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História O SEGREDO NA FLORESTA: A Origem - Cicatrizes - parte III


Escrita por: lUnbrokenl

Notas do Autor


Oii's pessoal, tudo bom com vocês?
Cá estamos em mais um capítulo, espero que gostem! <3

Capítulo 30 - Cicatrizes - parte III


Fanfic / Fanfiction O SEGREDO NA FLORESTA: A Origem - Cicatrizes - parte III

Os dois se aproximam lentamente da confusão e quando a enfermeira os vê, fica ainda mais desesperada.

-Meu Deus do céu! Mariana! Ajuda aqui! – grita desesperada.

-Tá tudo bem, tá tudo bem. Eu tô bem, eu posso ajudar. – Joui diz rapidamente.

Liz os olha aliviada.

-Gente, por favor, voltem para os quartos, vocês têm que repousar! O que tá acontecendo? Vieram para o hospital pra quê, gente? – ela olha confusa para o grupo de múmias ambulantes.

-Moça, acho que meu amigo está muito nervoso... Eu posso ajudar a acalmar ele. – Joui diz rapidamente.

-Sim, é por isso que estamos aqui. – diz Elena com a voz rouca ainda.

-CADÊ MEU PAI?! – Arthur grita desesperado.

-Posso me aproximar? – Joui pergunta.

-T-tá bom, sei lá. – a enfermeira diz enquanto segura o Arthur. – Me ajuda aqui, por favor.

-Ei, Arthur-san. – Joui diz enquanto se aproxima do baixinho lentamente e deposita suas mãos em seus ombros. – Ei... Tá tudo bem, tá tudo bem. – diz com a voz calma.

-Liz! Cadê meu pai?! – Arthur pergunta choroso.

-Ei. – Elena se aproxima do Gaudério e segura em sua mão. – Vem, vamos até a Liz. – a garota segura mais forte na mão do rapaz e ele corresponde, concordando. Elena então se vira para a perita e vê que ela está um pouco encurvada na porta, provavelmente sentindo bastante dor. A perita olha para ela e para o Joui e sorri aliviada, em seguida, faz um gesto para se aproximarem.

-Moça, você consegue organizar para as nossas quatro macas ficarem no mesmo quarto? – Liz pergunta para a enfermeira que ainda estava desesperada com a situação.

-Senhora, do jeito que tá as coisas aqui, não sei se eu quero né... – ela olha assustada para o grupo de múmias. – Pelo amor de Deus né...

-É melhor do que você ter paciente saindo do quarto. – Liz ressalta. - E se desligando dos aparelhos de monitoramento.

-Tá bom, tudo bem. – a enfermeira desiste e se afasta rapidamente, procurando furiosamente por outras enfermeiras.

Elena e Arthur se aproximam do quarto juntos e Joui segue atrás, com a mão no ombro de Arthur. Liz abre passagem para eles entrarem. Arthur, ao alcançar a perita, se solta da mão de Elena e segura firmemente nos dois ombros de Liz.

-Liz, cadê meu pai?! – pergunta trêmulo.

-Arthur-san, calma. Vamos conversar primeiro, não vamos dar mais trabalho para as enfermeiras. – Joui diz rapidamente.

-Concordo, e eu vou me sentar aqui antes que eu desmaie. – Elena diz indo até uma poltrona ao lado da cama de Liz.

-Está tudo bem? – Joui se aproxima dela preocupado.

-Bem não tá, estamos todos hospitalizados né... – ela suspira. – Parece que levei uma pancada na cabeça e eu tô um pouco tonta, isso é tudo. – diz.

Arthur apenas cai de joelhos e começa a chorar.

-Oh meu Deus do céu... – Liz murmura preocupada.

Joui rapidamente vai até o Gaudério e o ajuda a se levantar, Liz também coloca um dos braços do rapaz ao redor do seu pescoço e caminha com ele.

Os três caminham lentamente até a cama e colocam Arthur sentado ali, enquanto ele ainda chorava muito. Elena se levanta e apenas coloca a mão nas costas do rapaz e faz um carinho na esperança dele se acalmar.

-Joui, você tá bem? – Liz pergunta preocupada olhando para o ginasta.

-Sim, eu tô bem. A última coisa que eu me lembro é de olhar o César com o olhar aterrorizante para mim, mas não era ele. Tenho certeza que não era ele.

-Não era. – Liz concorda.

-No momento eu tô preocupado com o Arthur-san e eu não sei onde é que está o resto do pessoal. – ele olha preocupado para o baixinho que ainda estava em prantos, mas parecia estar um pouco mais calmo.

-Sim. – Liz suspira e fica de frente para o baixinho. – Arthur, qual é a última coisa que você se lembra?

-Daquele monstro vindo pra cima de mim e tudo ficou preto. – diz um pouco trêmulo.

-É, então isso significa que eu não consegui parar aquela coisa... – Elena suspira decepcionada.

-Você tentou pular na frente daquela coisa?! – Joui pergunta assustado.

-Não deu muito certo. – a Veríssimo responde cruzando os braços.

-Preciso saber onde tá meu pai, Liz. – Arthur a olha com lágrimas nos olhos.

-Arthur, o seu pai... – Liz para de falar, tentando reunir coragem para dizer a palavra.

O Gaudério apenas começa a chorar ainda mais.

-Eu... Já entendi. – diz entre soluços. – Quando eu... Quando eu estava apagado, sonhei que eu tava com a minha mãe e com o meu irmão. – ele para um pouco para respirar. – E aí, meu pai... Ele entrou na sala. – diz chorando. – Me abraçou e disse que não era minha hora ainda. E aí... Sumiu. Só sumiu.

-Eu sinto muito, Arthur. – Liz diz com os olhos marejados. – Ele salvou todos nós. Todos nós.

Joui e Elena apenas se mantiveram em silêncio. Os dois estavam arrasados.

-E o resto do pessoal, tá bem? – Arthur pergunta depois de uma pausa longa para controlar a respiração.

Nesse momento, Elena se senta novamente na poltrona e coloca as mãos no rosto. Ela não sabia quanto ao César e Thiago, mas todos os outros se foram.

-O César e o Thiago? – Arthur olha para Liz.

-Eles estão bem, graças ao seu pai. – a perita responde.

Joui se aproxima de Arthur e dá um abraço bem forte.

-Eu... estou feliz de te ver vivo, Arthur-san. – Joui diz enquanto continua o abraço. – Tenho certeza que era isso que o teu pai queria também.

Arthur retribui o abraço e permanece chorando. Ele percebe que em toda sua vida, viveu pela gangue, as brigas com os Assombrados, as festas no bar, todos os seus amigos... Tudo se foi. Agora só tem ele.

-E você, como tá? – Liz se aproxima de Elena. A perita repara imediatamente nas tatuagens em seu braço, mas não fala nada.

-Eu tô viva... O que aconteceu com você? – a garota olha para a perita.

-Quebrei algumas costelas. – Liz suspira. – Mas tô bem.

-Que bom. – Elena suspira aliviada. Ela nota o olhar da perita sob seus braços.

-Isso tem a ver com aquilo que me contou no hotel, não é? – a perita pergunta.

-Exatamente. – Elena diz encarando os símbolos esoterroristas.

-Entendi. – a perita para de olhar e se vira para Joui e Arthur.

-Liz-senpai, cadê o resto do pessoal? – Joui pergunta.

-Não sei, o Thiago me trouxe uma garrafa de Whiskey de madrugada e ele saiu do quarto depois. Eu suponho que ele tenha ido fumar e... Não sei o que aconteceu depois.

-Certo. – Joui diz. – Como que vocês derrotaram aquela criatura?

-Na verdade, quem fez a maior parte do trabalho foi o pai do Arthur. – Liz murmura. – A gente só... Terminou o serviço.

Joui fica em silêncio e apenas assente com a cabeça. O grupo fica em silêncio por alguns minutos.

-Eu vou honrar isso até o resto da minha vida. – diz o ginasta. – Arthur-san, eu respeito muito seu pai. – ele olha para o baixinho em seus braços. – Eu só queria que meu pai... Gostasse de mim do jeito que o Brúlio gostava de você.

Arthur apenas permanece chorando. Todos ali apenas ficam em silêncio, fazendo companhia ao último Gaudério.

Mais alguns minutos se passam e duas enfermeiras entram no quarto, ajeitando as quatro macas. Felizmente o quarto era grande e acomodava várias tomadas para a instalação dos aparelhos.

Elena, Joui e Arthur foram severamente repreendidos pelos doutores. Eles não poderiam estar se movimentando assim livremente, não depois de uma cirurgia tão complexa que os três passaram.

Joui fica meditando em sua maca. Refletindo sobre tudo o que aconteceu. Elena fica deitada em sua maca encarando o teto, um pouco alarmada com a criatura que viu quando foi para a “sala escura”. Agora ela sabe que essa coisa ainda a mantém viva e que de alguma forma, parece estar ficando ativa novamente. Liz, fica deitada olhando tristemente para Arthur que agora descansava.

Os quatro continuaram sendo monitorados, rigorosamente dessa vez, e todos ouviram a recomendação de ficarem pelo menos uma semana ali, mas eles sabiam que isso não seria possível.

Liz faz uma ligação para a base da ordem enquanto estava internada.

-Alô, senhor Veríssimo? – uma voz masculina atende.

-Oi, somos da equipe que veio procurar pela equipe Kelvin.

-Nós sabemos, senhora Veríssimo. Em que posso ajuda-la?

-Preciso que procure sobre um homem chamado Dr. Valter Luz de 42 anos de idade. E... Eu não sei se você vai encontrar alguma coisa sobre, porque só tenho o primeiro nome, mas ela deve estar relacionada ao Dr. Erick Jour e a Dra. Eva Van Gloss, o nome que quero que procure é Dra. Paula.

-Certo, Dr. Valter Luz e Dra. Paula. – a voz diz. – Anotado. Mais alguma coisa, senhora Veríssimo?

-Ah, tem mais uma coisa. – Liz diz rapidamente. – Procurem alguma coisa relacionada a Projeto SB ou Projeto Santo Berço, por favor.

-Tudo bem, senhora Veríssimo.

-Obrigada. – Liz diz desligando o celular. Em seguida, ela pega seu bloco de notas e começa a fazer várias anotações para colocar as informações que encontrou em ordem.

 

Se passam mais algumas horas e agora eram por volta das 14:30 da tarde. Todas as covas estavam cavadas. César e Thiago, completamente exaustos, começam a arrastar os corpos. Mais horas se passam até que todos estejam enterrados. 16: 40 da tarde.

 

No hospital, no quarto compartilhado pelos quatro. Liz finalmente dorme, depois de passar horas e horas organizando suas ideias em várias anotações.

-Gente. – Arthur se virar para Elena e Joui. – Onde estão os seus amigos? Não era para eles já terem vindo?

-Não sei, Arthur-san. – Joui diz pensativo.

-Não faço ideia. – Elena responde.

-Será que tá tudo bem com eles? – o baixinho responde.

-Alguma coisa me diz que a gente deveria esperar mais um pouquinho. – Joui comenta.

-Talvez eles estejam descansando... – Elena diz.

-Sim... – Joui concorda. – Elena-san, como está a cabeça?

-Não dói tanto... – a garota responde. – E como vai a bochecha?

-Não dói muito... – Joui responde. – E você, Arthur-san? Como está o rosto?

-Doendo pra caralho. – o baixinho responde.

-Sinto muito não ter conseguido parar aquela coisa antes de chegar em você. – Elena olha para o Gaudério.

-Não precisa se desculpar. – ele suspira. – Isso não foi culpa sua.

-Como vamos fazer sobre a recomendação médica? – Joui pergunta. – A gente não tá em condições de sair sozinho ainda.

-Eu já assinei os papeis que colocam a responsabilidade em mim por não seguir as recomendações médicas. – a garota comenta. – Arthur, nós não temos tempo para nos recuperar aqui, mas você sim. O que você quer fazer?

-Eu vou com vocês. – o Gaudério diz.

 

Bem próximos de se tornarem dois zumbis, César e Thiago fitam as covas por alguns minutos, em silêncio. Em seguida, escutam um carro estacionando perto do bar. É a Ivete. A mulher vê o carro dos dois e segue para a floresta, quando ela os vê, olha um pouco confusa para eles.

-O que está acontecendo? -pergunta próxima ao muro do estacionamento.

Thiago respira fundo e começa a caminhar até ela, que também estava caminhando na direção deles, confusa.

-Ivete. – o jornalista diz enquanto se aproxima.

-Cadê o Brúlio? Cadê eles? – a mulher pergunta um pouco hesitante. – O que é isso aí que vocês estão fazendo? – ela olha na direção de César, que permaneci na frente das covas.

-Ivete. – Thiago diz novamente ao ficar de frente para ela. A dona do bar já está com lágrimas nos olhos. Ela sabia.

-O que vocês estão fazendo?! – pergunta preocupada.

-Eles se foram, Ivete. – o jornalista diz com um grande pesar na voz.

-Como assim eles se foram?! Todos os Gaudérios?! – ela grita desesperada enquanto chora. – O que os Assombrados fizeram?!

O jornalista apenas dá um abraço forte na mulher. Ivete se debate um pouco enquanto chora e depois sai do abraço dele, indo em direção às covas. Assim que vê os túmulos recém cavados, ela coloca as mãos na cabeça e cai ajoelhada, chorando muito.

-NÃO! – ela grita desesperada. – O que aconteceu?! O que aconteceu?! – ela se vira para o esguio, que estava ao seu lado.

-Todos eles foram heróis. – César murmura.

-Não, não, não, não, não... – ela começa a murmurar consigo, completamente em choque. – Foram os Assombrados? O que aconteceu?

-Uma parte foram os Assombrados e a outra foi a consequência de atos esoterroristas. – César diz.

-Se não fosse por eles, não estaríamos aqui hoje. – Thiago diz enquanto se aproxima. – Eles salvaram a gente.

A mulher permanece ajoelhada no chão, encarando cada uma das covas, chorando.

-Ivete, sei que é muito difícil, mas você tem o Arthur. – César se vira para ela.

-O Arthur tá bem?! – ela pergunta surpresa.

-Ele está se recuperando no hospital. – diz o esguio.

-Não sei se ele já acordou e já descobriu o que aconteceu com o pai dele... Mas, agora mais do que nunca, ele precisa de alguém vinculado ao passado dele. – Thiago diz olhando para Ivete. – Vocês dois.

-Não enterrem os Gaudérios sem os Gaudérios. – Ivete diz entre soluços. – Cadê o Arthur? Ele precisa estar aqui pra isso.

-Pelo que sabemos, ele deve ficar um tempo se recuperando... A gente não podia deixar... – o esguio é interrompido.

-Eu vou lá. – Ivete se levanta rapidamente e antes de se virar para ir até o estacionamento, ela olha para os corpos e coloca a mão na cabeça, desesperada sem saber o que fazer.

-Thiago, quer ficar aqui? Eu posso dirigir com ela até o hospital, ela não está em condições de dirigir. – diz o esguio.

-Eu vou lá. – diz Thiago.

Ivete coloca a mão no bolso, trêmula, pega uma moeda e joga na cova do Brúlio, completamente em prantos e desesperada. Em seguida, cai ajoelhada no chão.

-Você fica aqui com ela. – o jornalista diz.

-Traz o Arthur pra cá, nem que tenha que apontar uma arma pra cara daquelas enfermeiras! – ela grita. – Só traz ele pra cá. – diz entre soluços. – A gente sempre se cuidou, não vou deixar vocês enterrarem o pai dele sem ele tá aqui...

-Tudo bem. – Thiago diz indo em direção ao carro.

César permanece ao lado da Ivete. Seus olhos estavam voltados para o túmulo do pai, o qual o relógio do pai de Thiago ainda estava pendurado na cruz improvisada e a foto da mãe da Liz estava ao lado, completamente apagada pelas manchas d’água, decorrentes da chuva forte daquele dia.

O jornalista vai até o carro e antes de começar a dirigir, ele pega seu celular e envia uma mensagem para Liz.

Thiago: “Liz, me ajuda a trazer o Arthur pra cá.”

Thiago: “Tô indo pro hospital buscar ele.”

Thiago: “Enterramos os Gaudérios, mas ele tem que tá aqui pra se despedir.”

 Em seguida, o jornalista começa a dirigir até à cidade.

Liz, que já tinha acordado nesse momento, olha para as mensagens e se viram para o pessoal no quarto. Estavam todos acordados.

-Ô rapaziada, recebi uma mensagem aqui do Thiago. – ela diz olhando para a tela do celular. – Eles... foram enterrar os corpos.

-O quê? – Arthur se vira para ela. – Eles já enterraram meu pai?

-Arthur, o Thiago tá vindo aqui pra te buscar. – Liz olha para ele.

Arthur rapidamente começa a se levantar da maca. Retirando o soro e os eletrodos de monitoramento cardíaco.

-Calma, calma. – a perita diz ao vê-lo se levantar. Ela então começa a se levantar também.

Elena faz o mesmo, assim como Joui.

Arthur então começa a desamarrar o amontoado de faixas em seu rosto, revelando apenas três grandes bandagens no local dos ferimentos. Em seguida se levanta e começa a caminhar para fora do quarto.

Elena e Joui rapidamente o alcançam, Liz leva um pouco mais de tempo, mas depois de descansar e tomar vários comprimidos para a dor, já caminha um pouco mais rápido.

Os dois primeiros alcançam o rapaz e seguram em seu braço, em seguida Liz se aproxima dele. Estavam os quatro no corredor. Uma das enfermeiras passa por eles e os encara preocupada. É a mesma que tinha tentado segurar o Arthur anteriormente.

-Ai gente, o que aconteceu? – pergunta exausta. Era possível ver duas olheiras profundas abaixo de seus olhos.

-Vai indo com ele, vocês duas. – Joui diz. – Eu explico pra ela.

-Os senhores tem que ficar em repouso. – a enfermeira diz. – É a vigésima vez que eu explico, senhor. – diz cansada.

Elena e Liz caminham com Arthur pelo corredor, em direção à saída do hospital.

-A gente só vai enterrar o pai dele. – Joui murmura para a enfermeira. – A gente já volta... Sinto muito pela confusão. – o ginasta diz tristemente.

A enfermeira fica um pouco sem reação, mas depois acena tristemente.

-Ok, senhor. O tratamento é de vocês, não posso força-los a ficar no hospital.

-Você fez muito por nós e somos eternamente gratos. – Joui olha para a mulher. – Obrigado.

-Tudo bem, senhor. – ela lhe lança um sorriso fraco.

As garotas passam pela recepção com Arthur e ficam na porta do hospital. Joui rapidamente os alcança. Estavam todos com as vestimentas do hospital. (Camisas, calças e sapatinhos brancos).

-Joui... Obrigada. – Liz se vira para o ginasta. -Eu não sei mais lidar com esse tipo de coisa.

-Alguém sabe? – ele olha tristemente para ela.

-Acho que não. – ela suspira.

-Cadê o Thiago? – Arthur pergunta olhando para os lados.

-Ele já vai chegar. – Elena diz ao seu lado enquanto ainda segurava seu braço.

-Sim, ele deve parar aqui na frente. – Liz comenta.

-Arthur-san, seja lá como vamos lidar com isso, vamos lidar juntos, ok? – Joui diz colocando a mão em suas costas.

-Sim. Estamos aqui com você. – Elena diz segurando seu braço um pouco mais forte. – E continuaremos com você.

Arthur dá um leve aceno com a cabeça, mas permanece ansioso, olhando para os lados, esperando por Thiago.

Cinco minutos se passam desde que os quatro foram para a entrada do hospital e Thiago finalmente chega. Arthur rapidamente abre a porta da frente e se senta. O jornalista olha para ele preocupado, ainda mais depois de ver as três enormes bandagens em seu rosto, mas não diz nada.

Joui, Elena e Liz entram no carro logo em seguida. O jornalista fica um pouco aliviado ao ver o ginasta e a Veríssimo, os dois estavam com ferimentos muito sérios.

Em silêncio, Thiago começa a dirigir de volta para o bar.

Nesse meio tempo, Ivete volta até o bar e pega um retrato emoldurado de todos os Gaudérios. Em silêncio, ela leva o retrato com ela e volta até a floresta e coloca a foto de todos da gangue na frente das covas. Ao fazer isso, ela se ajoelha no chão novamente e despenca em lágrimas.

Dez minutos se passam até que Thiago chega ao estacionamento do bar. Assim que o jornalista para o carro, Arthur abre a porta e anda rapidamente em direção à floresta. Conforme adentra a floresta, ele avista a Ivete ajoelhada e começa a ir mais rápido ainda.

-Arthur... – Ivete o olha com lágrimas nos olhos e solta o retrato, em seguida se levanta e lhe dá um longo e forte abraço.

-Desculpa, Ivete. – Arthur diz abraçando-a forte.

-Arthur... O Brúlio... Os meninos todos... – ela diz entre soluços.

-Eu sei. – ele responde chorando. – Eu sei... – o Gaudério começa a fazer carinho em suas costas enquanto a abraça.

-Todos eles Arthur... O que aconteceu? – Ivete enterra seu rosto no peito do rapaz e chora ainda mais.

César permanece ali, em silêncio. Olhando melancólico para a cena.

No estacionamento, os outros saem do carro. Thiago olha para Joui e em seguida para Elena.

-Vocês estão bem? – pergunta.

-Sim. – Elena responde com a voz rouca. Devido ao ferimento em sua garganta, ainda vai levar um tempo para ela recuperar a voz por completo.

-Sim, sensei. – diz Joui. – Obrigado por nos salvar. – o ginasta se abaixa em reverência.

-Não precisa agradecer, só fico feliz que estejam bem. – o jornalista diz puxando os dois para um abraço. Liz esboça um leve sorriso ao vê-los. Thiago se afasta dos dois e em seguida vai na direção da perita, puxando-a para um abraço apertado. A perita apenas retribui, sem dizer nada.

Joui e Elena começam a ir em direção à floresta, Thiago e Liz vão logo atrás. Quando todos chegam, César olha surpreso para Joui e Elena, ele não esperava que eles viessem, ele sente um alívio extremo ao olhar para o ginasta, mas quando seus olhos se concentram na enorme atadura no lado esquerdo de seu rosto, o esguio sente uma culpa enorme tomando conta.

Arthur se afasta de Ivete e olha para as covas, ele sabia qual cova era de quem, havia o nome de cada um em cada cruz improvisada. Ele coloca a mão nos bolsos, em busca de moeda, mas se lembra que está com a roupa do hospital. Ele então se vira para o pessoal perto dele, especialmente para Thiago e César.

-Vocês têm alguma moeda aí, para me emprestar? – pergunta.

-Aqui. – Thiago diz entregando várias moedas de 1,00 para ele.

-Obrigado. – Arthur agradece. O jornalista apenas faz um aceno.

Arthur respira fundo e lança uma moeda para cada cova. A última que ele lança é na de seu pai, em seguida ele cai no chão e começa a chorar. Ivete se ajoelha ao seu lado e o abraça, em prantos.

-Ele era o melhor homem que já conheci, Arthur. – Ivete diz ao seu lado.

-Eu sei, Ivete. – Arthur diz desolado. – Eu sei...

César se ajoelha do outro lado de Arthur e coloca um braço ao seu redor, abraçando-o.

-Arthur, não é fácil se despedir. – César diz. – Mas tem gente que faz de tudo pra proteger quem ama, sabe? – o esguio olha rapidamente para o túmulo do pai e depois se volta para ele. – Mais do que tudo, agora você tem uma nova família para se apoiar. Você tem a mim, a Liz, o Thiago, o Joui e a Elena. Tudo o que a gente puder fazer por vocês, a gente faz.

Arthur acena levemente com a cabeça, muito emocionado. Ele não consegue falar nada, mas o esguio entende que ele está agradecendo por todo apoio que está recebendo.

O Gaudério olha para as covas e começa a relembrar todos os momentos que passou com o pessoal. Os dias de alegria dos shows, as brincadeiras de criança com Ivan, Marcelo e Murilo, quando mais novos, as pegadinhas com o olho de vidro de Gregório. Ele se lembra de quando ele e seus amigos beberam pela primeira vez, com oito anos de idade, escondidos. Ele se sente ainda mais triste quando olha para o túmulo do pai e se lembra da discussão que tiveram quando ele disse ao Brúlio que queria sair de Carpazinha em busca da música, seu coração se aperta mais ainda ao se lembrar de uma das últimas palavras de seu pai, dizendo o quão orgulhoso ele era de Arthur. O último Gaudério permanece ali, chorando desesperadamente, sentindo que uma parte enorme do seu coração foi enterrada, deixando um enorme vazio.

Vários minutos se passam até ele conseguir se acalmar um pouco. Ele então se vira para a Elena, Joui e Liz.

-Acho que é melhor a gente voltar pro hospital, né?

-A gente vai ficar aqui o tempo que você quiser. – o ginasta diz com a voz abafada.

-Estamos com você, Arthur. – Elena murmura rouca.

-Arthur, você não precisa voltar para o hospital. – Ivete olha para ele. – A gente cuida, a gente sempre se cuidou. Os Gaudérios continuam vivos contigo.

-Eu sei... -Arthur diz tristemente, dando-lhe mais um abraço.

-Eu vou fechar o bar, Arthur. – diz Ivete. – Eu não sei mais o que fazer. Não existe mais motivo pro Suvaco existir.

-Não, você vai continuar, Ivete.

-O que eu faço? Não tem mais ninguém pra vir... – ela diz.

-A gente vai dar um jeito, Ivete. A gente sempre dá um jeito. – Arthur a abraça mais forte. – Vamos pra dentro, Ivete. – ele diz se levantando e a segurando pela mão.

Os dois caminham para dentro do bar. Quando Ivete entra, ela não vai pra trás do balcão, como sempre fazia, ela apenas se senta no primeiro banco e fica ali. Arthur se senta ao seu lado e ambos ficam ali, em silêncio.

Joui e Elena vão até as covas. O ginasta se ajoelha na frente da foto e presta seus respeitos.

-Obrigado por tudo e me desculpa por não ter conseguido salvar vocês. – ele diz olhando para a foto. Em seguida ele se levanta e começa a ir em direção ao bar, mas César o segura pelo braço e lhe dá um forte abraço.

-César-kun? – Joui olha para ele surpreso, mas retribui o abraço.

-Me perdoa, Joui. -César diz.

-Você tá bem? – o ginasta pergunta confuso.

-VOCÊ tá bem? – César olha para ele.

-Eu tô ótimo... – Joui diz com a voz abafada, escondendo uma careta de dor ao falar. – Você não precisa me pedir desculpas, eu sei não era você. Eu olhei nos seus olhos e sei que não era você. - ele sorri. - Vamos entrar, no bar, César-kun. – Joui diz. O esguio apenas concorda com a cabeça. – Elena-san, você vem?

-Eu já vou. – ela diz. – Podem ir na frente.

Os dois então caminham para dentro do bar. Elena se ajoelha próxima a cova de Murilo e dá um sorriso tristonho.

-Sabe... Eu queria ter te conhecido em outras circunstâncias. – ela murmura. – Tenho certeza de que teríamos sido bons amigos. Ou até alguma coisa a mais... Eu realmente não faço ideia de como funciona essa coisa de relacionamento, mas seria legal ter alguém como você ao meu lado. – diz tristemente. – Queria que você pudesse ter seguido seu sonho de conhecer o mundo... Espero que você esteja bem onde estiver, Murilo. – Elena solta um longo suspiro. – Obrigada por tudo. – diz por fim. – Obrigada, Brúlio. – ela se vira para a cova do grandão. – Eu vou proteger o Arthur até o fim, pode contar com isso. – ela se levanta e vai até o bar.

Ao entrar, vê Arthur e Ivete sentados no balcão e os dois agentes sentado em uma das mesas, ela se aproxima até a mesa. Quando ela se senta, vê que a conversa girava ao redor de César e Thiago.

Liz e Thiago permaneceram do lado de fora.

-César-kun, por que está mancando? – Joui pergunta preocupado. – Notei enquanto caminhávamos... Assim como o Thiago-sensei.

-É... Depois eu conto essa história. – César diz, - Mas tá tudo bem, foi um acidente.

-Eu achei que você era intocável. – Joui sorri e depois reclama de dor.

-É... Tem coisas muito perigosas por aí. – o esguio diz encarando a porta.

-Por acaso tentou chutar alguma porta?

-É uma longa história, Joui. – sorri.

-Tirou foto? – Joui pergunta curioso.

-Não teve foto nenhuma. Digamos que aquela porta era muito dura.

-Ou abria pra fora. – Elena diz olhando pra porta.

-Isso não vem ao caso... – o esguio sorri novamente e olha para a garota. – Como você tá?

-Com uma dor de cabeça fodida, mas bem. – murmura. – Liz me contou como me salvaram, obrigada César. – ela olha para o esguio.

-Não tem que me agradecer por nada. – ele diz. – Mas nunca mais se coloque em perigo daquele jeito. – diz seriamente. – Quase me matou do coração.

-Eu vou tentar... – ela sorri.

Do lado de fora do bar, Thiago e Liz ficam encarando o túmulo do Cris. O jornalista abre o relógio de bolso e olha a foto do pai por alguns instantes.

-Cuida deles quando chegarem aí, tá pai? – o jornalista diz melancólico.

Liz pega a foto da mãe, que não está mais visível e encara a foto por alguns instantes, antes de dizer emocionada:

-Desculpa mãe... Hoje eu não posso beber uma garrafa pra cada pessoa que eu não salvei. – a perita diz com lágrimas nos olhos. – Se eu fizer isso, eu não acordo amanhã pra passar por tudo de novo... E tentar descobrir o que aconteceu com você. – ela deixa algumas lágrimas escaparem antes de se levantar. – Desculpa mãe, eu falhei de novo. – suspira. – Eu vou melhorar, não vou mais deixar ninguém morrer. Eu não quero mais perder ninguém... – ela murmura.

O jornalista pega a garrafa de Whiskey que tinha entregado para César mais cedo, coloca um pouco em um copo de plástico e derrama o resto no túmulo do Brúlio.

-Foi um prazer te conhecer, Brúlio. – o jornalista diz tomando a bebida do copinho. – Tenho certeza que você, o Cris e o meu pai estão aí em cima protegendo a gente.

Os dois permanecem ali, encarando os túmulos por mais um tempo.

-O que vamos fazer? – Joui se vira para Elena e César. – Tanta coisa inexplicável já aconteceu e não parece que estamos nem perto de solucionar o caso...

-Temos que continuar... – Elena suspira. – Não duvido que as coisas possam piorar ainda mais daqui pra frente. Mas o único jeito, é continuar seguindo as pistas.

-É... Vamos só tentar nos recuperar por hoje, então. – Joui comenta. – Só quero dizer que... Seu pai ficaria orgulhoso. – ele olha para o esguio.

O esguio tenta esconder um pouco as lágrimas, mas não consegue. A menção de Cris faz com que ele se emocione.

-Eu quero pedir desculpas, César-kun.

-Do que você está falando? – César o olha confuso.

-Quero pedir desculpas, porque por muito tempo, te invejei...

-Por quê? – o esguio pergunta.

-Porque o senhor Cris fazia tudo por você e eu nunca tive um pai assim... -diz tristemente. – Mas eu quero viver o resto da minha vida honrando tudo o que a gente passou nesses últimos dias e eu quero dizer que você pode contar comigo pra tudo. Vocês dois. – ele se vira pra Elena.

-Você já é parte da minha família nova, Joui. – César sorri pra ele. – Todos vocês. Eu também faria de tudo por vocês.

-Sabiam que me fazer chorar dói minha garganta? – Elena sorri com os olhos marejados. – Vocês também se tornaram pessoas muito importantes pra mim. – ela se levanta e anda pra trás de onde os dois estão sentados, lado a lado, envolvendo-os num forte abraço por trás. – E eu vou fazer de tudo para mantê-los seguros.

-O-Obrigado, Elena-san. – Joui sorri com as bochechas levemente coradas.

César apenas sorri com algumas lágrimas ainda lhe escapando dos olhos. Elena se afasta dos garotos e volta a se sentar.

-Poderíamos jogar aquele LoL um dia. – diz Joui. -Vocês me ensinam a jogar?

-Isso com certeza é com o César. – Elena sorri. – Mas eu adoraria jogar com vocês.

-Pode deixar. – César sorri.

Enquanto conversavam, Ivete se aproxima da mesa e coloca três copos de bebida. Dois com coloração forte e um com uma cor um pouco mais fraca.

-Eu fiz esse um pouco mais fraco pra você. – ela diz olhando pro Joui.

-Obrigado, Ivete-san. – Joui olha agradecido pra ela. – A última vez que bebi não deu muito certo... Tem problema? – pergunta preocupado.

-Confia no meu especial. – Ivete diz com um sorriso fraco.

Elena rapidamente agradece pelo copo e o vira rapidamente, sentindo a garganta queimar, mais que o normal, já que havia vários pontos internos. César faz o mesmo.

Joui toma a bebida e sente um gosto forte de fruta cítrica misturado com um pouco de álcool, o gosto era doce. Ele gosta imediatamente, apesar de que ardeu um pouco ao colocar a bebida na boca, devido ao ferimento que tinha na bochecha.

-Obrigado, senhorita Ivete. Eu adorei. – ele sorri pra ela.

-Não se preocupa. – Ivete sorri e se afasta.

 

No lado de fora, Thiago, completamente exausto, deita escorando-se debaixo de uma árvore e dorme profundamente. Arthur sai do bar para fumar e olha pra Liz e depois pra Thiago.

A perita olha pro amigo adormecido na árvore e começa a caminhar pra dentro do bar.

-Liz. – Arthur olha pra ela. – Vai deixar ele assim? – o Gaudério aponta pro jornalista.

-Ah, ele faz dessas... – ela sorri e continua caminhando para o bar.

-Certo... – Arthur sorri fracamente, termina seu cigarro e caminha de volta pro bar.

Liz rapidamente se senta ao lado de Ivete, quando chega no bar e Arthur, ao passar por Ivete, deposita um beijo em sua testa e vai até a mesa em que César, Joui e Elena estavam. 


Notas Finais


E então, gostaram? <3
Até o próximo capítulo!

Kisses de Luz <3


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