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História O Renascer dos Nove - O Retorno de Legado


Escrita por: Guard

Capítulo 2 - O Retorno de Legado


O acampamento montado pela resistência da Garde Humana está em estase se preparando para a batalha contra Setrákus-Ra. Ninguém além de mim, Marina e Ella sabe sobre o Legado de viagem no tempo de Gwen e quero que continue assim, se essa informação vazar, teremos muitos problemas para conseguir por meu plano em prática. Salvar o mundo de uma vez por todas da ameaça mogadoriana.

Estamos reunidos no centro do Stonehenge e ainda Sam e Adam. Como meus dois imediatos na batalha acho que eles devem saber do plano, inclusive eu creio que irei precisar da participação de um deles para que o plano de certo.

Gwen está no centro de nós e posso perceber a garotar remexer o puxador do casaco para aliviar o nervosismo. Não posso tirar a razão dela, sei como é saber que de repente é a última esperança de salvar uma raça inteira numa guerra interplanetária.

- Então... – Adam começa fazendo uma gesticulação meio exagerada. – Essa é a nossa garota?

- Sim. – Falo para ele com tom sério. – Gwen, você sabe como funciona meu Legado Ximic?

- Não sei. – Ela me responde com sinceridade.

- O John imita os outros, ele não é original. – Sam debocha de mim.

                Vejo as meninas esboçarem um sorriso da brincadeira dele e me permito suavizar um pouco também.

- Cara, sério? – Falo fazendo uma imitação dramática de como estivesse ofendido.

- Desculpa, não resisti. – ele fala rindo.

                Quantos tempo não me permito me fazer isso? Rir. Nem me lembro da última vez, até esqueci como era o som da minha risada, se eu for morrer mesmo na batalha final, pelo menos foi bom saber como é rir uma última vez.

- Gwen, meu Legado é como se fosse uma mímica, eu consigo copiar qualquer Legado que eu veja alguém fazendo. – Eu explico de maneira mais sucinta possível para a garota. – Vai ter que utilizar seu Chronos na minha frente.

- Uhm... E como eu faria isso? Quer dizer, eu acho que se eu viajasse no tempo vocês não iriam perceber que isso aconteceu, então não teria como saber como ele funciona.

- Parece que temos um paradoxo temporal aqui gente! – Sam fala empolgado.

- Nerd! – Eu o provoco.

- Espera ai! – Marina se manifesta. – Mas você alguma vez já experimentou enviar alguém para o passado ao invés de você? Tente usar seu Legado no John ao invés de em si mesma assim ele conseguirá saber como seu Legado funciona.

- Brilhante Marina! – Sensacional, é essa a solução para nosso problema. – Muito bem pensado.

                Marina sorri para mim. Depois de ontem quando dormimos juntos é bom ver que não estamos naquele tipo de situação constrangedora em que nenhum dos dois consegue falar com o outro porque está com vergonha.

- Eu nunca tentei fazer isso com ninguém. – Gwen fala. – Para falar a verdade, Ella foi a primeira pessoa para quem eu revelei esse meu Legado, nunca tive coragem de falar dele para mais nenhuma outra pessoa, sempre achei que ele fosse meio inútil, de que adianta? Fugir quando tudo já está perdido?

                Sorrio para essa menina, o Legado dela é a chave para tudo. Talvez eu estivesse interpretando tudo errado, nós estivemos interpretando tudo errado.

- Gwen, por favor, tente me mandar de volta para o passado. – Eu digo.

- Vamos precisar de algum evento para ter certeza que funcionou. – Adam fala.

- Um eu poderia dar um soco no Adam, quer dizer, se der certo ele nunca vai ter acontecido mesmo. – Sam fala dando um sorriso mais sarcástico e debochado possível.

- Um soco? – Adam vocifera para ele. – Você é perturbado, aquele piken que te arremessou por 30 metros em Berlim te deixou doido, Marina não te curou direito, vamos fazer um desenho. E aí a menina faz John voltar no tempo para antes do desenho ser feito.

- Ótimo, eu encerro a discussão.

- Eu faço o desenho! – Marina se manifesta. – Mas preciso arranjar algo para me ajudar a desenhar na terra, um pedaço de pe...

                Adam bate com o cabo da espada numa parte do pedregulho mais próximo dele fazendo soltar uma lasca do Stonehenge e entrega para ela.

- Por que sempre que venho aqui as pessoas querem quebrar o monumento? – Ela choraminga pegando o pedaço de pedra.

- Marina, em alguns dias vai haver dezenas de naves mogadorianas aqui, não ponho fé que isso vai ficar de pé. – Adam fala sincero.

                O desenho que Marina faz, não demora muito tempo. Ele é bem simples para falar a verdade, mas é o suficiente para me fazer lembrar do porque estamos lutando, do porque eu quero esse Legado, de porque eu e Marina não conseguirmos dormir mais, é o desenho do número seis lórico. Eu foco bem meu olhar nele.

- Está pronto? – Gwen me pergunta se aproximando de mim?

- Estou. – Eu falo me agachando para que ela consiga ficar da minha altura.

                Gwen posiciona suas pequenas mãos frias uma em cada lado do meu rosto.

- John quero que olhe para aquele local e lembre-se dele como era antes daquele desenho. Tente se lembrar do máximo de detalhes possíveis. Posição do Sol, brisa, algo que algum de nós falou... vou começar a usar o Legado em um... dois... três... – a voz de Gwen se perde na minha mente.

                Sou transportado para um vórtice cilíndrico estranho e tudo que ela falou continua ecoando na minha mente. De repente eu começo a relembrar dos eventos que ela mandou, o desenho, a frase de Marina, a brisa.... Acaba tudo quando ouço outra voz.

- Eu faço o desenho! – Marina fala empolgada de novo. – Epa! De novo?

- Deu certo! – Eu grito, acho que não deveria ter feito isso, noto as pessoas mais próximas do Stonehenge olharem para a gente com curiosidade, mas não ligo.

- O que deu certo? – Ella pergunta.

                Noto Gwen sorrir para mim com suas sardas salpicando seu rosto.

- Ele viajou no tempo.

- Sim! – Eu digo empolgado. – Agora temos duas pessoas que podem usar esse Legado.

- Demais! – Sam fala tão empolgado quanto eu.

                Algumas horas mais tarde eu estou perto da minha barraca assando um coelho que cacei numa fogueira, lembrando da primeira vez que vi esse tipo de animal para comer. Foi com Nove, eu era tão “cru” o que ele acharia de mim agora? Nove, eu no início o achava um idiota, mas foi um dos meus maiores amigos, um dos maiores guerreiros que já vi.

                Nove morreu quando salvou mais de 50 Gardes Humanos de um campus de concentração mogadoriano. Eles estavam prendendo-os para tentar descobrir como transferir os Legados para mogadorianos, até que Nove apareceu. Ele destruiu aquela base inteira, mas foi muito ferido. Ele resgatou quase todos os garotos, mas fora brutalmente ferido. Disseram que ele estava quase morto e continuava a lutar, matou todos os mogadorianos daquela base até o último deles, só depois ele morreu.

                Uma lágrima escorre do meu rosto.

                Sinto alguém sentando do meu lado. Vejo que é Marina de novo, pelo olhar dela, está se sentindo do mesmo jeito que eu de novo.

- Deveríamos guardar a dor, para depois disso tudo. – Eu digo para ela.

- Concordo John. – Ela fala dando um sorriso tímido e abraçando os joelhos. – Sabe, eu lembro daquela época do John Hancock de todos nós juntos, foi como um sonho, como uma dessas séries adolescentes que passava na televisão.

                Ela ri de si mesma e depois começa a chorar. Isso é ruim, eu e Marina estamos fracos demais, não podemos ficar assim.

- Seis era a durona John, era ela que devia estar aqui contigo, e não eu... – ela começa a soluçar. – Todos que tentei proteger morreram, Hector, Oito, a própria Seis, todos...

                Eu chego mais perto de Marina e a abraço de novo. Ela recosta sua cabeça em meu ombro e fico afagando o seu cabelo.

- Seis e Nove eram os durões, mas nós também somos Marina.... Você é a rainha do gelo aqui, arrancou o olho do Cinco, enfrentou Setrákus e aqueles mogs no templo, soube da batalha da Noruega, você destruiu 200 mogadorianos e 20 pikens. – Falo olhando diretamente para os olhos castanhos dela.

- Aquilo... – ela fala corando olhando para mim também. – Estava favorável, o clima, eles estavam lentos.... Muito.

                Por um breve momento ficamos assim. E eu penso pela primeira vez que somos os últimos, nunca pensei em Marina da maneira que pensei agora, mas de repente esse pensamento vai embora quando lembro do que planejo, não o que vai ser depois disso tudo, se vou ficar vivo, primeiro a guerra depois a batalha.

- Obrigada, John. – Ela fala olhando para o fogo. – Eu sei que devia ser mais confiante, teve um momento que fiquei mais, só que.... Depois daquilo tudo, da nossa derrota lá no templo, você perder Sarah, eu comecei a fraquejar. Eu não farei mais isso, ficarei com você até o fim.

                Seguro a mão dela.

- Começamos isso juntos, há muito tempo em outro planeta e terminaremos isso juntos. – Eu digo sorrindo.

- Sim. – Ela fala sorrindo também.

               

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Eu passo a maior parte da noite pensando no melhor plano, o que posso alterar para onde posso ir. Não consigo saber quando, imagino ir para a época em que descobrimos Cinco e desmascarar ele, mas isso não ajudaria, provavelmente Nove o mataria e Cinco no final nos ajudou muito.

Não, tem que ser outra época, penso no meu egoísmo, salvar Henry claro. Mas é os outros, eu percebo que talvez não tenha que ser eu a ir para o passado, eu não tenho todas as respostas de tudo que aconteceu e muito provavelmente eu não iria conseguir voltar aqui se voltasse tanto ao passado quanto planejo, logo, seria muito perigoso. Percebo que só tem uma pessoa a quem perguntar, a Entidade.

Me concentro com minha telecinese até achar a loralite. Após algum tempo desenvolvi esse tipo de detector de loralite portátil na minha mente para rastreá-las. A pedra é gigante. Deve pesar umas 30 toneladas. Preciso usar todo meu podar para retirar ela de lá. Consigo me sentir se elevado junto com ela e ouço gritos, ouço barulho de pedra rolando também, finalmente paro e abro os olhos. Metade de um imenso pedregulho azul pulsante está para fora do Stonehenge, ou melhor, do que era ele.

                Pulo para o chão e noto todos boquiabertos para mim.

- Eu acho que vou desmaiar. – Marina fala.

- John... Isso é Incrível – Ella ao contrário está fascinada e perplexa, seus olhos brilham ao ver a pedra gigante de loralite. – Eu posso sentir Legado nela.

- Ótimo. – Digo, ofegante, preciso que pergunte quem deve ir.

                De repente uma luz azul me atinge. Estou naquele grande salão de novo, só que dessa vez, sem os outros Gardes Humanos. Uma festa particular e bem privada, só eu Ella, Marina e Adam.

- De novo? – ele pergunta.

- Você me chamou Pittacus? – Legado pergunta.

                Ele se materializa como uma forma azul na minha frente, não sei o que perguntar direito, mas fecho os olhos e deixo as palavras fluírem.

- Legado, qual de nós deve ir na missão para o passado? – Eu pergunto.

- Ora, essa não é uma pergunta na qual eu possa me manifestar, de fato, a pessoa que irá deve saber que a missão dela será a missão mais importante de todas.

- Isso não é bem uma resposta... – Adam murmura.

                Legado se vira para ele.

- Ora, ora, o mogadoriano que tem Legados, seu povo gostaria muito de tê-lo, mas você sabe por que é diferente?

- Cabelos sedosos?

- Você sabe amar Adamus Sutekh. Você ama tanto, que foi incapaz de matar pessoas inocentes, você amou tanto a número Um que fez ver que o ódio mogadoriano não vale a pena.

                Vejo Adam, ruborizar com a afirmação de Legado.

- Se alterarmos as coisas, tudo isso aqui vai mudar? – Eu pergunto.

- Depende Pittacus, depende do Elo que ligará os mundos. – a entidade fala de forma enigmática.

- O elo... – murmuro para mim mesmo.

                De repente tudo começa a tremer e volta ao normal. Estamos os quatro que estavam no salão parados em frente a pedra atônitos com que acabou de ser revelado. O que seria esse Elo, não sei mais o que pensar, mas já sei quem deve ir para o passado e quando deve ir.

 

 


Notas Finais


Mais um capítulo, estou adorando escrever, espero que estejam curtindo


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