História O Sacrifício Haruno - Jantar Em Família

Não se preocupe se a noite é fria,

Porque todos nós ficamos em chamas,

Caímos com força mas somos muito leves,

Então deixe a porta bem aperta.

(Leave The Door Wide Open- No)

 Me virei na cama de bruços,eu estava muito mal,parecia que eu tinha comido e logo em seguida andado de montanha russa.

Mamãe tinha trago um remédio pra azia, mas eu não achava que isso fosse melhorar.Então meu pai colheu algumas ervas de capim-santo que haviam ao redor da casa e fez um chá pra mim.Aposto que era receita da vovó Haruno.Essa dor de estômago estava se juntando a minha dor de cabeça mental; mental por que eu estava tentando descobrir como cheguei a casa da minha avó. Ela disse que eu cheguei reclamando de dores abdominais e perguntei se podia dormir um pouco.

Eu não me lembra disso, só lembrava de um momento estar olhando para Sasuke. Ah Sasuke Uchiha, ouvi as meninas nos corredores da escola falando dele, do quanto valia a pena ser desprezada por ele porque era um gato,pra mim isso é muita falta de auto estima, mas tinha que concordar quando elas diziam que olhar uma vez pra ele era pedir para se apaixonar.

Quando eu entrei no refeitório não o notei, mas quando Ino me chamou senti os olhos dele me queimando, era estranho ser observada por um cara como ele, eu sempre era observada assim,mas havia algo diferente nele. Então Sasori estava tentando puxar a minha atenção pra ele como se eu fosse uma marionete, mas eu não conseguia. Sasuke estava clamando minha atenção.

Estranho...

Senti meu corpo começar a reagir. Ele realmente estava mexendo comigo.

- Sakura? - Mamãe bateu na porta.

Desviei os olhos do exemplar de os instrumentos mortais e gritei um "entra" pra ela.

Mebuki estava com um avental escrito "escritores também sabem cozinhar" e uma cara nada boa. Aposto que ela estava assim porque o que estava escrito na roupa não era verdade. 

- Sei que você está meio doente mas será que você pode dar um pulinho na cozinha pra me ajudar? - Mamãe fez um biquinho me fazendo soltar uma gargalhada.

- Queimou a panela de novo não foi?

- Acho que dessa vez foi o micro-ondas - Ela assumiu com um sorriso amarelo. 

- Mãe - Gemi já calçando os meus chinelos e indo procurar uma roupa que poderia sujar - Eu já te disse que não se coloca a lasanha com embalagem e tudo dentro de utensílio doméstico.

- Como você sabe que eu estava preparando isso espertinha?

- Porque é a única coisa que você  sabe cozinhar.

- Aff Sakura me dá um desconto. Essa é a primeira vez que cozinho em meses! - Ela bufou jogando a franja para o lado.

Essa era a ação que ela sempre fazia quando estava estressada com alguma coisa,era quase como um toc.

Acabei optando pela blusa mais velha que tinha e uma saia azul.

- Por que está preparando a janta? Tentando impressionar o papai?

- Tentando impressionar a sua vó Yin.

Mebuki e vovó Yin viviam em pé de guerra;como eu já devo ter dito,pessoas da aldeia da folha não casam com pessoas que são de fora daqui,eles consideram os estrangeiros como uma raça inferior a eles,não é uma regra que é seguida a risca,ninguém aqui vai colocar uma kunai no seu pescoço e dizer "ei!Você vai casar um fulano",mas também não vão ficar satisfeitos quando você os contrariar.Esse foi o caso do meu pai,que desafiou a mãe e casou com uma "piranha estrangeira".

Minha mãe não fica muito atrás com os palavrões, até chama vó Yin de naja venenosa.

- Ela vem jantar aqui e eu vou mostrar pra ela quem é Mebuki Haruno - Ela socou o ar determinadamente - Disse que trará um amigo.Será que ela arranjou alguém? 

Dei de ombros a empurrando pra fora.

- Quem sabe assim ela melhora aquele humor - Mamãe deduziu - As vezes a pessoa fica azeda porque está á muito tempo sem sexo.

- Mãe!

                                                                                                     (-)

 

- Kizashi! Fica de olho no Umeboshi enquanto eu vou me arrumar!

Minha mãe falava gritando até quando não precisava!

Passamos duas horas cozinhando tudo o que havia de comida pra ser servido.Ela teve a proeza de queimar os ovos que íamos colocar no recheio do peixe,e ainda derramou olho quente nos meus olhos,adivinha pra quem ficou o trabalho de concertar a bagunça?Pois é,é nessas horas que agradeço a Kami por ter herdado os dons culinários do meu pai.

Alguém bateu na porta. 

- Eu atendo! - Gritei.

Passei a mão no vestido laranja que escolhi pra essa ocasião. Ele era bem simples rodado e tomara que caia, coloquei um colar de pérolas para ficar mais enfeitada e prendi meu cabelo em coque,mas eu tinha que colocar um salto para me ajudar.

- Seja bem vinda! - Gritei abrindo as portas ao mesmo tempo que vovó me abraçava.

- Obrigada florzinha - Ela riu colocando uma cesta se frutas nos meus braços - Toma. Essa vai ser nossa sobremesa.Cadê seus pais?

- Lá em cima se arrumando - Como estava com as mãos ocupadas comecei a fechar as portas com os pés - Vovó Yin adorei o seu vestido!Onde....

- Ei espera, ainda tem eu!

Congelei no lugar.Não Kami!Não me diz que aquele era...

- Entre Sasuke - Vovó Yin pediu.

- Com licença.

Ele empurrou a porta gentilmente e entrou.

"Ai meu Kami"pensei desesperada.

- Ah, olá Sakura - Ele tirou as mãos do bolso pegando a cesta,foi como se nem se quer tivesse notado minha presença ali - Me deixa te ajudar.

- Oi - Engoli em seco - E aí?

Sasuke deu um sorriso de lado como se soubesse o motivo do meu nervosismo. Talvez soubesse, minha mãe dizia que eu era um livro aberto,mas o que estava chamando atenção mesmo era o que ele estava vestindo:Os sapatos sociais,mas como sempre sujos de terra,uma blusa social azul e um jeans preto apertado com de um Rockstar,eu podia ver o cabelo pingando um puco de água como se tivesse acabado de sair do banho.

- Nossa, vocês deram uma geral nesse lugar em? - Vovó começou a passar os dedo nos móveis - Muito bem Mebuki.,você aprendeu finalmente como dar faxina.

Mamãe surgiu na escada com um a cara pairando entre raiva e impaciência.

" Ferrou".Pensei enquanto reparava o olhar mortal que davam uma para a outra.

- Olá Yin. Ainda criticando o meu jeito de organizar as coisas?

- Querida não me entenda mal, só estou preocupada com o bem do meu filho e da minha neta.

- Eita que esse jantar vai ser uma maravilha - Suspirei. 

- Ah vamos, quem é que não gosta de um bom barraco de família? - Sasuke me cotovelou dando uma piscadela.

Olhei pra ele.

- Que vergonha. Você realmente não podia ter ouvido isso - Levei as mãos ao rosto escondendo minhas bochechas.

Ele riu ficando sério em seguida.

- Nem falei com você na escola hoje.

- É eu meio que... - Abaixei a cabeça constrangida - Estava ocupada.

- Ocupada com o Sasori? - Sugeriu franzindo as sobrancelhas - O cara é um idiota.Nem perca seu tempo sendo amiga dele.

- Se não for amiga dele então de quem... 

- De mim - Ele disse como se já soubesse o que eu ia dizer - Pode andar comigo quando quiser. Vou gostar bastante.

Ficamos parados um bom tempo nos encarando,os olhos dele pareciam de um preto mais lapidado hoje,como se tivessem mudado por causa das luzes da sala ou talvez usasse lentes de contacto.

- É aí? Tô gato? - Papai surgiu quebrando o clima - Sejam sinceros. 

Ele girou mostrando seu smoking branco e bermuda com estampa de palmeiras. Kami,alguém chama o esquadrão da moda por que isso tá horrível!

- Tá lindo pai - Menti.

- Obrigrado querida. Ah, oi! Você deve ser o amigo da mamãe! 

- Muito prazer senhor Haruno - Sasuke deu um aperto de mão firme em Kazashi. 

- É legal mas... Você não tá muito novo pra ela não? - Papai coçou a cabeça como se perguntar incomodasse ele.

- Pai! 

Kizashi começou a rir me fazendo segui-lo. Ele sempre era palhaço assim. 

Sasuke balançou a cabeça sorrindo.

- Yin é uma mulher difícil. Mesmo se eu quisesse não ia ter chance com ela, então eu só corto a grama dela mesmo - Ele deu de ombros.

- Ah tá - Meu pai saiu pelo corredor me fazendo finalmente notar que avó e mamãe não estavam ali - Mãe? A senhora está aí? Pare de brigar com minha esposa! 

- Como conheceu a minha avó? - Me atrevi a perguntar enquanto o pedia pra me seguir.

- Como eu já disse. Corto a grama dela em troca de dinheiro. 

- Dinheiro - Refleti - Mas a sua família tem dinheiro.

Tenten vez questão de me contar tudo sobre a família de Sasuke, ela fez questão de enfatizar que ele era rico.

- O dinheiro é do Kakashi - Ele disse - E da mulher dele Anko.

- Seus pais adotivos certo?

- Você leu a minha ficha todinha não foi Sakura? - Ele desafiou tocando o ombro no meu. 

Merda! Por que eu sentia que ser tão linguaruda! Como eu não respondi ele continuou.

- Deixa pra lá. Alguma hora ou outra você ia ficar sabendo mesmo, sim eles são meus pais adotivos e eu sou muito agradecido por te-los.

- Que cheiro de queimado é esse?!  - Ouvi minha mãe gritar.

- Merda! - Papai gritou de volta - Ops! Desculpa mãe.

- Kazashi!

- Foi mal mozão eu não lembrava! - Papai surgiu correndo pelo corredor da cozinha - Sai da minha frente!Marido desesperado passando!

- Bem vindo a minha família Haruno - Eu disse.

                                                                                (-)

 

O jantar prosseguiu normalmente depois que Kizashi consegui controlar o fogo na cozinha;a casa estava com cheiro de fumaça, mas nada que nos impedisse de comer.Sentei ao lado da vovó enquanto Sasuke sentou na minha frente; podia ser coisa da minha cabeça mas eu jurava que ele estava me observando o tempo todo, e eu mantinha a cabeça baixa pra evita-lo.

Descobri que o que falavam sobre a família dele era realmente verdade. O professor Kakashi tinha adotado cinco crianças; primeiro Sasuke, depois Naruto, Ino, Hinata e por último Sai. Ele é sua esposa Anko os criaram com muito amor enquanto pulavam de cidade em cidade por causa do emprego dela,  que é uma médica requisitada em todos os lugares possíveis.

Pelo menos tínhamos uma coisas em comum,sabíamos como era viver igual a nômades.

- Já teve aula com ele Sakura? - Papai perguntou - Kakashi é um ótimo professor de química.

- Não - Respondi voltando às minhas reflexões.

Quantos anos ele tinha?O que fazia nas horas vagas?Como tinha cabelo e sorriso tão perfeitos?Isso exigia uma pesquisa profunda.Como um pessoa podia ser tão bondosa a ponto de criar cinco crianças? E o dinheiro? De onde vinha? Salário de professor não é tão bom assim.

- Crianças se nós dão licença precisamos ter uma conversa de adultos aqui - Vovó disse - Sakura, por que não leva Sasuke pra dar um passeio pela casa?

Parei de brincar com a comida do prato e olhei pra ela.

- Não somos mais crianças vó.

A verdade é que eu não queria de modo algum ficar sozinha com ele,se eu já não confiava em mim frente a frente com ele,imagina se estivéssemos sem ninguém pra nos vigiar.

- Vamos Sakura,agrade a sua avó já que eu não consigo fazer isso - Mamãe comentou fazendo um careta.

Caramba velho eles não iam me dar trégua mesmo!

- Hai.Sasuke vem.

- Com licença - Ele arrastou a cadeira enquanto me seguia.

Saímos da sala de jantar em silêncio.

- Não foi tão ruim assim foi? - Comentei cabisbaixa.

- Até que não. Só  que eu esperava mais coisas como pratos de comida voando pelos ares e o adjetivo filho da puta sendo  usado com mais frequência - Ele brincou.

- Piranha estrangeira - Corrigi - Pra minha mãe isso é a morte.

- Que mal. Ainda existe esse preconceito sobre casar com pessoas fora de Konoha?

- Você ficaria surpreso.

Puxei a porta da biblioteca e dei passagem a ele.

- Hm - Ele disse.

A parte mais especial da casa.As prateleiras de livros tinham até três metros de altura.,eram de madeira branca e delas vinham o cheiro de pó,exemplares novos e perfume de hortelã, o predileto da minha mãe. Percebi que Sasuke cheirava o ar.

- Mekubi tem mania de colocar um folha em cada livro - Eu disse passando o indicador pelo exemplares - Sabe, ela os usa como marcador.

- Quais são os seus prediletos? - Ele perguntou rodando em volta.

- Ah, sei lá. Eu gosto de tudo. Leio Meg Cabot e Kami Garcia - Respondi constrangida, tudo era literatura adolescente adulto - Mas os meus prediletos são sobre vampiros.

Sasuke soltou uma risada áspera que ecoou como um som sinistro na sala. Senti meu estômago revirar.

- Qual é a graça?

- Nada é só que... - Ele cruzou os braços - Sua avó te ensinou alguma coisas sobre eles não foi? 

- Meu avô.

- Michi?

- Você conheceu ele? - Na hora lembrei do sonho que tive.

Sasuke hesitou por um momento e redobrou a expressão normal.

- Yin fala muito nele.

- Ah - Respondi encostando na seção de ficção científica - Que pena, ele era um homem incrível.

Ficamos em silêncio enquanto ele rodava pelo espaço. O que eu ia conversar com ele? Não parecia ser um daquele a garotos que gosta de videogame ou filmes de ação. Ele chegava a ser até arcaico,resolvi ficar quieta na minha e fazer o mesmo que ele,a sala estava silenciosa,somente nossos passos sendo ouvidos,comecei a vasculhar os exemplares sem interesse algum.

- Pare de ler essas bobagens - Sasuke disse de repente perto do meu ouvido.

Senti meu coração dar um salto. Como ele tinha chegado ali tão rápido e silenciosamente?De novo?

Sentia ele a milímetros de mim, a respiração batendo na minha nuca enquanto os pelos da mesa se eriçavam,consegui sentir o perfume dele que era algo parecido com de terra e âmbar junto com manjericão,diferentes do outro dia.

- Sakura você deve ler coisas mais cultas do que romances pra menininhas cheias de hormônios - Sasuke deu dois passo pra frente de um jeito que seu peito encostou nas minhas costas, e eu fiquei prensada entre ele é a estante,engoli em seco me sentindo um coelho preso na armadilha.

- Coisas mais reais - Ele puxou o prendedor do meu cabelo fazendo as mechas caírem sobre meus ombros me causando pequenos arrepios pelo contato.

Eu sabia que ele estava sorrindo.

- Adoro sua pele - Comentou afastando parte das madeixas para o lado - Sabia que eu consigo sentir suas veias pulsando daqui?

De repente sua boca passou pelo meu pescoço, juro que nunca me senti tão aflita,tão...Entregue.Como ele podia me torturar daquele jeito? Passando os lábios pela minha pele fazendo meus joelhos fraquejarem.

- Sakura, você parece nervosa - Fechei os olhos sentindo seu braço esquerdo passar pela minha cintura me puxando mais para ele - Eu gosto disso. Do seu cheiro de medo.

- Não estou com medo - Consegui dizer coma voz entre cortada.

Ele riu.

- Já ouvi uma resposta diferente.Agora faça o seguinte.Feche os olhos.

- Eu...

- Anda Sakura, faça o que eu mando.

Senti meus olhos fecharem automaticamente,como se eu precisasse seguir ao comandos dele.

- Muito bem.Vejamos...

Sasuke colocou a cabeça por cima da minha olhando a estante.

- Hm interessante. Vocês leem muita coisa sobre monstros.

A mão livre pegou na minha, os dedos deslizaram entre os meus causando o aquecimento do meu corpo.A mão dele estava quente dessa vez, diferente da primeira vez que nos encontramos. 

- Eu também sinto essa sensação - Ele beijou a minha orelha fazendo estralo - Ali em cima. Pegue aquele livro.Abra os olhos.

Consegui levantar o queixo e o vi apontando para um da capa marrom com linhas douradas,automaticamente levantei a mão tentando alcançar. Nada.

- De novo Sakura.

Tentei novamente mas ainda estava muito longe.Me ergui nas pontas do pés sentindo meu vestido levantar acima das minhas coxas, com isso Sasuke colocou a mão naquela área.

- Oh - Estanquei no lugar.

Na mesma hora o livro que estava no meio do caminho foi puxado e caiu no chão fazendo barulho.

- Sakura tem que ser mais concentrada - Ele apertou os dedos contra minha pele - Você tem coxas lindas. Agora imagine sua calcinha deslizando entre elas.

Senti minha respiração parar na garganta.

- Ou você não está usando uma? 

Fiquei em silêncio.

- Garota levada. Agora me pergunto se você tem coragem de ir em frente. Ultrapassar os limites.

A mão que estava segurando minha cintura passou pelo vale dos meus seios indo para a garganta e pendendo minha cabeça para trás 

- Boa noite Sakura. 

Então a sensação de calor se foi.

Assim como Sasuke que tinha acabado de sair pela porta a passos apressados,soltei uma lufada de ar tentando recuperar meu equilíbrio sobre os pés.

Me apoiei nas prateleiras e escorreguei até ficar no carpete. 

Olhei para o lado e vi o livro caído no chão.

Drácula.Bram Stoker.