História O Salvador - História do J4

- Yoongi levanta logo - digo, já estava de manhã e ele, como sempre, não queria acordar.

- Aish, por que a gente tem que sair tão cedo? - ele pergunta sentando na cama e coçando os olhos.

- Mesmo que fosse meio dia você continuaria não querendo acordar - digo dando um beijo em seu rosto - agora vai se arrumar, vou estar lá embaixo.

Depois de dizer isso desço as escadas e chegando na cozinha encontro os garotos, todos já sentados na mesa e tomando café da manhã.

- Bom dia meninos - digo.

- Noona o que são aquelas fotos? - Jimin pergunta rindo.

- São fotos do Yoongi de maquiagem - respondo.

- Mas qual o motivo disso? - Tae pergunta.

- Ah, coisa minha e dele - digo - mas antes de vocês compartilharem essas fotos eu preciso conferir uma coisinha, mas depois podem compartilhar onde quiserem...

- O hyung vai ficar doido quando ver - Hobie diz rindo.

- Imagino ele querendo matar todos nós - Jin diz, também rindo.

- Pode deixar que eu lido com as consequências - digo - agora vamos tomar o café, daqui a pouco ele está chegando.

Assim tomamos o café da manhã e os meninos vão para a empresa para mais um longo dia de ensaios.

Aqui estou eu, sozinha de novo, sem nada pra fazer, deito no sofá e, de novo, fico olhando o teto. Tomo um susto quando a porta abre do nada, pego a primeira coisa que vejo, que no caso era o controle remoto, para me proteger.

- ___________? - J4 e K2 aparecem.

- Ah são vocês... - digo me acalmando - Querem me matar do coração?

- Desculpa baixinha - K2 diz rindo e me dando um beijo na testa.

- Sua irmã está melhor? - pergunto puxando os dois para sentar no sofá.

- Está sim - ele diz - não era nada de mais, ela já está em casa.

- E não deixou a gente ficar lá - J4 diz emburrado.

- Enfim, ficou tudo bem aqui com a gente fora? - K2 diz sem dar atenção a J4.

- Só um tédio total, mas nada de mais - respondo.

- Ah mocinha pode me dizer que história é aquela de querer trabalhar fora? - J4 pergunta se virando de fente para mim.

- Como assim? - K2 pergunta.

- Ah, é que pensa comigo, eles ficam ensaiando o dia inteiro, daqui a pouco começam as promoções, e depois as premiações, isso sem falar nas épocas de shows e quando eles tiverem que viajar... Eu fico aqui sem fazer nada, então eu estava pensando em arranjar um trabalho - digo.

- Mas e se seu pai acabar te encontrando? - K2 pergunta.

- Eu vou ver se consigo algo aqui por perto - digo - ele nunca viria para cá.

- Mas você acha que os outros vão deixar você trabalhar fora? - J4 pergunta.

- Eles não precisam saber - digo - Por favor, não contém pra eles.

- Por quê nós não contaríamos? - J4 pergunta.

- Por quê vocês são meus oppas e me amam muito? - pergunto tentando fazer uma carinha fofa.

- Isso não vai funcionar - J4 diz.

- Ah por favor... - digo - K2 por favor, você não vai contar pra eles né?

- Só com uma condição - K2 diz.

- O que? - J4 pergunta - você está mesmo pensando nessa possibilidade?

- Qual condição? - pergunto cortando J4.

- Você vai conversar com o Jackson sobre isso, se ele concordar com essa idéia eu penso no seu caso - ele diz.

- Sério? - pergunto ao mesmo tempo que J4.

- Sim - K2 diz - normalmente ele tem bons conselhos...

- Então se ele concordar eu posso procurar trabalho? - pergunto.

- Isso mesmo - ele responde.

- Você tá falando sério Wook? - J4 pergunta.

- Wook? - pergunto na hora e J4 leva um tapa na cabeça - Então esse é o seu nome?

- Ji Chang Wook na verdade - K2, Ji Chang Wook agora, diz - é... Esse é meu nome.

- Agora qual é o seu? - pergunto virando para J4.

- Agora que você deixou o meu sair pode ir falando o seu - Wook diz - palerma.

- Jo Yoon Woo - J4, agora Jo Yoon Woo, responde - mas não fala nosso nome na frente dos garotos.

- Agora que eu sei o nome de vocês... Posso saber a idade também? - pergunto.

- Tá querendo de mais baixinha - Wook bagunça meu cabelo.

- Aish - digo arrumando o cabelo de novo - Tá bom... Wook - digo e dou um sorriso.

- Você é besta mesmo né garota - ele diz rindo.

- Olha, não sei a sua idade, mas eu posso ser mais velha que você sabia? - digo fazendo bico.

- Você é do mesmo ano que o Jin, certo? - YoonWoo pergunta é eu confirmo com a cabeça - Então nós dois somos mais velhos que você - ao dizer isso, Wook ri, gargalha na verdade.

- Desculpa - Wook diz - Ok parei - ele respira fundo e para de rir - Mas não minta tão descaradamente...

- Tá bom, eu sou mais novo, mas só um ano - YoonWoo.

- Mais um dongsaeng - digo rindo.

- Aish - ele diz - Quer saber, vamos sair e a gente compra um sorvete pra você.

- Sério? - pergunto.

- Só se você continuar a nos chamar de K2 e J4 - YoonWoo diz.

- Ah - faço cara de triste.

- Não vai fazer a menor diferença, e afinal você já se acostumou... - YoonWoo diz.

- Tá bom - digo - mas vocês vão comprar um portão de sorvete...

- Tá bom - Wook, que voltou a ser K2, diz rindo - vai se trocar baixinha?

- Só vou colocar uma calça, não quero sair na rua de short - digo saindo do sofá.

- Nenhum cara vai pensar em dar em cima de você maninha - YoonWoo, que agora voltou a ser J4, diz.

Subo as escadas e vou para o quarto, pego a primeira calça que acho e coloco, coloco um tênis e desço as escadas.

- Vamos? - pergunto chegando na sala.

- Vamos - os dois dizem, assim nós saímos de casa.

Nos não pegamos carro, só saímos andando, como não conhecia nada por perto só segui os dois. Não sabia que aqui fora era tão bonito.

- Eu meninos - digo - Acho que vou começar a sair, só para andar, é gostoso andar por aqui.

- Sozinha? - J4 pergunta.

- Já te disseram que você é muito superprotetor? - pergunto - Eu sei me cuidar tá...

- Mas você nem conhece por aqui - K2 diz - vai sair andando sem rumo e se perder?

- Eu não iria muito longe - respondo - eu posso só vir até esse parque e andar - digo vendo que estávamos em um parque bem bonito - ficar naquela casa sem sair não faz bem, sabiam?

- Ok, talvez a gente deixe você vir até aqui sozinha - K2 diz.

- Eu não sou uma criança sabia? - pergunto irritada.

- A gente só quer te proteger - J4 diz.

- Eu sei, mas eu na sou uma criança indefesa... - digo e vejo um carrinho de cachorro quente - Olha, cachorro quente, compra pra mim? - olho para J4 - Por favor...

- Tá bom - J4 diz rindo, vamos até o carrinho e ele compra três cachorros quentes - você estava dizendo que não era criança...?

- E não sou - digo -  e se vocês não deixarem eu tentar me proteger eu nunca vou conseguir mesmo...

- A gente sabe maninha - J4 diz - Mas é difícil deixar você nesse mundão... Não quero perder mais ninguém - ele diz baixinho e com a cabeça baixa, K2 passa o braço pelo ombro dele.

- Como assim? - pergunto sentando em um banco do parque, os dois me seguem, fazendo o mesmo.

- Quer que eu conte? - K2 pergunta, ele só afirma, sem levantar a cabeça - Bom, esse, na verdade, é um assunto delicado para J4, ele tinha uma irmãzinha, a mãe tinha morrido no parto da irmã dele e os dois eram criados pelo pai.

J4 fungou, provavelmente estava chorando, nunca vi ele tão triste, acaricio seu ombro para tentar conforta-lo, não sou boa com esse tipo de coisa...

- Enfim, quando J4 estava com 17 anos, a irmã dele estava com 9, ela queria ir no parque, que era a um quarteirão, e brincar com os patinhos que tinham no lago, J4 deixou e ela acabou sendo levada por um cara, por causa de uma dívida do pai dele, que era viciado em drogas, eu não gosto muito de contar os detalhes, mas ela acabou morrendo, J4 se culpa até hoje por ter deixado ela sair sozinha...

- Eu não devia ter deixado ela ir - J4 diz entre as lágrimas que escorriam de seu rosto - e também devia ter descoberto que ele era um viciado, é tudo culpa minha...

- Nao é culpa sua cara - K2 diz ainda com o braço nos ombros do outro - Quantas vezes tenho que dizer que você foi a melhor coisa para ela?

- Não foi culpa sua - digo abraçando J4 - Não tinha como você saber.

- Depois que isso aconteceu, o pai dele foi para um centro de reabilitação e o J4 começou a treinar luta e depois de um tempo entrou na mesma empresa de seguranças que eu, desde então nos somos colegas - K2 termina a história - ele disse que com o tempo percebeu que ele queria proteger as pessoas, era o que ele queria... E foi isso que eu consegui juntar de todas as histórias que ele me contou todos esses anos.

- Antes de começar a trabalhar como segurança, eu procurei o cara que matou minha irmã, quando o encontrei, não consegui matar ele, estava em um estado de tanta miséria que eu não pude, eu entreguei ele para as autoridades, que descobriram outros homicídios... Ele ganhou pena de morte - J4 diz.

- Sinto muito que você tenha passado por tudo isso - digo.

- Você também não teve uma vida fácil maninha - ele diz com um sorriso fraco - o que acha de comprarmos o seu sorvete agora?

- Vamos nessa - K2 diz - Tem uma sorveteira ligo ali...

Nos vamos até a sorveteira, compramos um pote grande de sorvete de limão e uma casquinha para cada um, a qual nos tomamos no caminho de volta para casa.

O resto da tarde ficamos só conversando sobre a irmã do K2, e J4 finalmente confessou que gostava dela. K2 disse que o aceitaria como cunhado de bom grado, mas que se magoasse a mesma, ele tinha a autorização de matar.