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História O Sabor da Paixão - Amor, é só sentir.


Escrita por: Pink_NewRumor

Capítulo 14 - Amor, é só sentir.


Fanfic / Fanfiction O Sabor da Paixão - Amor, é só sentir.

Estava chovendo naquela noite, a temporada de chuvas começaria.

Naruto apoiou a cabeça na almofada sobre o sofá, totalmente pensativo, tentando enterder porque ela o estava evitando.

— O que há?

A voz de Jiraiya rompeu o silêncio, assim que o homem fechou o notebook. Ele estava ali, resolvendo problemas com os quais Naruto deveria lidar.

— Não há nada.

O Uzumaki respondeu, os olhos azuis presos no teto de sua sala.

— Eu te conheço bem o bastante para entender que alguma coisa aconteceu. É a herdeira?

Naruto se ergueu e sentou-se lenta e silenciosamente. De fato, Jiraiya o conhecia o bastante para notar aquilo até de olhos fechados. Respirou fundo, precisava mesmo falar daquilo com alguém, ou iria explodir.

— Ela está me evitando - olhou para seu padrinho - Hinata me contou sobre seu relacionamento anterior, e sobre como ela se sentiu depois de tudo... e bem, agora não atende minhas ligações.

— Naruto, você constantemente ia atrás dela, no entanto, agora que são namorados, fica aqui de choro. Por que não vai?

— Não é tão simples... acho que ela precisa de espaço.

Ele disse aquilo, mas ficou pensativo.

— Será que ela precisa de espaço, ou precisa de você?

O impacto daquelas palavras o fizeram se arrepiar. Uma parte de si passou a pensar naquilo, seu cérebro funcionou estranhamente, e as palavras de Hinata vieram à tona em sua mente. Lembrou-se da sensação de nojo que sentiu quando soube o que o ex dela tinha feito, e pensou em como contar aquilo deveria ter sido difícil para ela.

— Acha que estou sendo idiota em esperar que ela me atenda? Que ela me aceite?

— Você não acha que esteve bem atento à ela antes, e agora se absteve demais? - Jiraiya sorriu de maneira carinhosa - Se ela é tão importante assim, vá atrás dela de uma vez. Não sei quais são os problemas dessa menina, e nem se você está realmente disposto a enfrentá-los... mas se quer ficar ao lado dela, enfrente-os com ela.

O Uzumaki engoliu em seco, mas logo um sorriso se formou em seus lábios. Ele se levantou devagar, e tocando de leve o ombro de Jirayia, lhe agradeceu.

— Obrigado, pai.

O outro lhe respondeu com um sorriso bonito. Naruto amava Jiraiya, e seus conselhos certeiros.

...

Hinata segurou sua caneca com chocolate quente, e bebeu um pouco. Pensativa, tentava encontrar uma forma de ligar para ele sem parecer ridícula.

Toda a proximidade que tinham adquirido, estava se esvaindo, e achou que aquilo não fosse acontecer. No entanto, a única culpada era ela, Naruto tentou mantê-la por perto, tentou contato, e ela o afastou.

Deixou a caneca vazia sobre a lareira, e abraçou o próprio corpo enquanto observava as gotas de chuva fazerem desenhos em sua janela, sentiu frio, muito frio. Foi então que a campainha tocou, olhou para a porta, pensando se deveria ou não abrir, estava de pijama, um horrível, diga-se de passagem.

Caminhou calmamente até a porta, e acendeu a luz antes de abri-la, sem olhar pelo olho mágico também. Viu Naruto ali, de pé, bem diante dela, se odiou por estar tão mal vestida.

— Oi... - ela disse sem graça.

— Posso?

Ele estava claramente falando em entrar, Hinata fez que sim, e saiu, dando passagem para ele. Assim que Naruto entrou, ela fechou a porta.

Um silêncio constrangedor ficou entre eles, Hinata se encostou na porta, sem saber como deveria agir, o que deveria lhe dizer? Seu maior medo era que ele se afastasse, mas ele estava ali, afinal...

— Hinata, nós precisamos conversar... você vem me evitando, eu te mandei mensagens, te liguei tantas vezes que perdi a conta...

— Sinto muito... - ela não sabia bem o que dizer, estava claramente envergonhada.

— Me desculpe.

Foi ele quem disse. Os olhos da Hyuuga se arregalaram levemente, foi surpreendida por aquilo, era ela quem deveria pedir desculpas, respirou devagar.

— Me desculpe você.

— É sério, - Naruto deu um passo na direção dela - eu não deveria ter sumido, quero dizer, eu te liguei, e você não atendeu, então eu deveria ter vindo antes.

— Não era uma obrigação... - ela o olhou, pela primeira vez - eu não devia ter te evitado...

— Por que fez isso?

Ele se sentou no sofá, com uma intimidade e segurança que não passaram despercebidas por ela, lhe fez um convite sinuoso para que se sentasse ao seu lado. A Hyuuga o fez, e timidamente, começou a deslizar um dos dedos no couro claro de seu sofá,  observando o caminho que ficava ali.

— Eu estava com vergonha...

— Vergonha de quê? - Naruto olhou atentamente para ela.

— De tudo isso, dessa confusão toda, de você me olhar de forma diferente por eu não ser saudável...

— Você é saudável, - ele segurou as mãos dela, sorriu - e vergonha, bem, você não precisa ter alguma. A vergonha tem que estar com outras pessoas...

Hinata não disse nada, mas aquilo era verdade, só não sabia se Kiba tinha vergonha do que tinha feito.

— Tem mais uma coisa... - ela deixou que ele a olhasse - essa época é difícil para mim, domingo é aniversário de morte da minha mãe... talvez seja por isso que Hanabi apareceu...

— E o que vai fazer, vai visitar seu túmulo?

— Ainda não sei, costumo sair de Konoha nessa época, não gosto de ficar por aqui.

Ela ficou em silêncio, pensando em todas as outras vezes que saíra de Konoha naquela época, era realmente uma época difícil, não só para ela, seu pai também não ficava bem.

— Hinata... - a voz dele a trouxe de volta, ele a viu olhar para ele - você quer sair de Konoha comigo?

Um sorriso se formou nos lábios dela, a Hyuuga segurou a mão dele com firmeza. Estava surpresa, Naruto era sinonimo daquilo, o olhou atentamente.

— Para onde?

— Segredo - ele sorriu - quer fugir comigo?

Fugir com ele seria loucura?

Respirou fundo, pensando se deveria ir tão profundamente naquele relacionamento. Antes, tinha se penitenciado tanto para não querer ninguém, tinha se decidido que nunca mais colocaria ninguém em sua vida. No entanto, estava ali, sentada com um alguém maravilhoso à sua frente, um sorriso que esperava uma resposta. Naruto possuía certo domínio sobre ela.

— Acho que é o que mais quero agora - acabou confessando.

Ele segurou com um pouco mais de carinho ambas as mãos dela, as acariciou com seus dedos.

— Posso me aproveitar um pouco mais, e levá-la lá para baixo?

— Onde? - estava realmente surpresa. Viu o sorriso dele se tornar mais largo.

— Na rua. Vamos dar uma volta?!

Hinata o olhou e depois direcionou os olhos para a janela. A chuva ainda caía, já não tão intensa quanto antes... voltou a olhá-lo, Naruto ainda sorria.

— Então espere que eu me troque... poxa, está chovendo. Quer mesmo assim?!

— Ah eu quero. Tem um guarda-chuva?

A Hyuuga sorriu, levantando-se do sofá.

— Tenho um guarda-chuva que suporta nós dois.

 

~~X~~

 

— Você já ficou nervosa ao ponto de não conseguir pensar direito?

Naruto perguntou enquanto andavam juntos pela calçada. Ambos debaixo do mesmo guarda-chuva, os corpos bem juntos, um dos braços dele estava sobre os ombros dela.

— Está nervoso com o quê?

A Hyuuga perguntou de volta, e viu os olhos azuis a fitarem.

— Você me deixa nervoso...

— Certo, eu não sei se isso é bom ou ruim.

Ao lado deles, os carros passavam, suas rodas faziam aquele costumeiro barulho da velocidade em atrito sobre o chão com a água.

— É algo bom, não sou alguém que perde as estribeiras perto de qualquer pessoa.

Os dois continuaram caminhando, alguns minutos se passaram, a chuva foi cessando, e continuavam sem rumo. No entanto, Naruto a puxou, subiram por uma escada lateral. Hinata passou tantas vezes por aí, mas nunca teve curiosidade de saber o que tinha no topo.

Lá em cima, os olhos lilás da Hyuuga tiveram a visão bonita do que lhe pareceu uma praça. Havia uma fonte bonita, canteiros de flores, e árvores de cerejeira. 

— É lindo... - sussurrou.

— Nunca subiu aqui? - Naruto disse enquanto fechava o guarda-chuva.

— Não. Moro aqui a pouco mais de um ano, sempre passei lá embaixo, mas nunca tive coragem de subir aqui... - ela olhou novamente ao redor, viu Naruto se encostar na mureta de proteção. Konoha estava totalmente iluminada - Naruto, por que me trouxe aqui?

— Achei a geografia do lugar bem interessante, na verdade - ele sorriu, cruzando os braços - Não, na verdade, eu preciso falar sério com você.

— Talvez eu esteja levemente apavorada agora...

— Não fique - ele respirou fundo - Hinata, eu não sou alguém que enrola. Quando você me disse as coisas pelas quais passou, realmente me assustei, não vou negar... mas, hoje eu percebi o quanto me sinto ligado à você. Me arrependo muito de não ter vindo antes.

— Está tudo bem...

— Hinata, você realmente gosta de mim?

Ele perguntou de repente, tirando-a de seu eixo comum. Olhou para ele, os sentimentos bagunçados em seu peito.

— Gosto...

— Ama?

— Amor é uma palavra tão forte...

Falou tão baixo, aquilo soou para si mesma. Ela abaixou seu olhar, fitando os próprios pés.

— Você ainda não confia nos homens?

Naruto perguntou, e ela o olhou.

— Acho que não.

— Confia em mim?

Aquelas perguntas eram estranhas, ela não estava acostumada a responder tantas.

— O que quer? - perguntou, corando.

— Hinata, preciso saber se confia em mim... porque se você confia, então não me vê como homem.

— Eu confio em você, e eu o vejo como homem... 

Revelou instantaneamente, e sem ter a minima intenção daquilo. O viu sorrir e aproximar-se, ele segurou suas mãos.

— Existe uma falha na sua ideia de manter-se longe do sexo oposto.

— A falha é você... - ela sussurrou, os olhos estavam nos dele.

— Então me aceite de verdade. Esqueça essa parte já passada, venha comigo, só segure minha mão... quando você disse que aceitava ser minha namorada, eu contei com isso, e agora que sei dessa parte da sua vida, eu só tenho mais certeza de que não quero deixá-la sozinha.

— Naruto...

Ela estava realmente emocionada, o coração saltou em seu peito, respirou devagar quando ele juntou suas mãos, e beijou ambas de uma vez só.

— Me aceite de verdade, Hinata. É tudo que peço. O amor, ele é bonito e deve ser vivido plenamente, eu peço que...

Não terminou sua frase, ela se inclinou, os lábios macios encontraram os dele em um beijo carinhoso. Os dedos se prenderam em sua nuca, a acariciou enquanto o beijava. Não havia melhor forma de lhe mostrar confiança, aquele era o melhor jeito que ela havia encontrado de lhe mostrar o sabor de sua paixão. 

 

~~X~~

 

A Hyuuga estava sentada em frente à seu pai, eles almoçavam juntos naquela quinta. Hiashi era um grande apreciador da culinária italiana, sendo assim Hinata o convidou para almoçar em um restaurante especializado em tal área.

— Do que queria falar, querida?

— O que vai fazer final de semana?

Hiashi a olhou curioso, sorriu.

— O de sempre, não tenho muito o que fazer. Porque? Ah... - ele segurou sua taça com vinho - vai viajar esse ano também?

— Sim... - ela sorriu envergonhada - vou com Naruto.

Ela viu seu pai olhá-la, curioso. Ele apoiou os cotovelos sobre a mesa, e sorriu.

— Estão mesmo juntos?

— Estamos. Eu não contei antes... me desculpe.

— Tudo bem - ele pegou novamente sua taça - mas por que me perguntou o que farei?

— Bom... - ela buscou algum tato - domingo é aniversário da morte da mamãe, e esse dia não é o melhor do ano.

— Realmente.

Foi a única coisa que ele disse, segurou sua taça e sorveu um gole do vinho branco. Hinata não sabia o que lhe dizer, todos os anos ele se recolhia, era como se pensasse em tudo o que aconteceu.

De repente, ela sentiu o coração pesar, os olhos marejaram. Hiashi a olhou, preocupado.

— Me perdoe.

Hinata falou, a voz saiu baixa. Seu pai chegou para frente e a olhou fundo nos olhos, não entendeu aquilo.

— Por que, Hinata?

— Foi tudo minha culpa, a mamãe... a Hanabi.

— Achei que já tínhamos conversado sobre isso, nada foi sua culpa, você era uma criança - ele se referiu ao acidente.

— Mas eu podia ter feito algo...

— Você fez, você foi com ela, se arriscou.

— Mas com Hanabi, eu fiz um escândalo por besteira e o senhor...

— Besteira? Hinata, você foi a vítima - Hiashi ficou visivelmente irritado - Não me faça ficar bravo com você, não defenda sua irmã como se ela fosse uma coitada, Hanabi não era criança, ela sabia muito bem o que estava fazendo.

— Eu sei...

— Então não a defenda, não para mim. Ela fugiu sem se desculpar, sem explicar nada, Hanabi não merece essa sua mania de achar que ela é inocente.

— Pai, eu sei que ela não é inocente, mas essa mania de jogar a culpa toda nela... Eu fui a mais prejudicada, e não enchergo assim. Hanabi errou, e errou feio, mas ela não errou sozinha.

— Claro, aquele seu noivinho também foi culpado. Vai defendê-lo também?

— Papai...

As lágrimas que Hinata estava segurando, enfim caíram. Não havia mesmo jeito, Hiashi não perdoara Hanabi, e por mais que ela tentasse, ele sempre a tratava daquele jeito... duro e as vezes até cruel.

— Coma, Hinata. Viaje para onde quiser, cuide de suas mágoas, e me deixe com as minhas. E em relação ao domingo, ficarei bem, não se preocupe.

Ela secou suas lágrimas, tinha perdido a fome, então tudo o que fez, foi beber seu vinho. Naquele instante, ficou ainda mais confusa com o que fazer se aquela ligação se repetisse... deveria manter segredo de seu pai?


Notas Finais


Enquanto de um lado, Hinata aceita Naruto como deveria ser desde o principio... pelo outro lado, se angustia com um perdão para a irmã que ainda nem se revelou verdadeiramente.

O que será que acontecerá quando Hanabi realmente aparecer?


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