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História O sacrifício. - Um pouco sobre mim.


Escrita por: JMS-Efferon

Notas do Autor


Continuando a saga do nosso detetive...

Me digam o que acharam!!!

Bjus!!

J.M.S. Efferon.

Capítulo 2 - Um pouco sobre mim.


Fanfic / Fanfiction O sacrifício. - Um pouco sobre mim.

                                                                                                  1

 

            Antes de eu continuar, gostaria de me apresentar para vocês, gostaria de falar um pouco sobre mim. Na época eu era conhecido como o detetive Osório, mas hoje posso dizer que sou o ex-detetive Osório ou, na verdade, Paulo Osório dos Santos. Fui durante vinte e nove anos policial do estado de São Paulo sendo que vinte e cinco desses anos fui detetive de operações especiais onde nos últimos quinze anos de operações especiais desempenhei a função de 1º detetive, ou seja, eu ficava com os casos mais difíceis e de maior importância para a segurança da população.

            Alguns de meus colegas e até mesmo meu capitão diziam que eu era um cara muito arrogante e prepotente passando para todos a impressão de ter “o rei na barriga”. Sinceramente não tiro a razão deles, estive nesta função durante vinte e cinco anos suando dia e noite arriscando minha vida para colocar bandidos atrás das grades. Foram muitos os criminosos que consegui prender e não foram apenas “bandidinhos de esquina” ou “ladrões de galinha”, coloquei muita gente graúda com poder na cadeia. Alguns desses criminosos estavam sendo procurados há anos por meus colegas, mas graças ao esforço de Gio e meus métodos muitas vezes “desnecessários” agora estão onde devem estar.

Boa parte dos políticos que hoje estão atrás das grades, principalmente aqueles com grande influência que se achavam intocáveis, cumprem longas penas graças ao meu empenho como detetive. Graças ao nosso empenho, sendo honesto, pois Gio sempre esteve lá comigo, mesmo nos momentos que muitos sairiam correndo para salvar suas peles ele estava ao meu lado. Esses méritos também é dele, afinal foi ele quem esteve comigo desde meu primeiro dia na policia. Mas uma coisa preciso dizer, ele mesmo admite que muito do que aconteceu se deu graças a mim. 

            Dizem que não se deve sair por ai falando de nossos feitos, que devemos fazer nosso dever e mesmo quando bem feito devemos manter a humildade. Bom, eu era uma pessoa humilde, mas todos gostam de ser reconhecidos seja qual for sua área de atuação, então era isso que eu fazia. Eu me reconhecia. Poucas vezes recebemos algum elogio do nosso capitão ou alguma condecoração por mais que nosso trabalho tenha sido exemplar. Às vezes nem mesmo um tapinha nas costas nós recebíamos, então eu fazia isso por eles e se esse era o motivo, como eu sabia que era, para ser taxado de arrogante, digo que eles estavam cobertos de razão.

            Nos meus longos anos de detetive trabalhei em inúmeros casos diferentes. Prendi quadrilhas de roubo de cargas, traficantes, empresários e políticos, acabei com corridas ilegais de carro e moto por onde circulava mais dinheiro do que muita empresa grande e prendi ao mesmo tempo em um galpão uma quadrilha de quarenta e cinco pessoas por roubo de carros, mas nenhum desses casos foi desafiador igual ao que vou contar para vocês.

Neste caso não foi necessário fazer escutas e campanas. Não precisei me infiltrar em gangues ou quadrilhas, não precisar formar uma gangue de motoqueiros e muito menos precisei gastar cinquenta mil reais que obviamente eu não tinha para comprar peças de um carro que eu nem sequer em foto havia visto. Só para constar, esse dinheiro me foi reembolsado após alguns meses.

Quando pensamos que a vida não pode nos trazer mais surpresas, eis que ela vem para te dar um tapa na cara com muita força. Não posso falar por Gio ou por qualquer outra pessoa que direta ou indiretamente estava envolvida neste caso, mas para mim foi algo fora da realidade. No inicio, como sempre, tudo parecia comum, algo que vemos muito quando temos este emprego, mas conforme as provas diminuíam, conforme os suspeitos sumiam e quando nada começou a fazer sentido pensei por um bom tempo que ficaria louco. Dois motivos me abalaram neste caso. Um foi porque tudo parecia ser algo totalmente sem motivos, não que com motivos você pode sair matando pessoas, mas sabemos que no mundo do crime se você ficar devendo uma bala de hortelã para um traficante ele vai te matar, mas neste não havia nada, todas as vítimas eram pessoas corretas. Mas o que realmente me chocou foi a crueldade como tudo foi feito e por quem foi feito.

 

2

 

            Ao entrar na pequena rua de paralelepípedo com muitos buracos onde era preciso passar muito devagar, local por onde mal passava um carro e onde as calçadas eram estreitas com prédios inacabados que quase ficavam no meio da rua já percebemos qual era o tipo de situação que espera por nós.

            Paramos o carro em frente ao número noventa e cinco logo atrás da ambulância que estava cercada por muitos curiosos querendo saber quem foi que morreu desta vez. Descemos do carro e ao olhar para o prédio veio uma imagem muito nítida em meus olhos.

            Ali mesmo acendi um cigarro, o mais barato que pude achar, e entrei no prédio sendo seguido por Gio. Eu tinha quase certeza de que alguém, provavelmente um homem grande com muitos músculos e pouco cérebro exibindo suas tatuagens, viria me pedir para apagar o cigarro, mas depois de subir dois andares comecei a achar que não viria ninguém. Afinal, eu era um policial e aquele lugar não poderia existir.

            Quando nós chegamos ao quarto e ultimo andar daquela espelunca sem reboco nas paredes com concreto puro sem acabamentos na escada olhamos para o longo corredor atrás de uma porta, com paredes mal rebocadas sem cerâmicas no chão do outro lado do que parecia ser uma recepção, e no final dele vimos um amontoado de pessoas olhando na direção do que deduzi ser um quarto. Olhei para Gio que fazia uma cara de nojo para o local e apaguei meu cigarro em uma das paredes jogando o que sobrou dele pela janela sem vidros que havia logo atrás de nós.

            Caminhamos a passos largos na direção das pessoas precisando tirar alguns dos curiosos que estavam no meio do caminho, muitos com puxões ou empurrões. Você pode achar que isso foi ignorância, mas neste tipo de lugar você caça ou é caçado.

            - Ei seu idiota, qual é o seu problema? – Disse aquela voz fina, quase de criança.

            Quando ouvi isso parei no mesmo instante e olhei para trás vendo uma menina que espero ter mais de dezoito anos com os seios nus apenas usando uma calcinha vermelha. Ela era linda, tinha olhos azuis que acho que eram lentes, mas isso não importa, cabelos compridos pretos, cintura bem desenhada e peitos maravilhosos. Sim, eu olhei para ela, foi mais forte do que eu.

            Atrás dela, quase escondido dentro do quarto com medo de achar algum conhecido, eu acho, estava um homem velho, sessenta anos talvez, barrigudo com os poucos cabelos que ainda lhe sobravam mais brancos que sua pele. Ele estava com uma cueca de couro, uma máscara e estava com um chicote na mão. Não olhei para Gio, pois eu sabia que começaríamos a rir como loucos se eu o olhasse. Fiz de tudo para esquecer isso, mas infelizmente eu não consegui.

            - Quantos anos você tem garota? – Perguntei a ela tentando olhar somente em seus olhos.

            - Vinte e três. – Ela me respondeu gaguejando.

            - Hum... Nem você acredita nisso. Sorte sua ter algo mais importante naquele quarto. Agora entre, se vista e espero que você e todas as outras já tenham sumido daqui quando eu sair daquele quarto. Estamos entendidos garota?

            Ela não disse nada, apenas me olhou por alguns segundos e deu meia volta entrando no quarto quase derrubando o velho que estava com ela.

            Eu também dei meia volta indo até o quarto no final do corredor. Ele era um pouco melhor do que o resto do local. As paredes eram rebocadas e pintadas, tinha um teto com gesso que parecia ser novo, uma grande cama com lençóis novos, frigobar, televisão e até ar-condicionado, mas o que chamou mesmo a minha atenção foi o que estava no chão e não foi o tapete vermelho ou o piso de cerâmica que imitava madeira e sim o que estava sobre eles.

 

                                                                                  3

 

            Gio ficou em estado de choque por alguns segundos parado na porta. Mesmo com toda aquela barba dava para ver sua boca entreaberta olhando pra o chão.

            Confesso que no inicio fiquei um pouco enjoado, mas foi por poucos minutos, logo eu já estava recuperado, assim como Gio que até acho que reagiu àquilo melhor do eu.

            - Meu Deus do céu! – Foi a primeira coisa que eu consegui dizer depois de algum tempo. – Que merda aconteceu aqui? – E essa foi a segunda, mas logo meu espanto foi substituído por raiva.

            Muita raiva posso dizer.

- Olha quem chegou! – Disse Corrêa, o primeiro a chegar ao local depois dos policiais. – “O príncipe das putas” – Ele soltou uma risada estranha, meio engasgada. – Esse é o trabalho ideal para você, meu amigo. O que você me diz, hein?

- Em primeiro lugar, não sou amigo de um moleque mimado com as costas quentes e em segundo lugar, porque você não vai se foder já que estamos em um local para isso?

Ele soltou aquela risada estranha novamente.

- Vá você, amigo. Afinal esse é o tipo de lugar que você gosta não é mesmo?

Enquanto ele ria, lembro-me de revirar os olhos e segurar minha vontade de enfiar um soco bem no nariz dele. Lembro que até já estava com os punhos prontos para soca-lo, mas consegui me controlar.

            Senti a mão de Gio em meus ombros, logo após ele se recuperar do baque inicial, e aquelas palavras que não ajudam em nada. “Fique calmo”. Mas para a sorte de Corrêa eu já estava calmo antes mesmo de Gio pedir para eu retomar o controle.

            Depois que ele parou com aquelas risadas forçadas e ridículas, olhei o mais sério que eu pude para Corrêa tentando não demostrar toda a raiva que eu estava sentindo senão com certeza ele teria vencido essa batalha de humilhação.

            - O que houve aqui? – Perguntei a ele.

            - Pelo que consegui apurar do pessoal, estava tudo normal como sempre. O rapaz chegou à recepção, pediu uma cerveja e ficou cerca de quinze minutos sentado. Depois, como você sabe, ele foi trazido até o quarto e as meninas foram “apresentadas” a ele. Tudo como sempre acontece de acordo com a dona do lugar. Sem anormalidades.

            - E onde ela está?

            - Se ela disse a verdade deve estar vomitando no banheiro da recepção neste exato momento ou fugiu como muitas garotas e clientes já fizeram, pois como você já deve ter percebido este lugar está totalmente irregular. – Ele colocou um sorriso no rosto. - Você já conhecia este lugar, Osório? – Perguntou ele com a cara de deboche que eu odiava. – Há algum tipo de cartão fidelidade? – ele começou a rir.

            - Quem sabe nós possamos focar no que está acontecendo aqui e depois de tudo resolvido você começa a fazer as suas piadinhas sem graça, pode ser?

            - Nossa! – Disse ele levantando as mãos. – Eu não quis ofender ninguém. Foi apenas uma pergunta inocente já que você adora essas putas baratas.

            Foi só o tempo de Corrêa fechar a boca e minha mão já estava segurando a camisa de grife que ele usava na altura do peito. Empurrei-o até a parede e olhei bem no fundo de seus olhos. Tive que olhar para cima, pois ele era bem mais alto do que eu, mas quem aparentemente estava com medo era ele, já que ele não passava de um bosta medroso que adorava fazer piadas, mas não segurava às próprias broncas. Ele estava à apenas seis meses na rua como detetive e já acha que era grande coisa, mas não passa de um assistente medroso que havia ficado sete anos atrás de uma mesa preenchendo papeladas. Não via problemas em ele ou qualquer outro ser assistente, nunca menosprezei este trabalho, pois eu fui assistente, comecei neste cargo ficando alguns anos na função, mas minha bronca era que ele tornou-se detetive apenas por ser marido da filha do capitão e por ser sobrinho de político. Ele sim se achava superior por ter parente poderoso se se achava no direito de falar o que quisesse para qualquer um, mas isso não servia para mim.

            - Acho bom você medir bem suas palavras ou vai ter que aprender a falar por sinais, está me entendendo seu idiota. – Disse com o meu rosto o mais perto possível do dele praticamente espumando pela boca. Claro que eu não faria mais do que isso, mas Gio me puxou na hora certa.

            - Vai com calma Osório, não vale a pena, você sabe.

            Eu olhei para Corrêa que arrumava sua camisa branca com listras rosa que deve ter custado o que gasto com comida por mês. Mas quando se é sustentado pela esposa rica, por seus méritos é claro, pois Rosa sempre foi estudiosa e não tem culpa de ter casado com um idiota, e trabalha como policial apenas para “ver as coisas acontecerem” fica fácil.

            Ele aproximou-se de mim esticando o braço para me entregar o pequeno bloco com algumas anotações, que eu não peguei de imediato, que ele havia feito. Na maioria eram mais rabiscos do que as pessoas que estavam ali disseram para ele, mas nada que tivesse muita serventia e é óbvio que eu faria as minhas próprias perguntas.

            - Foi você que me chamou aqui?

            - Sim. – Disse ele.

            - E porque fez isso? Porque não pegou o caso para você?

            - Está na cara não está, “príncipe das putas”?– Disse ele jogando o bloco de capa marrom em meu peito e saindo tranquilamente pela porta do quarto.

            Fiquei observando ele até que ele virasse para a esquerda no corredor e fosse, acredito, para a saída do prédio sem, reboco, sem algumas janelas e sem dignidade alguma.

            - Você não sabe a raiva que tenho desse cara Gio.

            - Se a minha raiva esta quase saindo deste quarto, fico imaginando o tamanho da sua. – Disse ele voltando a olhar para o chão.

            Os enfermeiros da ambulância também já haviam descido, pois não havia nada o que eles pudessem fazer, ficando apenas nós quatro dentro do quarto esperando a retirada dos corpos.

Éramos Gio, eu, o assassino e a prostituta.        

                                                                                               

                                                                                                       


Notas Finais


Espero que estejam gostando da história queridos monstrinhos!!!
Deixem aí suas opiniões ou críticas, quero muito vê-las aqui!! :)

Bjus meus queridos!!

J.M.S. Efferon.


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