mente.
Com uma força que não sabia que tinha, jogou-se contra o vento, sentindo-o mais forte enquanto areia adentrava seus olhos já tão irritados, colando-se em Taehyung novamente. Porém, como já esperava, não fora o suficiente.
E a única coisa que viu e sentiu, fora os lábios macios e bonitos de Taehyung colados nos seus num selar casto e significativo... Logo tudo ficara escuro.
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